Até agora a cidade respira com certo
alívio, porque dezembro começou sem os sinais de tempestade que despertam
preocupação.
A população torce para essa calmaria
perdurar e que o período de Verão, a se iniciar no próximo dia 21, transcorra
sem as tragédias das enchentes dos últimos anos.
É o período das altas temperaturas e de
chuvas fortes. O calor intenso incentiva
muita gente a procurar as praias, principalmente do litoral capixaba: Marataízes,
Piúma, Vitória. Outros preferem a Região
dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, sobretudo Cabo Frio. Ainda há os que vão
gozar os encantos da “Princesinha do Mar”, Copacabana, apesar se sua vida cara
e do transtorno naquele trânsito pesado da Cidade Maravilhosa, cheia de beleza
e cheia de perigo na violência comum de nossas metrópoles.
Mas já não estranhamos tanto essa onda
de violência, que tem chegado de maneira alarmante ao nosso interior.
A movimentação deste mês ocorre em mão
dupla, quando tantos moradores no município aproveitam o período de férias para
sair em busca de um bronzeamento da pele, como para se refazerem das energias
físicas e mentais da labuta do ano inteiro.
Enquanto isto, outro tanto de rio-branquenses ausentes vem matar saudade
de familiares, de amigos e dos tempos longínquos da infância vivida entre em
nossas ruas e praças; nos cinemas, nos rios Piedade e Chopotó, com seus açudes que eram verdadeiras
piscinas populares, sem muros e sem fronteiras.
Os campos de futebol dos subúrbios, os da zona rural, os Estádios da Boa
Vista e do Bouchardet foram palco de tantos jogos e campeonatos memoráveis,
cuja lembrança “mata de saudade”.
São comuns os que evocam esses tempos e
recorrem à letra de Ataulfo Alves no samba “Meus Tempos de Criança” para manifestar
um profundo sentimento: “Eu era feliz e não sabia...”
As festas de Natal e de Ano Novo têm
esta magia de promover reencontros, de evocar ídolos, parentes e amigos
presentes em muitas imagens fotográficas, mas há muito tempo fora desta vida,
na sucessão natural de gerações, ou mesmo no desaparecimento prematuro por
algum motivo fora do nosso controle.
Queremos que seja tudo festa; e que as
altas temperaturas do Verão permitam tão somente o prazer das praias, da
cerveja gelada, do bronzeamento sem exageros para evitar câncer de pele.
Queremos que as chuvas venham mansas
somente para amenizar os efeitos do calor, quando este trouxer desconforto.
Nossos rios se encontram impraticáveis para os saudáveis banhos ao ar livre,
como fora no passado.
Queremos que não haja as tormentas das
enchentes, porque estamos com a cidade cheia de áreas de risco às margens dos
rios, e ao longo de uma avenida construída sem critérios técnicos de segurança,
em desarmonia com o meio ambiente. O Rio Chopotó teria que ter uma calha com
dupla capacidade cúbica, para absorver as enchentes previsíveis para esta época
do ano.
Queremos que haja uma exceção neste
Verão, para os moradores ribeirinhos viverem a paz do Natal, e celebrarem tranquilos
junto com toda a população a Confraternização Universal da chegada de
2013. Mesmo que seja uma ilusão
momentânea. Mas, já que vivemos uma
esperança de transformação com a ascensão de Joaquim Barbosa na mais alta corte
de justiça do país, não custa sonhar mais uma vez. E aqui em Visconde do Rio Branco precisamos
da colaboração da Natureza para este sonho.
O sonho é o combustível que alimenta o ânimo para a vida.
Dezembro está começando bem. Pode ser
um intervalo de o povo ser feliz, apesar dos governantes e das trapalhadas da
classe política. Certamente a
continuidade do julgamento dos mensalões e seus atores fiquem para 2013, devido
ao recesso de fim de ano. Será o momento
de aproveitamos este interregno, este recreio cívico, para sonhar que as
gerações futuras serão governadas por quem respeite o patrimônio público; que os casos de improbidade e de
enriquecimento ilícito fiquem no passado;
que as maracutaias sejam lendas; que o analfabetismo seja apenas uma
referência de época.
Neste
intervalo, fará bem misturar as cores das árvores de Natal às nossas
ilusões. É uma trégua para respirar, para pensar que o salário do trabalhador
dê para casa, comida, escola, saúde, vestuário, higiene e uma reserva para
aposentadoria digna, tranquila, feliz.
Temos que torcer, cruzar os dedos, para
que o Verão a começar no dia 21 vença o mês de março sem tragédias, sem perdas
de vidas, sem prejuízos, sem dissabores.
Franklin
Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com
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