A tentativa de desqualificar o Ministro
Joaquim Barbosa não vai inocentar os réus do Mensalão da ala petista. Os fatos
são públicos e notórios desde o assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de
Santo André-SP, que não concordava com o
desvio das propinas de empresas de transporte para membros do grupo partidário.
Segundo pesquisas, o destino das
propinas deveria ser a formação de Caixa 2 do Partido dos Trabalhadores.
Nos inquéritos sobre esse assassinato
aparece o nome de Zé Dirceu.
Houve várias execuções de pessoas ligadas às
investigações, e acidente suspeito com a promotora Eliana Vendramini,
responsável pela investigação e denúncia que apurava o assassinato do prefeito.
Gilberto
Carvalho que foi chefe de gabinete de Lula, tinha sido assessor principal de
Celso Daniel entre 1997 e 2002. Coincidência?
Os
investigadores acreditam que o ex-prefeito morreu porque não aceitava que a
propina destina ao Partido fosse usada para enriquecer membros do esquema,
entre eles Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, um dos acusados pelo
assassinato e condenado a 18 anos de prisão.
E após a
morte do ex-prefeito, várias pessoas ligadas ao crime como testemunhas ou participantes
foram assassinadas, em situações misteriosas:
§ Dionísio Aquino
Severo - Sequestrador de Celso Daniel e uma das principais testemunhas no caso.
Uma facção rival à dele o matou três meses após o crime.
§ Sergio - ‘Orelha’ -
Escondeu Dionísio em casa após o sequestro. Fuzilado em novembro de 2002.
§ Otávio Mercier -
Investigador da Polícia Civil. Telefonou para Dionísio na véspera da morte de
Daniel. Morto a tiros em sua casa.
§ Antonio Palácio de
Oliveira - O garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime pouco antes do
sequestro. Em fevereiro de 2003.
§ Paulo Henrique Brito
- Testemunhou a morte do garçom. Levou um tiro, 20 dias depois.
§ Iran Moraes Redua - O
agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito jogado na estrada e que
chamou a polícia em Juquitiba, morreu com 2 tiros em novembro de 2004.
§ Carlos Delmonte
Printes - Legista que atestou marcas de tortura no cadáver de Celso Daniel, foi
encontrado morto em seu escritório em São Paulo, em 12 de outubro de 2005.
Algumas pessoas alegam que não foram
somente essas sete pessoas assassinadas, e sim: 15.
Mas esse assassinato não fez parte do
processo de julgamento dos petistas condenados pelo Mensalão. Serviram de base os depoimentos do
ex-deputado Roberto Jefferson(PTB), que apontou Zé Dirceu como o chefe do
esquema e os demais participantes da formação do Caixa 2, com os recursos
distribuídos pelo empresário Marcos Valério, em suas ligações ilegais com
empresas e bancos estatais.
As ações de Joaquim Barbosa revelam
lisura quando ele começou a apurar os crimes nas bases petistas, responsáveis
por sua nomeação para o Supremo Tribunal Federal. E a sua determinação para as
investigações prosseguirem na origem do esquema confirma a independência de sua
atitude. Vai ao ninho tucano, o outro lado da moeda mensaleira, desde 1998,
quando Eduardo Azeredo usava, segundo denúncia, a COPASA, o BEMGE e COMIG para
fomentar recursos na formação do seu Caixa 2.
Poderíamos chamar de “cabeça” o esquema
do Mensalão petista/tucano. Mas ele é um modelo aplicado praticamente em cada
município brasileiro, envolvendo os mesmos partidos e outros, com financiadores
e beneficiários diferentes em cada lugar.
Em Visconde do Rio Branco ele passou
acintosamente nas eleições a prefeito de 2004, e nas de 2006, com a presença de
Juvenil Alves(PT – à época) associado a membros do próprio PSDB e alguns
partidos de menor expressão. Nesse episódio, o Mensalão era um dos ingredientes
da Operação Castelhana, que provocou a presença da Polícia Federal no
município, na busca de arquivos de informática de empresas e caça a políticos e
empresários locais.
Esse esquema continua em vigor e tenta
driblar a Lei da Ficha Limpa, para manter abertas as portas do financiamento
privado de campanha, formador do Caixa 2, disfarçado com as maneiras mais
sofisticadas de corrupção eleitoral.
Fazem tudo o que não pode, desde que não deixem provas. E nem sempre tem
havido vontade política de alguns responsáveis pelo poder judiciário para
apurar os fatos.
Em determinada ocasião, no passado,
diante da queixa de um partido contra o abuso do poder econômico e outras atitudes
irregulares do adversário, o promotor teria determinado ao queixoso que levasse
as provas, que ele mandaria apurar.
Ora! Nenhum partido ou militante tem
poder de polícia para ir atrás de infratores e colher deles depoimentos ou
qualquer prova de delito. Essa transferência de responsabilidade significa
mandar às favas o queixoso.
Outra questão polêmica refere-se à
improbidade, que, isoladamente é definida como “ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições”
E Improbidade Administrativa é o designativo
técnico para a chamada corrupção administrativa, que, sob diversas formas,
promove o desvirtuamento da Administração Pública e afronta os princípios
nucleares da ordem jurídica (Estado de Direito, Democrático e Republicano)
revelando-se pela obtenção de vantagens patrimoniais indevidas às expensas do
erário, pelo exercício nocivo das funções e empregos públicos, pelo tráfico de
influência nas esferas da Administração Pública e pelo favorecimento de poucos
em detrimento dos interesses da sociedade, mediante a concessão de obséquios e
privilégios ilícitos.
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