A declaração de ontem da presidente Dilma Roussef sobre a existência de 38.000 escolas públicas de Tempo Integral desperta perplexidade. E Visconde do Rio Branco naturalmente seria interessada em saber dessa realidade.
- Por que?
32.000, para os 5.565 municípios brasileiros, daria média de quase 6 escolas por município(5,75). É claro que isto não quer dizer que municípios maiores e menores deveriam ter o mesmo número dessas escolas.
No entanto, com o índice de escolaridade e a qualidade(?) do ensino existente, cada município deveria ter pelo menos uma Escola de Tempo Integral, para absorver os alunos analfabetos absolutos e os funcionais, incluindo aqueles que estão fora da sala de aula por motivo de abandono, ou desestruturação familiar. Seria a forma que atingiria dois objetivos: acabar com a criança de rua, e, praticamente, eliminar o analfabetismo de jovens na idade escolar. Os adultos dependeriam de uma campanha maciça, como cruzada cívica, que envolveria voluntários, em uma nobre tarefa humanitária.
Leonel Brizola e Darcy Ribeiro criaram 500 Centros Integrados de Educação Pública(CIEPs), para o Estado do Rio de Janeiro que tem 92 municípios, com uma população de 15.180.636 habitantes. Deu uma média próxima à anunciada pela Presidente Dilma: 5,43 escolas por municipio.
Mas há uma diferença: Os CIEPs tinham cara. O Brasil inteiro ficou sabendo da sua existência. E até serviam de referência para quem andava pelo estado a procura de algum lugar: “fica perto do CIEP tal...”
pulsarimagens.com.br
Esses anunciados pela presidente ninguém sabe, ninguém viu... Informações oficiais temos de receber com reserva.
Fantasmas rondam palácios...
Os números de avaliação do ensino brasileiro, dados como vitoriosos para o Fundamental, na verdade envergonham: 5 para uma avaliação de 0 a 10, diante de uma expectativa traçada mais humilhane ainda: “em uma escala de 0 a 10, a nota atribuída aos anos iniciais do ensino fundamental é 5. O resultado supera a meta estabelecida para 2011, 4,6 pontos.”
Esse anúncio no “Café com a presidente” de ontem, de fato veio tapar o sol com a peneira, diante da divulgação desses números na sexta-feira. E o mais sério é que para as séries superiores ao Fundamental os resultados são ainda piores.
O Ministro da Educação, Aloísio Mercadante, alega:
- Outro problema do ensino médio, é a falta de professores com formação específica para algumas áreas, como matemática e ciências, além da alta concentração de matrículas no turno noturno – 30% dos jovens do ensino médio estudam à noite.
Essa falta de professores decorre principalmente da falta de remuneração condizente que atraia novos profissionais para essa área, e que incentive os atuais. Exige-se muito de habilitação de um professor e anula-se todo o proveito dessa exigência pelas condições precárias de vida, além do ambiente das escolas, onde os alunos fazem o que querem, e chegam a ponto de agredir quem está lá para ensinar, com palavras e fisicamente.
Com a legislação que temos, sobretudo o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente - , a Escola de Tempo Integral, como um centro de alimentação, lazer e educação, pode se tornar um lugar onde o estudante goste de ir, movido mais pelos dois fatores iniciais.
Alimentados e felizes é provável que se interessem pela educação e se auto-disciplinem para “não perder a boca”.
Diante da realidade – se comprovada além das palavras de Dilma – está na hora de a sociedade rio-branquense lutar pela Escola de Tempo Integral, com a utilização do atual prédio do Fórum, depois da transferência do Judiciário para a Barra dos Coutos. Para a prática de esporte ao ar livre, o Estádio da Boa Vista Joseph Lambert serve para várias modalidades.
Estão aí as estruturas básicas de imóveis para essa Escola, que pode livrar o município do analfabetismo e, dentro de algum tempo, formar uma geração de jovens com melhor comportamento. Quem sabe deixaremos de ter os assaltos e delinquência comuns em nosso cotidiano?
(Franklin Netto - conscienciadamata@gmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário