Os candidatos a prefeito e vereadores de Visconde do Rio Branco precisam encarar a Educação como prioridade, como também os de todos os municípios. O pacto que o MEC pretende com os estados é muito pouco, quando não seja uma forma de desviar a atenção da gravidade deste problema crônico, por todo o Brasil, pelo tempo que sustenta o analfabetismo e a má qualidade do ensino em geral. De tão demorada solução e de tamanha abrangência, torna-se uma doença sócio-cultural, com grau de epidemia.
Estatísticas enganosas mostram números de analfabetismo em queda, como se matriculas representassem o seu fim. E pior do que a falta de matrículas é entrar e sair da escola sem saber ler e escrever. Os métodos de ensino parecem piores do que a chaga do analfabetismo.
Na Federação, os estados formam o país. Mas são os municípios que formam o todo. Não tem sentido um pacto do MEC com os estados, como se excluísse os municípios da responsabilidade. As escolas municipais, como as estaduais devem, seguir um programa comum traçado pelo Ministério da Educação, mesmo respeitando peculiaridades locais no país continental, de tantas diferenças históricas, de costume, de raças, de crenças e de filosofia. Com todas as diferenças, entretanto, a população se encontra unida por uma língua comum.
Pacto entre MEC e estados, logo quando o governo federal e os estaduais estão em metade de mandato!?
Quando há seriedade nas ações de governantes, a Educação tem que ser encarada no começo de mandato, como a maior das prioridades. Por esta razão, os prefeitos e vereadores que vão assumir em 2013 precisam estar engajados nesse pacto, se ele tiver credibilidade. Os candidatos já deveriam estar fazendo suas campanhas com séria disposição de enfrentar esta questão, e sabendo que as autoridades da Educação aguardam deles esse engajamento, se é que aguardam.
Países com muito menos recursos econômicos na América Latina enfrentaram esse desafio e começaram por erradicar o analfabetismo: Bolívia, Venezuela e Cuba. Esta então, reconhecidamente um país pobre, sofre bloqueio comercial e econômico há meio século. Contra tudo e contra todos, levou essa disciplina tão a sério que a transformou em instrumento para tornar a Saúde uma das primeiras do mundo. A Educação Universal fez a Saúde Universal.
Todos os que negam Educação a seu povo, negam porque sabem que tudo gira em torno dela. A Educação de qualidade leva conhecimento a cada pessoa, que se torna cidadão por conhecer os seus direitos, os males da concentração de renda e de riqueza, os dirigentes convenientes e os inconvenientes.
E, em um país como o nosso, de tanta desigualdade, onde os 10% mais ricos ficam com a maior fatia da riqueza produzida por todos, onde a classe política faz o que quer, educação popular e conhecimento não são interessantes para os dominadores. E ficam nessa lengalenga para desviar a atenção do principal.
Citam Anísio Teixeira, mas não aplicam os seus métodos. Como fato concreto, somente Leonel Brizola e Darcy Ribeiro tentaram uma escola de qualidade para oferecer a todos, principalmente os que não podiam pagar o ensino particular.
Dos 500 CIEPs, muitos foram destruídos e abandonados como refúgio de criminosos.
Quando falamos de criminosos, temos de lembrar que há aqueles de arma na mão. Outros com as canetas que assinam decretos que sacramentam as injustiças.
Destruir escola pública de tempo integral é ação mafiosa de quem chega ao poder movido a dinheiro sujo.
Não nos parece sério esse anúncio do MEC em fazer pacto com os estados em favor da Educação. Os membros dos governos têm interesse no resultado das eleições municipais. Tudo parecem ecos eleitoreiros. Ao mesmo tempo contraditórios. Porque as eleições de agora estão nos municípios ignorados pelo anúncio do pacto. Pacto, pactuar, compactuar.... nas suas variadas semânticas soam como propaganda enganosa. Este grupo está no poder há 10 anos e nos engana. Os seus rivais, liderados pelos tucanos, estiveram por oito anos, e nos enganaram. Os anteriores nos haviam enganado.
Durante todo este tempo, uns e outros têm feito a educação ficar pior nos seus métodos de ensino, nos critérios de promoção automática, no desprezo pelas necessidades e valores dos professores, e nos privilégios que concedem a si, a seus financiadores e protegidos.
Está na hora de prefeitos e vereadores que assumirem em 2013 mostrarem quais são os sérios e que não compactuam com os vendedores de ilusões e os grupos mafiosos que chegam o poder.
(Franklin Netto – conscienciadamata@gmail.com)
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