segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dezembro começa com tempo favorável às festividades


                  



         Até agora a cidade respira com certo alívio, porque dezembro começou sem os sinais de tempestade que despertam preocupação.

         A população torce para essa calmaria perdurar e que o período de Verão, a se iniciar no próximo dia 21, transcorra sem as tragédias das enchentes dos últimos anos.

         É o período das altas temperaturas e de chuvas fortes.  O calor intenso incentiva muita gente a procurar as praias, principalmente do litoral capixaba: Marataízes, Piúma, Vitória.  Outros preferem a Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, sobretudo Cabo Frio. Ainda há os que vão gozar os encantos da “Princesinha do Mar”, Copacabana, apesar se sua vida cara e do transtorno naquele trânsito pesado da Cidade Maravilhosa, cheia de beleza e cheia de perigo na violência comum de nossas metrópoles.

         Mas já não estranhamos tanto essa onda de violência, que tem chegado de maneira alarmante ao nosso interior.

         A movimentação deste mês ocorre em mão dupla, quando tantos moradores no município aproveitam o período de férias para sair em busca de um bronzeamento da pele, como para se refazerem das energias físicas e mentais da labuta do ano inteiro.  Enquanto isto, outro tanto de rio-branquenses ausentes vem matar saudade de familiares, de amigos e dos tempos longínquos da infância vivida entre em nossas ruas e praças; nos cinemas, nos rios Piedade e  Chopotó, com seus açudes que eram verdadeiras piscinas populares, sem muros e sem fronteiras.  Os campos de futebol dos subúrbios, os da zona rural, os Estádios da Boa Vista e do Bouchardet foram palco de tantos jogos e campeonatos memoráveis, cuja lembrança “mata de saudade”.    

         São comuns os que evocam esses tempos e recorrem à letra de Ataulfo Alves no samba “Meus Tempos de Criança” para manifestar um profundo sentimento: “Eu era feliz e não sabia...”

         As festas de Natal e de Ano Novo têm esta magia de promover reencontros, de evocar ídolos, parentes e amigos presentes em muitas imagens fotográficas, mas há muito tempo fora desta vida, na sucessão natural de gerações, ou mesmo no desaparecimento prematuro por algum motivo fora do nosso controle.  

         Queremos que seja tudo festa; e que as altas temperaturas do Verão permitam tão somente o prazer das praias, da cerveja gelada, do bronzeamento sem exageros para evitar câncer de pele.

         Queremos que as chuvas venham mansas somente para amenizar os efeitos do calor, quando este trouxer desconforto. Nossos rios se encontram impraticáveis para os saudáveis banhos ao ar livre, como fora no passado.

         Queremos que não haja as tormentas das enchentes, porque estamos com a cidade cheia de áreas de risco às margens dos rios, e ao longo de uma avenida construída sem critérios técnicos de segurança,  em desarmonia com o meio ambiente.  O Rio Chopotó teria que ter uma calha com dupla capacidade cúbica, para absorver as enchentes previsíveis para esta época do ano.

         Queremos que haja uma exceção neste Verão, para os moradores ribeirinhos viverem a paz do Natal, e celebrarem tranquilos junto com toda a população a Confraternização Universal da chegada de 2013.  Mesmo que seja uma ilusão momentânea.  Mas, já que vivemos uma esperança de transformação com a ascensão de Joaquim Barbosa na mais alta corte de justiça do país, não custa sonhar mais uma vez.  E aqui em Visconde do Rio Branco precisamos da colaboração da Natureza para este sonho.  O sonho é o combustível que alimenta o ânimo para a vida.

         Dezembro está começando bem. Pode ser um intervalo de o povo ser feliz, apesar dos governantes e das trapalhadas da classe política.  Certamente a continuidade do julgamento dos mensalões e seus atores fiquem para 2013, devido ao recesso de fim de ano.  Será o momento de aproveitamos este interregno, este recreio cívico, para sonhar que as gerações futuras serão governadas por quem respeite o patrimônio público;  que os casos de improbidade e de enriquecimento ilícito fiquem no passado;  que as maracutaias sejam lendas; que o analfabetismo seja apenas uma referência de época. 

         Neste  intervalo, fará bem misturar as cores das árvores de Natal às nossas ilusões. É uma trégua para respirar, para pensar que o salário do trabalhador dê para casa, comida, escola, saúde, vestuário, higiene e uma reserva para aposentadoria digna, tranquila, feliz. 

         Temos que torcer, cruzar os dedos, para que o Verão a começar no dia 21 vença o mês de março sem tragédias, sem perdas de vidas, sem prejuízos, sem dissabores.     

Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com    

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