quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Crise financeira dos países ricos reflete em cada município do Terceiro Mundo




         Os Estados Unidos e os países europeus que dominam a economia mundial estão em crise financeira porque nunca tiveram parcimônia em gastar tudo aquilo que sugam historicamente das suas ex-colônias.  Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Itália, Japão e Alemanha pouco ou nada têm de riquezas naturais, mas se acostumaram a saquear a natureza dos povos dominados mundo a fora. Assim construíram monumentais reservas em ouro, ferro, iguarias e outros bens que as suas ilhas e arquipélagos não produziam, mas arrancavam das gentes primitivas, desarmadas e simples dos continentes habitados, mas que eles chamavam de “descobertas”.

         Na América, somente o Canadá e os Estados Unidos constituem exceção das relações exploratórias porque são os únicos do Continente(Novo Mundo) que estão incluídos no grupo do Primeiro Mundo.  Coincidentemente, são os únicos de considerável porte, que não fazem parte dos colonizados pela Península Ibérica – Portugal e Espanha. E tiveram uma relação um pouco mais civilizada com os habitantes da área dominada, principalmente por terem evitado o trabalho escravo na lavoura.  Entretanto, a história registra a crueldade das polícias montadas estadunidenses contra seus indígenas, no avanço para oeste para construção de estradas de ferro e  ampliação dos campos de cultura.  Parece que uma mentalidade diferente norteava a colonização daquele espaço norte-americano:  a busca de territórios para abrigarem as crescentes populações do arquipélago da Inglaterra(Reino Unido) e da França. É como se desejassem uma Nova Inglaterra e uma Nova França.

         Já na América Latina, tudo o que fizeram Espanha e Portugal era a dizimação de cultura e gente em uma ocupação predatória, sem interesse de civilização.  Disto resultante o desaparecimento dos Maias, Aztecas e Incas com sua cultura milenar, como a não deixar pedra sobre pedra.

         Em relação aos índios, Portugal foi mais cruel.  Sobreviveram somente os que se embrenharam para os pontos mais distantes do litoral, onde os cavalos e as espadas não chegavam.

Tanto assim, que o Guarani sobrevive como idioma de parcela considerável dos países de língua espanhola.  Na Bolívia, de Evo Moraes, os nativos constituem 66% da população:>2 em cada 3 habitantes. No Brasil, ex-colônia portuguesa, houve verdadeiro genocídio de silvícolas – quase extinção. 
        
         Estados Unidos conquistaram relativamente cedo sua independência.  Recusaram a política econômica liberal da Inglaterra inspirada por  Adam Smith, que visara sugar sua economia; e se impuseram como país independente.  Foi fácil porque as elites da ex-colônia e da pátria mãe tinham muita coisa em comum.  Tornaram-se aliados naturais e o país do Tio Sam lidera hoje o grupo imperialista do mundo. E contribui para invadir outros territórios e extorquir suas riquezas a favor das grandes empresas do grupo, na exploração de petróleo, ouro, bauxita, prata, nióbio e a variada biodiversidade como a da Amazônia. 

         Desse processo exploratório ao longo da história, Minas Gerais ficou em buracos e Portugal com o Ouro, a Inglaterra com o Ferro, Estados Unidos e Japão ficam com o Nióbio. Fazem foguetes, aplicam em tecnologia.  Criaram instituições de ensino de excelência,  aprimoraram cérebros humanos que fazem máquinas inteligentes.

         França é menor que Minas Gerais.  Todos extraem nossas riquezas naturais como matéria prima e transformam em bens de consumo de alta qualidade e nos vendem com lucros milionários.

Mesmo assim, suas despesas excedem as receitas. Entram em colapso e mandam nossos governantes nos impor desemprego, irrisórios salários e escorchantes impostos.  Ficamos com o mercado interno fraco para as pequenas e médias empresas.  As grandes são voltadas para a classe alta doméstica, os 10% mais ricos, e o mercado externo.  Para esses não falta dinheiro.  O governo abre as portas do Tesouro para socorrer os grandes, os donos do poder e tutores dos governantes.

         A crise é dos países “ricos”, perdulários e espoliadores.  Esses jogam os custos da crise sobre os povos explorados para quem faltam moradia, comida, escola, saúde, lazer, e tudo aquilo que forma as necessidades básicas de sobrevivência mais o sonho eterno da felicidade e da fartura, que todo ser humano merece e aspira.

         Esta situação chega aos municípios e povoados onde há sempre os políticos muito bem pagos com o suor e sacrifício do povo, a serviço dos controladores do grande capital.   São tão descontrolados esses controladores que, apesar de toda a rapinagem, levam o sistema ao colapso.

Cada colapso é o fim de um ciclo e o começo de outro, que dá origem a invasões e domínio de outros povos possuidores de bens naturais, sempre cobiçados e usurpados pelos milenares perdulários que cobrem seus palácios e templos de fausto e ostentação, com obras riquíssimas talhadas em matéria prima saqueada em terras alheias.

         Os municípios pagam com o sacrifício de sua gente o brilho e a opulência de quem nada tem de seu, nada produz e somente desfruta do alheio.

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)




         

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