quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sayonara(QUARAI-RS) - Ditadura no Brasil e o filme





Ditadura no Brasil, época em que existia CENSURA, onde era extremamente proibido expor opiniões diferentes das que o governo permitia, época que artistas maravilhosos eram proibidos de criticar e negar servir aquela política.

   Com o fim da ditadura respiramos aliviados em saber que estamos livres para compartilhar nossas opiniões, será mesmo?
    Até onde vai nossa liberdade de expressão? Temos realmente essa tal liberdade? Acredito que não, ficamos presos a ideias antiquadas que não se encaixam mais em nossos tempos modernos.
    Pessoas mais modernas, que aproveitam sua liberdade de expressão, são severamente criticadas por pessoas mais velhas e/ou mais conservadores. Em uma sociedade moderna onde somos chamados de loucos e inexperientes. Será mesmo?
    Compartilhem a opinião sincera de vocês, pois aqui, garanto-lhes, não tem CENSURA.
Make Your Choice (Minha avaliação sobre o filme Saw)
Jogos Mortais para mim é a melhor série de horror policial já criada. Mais do que isso, cada vez que assisto a um dos filmes da saga compreendo muito além do sangue e da violência contida naquelas cenas. Enquanto uns assistem pela violência (isso é uma maneira de descarregar a violência contida no ser humano), e outros pela vontade de saber se o sujeito vai morrer, eu assisto por uma razão maior que compreendi. Jogos Mortais aborda o tema da vida e da morte como algo além da simples existência ou da extinção da vida. O filme nos leva a questionar o valor da vida, a responsabilidade das nossas escolhas, e principalmente, o sentido real da morte. Originalmente intitulado como Saw (em inglês “serra”, nome esse devido à utilização dessa ferramenta pelo Dr. Gordon para cortar seu próprio pé para fugir do cativeiro do primeiro filme), Jogos Mortais é uma série que conta a saga do serial killer John Kramer (conhecido no filme como Jigsaw) e suas vítimas. Curiosamente não é ele que mata as pessoas, e sim elas próprias que decidem como escaparão das armadilhas (inteiras ou não, e quando escapam). A filosofia de Jigsaw consiste no fato de que todas as pessoas envolvidas em suas armadilhas, de alguma maneira, eram ingratas com a vida que viviam. Por isso, ele as sequestra para que escapem de armadilhas e com isso possam dar mais valor a suas vidas. Isso para mim é fantástico.
Uma vez passado pelo sofrimento das armadilhas, o indivíduo ganha uma nova vida (literalmente), e com isso passa a dar valor a sua vida (se não conseguir, morre, também literalmente). Como o próprio Jigsaw diz após uma das vítimas sobreviver à armadilha: “Muitas pessoas são ingratas por estarem vivas… Mas você não… Não mais”. Essa frase é o resumo da filosofia (violenta, mas profunda) de Jigsaw. Ao se depararem com a morte (extinção da realidade), as pessoas se confrontam com os seus problemas por meio das próprias armadilhas (espelhos das consequências geradas pelos atos passados dessas pessoas). Uma vez conscientes que a sua própria vida está em suas mãos (e não de outras pessoas como geralmente nós pensamos), elas precisam fazer sacrifícios para sobreviverem. Aí temos dois pontos a considerar.
O filme mostra o homem em seu estado natural, o estado de sobrevivência, que para sobreviver, muitas vezes se esquece da “ética” e da “moral” e agride os outros para não “morrer”. No caso do filme isso é literal, como vemos nas cenas do primeiro filme onde Amanda precisa matar outra pessoa para desativar a sua armadilha. Mas também percebemos que a armadilha é um meio de libertação onde a pessoa ao encarar a morte toma consciência da importância da vida. No caso de Amanda, uma viciada em drogas, ela para escapar precisou pegar uma chave que estava no estômago do seu namorado que estava preso com ela por ser viciado. O seu namorado havia sido dopado a ponto de não sentir dor. Logo ao matar o namorado, ela estaria enfrentando as drogas (cujo uso foi incentivado pelo namorado) e por fim se libertando da morte pelas drogas (representada pela armadilha). Ao sobreviver à armadilha, Amanda passa a ver a vida de outro modo, pára de se drogar, e passa a seguir Jigsaw (até porque ele foi o “salvador” dela). Jigsaw é uma espécie de Anti-Messias (não confundir com Anticristo). Mais do que isso, ele é um Anti-Buda. Ele não salva as pessoas, ele mostra o caminho da salvação (não por meio do distante caminho da idealização do homem perfeito, mas por meio da realidade do medo e da sobrevivência). Como ele mesmo diz: “Faça a sua escolha. Viva ou Morra”. No sentido real do filme é sobreviver ou morrer. Mas trazendo para nossa vida, o fato de encararmos os nossos problemas por meio da morte (estado de mudança, nesse caso definitiva), nos mostra o quanto vulneráveis às consequências dos nossos atos e pensamentos somos, e como eles são importantes para a nossa vida. Em resumo, a ideia de Jigsaw não é matar as pessoas e sim transformá-las de modo radical (porque parece que só quando encontramos a morte é que realmente mudamos). Ao longo da série vemos essas mudanças de consciência como Amanda que deixou de se drogar, Jeff que perdoou o assassino do seu filho, dentre outras cenas. O filme também nos mostra a importância dos nossos atos por eles gerarem consequências para as outras pessoas. Isso é mostrado no quinto filme, onde todas as armadilhas são planejadas para que todos se ajudem para sobreviverem, entretanto o egoísmo das vítimas faz com que sempre uma pessoa morra em uma armadilha. No fim os últimos sobreviventes só conseguem escapar porque agem juntos. Isso mostra como as vidas de todos os seres humanos estão interligadas de modo com que as nossas ações podem atingir as pessoas que menos esperamos. Eu particularmente sou fascinado pelo filme também no sentido violento da coisa, porque as armadilhas simplesmente são fantásticas, não no sentido real da engenharia, afinal aquilo é uma maquina para matar, mas o sentido filosófico das armadilhas que dão um tom de reflexão ao filme. Ao analisarmos cada armadilha encontramos uma profunda relação com a vítima. Nas várias cenas, as armadilhas interligam não só as pessoas como também os acontecimentos ao longo da trama. Sobre as mesmas armadilhas há um detalhe. Em todas as armadilhas criadas por Jigsaw a vítima tem a chance de sobreviver para poder mudar de vida. Entretanto nem todas as armadilhas são criadas por Jigsaw, uma vez que ao conquistar “discípulos”, estes dão continuidade à filosofia de Jigsaw, nesse caso, criando armadilhas como um meio de “sentença” às vítimas.
Por isso, como disse, Jogos Mortais é muito mais do que uma saga de horror onde não se economizam os litros de sangue derramado. Jogos Mortais nos mostra o outro lado da existência humana, os seus conflitos internos e externos, o fato da brevidade da existência, e a importância dos atos no dia-a-dia, que nos mostra como todos estamos interligados e que precisamos de uns aos outros para sobrevivermos, pois a vida é a única coisa real que possuímos, e cabe a nós decidirmos como a levaremos. Quero deixar bem claro aqui que não faço nenhuma apologia sobre o modo de “castigo” aplicado neste filme, até porque acredito que ninguém tem o direito de julgar as ações de outros, ou fazer justiça com suas próprias mãos, assim como Jigsaw tenta apresentar. Mas o conceito da pessoa reavaliar suas escolhas, faz todo um sentido, e serve como reflexão. Pois muitas pessoas são muito ingratas com a vida … Mas espero que você não… Não mais… GAME OVER!

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