quarta-feira, 28 de novembro de 2012

EDUCAÇÃO - Sayonara(QUARAÍ-RS) - Ensinando com Competências e Habilidades






O seculo XX foi o Século do Conhecimento, e a atual sociedade globalizada e dinâmica, exigiu, cada vez mais, desafios constantes.

Na sociedade atual, além dos fatores tradicionais de produção - terra, capital e trabalho - encontramos outro que tem sido o diferenciador - o conhecimento - que tem agregado mais valor as organizações. Este fator considerado intangível tem seu conceito aprimorado desde a década de 80, quando Sveiby classificou os ativos intangíveis em três categorias: capital do consumidor, capital estrutural e capital humano ou intelectual. Acreditamos que hoje, o modelo que melhor representa os capitais do conhecimento seja o dos quatro capitais: o ambiental, o estrutural, o intelectual e o de relacionamento.
O enfoque aqui será o do capital intelectual, que trata do conhecimento das pessoas que se encontram em uma organização, seja ela privada ou pública. 

Diferente do capital estrutural, ele (o conhecimento) pertence ao indivíduo, mas a utilização eficaz deste potencial tem o poder de gerar valor para as empresas e para as pessoas. A dificuldade das organizações é conseguir transformar o conhecimento tácito (aquele referente à experiência individual das pessoas) em explícito (que se pode encontrar em livros e palestras), de modo a agregar valor aos produtos ou serviços prestados.

O capital de relacionamento, também muito importante, pode ser entendido como o facilitador para os outros capitais, uma vez que trata dos relacionamentos-chave para o desenvolvimento de entidades privadas ou públicas, podendo ser individuais ou institucionais. Incentivando os relacionamentos e as alianças estratégicas as entidades passam a ter melhora em seu desempenho.

A interação entre os capitais e o reconhecimento da importância dos mesmos, deve levar em conta em determinada ocasiões a existência de uma relevância maior de um capital em detrimento de outro. Desta forma, o tratamento dado a cada um destes capitais precisa ser adequado às suas características específicas.

Em 2001, uma empresa detectou que mais de 61% da riqueza mundial é advinda do conhecimento e dos bens ou produtos intangíveis e bens culturais. Em um tempo em que o ritmo das mudanças é cada vez rápido, saber gerir o conhecimento das pessoas e agregar valor ao produto final é imperioso para o sucesso de qualquer organização privada ou pública.

Assim, o mapeamento do conhecimento é a ferramenta indicada para identificarmos:
- as competências e habilidades necessárias ao capital intelectual;
- as estruturas, sistemas e métodos do capital estrutural;
- o tipo de relação para o capital de relacionamento;
- os fatores externos do capital ambiental para uma organização, em qualquer tipo de processo.
Porém, devemos atentar para os tópicos básicos para um mapeamento do conhecimento:
1. Histórico da Entidade - Levantamento detalhado dos fatos desde a sua criação até a atualidade, procurando verificar falhas e acertos.
2. Perfil da Entidade - Levantamento do quadro funcional, capital social, tipo de organização, forma de trabalho e organogramas.
3. Análise Estratégica da Entidade - Analise da missão da entidade, utilizando-se de duas ferramentas estratégicas apropriadas ao perfil da empresa.
4. Diagnóstico da Entidade - Análise dos processos e dos capitais do conhecimento necessários para gerir adequadamente o desenvolvimento dos serviços prestados.
5. Mapeamento dos processos (existente e ideal) - Identificação dos sub-processos e atividades.
6. Mapeamento do conhecimento - Identificação dos capitais do conhecimento existentes e necessários.
7. Plano de Ação - Ações imediatas, de curto, médio e longo prazo para o desenvolvimento dos capitais do conhecimento e, conseqüente desenvolvimento das competências e habilidades.

Outro fator importante é o da competitividade entre entidades, nota-se que uma das novas metodologias que está em crescente evolução é a “Habilidades e Competências”, que se baseia exclusivamente no crescimento e capacitação profissional dos profissionais.

Esta metodologia objetiva contribuir continuamente na formação e capacitação profissional dos educadores, na caso específico da educação; mapear e priorizar um conjunto de habilidades e competências; acrescentar uma parcela grande de conhecimento a cada habilidade/competência adquirida; promover o comprometimento das pessoas atrelado à melhoria, qualidade e competitividade da entidade e despertar  o interesse permanente dos professores na sua atualização profissional.

Algumas vantagens da capacitação por Habilidade e Competências:
- Focar as pessoas e não os cargos;
- Garantir o reconhecimento dos educadores pela parcela de contribuição prestada a organização;
- Facilitar o desenvolvimento de talentos humanos;
- Manter o nível de profissionalização dos educadores a índices competitivos;
- Encorajar as pessoas a terem responsabilidades plenas e;
- Aumentar o desenvolvimento, a produtividade e qualidade dos serviços educacionais, visando a satisfação da sociedade, que geram os índices externos de avaliação.
As Organizações Privadas e Públicas buscam o desenvolvimento profissional e isto faz com que seja imprescindível estar antenado com as mudanças e os novos conceitos.

Assim, tendências de gestão educacional apontam para a busca de HABILIDADES E COMPETÊNCIAS - traz em discussão uma nova tendência de educar, que convida você a refletir, entender e desenvolver sua capacidade de auto-gerenciamento pessoal e profissional.

Hoje, o foco tradicional do ensino no Brasil é a aquisição de conteúdos por meio de habilidades. A atual solicitação do Ministério da Educação (MEC) é exatamente o contrário: desenvolver determinadas habilidades através de conteúdos.

Algumas escolas ainda estão voltadas para o professor como transmissor das informações, e o aluno receptor/repetidor das mesmas na hora da prova. Isso não responde mais às atuais necessidades. Com a modificação no foco, ao invés de decorar conteúdos, o aluno vai exercitar suas habilidades, que o levarão à aquisição de grandes competências.

É importante sabermos também, qual a diferença entre habilidades e compentências?
Habilidades estão associadas ao "saber fazer": ação física ou mental, que indica a capacidade adquirida. 

Assim, identificar variáveis, compreender fenômenos, relacionar informações, analisar situações-problema, sintetizar, julgar, correlacionar e manipular são exemplos de habilidades.

Já as competências são um conjunto de habilidades harmonicamente desenvolvidas e que caracterizam uma função/profissão específica: ser arquiteto, médico, ou professor de química. Nós desenvolvemos habilidades em busca de competências.

Assim como um atleta deve ter competências para cinco modalidades esportivas, de acordo com as diretrizes governamentais, o aluno também deve ter cinco competências: domínio de linguagens, compreensão de fenômenos, construção de argumentações, soluções de problemas e elaboração de propostas.

Assim, deve-se pensar como o professor deve desenvolver as habilidades, para que o aluno alcance tais competências. A palavra de comando é educar para as competências, através da contextualização e da interdisciplinaridade. É preciso dar significado ao que se fala em sala de aula; sem isso não há âncora para a aprendizagem. Também é importante lembrar que a prova deve ser um momento privilegiado e não um acerto de contas com o aluno. Da instituição Escola se exige que explicite a sua função social e sua proposta educativa, indicando com clareza o perfil do profissional e do cidadão que deseja preparar.

Nos dias de hoje, a perspectiva de desenvolvimento de competências profissionais está sendo orientadora da maioria das ações de formação de professores e está presente como fundamento da proposta dos "Referenciais para a Formação de Professores", elaborada e divulgada pelo MEC no final de 1999.

Todo "conceito" que passa a ser difundido pode estar sendo compreendido de inúmeras formas, portanto, faz-se necessária uma discussão sobre as concepções de competência que estão por trás de determinadas propostas de formação, tanto a partir da sua relação com a natureza da atuação profissional dos professores, quanto no que se refere aos processos pelos quais as competências são construídas por eles. 

É importante definir como as competências podem ser trabalhadas na formação tanto inicial, como continuada e, por fim, quais as competências essenciais para o exercício do ofício do professor.

As Competências na formação continuada devem abordar estas questões com os professores, público alvo prioritário deste ambiente inovador, procurando tematizar os investimentos tanto dos professores quanto dos sistemas educacionais no desenvolvimento profissional permanente.

O desenvolvimento de programas de formação, por serem uma iniciativa do Ministério da Educação voltada para a realidade nacional, elegeu algumas macrocompetências ou, como Perrenoud denomina "família de competências", segundo um recorte capaz de abarcar as necessidades básicas para um professor desenvolver-se profissionalmente. São, portanto, competências consideradas como "condições" para que o professor possa ser um sujeito ativo no seu desenvolvimento profissional, que tenha instrumentos para pensar sobre a sua atuação, para tomar decisões e investir na sua própria formação. São elas:
1. Tematizar a prática;
2. Utilizar a leitura e a escrita para o seu desenvolvimento profissional;
3. Trabalhar em equipe;
4. Gerenciar sua própria formação.

Uma série de expressões, relativamente novas, povoam o discurso pedagógico atual: parâmetros curriculares, temas transversais, interdisciplinaridade, educação inclusiva, entre outras. Mas aqui o enfoque é o de examinar o sentido da expressão habilidades e competências nos textos sobre educação, e na tentativa de colocá-las em prática. Em primeiro lugar, é preciso verificar se a introdução destes termos nos debates sobre o ensino corresponde a uma preocupação nova dos educadores ou se consiste apenas numa nova denominação para algo pré-existente.

Parece que a ênfase na idéia de desenvolver nos alunos habilidades e competências procura chamar atenção para a necessidade de o ensino escolar ser menos orientado para a assimilação de conteúdos e mais voltado para a aquisição de capacidades, que permitam ao indivíduo desenvolver-se plenamente. É possível demonstrar, no entanto, que esta preocupação não é nova. Já em 1933, o Código de Educação do Estado de São Paulo definia como uma das finalidades da escola primária "dar aos alunos educação integral em que tenham preponderância, sobre a aquisição de conhecimentos de pura memória, a formação intelectual, moral e cívica" (p.45). No entanto, se é verdade que o interesse pelo desenvolvimento de habilidades e competências nos alunos não é algo recente, por outro lado é preciso reconhecer que o uso dessas expressões nos debates atuais não consiste numa mera mudança de terminologia.

A solicitação pelo desenvolvimento das habilidades e competências nos alunos refere-se às novas exigências que o mundo social e o mundo do trabalho estão impondo à escola. Há algumas décadas, bastava que o ensino básico se comprometesse a ensinar a ler e a escrever, alguns rudimentos de cálculo e noções da história e da geografia brasileiras, além de transmitir o sentimento de nacionalismo e noções de higiene. Considerava-se que dessa forma seria possível formar um indivíduo preparado para o trabalho, a participação na sociedade como cidadão e o desempenho do papel de pai ou de mãe. 

Atualmente, para dar conta dos mesmos objetivos, ou seja, exercício de uma profissão, participação social e familiar, tornou-se necessário desenvolver nos alunos outras capacidades. É preciso levar em conta que o mundo contemporâneo está exigindo dos indivíduos que sejam capazes de manter-se continuamente atualizados, de lidar com uma quantidade imensa de conhecimentos e informações para compor e incrementar a sua própria formação, de estabelecer contatos e relações internacionais, de ter uma atuação responsável diante das questões sociais e ambientais etc. Daí a necessidade de se definir novas habilidades e competências a serem desenvolvidas na escola.

Dentre os modelos educacionais que procuram alternativas para atender a essas exigências, os mais difundidos internacionalmente são a reforma educativa espanhola, de 1990, que pela primeira vez estabeleceu os "conteúdos transversais" e os princípios estabelecidos pela "Comissão Internacional sobre a Educação para o Século 21" de 1995, quais sejam: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Em que medida a escola pode ensinar aos alunos tudo isso? Trata-se de uma questão importante e que merece ser discutida, em muito, pois determina a atual momento e situação educacional do Brasil.

Bibliografia
LASTRES, H., ALBAGLI, S., ET ALL, 1999, Informação e Globalização na Era do Conhecimento, Rio de Janeiro, Campus.
MOUNTIAN, S., HAMA, T., 2001, Teoria da Abrangência - Um Conhecimento Inédito de Transformação e Mudança nas Organizações, São Paulo, Editora Cultrix.
BRASIL. Ministério da Educação. Referências para a formação de professores. Brasília, MEC/SEF, 1999.
Código de Educação do Estado de São Paulo, 1933.

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