A COMUNIDADE LUSOFÔNICA
O que vem a ser lusofonia e a quantas anda a sua comunidade?
Trata-se dos povos que herdaram, a partir de Portugal, a língua de Camões, a “ultima flor do Lacio”, onde teria nascido o latim, do qual descende.
Mercê da expansão populacional do Brasil, no século XX, o português é a quarta língua mais falada do mundo. Espalha-se seu domínio por todos os continentes. Esta a conclusão de um recente estudo apresentado em Macau, nesta semana, intitulado “O valor da Língua Portuguesa: Uma perspetiva econômica e comparativa”, editado pelo Observatório da Língua Portuguesa e pelo Instituto Internacional de Macau. O estudo foi promovido e financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e é um trabalho da autoria dos investigadores José Paulo Esperança, Luís Antero Reto, Mohamed Azzim Gulamhussen, Fernando Luís Machado e António Firmino da Costa.
“Foi necessário esperar pelo crescimento populacional e pela afirmação económica do Brasil e das ex-colónias africanas, para que o português encontrasse o seu lugar entre as línguas europeias mais influentes na esfera internacional, logo a seguir ao inglês e ao espanhol”.
O documento sustenta também que “a partilha de uma língua comum facilita as trocas comerciais, do investimento direto e a circulação de pessoas, em lazer ou em busca de oportunidade de trabalho” e confirma que “a proximidade linguística é mais importante ao nível das migrações e do investimento direto”.
Em perspectiva, fica a ideia de um estudo mais aprofundado da relação entre o português e o espanhol, de grande significado para o futuro comum dos povos latinoamericanos.
Em Portugal, é forte, hoje, o movimento pela afirmação da língua portuguesa. Um grupo de intelectuais defende, inclusive, um distanciamento do seu país da União Europeia e maior aproximação com países luso-fônicos. Eles se agrupam na Revista, sob a direção de Paulo Borges, Celeste Natário e Renato Epifânio.
No Manifesto deste grupo, lançado em 2008, lê-se todo um capítulo voltado à lusofonia :
- O projecto
não se esgota na revista assim designada, sendo uma das expressões de um movimento mais vasto
de carácter cultural, cívico e pedagógico, o MIL: Movimento Internacional Lusófono, que pretende continuar o trabalho do movimento
da Renascença Portuguesa, no início do século XX, agora a uma escala também lusófona e planetária. Um movimento que pretende a
transfiguração do presente imediato e não apenas um futuro distante. Embora visemos em última instância transformar a sociedade, a
nação e o mundo, sabemos que isso só é possível a partir da nossa própria transformação individual e do seu alastramento contagiante a
outras transformações individuais. A este nível, de ninguém dependemos se não de nós mesmos e portanto tudo é desde já possível.
Destinamos estas ideias e proposta a todos os cidadãos, mais imediatamente aos portugueses e lusófonos, mas também aos
homens de todo o mundo, que na sua universalidade se possam reconhecer.
Propomos que, retomando o projecto de Agostinho da Silva
no final da vida, e a exemplo do culto popular do Espírito Santo, nascido na nossa Idade Média e disseminado por todo o planeta, todos
os que nestas ideias se reconhecerem se organizem em núcleos de debate e difusão desta proposta e sobretudo espaços de fraterna
convivência onde desde já se antecipe o mundo melhor que todos desejamos. É a partir deste movimento de base que se podem
progressivamente transformar os poderes instituídos, de modo a substituir-se uma política escrava da incultura, da vontade de poder e da
obediência aos
financeiros mundiais, pela acção de pessoas desinteressadamente empenhadas em servir o bem comum e com um
sentido ético-espiritual, cultural e civilizacional da política, que saibam e pratiquem como a sabedoria e o amor são indispensáveis à
melhor organização do mundo.
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