COLUNA DO TIMM
DROPS Revista Diária - agosto 21 - MIDIA NINJA
MIDIA NINJA : “CATAR E CAPTAR”
CARATA CAPITAL - http://www.cartacapital.com. br/sociedade/fora-do-eixo- 6321.html
Paulo Timm – Torres agosto 21 - copyleft
Capilé criou um reino particular a partir de “simulacros” do mundo real. A contabilidade virou “Banco FdE”. Eventos com debates formam uma “Universidade FdE”. Viagens viram “colunas”. O lobby político é o “Partido da Cultura”. E a comunicação tornou-se “Mídia Ninja”.
CARTA CAPITAL
As recentes movimentações populares no Brasil trouxeram à tona a existência de um grupo denominado Mídia Ninja, com incrível habilidade para transmitir ao vivo, durante horas, sem edição, diretamente dos locais dos acontecimentos. Mídia Ninja é um nome fantasia associado a uma empresa de eventos e publicidade Fora do Eixo – FdE -. Empresa, aliás, não é bem o caso, pois o Grupo tem mais a característica de uma seita onde está banida a palavra “lucro” e as relações de trabalho são mistificadas como missão, com severo controle dos líderes sobre os seus membros, como noticiou a Carta Capital.
O Fora do Eixo nasceu em 2005, e seu nome faz menção ao fato de a iniciativa ter começado em centros distantes de São Paulo e do Rio. Capilé é de Cuiabá. Do Mato Grosso, o coletivo expandiu-se para Uberlândia (MG) e Rio Branco (AC), e dali para outras cidades. A relação com os artistas funciona assim: uma banda iniciante entra na programação de eventos culturais do grupo e faz shows em algumas cidades. Não paga passagem, hospedagem e alimentação (fica nas casas Fora do Eixo). Em contrapartida, não recebe cachê. O dinheiro arrecadado com suas apresentações financia o movimento.
Capilé e seus apoiadores calculam 2000 integrantes, mas o Fora do Eixo se resume a sete casas (São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Belém e Porto Velho), onde vivem em média dez ativistas, ou seja, cerca de 70 no total. Há ainda algumas casas de coletivos parceiros, como em Bauru e São Carlos. Quando se soma os agregados, na estimativa mais otimista, a organização tem hoje 200 participantes.
Oficialmente, o financiamento é baseado em shows e editais do governo ou de empresas estatais e privadas. Existe, no entanto, uma terceira fonte significativa: a apropriação de dinheiro e bens particulares de colaboradores.
O resultado da ação ninja, que opera sob o lema “ Catar e Cooptar”,, foi surpreendente tanto em termos de informação, como de repercussão. A diferença de abordagem da Mídia Ninja e dos veículos da Grande Mídia é muito simples: Os primeiros vão ao teatro de operações cobertos pelas forças policiais; os ninjas se misturam à massa. Os primeiros selecionam as tomadas com vistas à salvaguarda dos sagrados princípios da “liberdade”, da “democracia” e sobretudo, dos bons modos tão ao gosto da Boa Sociedade; os segundos apresentam a realidade como ela é, sem condenar, inclusive os mais violentos; os primeiros, são profissionais da imprensa; os ninjas são guerrilheiros da notícia. E por aí vai...
Foi tão impactante a cobertura da Mídia Ninja que eles acabaram convidados por Alberto Dines para participar no domingo ante-passado do “Roda Viva”, na TV Cultura de São Paulo.Deram um show... Compareceram à entrevista coletiva os dois líderes do Grupo - o próprio Pablo Capilé e BrunoTorturra- e seu desempenho foi simplesmente explosivo, deixando velhos e experientes jornalistas verdadeiramente constrangidos. Aí as conseqüências começaram a brotar de todos os lados: contra o grupo , denúncias sobre o caráter autoritário e trambiqueiro do Grupo, que tem em Capilé, seu líder; a favor , diversos depoimentos de cidadãos honrados e conscientes, evidenciando o inédito do grupo, como este, abaixo:
Voltando à entrevista no Roda Viva. Parece que havia um cenário montado para colocar em descrédito o FdE e a Mídia Ninja. Quase todos os entrevistadores demonstravam haver uma opinião preconcebida, bastante negativa, em relação ao Movimento. Era também visível certa impaciência com o que estava por acontecer. Como se a TV Cultura estivesse abrindo espaço excessivo, e em horário nobre, para coisa de pouco valor.
A entrevista foi uma grata surpresa para os telespectadores. Principalmente para os de espírito aberto e sem preconceitos. E tornou-se um calvário para os entrevistadores que aos poucos foram se tornando impiedosos inquisidores, com a exceção de um deles, o experiente Alberto Dines, do Observatório da Imprensa.
(Geniberto Paiva Campos - Agosto/2013 - Observatório da Saúde/DF )
A Carta Capital – acima - , porém, foi atrás de antigos colaboradores da Mídia Ninja, os quais não pouparam adjetivos desqualificando o Grupo como senão criminoso, perto disso.
Os diversos segmentos políticos institucionalizados, mostraram-se, também reticentes.
Não obstante, independentemente deste grupo em especial, o “ Mídia Ninja”, o fato demonstra a importância do momento tecnológico que hoje vivemos. Que distância dos tempos de Cristo, cujos conselhos em forma de Evangelhos levariam mais de 50 anos, depois de sua morte, para serem escritos e outros tantos para ganharam um mínimo de visibilidade! Ou mesmo de Lênin, com suas prosaicas recomendações no “ Que Fazer? “ . Hoje qualquer um dispõe de meios para fazer um jornal , uma Revista Digital Diária, como eu mesmo, sozinho faço meu “Drops” , velho sonho de juventude, ou mesmo, até uma TV Digital, como os ninjas e tantos outros estão fazendo. Sempre soubemos da correlação entre tecnologia e comunicação – a fala, a escrita, a imprensa e, agora, a digital - , mas ainda não percebemos muito bem o alcance revolucionário deste impacto. Os políticos, sobretudo, não entenderam nada. Sequer sabem abrir um email, que fica a cargo de uma infinidade de secretárias. Jamais respondem a qualquer indagação, sugestão ou crítica. E continuam gastando milhões em selos que acabam desaparecendo... Selos!!! A essas alturas...!! São, literalmente, analfabetos tecnológicos, por fora de tudo o que está ocorrendo, a velocidade incrível no mundo inteiro. Viramos, mesmo, a ALDEIA GLOBAL, com todas as implicações que isto significa na “Era dos Artefatos”, quando uma criança é bombardeada em um dia pela mesma quantidade que seu avô via durante a vida inteira. Agora, é vai ou racha. E a meninada está rachando com as concepções mecanicistas de muita gente que ainda pensa com o instrumental da primeira revolução industrial, filosóficamente amparado com o Iluminismo e sua crença religiosa na existência de um sujeito moral capaz de legislar sobre o seu destino... Ora...ora...ora...! Como dizia o Cazuza: “Ideologia??? Eu quero uma pra viver...
Ideologia
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver...
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver...
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver..
Ideologia!
Pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver..
Ideologia!
Pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
Adriano Benayon
|
Desgoverno
mundial totalitário
Adriano
Benayon * - 14.08.2013
01. Estamos diante de mudança qualitativa na
situação mundial, tanto no plano econômico como no político.
02. Depressão, desemprego crescente, concentração e
financeirização absurdamente elevadas - incompatíveis sequer com o pouco
que restava do estado de direito - têm levado ao Estado totalitário,
cujas instituições aplicam meios e armas tecnológicas, nunca dantes vistas,
para desinformar, espionar e reprimir as pessoas.
03. Poucos países, como Rússia, China e Irã, não se
comportam como capachos do império angloamericano, sofrendo, por isso, pressões
militares, políticas e constante campanha denigridora, apesar de com ele
colaborarem em muitos terrenos e questões (1). Nem esses se desvencilharam
plenamente da oligarquia financeira angloamericana, absoluta em numerosas
nações subjugadas, de todos os continentes.
04. Isso, inclusive porque o império logra manter
seu sistema financeiro fraudulento, inclusive o dólar e o euro no grosso das
transações mundiais e constituindo mais de 90% das reservas de divisas
(só o dólar, mais de 60%).
05. Sem a ameaça do poder militar e sem as
incríveis manipulações nos “mercados financeiros” pelos bancos da oligarquia, o
dólar teria, de há muito, perdido toda credibilidade.
06. Essa moeda é emitida em quantidades colossais,
mais de vinte trilhões tendo sido passados aos bancos da oligarquia financeira
angloamericana e a alguns europeus a ela vinculados, para livrá-los do colapso
criado por esses próprios bancos, com a orgia dos derivativos.
07.A injeção de dinheiro no sistema financeiro
oligárquico, por parte dos tesouros nacionais e dos bancos centrais, através da
criação de moeda, levou os tesouros a se superendividar, e os bancos centrais a
exceder os limites toleráveis de emissões.
08. Por isso, não haverá como usar o mesmo
“remédio” no próximo colapso, que terá consequências ainda piores que as do
anterior, de 2007/2008, inclusive, como já aconteceu em Chipre, o confisco de
haveres dos depositantes.
09. Desde o anterior, com as empresas produtivas e
as pessoas em dificuldades, os bancos quase não emprestaram aos que produzem, e
geraram a bolha do dólar e as dos mercados de títulos e de ações.
10. De fato, os governos títeres fizeram o
contrário do que recomenda a ciência econômica não pautada pela submissão
ideológica à oligarquia: deixar falir os grandes bancos e aplicar
recursos financeiros na produção em bases saudáveis, desmontando carteis e
oligopólios e fomentando pequenas e médias empresas, bem como fortalecendo as
estatais e investindo na infra-estrutura.
11. O montante dos derivativos não registrados em
bolsas (over the counter), que havia ultrapassado 600 trilhões de
dólares no auge da “crise” em 2008, voltou a fazê-lo em 2011 (dados do
Bank for International Settlements – BIS).
12. Grande, se não a maior, parte dos
derivativos revelou-se podre, por serem pacotes de obrigações securitizadas, em
cuja base estavam instrumentos de crédito-débito sem condições de serem
adimplidos.
13. Os vultosos prejuízos resultantes desencadearam
o colapso e deveriam ter causado a falência dos grandes bancos, cujos
controladores, executivos e acionistas haviam obtido ganhos bilionários com as
fraudes.
14. A sequela do colapso financeiro foi a depressão
e o desemprego nos EUA, Inglaterra, Japão e na quase totalidade da Europa, com
reflexos em todo o Mundo.
15. Aí entra a desinformação. Nos EUA, os órgãos
oficiais falseiam as estatísticas de diversas formas, inclusive
superestimando a produção, ao aplicar aos preços deflatores muito
inferiores à inflação verdadeira, e subestimando o desemprego.
16. Mas as pessoas sentem a deterioração de suas
condições de vida e protestam. Diante disso, a oligarquia recorre à repressão
policial, reforçando cada vez mais a natureza totalitária do poder público que
controla. É o inelutável reverso político da medalha econômica e social.
17. O Estado policial, a serviço da
oligarquia, já estava consolidado antes da implosão das Torres Gêmeas, em Nova
York, e do míssil disparado conta o Pentágono, em Washington, em
11.09.2001, pois praticar um golpe dessa magnitude, conseguir ocultá-lo na
“investigação”, reprimir os que demonstraram a verdade e impor à mídia a
difusão da mentira oficial, são façanhas só possíveis sob instituições
totalitárias.
18. Esse golpe - vale recordar – foi
perpetrado para aterrorizar a população, obter do Congresso mais leis
repressoras e “justificar” ações de guerra de grande envergadura, no Oriente
Próximo e no Norte e Leste da África, no Afeganistão, Iraque, Líbia, e
mais recentemente Síria.
19. Muita gente imagina que a oligarquia não
tem como evitar a depressão e crê que ela não entende como a política econômica
a poderia suprimir. 20. Entretanto, a recorrência das depressões e a
continuidade das guerras demonstram que elas não são catástrofes naturais, mas,
sim, deliberadamente cultivadas, além de consequência da concentração extrema
do poder econômico, causada pelas políticas públicas comandadas pela
oligarquia.
21. A oligarquia tem por objetivo central
aprofundar e tornar absoluto seu poder econômico e político. Para isso, nada
melhor que tornar pobre a grande maioria dos razoavelmente prósperos e a
totalidade dos trabalhadores, que, em situação de vida menos desfavorável,
contariam com recursos financeiros e tempo para organizar-se e resistir à
concentração do poder e aos desmandos da repressão totalitária.
22. Um exemplo disso ocorre com os brasileiros,
que, se empregados, têm de desperdiçar cinco horas diárias estressando-se no
trânsito. Além disso, o lazer é arruinado pela anticultura, e pela promoção de
vícios e pela destruição de valores inculcadas pelos meios de comunicação
e de entretenimento.
23. Os moderníssimos e cada vez mais poderosos
instrumentos da eletrônica e da informática são intensamente empregados a
serviço disso, como também da espionagem industrial e a repressiva,
causando danos às economias nacionais e à privacidade e à segurança
de cada indivíduo.
24. O Brasil, transformado em zona passiva da
exploração e da opressão imperiais, tem o “privilégio” de votar na urna
eletrônica menos confiável do Mundo, e agora seus eleitores vão ser submetidos
pela “Justiça” ao cadastramento biométrico, ficando, assim, expostos a mais
abusos contra seus direitos.
25. Por mais absurdo que pareça às mentes sadias,
infere-se o objetivo de dizimar a população mundial, por parte da oligarquia
instituidora da “nova ordem mundial”. Basta, para isso, ver o que
ocorre, há decênios.
26. Percebe-se mais um “sentido” da depressão
econômica: favorecer o aumento da subnutrição, da má nutrição e das doenças,
inclusive através do estresse, fonte da intoxicação endógena e da perda da
imunidade.
27. O fomento das doenças, além de fonte de lucros
das indústrias da “saúde”, faz “controle demográfico”, complementando o
controle da natalidade. Para tanto, estão aí os transgênicos,
agrotóxicos, o lançamento de rastros químicos por aviões, a gigantesca poluição
de produtos como petróleo e seus derivados, carvão, xisto, os da
indústria química e n outros.
28. Na mesma direção, refrigerantes, fumo,
drogas, antibióticos, quimioterapia, radioterapia e os hormônios, inclusive
administrados ao gado e aves. Ademais, a medicina orientada pelos interesses
financeiros da indústria farmacêutica e da de equipamentos médicos.
(1) O caso emblemático do analista Snowden
provocou a fúria dos agentes imperiais, tendo o presidente Putin agido com
exemplar firmeza, ao lhe conceder asilo, em contraste com a atitude dúbia da
China, que rapidamente o despachou para a Rússia.
* -
Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus
Desenvolvimento.
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