![BLOG DO PEDRO PORFÍRIO](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY7ZFCTedgYG7qhf4VqoXfqepmDFyfCskb-maJj0ndlczEFpsMEwwXxxhvTLhFvTkNu7Huy26Ci7kzQiTBeo944mY3mQ668kHGRoHtwtFlw2ab1ukOsCojzc9Y7LiuHUbL6yLMJhGZ1JAt/s640/BLOG+DO+PORFIRIO+porfirio.jpg)
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Governador
do Estado do Rio personifica como ninguém tudo o que o povo indignado
quer ver pelas costas
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoql39HQHys4Gg80-f-CT0n5nzUGaRuJscqAfpXF27FD2kFGMnaTM_7Wl_aksJbNTdsiSBSxN7b8WG7zlexVOwK-VpP0YU2nbPaccG4reHpBUYiNxhsUATFdGIje7rlOtYz9pnBL8mshCA/s640/Barricada+fecha+as+ruas+cabral+frase.jpg)
Na manhã de quinta-feira, 18 de julho
de 2013, comerciantes do Leblon e Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro,
contabilizavam os prejuízos de mais uma noite de fúria de milhares de
pessoas que mantinham viva em frente e nos arredores da casa do governador
Sérgio Cabral a cólera da turba contra os favorecimentos, negociatas, corrupção
e mau uso dos recursos públicos.
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Dono da Toulon em lágrimas
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Eduardo Balesteros,
dono da Toulon, uma loja
tradicional de roupas na Ataulfo de Paiva, chorava: todo o seu estoque tinha
sido saqueado pelos vândalos que haviam elevado os protestos à sua temperatura
máxima depois que a tropa de choque da PM isolou a quadra onde mora o
governador, na qual, por semanas, manifestantes permaneceram acampados
pacificamente.
PM que, de forma calculada, deixou correrem soltas as depredações, sob pretexto de um acordo com o Ministério Público e a OAB para não usar balas de borracha e gás lacrimogênio contra os manifestantes.
PM que, de forma calculada, deixou correrem soltas as depredações, sob pretexto de um acordo com o Ministério Público e a OAB para não usar balas de borracha e gás lacrimogênio contra os manifestantes.
O Leblon é o bairro
do metro² mais caro do Brasil – na verdade, um dos mais caros do mundo. É lá que o Sr. Sérgio Cabral Filho mora com
esposa atual, a ex-assessora Adriana Ancelmo, cujo
escritório de advocacia representa algumas concessionárias, como o Metrô e a
Supervia, que tiveram suas concessões prorrogadas por 25 anos por ele,
mais de dez anos antes da data prevista para a renovação, num favorecimento
explícito e injustificável.
O que seria um benefício para a
vizinhança tornou-se um tormento diário: ali em frente e nas proximidades do
seu prédio na rua Aristides Espínola ninguém tem mais sossego. Embora os
protestos iniciados em junho tenham arrefecido na maioria das cidades, a
pressão dos manifestantes parece cada vez maior sobre o governador do Estado do
Rio de Janeiro. Maior e mais radicalizada.
De fato, não há mais clima para
Sérgio Cabral permanecer à frente do governo do Estado. Por impulsos
incontroláveis, ele continua repetindo as velhas práticas abomináveis, como se
nada tivesse acontecido, num conjunto de atos tão abusivos que revolta o mais
pacífico dos cidadãos.
Não seria exagero
dizer que o mau comportamento desse governador de 50 anos supera em muito o de
velhas raposas que poderiam ser seus pais. Faz pouco mais de uma semana, mesmo em meio à onda
de protestos, a revista ÉPOCA divulgou superfaturamentos e
direcionamentos em duas licitações para obras que somariam mais de R$ 1 bilhão
no âmbito da Secretaria do Ambiente. Tal foi a repercussão da denúncia que o
seu secretário, Carlos Minc, petista de alto coturno, se viu obrigado a
revogá-las 48 horas depois de publicada a reportagem.
Uma trajetória de malfeitos desde a sua posse
Uma trajetória de malfeitos desde a sua posse
Desde o primeiro dia em que se fez
governador pelas mãos de Garotinho, de quem se livrou antes mesmo da posse, Cabral
se transformou no pior exemplo de administrador, tornando ostensivo o desprezo
pelos deveres do ofício e notabilizando-se pela ponte aérea para Paris, que fez
com que em um ano passasse 1 terço do calendário fora do Brasil.
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Cabral e secretários
em noitada de farras em Paris
na companhia do empreiteiro Fernando Cavendish |
Seu envolvimento direto e pessoal com
empresários com quem trocava favores sempre foi do conhecimento público. Assim
foi com Eike Batista, para quem fez todos os gostos, desde as
desapropriações arbitrárias na área para a construção do Porto do Açu, em São
João da Barra, sacrificando milhares de agricultores, até a provatização do
Maracanã, no mesmo instante em que o Estado havia concluído sua reforma, ao
custo de mais de R$ 1 bilhão de recursos públicos.
Assim foi com a transformação da empreiteira Delta, de Fernando Cavendish, seu parceiro de farras, em beneficiária de recheados contratos suspeitos de grandes obras, com tratamento privilegiado, inclusive pagamentos por serviços antes de sua medição.
De traição em traição, sempre por cima da carne seca
Assim foi com a transformação da empreiteira Delta, de Fernando Cavendish, seu parceiro de farras, em beneficiária de recheados contratos suspeitos de grandes obras, com tratamento privilegiado, inclusive pagamentos por serviços antes de sua medição.
De traição em traição, sempre por cima da carne seca
Ao chegar ao executivo do Estado,
Cabral já havia entrado para a crônica dos políticos sem recato quando exerceu
a presidência da Assembléia Legislativa. Primeiro, na cobertura ao governador
Marcello Alencar, a quem escorou na farra das privatizações até o dia em que
rompeu, numa briga de bastidores, no crepúsculo do seu governo, quando
ocorreria a última privatização, a da CEDAE, após as eleições em
que a oposição venceu.
Semanas depois já era aliado íntimo
de Garotinho e de Rosinha, aos quais juntou-se quando o comando do
Executivo mudou, passando a usar seu cargo de presidente da Assembléia no
troca-troca do jogo pesado dos interesses espúrios.
Á época, circularam pela internet
relatos circunstanciados da transformação das inspetorias da Secretaria de
Fazenda em tomadoras de dinheiro para ele e para vários deputados da “base
aliada”. Tais acusações, por anônimas, nunca foram apuradas pelo Ministério
Público. Portanto, não podem ser apontadas como verdadeiras.
Uma mansão de luxo a "preço de banana"
Uma mansão de luxo a "preço de banana"
Sérgio Cabral Filho figura até hoje
no folclore das fraudes escriturais quando declarou ter pago apenas R$
250 mil por uma luxuosa mansão avaliada em R$ 5 milhões,no Condomínio
Porto Bello, em terreno de 5 mil m², numa paradisíaca praia de Mangaratiba.
Reeleito graças a uma coligação de 17
partidos, que incluía antigos rivais, como o PT e o PDT, Cabral ficou em palpos
de aranha após um acidente de helicóptero em Trancoso, Bahia, no dia 17
de junho de 2011.
Naquela noite fatídica, além de
perder pessoas queridas, como a namorada do filho, a esposa do empreiteiro
Fernando Cavendish, e sua irmã, muito amiga do governador, viu tornadas
públicas, de forma escandalosa, suas promíscuas relações com empresários que
mantêm relações de negócios com o Estado, inclusive Eike Batista, em cujo
jatinho viajou com os convidados que iam à festa de aniversário do empreiteiro,
logo em seguida apontado como sócio de Carlinhos Cachoeira, escroque
cujos tentáculos abrangem muito mais do que o jogo do bicho, seu primeiro ramo.
Além de pilhado em malfeitos
indefensáveis, o governador fluminense que exige da presidenta Dilma Rousseff e
do PT exclusividade na apresentação do candidato a seu sucessor, é também
campeão da impunidade.
O procedimento aberto no âmbito do
Ministério Público estadual para configurar a falta de decoro explicitado pelo
episódio do helicóptero foi arquivado pelo ex-chefe do Ministério Público,
Cláudio Lopes, que não viu nenhuma transgressão, da mesma forma que
ninguém viu nada demais numa farra em Paris documentada em fotos de Cabral,
alguns sequazes e do mesmo Cavendish, hoje em desgraça e abandonado por
ele, de onde se supõe que fotografias tão íntimas poderiam ter saído dos
arquivos do empresário, num rompante de raiva incontida.
Fora disso, são públicos e notórios
os atos de favorecimentos aos empresários de ônibus, apontados em reportagens
de Luiz Ernesto Magalhães em O GLOBO, de onde circula pela
internet até a notícia de que sua esposa Adriana Ancelmo seria filha de Jacob
Barata, o poderoso chefão do sistema de transportes rodoviários do Rio de
Janeiro.
Quem quiser, poderá transformar em um best-seller o
dossiê sobre a variedade de estripulias do governador fluminense, cujos
tentáculos se estendem a Brasília. Foi graças aos seus métodos
articulatórios que o deputado Eduardo Cunha, um político que cultiva maus
hábitos sem qualquer cerimônia, se fez líder da bancada federal do PMDB,
transformada no mais poderoso antro de pressão e lobismo da República, ao ponto
de manter acuada e tirar o sono da presidenta de cujo governo participa.
Tudo isso explica a concentração e permanência dos
protestos cada vez mais quentes na figura de Sérgio Cabral, sugerindo que eles
poderão continuar a acontecer em situações cada vez mais desconfortáveis para
ele.
![]() |
Manifestante preso nos protestos do Leblon. A
foto fala por si.
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Além das manifestações de rua, a
internet repete peças acusatórias em milhões de e-mails, o que cria uma
situação insustentável para o governador, respingando para todos os lados e
atingindo autoridades amigas.
Pode ser que essa
onda nacional, com repercussão internacional, aponte como única alternativa
lúcida a realização de uma investigação independente sobre os malfeitos
arquivados ou a própria renúncia do governador.
Ninguém de sã consciência admite que
ainda exista clima para que Sergio Cabral permaneça à frente de um dos Estados
mais importantes do país, com inevitável e desagradável fragilização de todo o
arcabouço político nacional.
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