No Brasil,
nestas eleições, há 106 municípios com candidato único. E no Estado de São Paulo, 17.
Em Visconde
do Rio Branco há três candidatos, para uma população de 37.942 habitantes e 28.249 eleitores revelados em 2010. O PIB per capita a
preços correntes, em 2009, foi de R$13.390,47.
IDH 0,753 médio PNUD/2000, bastante defasado.
Das 17 cidades
paulistas, apenas uma tem população
comparável a deste Município: Agudos, com 34.524 habitantes e 28.143 eleitores
e um PIB (Produto
Interno Bruto) per capita de R$ 20,8 mil, em economia baseada na agricultura e pecuária,
segundo o IBGE. No indicador de Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), a cidade fica em patamar médio. Em uma escala de 0 a 1,
recebeu 0,78 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Todas as
outras são menores: Junqueirópolis, Regente Feijó, Santa Adélia, Jaci, Piacatu,
Guzolândia, Mirassolândia, Mariápolis, Balbinos, Marapoama, Jeriquara,
Elisiário, Monções, Turiúba, Mesópolis e Nova Castilho.
Esses dados
servem apenas para termos uma idéia da situação de nosso município em relação a
alguns outros e dentro do contexto nacional.
Agudos tem
uma renda per capita(PIB) aproximada da nacional que gira em torno de R$
19.000,00. Neste caso, a renda por
habitante de Visconde do Rio Branco é baixa em termos de Brasil. Na Zona da
Mata ela é superior à maioria dos municípios.
Renda por
habitante costuma ter relação com os Indicados Sociais(IDHs), quando os agentes
públicos investem diretamente em educação e geração de emprego,
principalmente. Gera aprendizado, qualificação e oportunidade de melhor renda,
por meio dos salários, que fortalecem o mercado interno, em um círculo
econômico que, por sua vez, dá vigor às pequenas e médias empresas. Há, entretanto, municípios que têm alta renda
por habitante ao lado de baixos IDHs – Índices de Desenvolvimento Humano. São aqueles onde a concentração de renda nas
mãos de poucos é elevada.
Esses
fatores precisam ser considerados pelos candidatos a prefeito e vereadores, se
quiserem exercer mandatos sérios, voltados para o bem da população. E a população precisa saber que propostas têm
os candidatos para avaliar a qualidade de governança nos poderes Executivo e
Legislativo a partir de 2013. Propostas
sem credibilidade não têm valor. Junto
com elas há de ser analisada a figura de cada candidato, na sua vida pública e
privada. Se ele tiver o hábito de
mentir, de nada adianta a mais bela proposta, ou discurso. Neste caso, trata-se
de propaganda enganosa, somente para ganhar o voto. E, em política, não há PROCON para defender o
eleitor/consumidor do produto elaborado por marqueteiros.
Candidato
que tenha passado eletivo, é fácil saber
do seu caráter e de sua maneira de agir. Para o que não tem, o melhor é conhecer o seu modo de agir nos negócios, nos
compromissos, nas relações sociais, nas relações com as coisas alheias.
Daqui para
os dias e meses seguintes, é natural que cada qual vá tomando posições,
revelando preferências, tendências.
No caso de
Visconde do Rio Banco, especificamente, todos hão de compreender que, seja qual
for o resultado das eleições, continuaremos rio-branquenses.
Com os rumos que tomou a política no Brasil,
uma eleição tem o mesmo efeito de uma partida de futebol: o torcedor paga
ingresso, torce para o seu clube. Depois do jogo, cada um volta para casa, seja
qual for o resultado, e continua a enfrentar os mesmos problemas de antes. A
taça fica no clube campeão. A renda é dividida com os cartolas, e os craques
são bem pagos e têm seus patrocinadores, os donos do seu passe. Em uma mesma
família sempre existem torcedores de um clube e de outro. Irmãos continuam irmãos, amigos continuam
amigos. Na política isto também acontece.
As famílias são divididas quanto às preferências eleitorais, do mesmo
modo que vizinhos e amigos.
O debate é
salutar para amadurecimento com vistas ao futuro. Que cada um torça para o
seu candidato. Mas nunca vale a pena criar inimizades por causa dessa peleja do
voto. No dia seguinte às eleições, todos
vão se cruzar nas calçadas, frequentar os lugares habituais, conviver. Os eleitos – salvo raríssimas exceções – são comprometidos
com os donos do seu passe, os financiadores de campanha. É por isto que vemos alguns campeões de
votos exercerem sem independência seu
mandato. Daquilo que o povo esperava nada aconteceu.
Aqui, como
no Brasil inteiro, se algum candidato fez fortuna na política, poderemos saber
que continuará a fazer fortuna. O uso do cachimbo põe a boca torta. "Por trás
de toda Grande Fortuna há um
Crime!", já dizia Balzac. Esses crimes acontecem no superfaturamento de
obras, de publicidade, de viagens inexistentes ou desnecessárias, nas farras de
passagens, na compra de voto e todo tipo de vantagem enganosa ao eleitor.
Quem compra também se vende.
Diante de qualquer
proposta de vantagem imediata ou promessa de recompensa pessoal, o eleitor
inteligente, sério e honesto descarta de imediato o candidato. Já sabe que o
mesmo expediente usado para se eleger, vai ser aplicado no exercício do cargo. “É
dando que se recebe” – São Francisco de Assis.
Mas a filosofia usada no meio político, com esta mesma expressão é
outra. São cargos, pastas, ministérios, secretarias, a troco de apoio incondicional. Por isto é que os partidos perderam
expressão. Os programas, a ideologia, os princípios ficaram no papel. “Na prática a teoria é muito diferente”.
Que venha o 07 de Outubro,
antecipado por muito debate e análises profundas sobre o histórico dos
candidatos. Se as perspectivas são fracas
no momento; se há incerteza; se faltam opções... que se abra pelo menos uma
janela para sonharmos com um horizonte melhor, iniciado com os financiamentos
públicos de partidos e campanhas... e que se evite o retrocesso.
Nada de inimizade. No ano
que vem todos teremos de pagar impostos aos vencedores e aceitar as regras do
seu jogo.
Imagem: apostoladoscr.com.br
(Franklin Netto)
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