sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Para as eleições municipais é momento de defender posições e manter a civilidade




No Brasil, nestas eleições, há 106 municípios com candidato único. E no Estado de São Paulo, 17. 

Em Visconde do Rio Branco há três candidatos, para uma população de 37.942 habitantes e  28.249 eleitores revelados em 2010. O PIB per capita a preços correntes, em 2009, foi de R$13.390,47.  IDH 0,753 médio PNUD/2000, bastante defasado. 

Das 17 cidades  paulistas, apenas uma tem população comparável a deste Município: Agudos, com 34.524 habitantes e 28.143 eleitores e um PIB (Produto Interno Bruto) per capita de R$ 20,8 mil,  em  economia baseada na agricultura e pecuária, segundo o IBGE.  No indicador de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a cidade fica em patamar médio. Em uma escala de 0 a 1, recebeu 0,78 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).  
 
Todas as outras são menores: Junqueirópolis, Regente Feijó, Santa Adélia, Jaci, Piacatu, Guzolândia, Mirassolândia, Mariápolis, Balbinos, Marapoama, Jeriquara, Elisiário, Monções, Turiúba, Mesópolis e Nova Castilho.

Esses dados servem apenas para termos uma idéia da situação de nosso município em relação a alguns outros e dentro do contexto nacional.  

Agudos tem uma renda per capita(PIB) aproximada da nacional que gira em torno de R$ 19.000,00.  Neste caso, a renda por habitante de Visconde do Rio Branco é baixa em termos de Brasil. Na Zona da Mata ela é superior à maioria dos municípios. 

Renda por habitante costuma ter relação com os Indicados Sociais(IDHs), quando os agentes públicos investem  diretamente em educação e geração de emprego, principalmente. Gera aprendizado, qualificação e oportunidade de melhor renda, por meio dos salários, que fortalecem o mercado interno, em um círculo econômico que, por sua vez, dá vigor às pequenas e médias empresas.  Há, entretanto, municípios que têm alta renda por habitante ao lado de baixos IDHs – Índices de Desenvolvimento Humano.  São aqueles onde a concentração de renda nas mãos de poucos é elevada.

Esses fatores precisam ser considerados pelos candidatos a prefeito e vereadores, se quiserem exercer mandatos sérios, voltados para o bem da população.  E a população precisa saber que propostas têm os candidatos para avaliar a qualidade de governança nos poderes Executivo e Legislativo a partir de 2013.  Propostas sem credibilidade não têm valor.  Junto com elas há de ser analisada a figura de cada candidato, na sua vida pública e privada.  Se ele tiver o hábito de mentir, de nada adianta a mais bela proposta, ou discurso. Neste caso, trata-se de propaganda enganosa, somente para ganhar o voto.  E, em política, não há PROCON para defender o eleitor/consumidor do produto elaborado por marqueteiros. 

Candidato que tenha passado eletivo, é fácil  saber do seu caráter e de sua maneira de agir. Para o que não tem, o melhor é  conhecer o seu modo de agir nos negócios, nos compromissos, nas relações sociais, nas relações com as coisas alheias.

Daqui para os dias e meses seguintes, é natural que cada qual vá tomando posições, revelando preferências, tendências.

No caso de Visconde do Rio Banco, especificamente, todos hão de compreender que, seja qual for o resultado das eleições, continuaremos rio-branquenses.  

Com os rumos que tomou a política no Brasil, uma eleição tem o mesmo efeito de uma partida de futebol: o torcedor paga ingresso, torce para o seu clube. Depois do jogo, cada um volta para casa, seja qual for o resultado, e continua a enfrentar os mesmos problemas de antes. A taça fica no clube campeão. A renda é dividida com os cartolas, e os craques são bem pagos e têm seus patrocinadores, os donos do seu passe. Em uma mesma família sempre existem torcedores de um clube e de outro.  Irmãos continuam irmãos, amigos continuam amigos. Na política isto também acontece.  As famílias são divididas quanto às preferências eleitorais, do mesmo modo que vizinhos e amigos. 

O debate é salutar para amadurecimento com vistas ao futuro. Que cada um torça para o seu candidato. Mas nunca vale a pena criar inimizades por causa dessa peleja do voto.  No dia seguinte às eleições, todos vão se cruzar nas calçadas, frequentar os lugares habituais, conviver.  Os eleitos – salvo raríssimas exceções – são comprometidos com os donos do seu passe, os financiadores de campanha.  É por isto que vemos alguns campeões de votos  exercerem sem independência seu mandato. Daquilo que o povo esperava nada aconteceu. 

Aqui, como no Brasil inteiro, se algum candidato fez fortuna na política, poderemos saber que continuará a fazer fortuna. O uso do cachimbo põe a boca torta.  "Por trás de toda Grande Fortuna há um Crime!", já dizia Balzac. Esses crimes acontecem no superfaturamento de obras, de publicidade, de viagens inexistentes ou desnecessárias, nas farras de passagens, na compra de voto e todo tipo de vantagem enganosa ao eleitor. Quem compra também se vende.  

Diante de qualquer proposta de vantagem imediata ou promessa de recompensa pessoal, o eleitor inteligente, sério e honesto descarta de imediato o candidato. Já sabe que o mesmo expediente usado para se eleger, vai ser aplicado no exercício do cargo. “É dando que se recebe” – São Francisco de Assis.  Mas a filosofia usada no meio político, com esta mesma expressão é outra. São cargos, pastas, ministérios, secretarias, a troco de apoio incondicional.  Por isto é que os partidos perderam expressão. Os programas, a ideologia, os princípios ficaram no papel.  “Na prática a teoria é muito diferente”. 

Que venha o 07 de Outubro, antecipado por muito debate e análises profundas sobre o histórico dos candidatos.  Se as perspectivas são fracas no momento; se há incerteza; se faltam opções... que se abra pelo menos uma janela para sonharmos com um horizonte melhor, iniciado com os financiamentos públicos de partidos e campanhas... e que se evite o retrocesso.

Nada de inimizade. No ano que vem todos teremos de pagar impostos aos vencedores e aceitar as regras do seu jogo.
 Imagem: apostoladoscr.com.br

(Franklin Netto)

Nenhum comentário:

Postar um comentário