R$ 2.616,41
deveria ter sido do salário mínimo no mês de setembro último: 4,20 vezes os R$
622,00 vigentes. Em setembro do ano
passado, o necessário era de R$ 2.285,82: 4,19 vezes os R$ 545,00 vigentes
então. Conclusão: O valor real de agora é menor do que há um ano.
Esta
realidade joga por terra a apregoada recuperação real do salário mínimo usada
pelo governo do PT desde sua chega ao poder em 2003. E falavam de
“acordo entre o governo do
então presidente Lula e as Centrais Sindicais em 2009, que pactuou uma política
de recuperação do poder de compra do Piso salarial nacional até 2023.”
“O acordo, materializado
pela MP 474/09 (atual Lei 12.255/10), fixou o valor do salário mínimo para 2010
e previu, já para 2011, a aplicação da regra que deverá ser definida para os
períodos de 2012 a 2015, 2016 a 2019 e 2020 a 2023 em projeto de lei a ser enviado
ao Congresso até 31 de março de 2011, que consistirá na reposição da inflação
do ano anterior, acrescida da variação do PIB de dois anos atrás.” (www.paulorubem1212.com.br).
Com o “pib per capita” de
aproximadamente R$ 19.000,00, uma família de quatro pessoas contribui com R$
6.333,00 por mês para as riquezas produzidas no país. Esta família poderia ter
garantida uma renda de pelo menos a metade dessa renda: R$ 3.166,66. E ficaria
a outra metade para o governo e sua máquina. Já seria demais. A Inconfidência
Mineira explodiu por causa de 20% - os famosos quintos dos infernos!
E vejam que o salário
mínimo necessário fica abaixo daquela metade: R$ 2.616,41. Pelos cálculos do
DIEESE, seria o suficiente para um trabalhador e sua família poderem ter: “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente,
de modo a preservar o poder aquisitivo”, conforme determina a Constituição da República
Federativa do Brasil(capítulo II, Dos Direitos Sociais, artigo 7º, inciso IV).
Agora reparem: se esse
subsalário sofre redução real, o que dizer dos trabalhadores que se aposentaram
com mais de um salário mínimo? Eles que
vêm tendo seu valor real reduzido a cada reajuste, com percentuais inferiores
ao mínimo.
Os governantes deste país
rico, com alta renda por habitante, que destinam por tabela mísera remuneração
a mais de dois terços da população, têm sido injustos com a sociedade. Permitem
os privilegiados do alto da pirâmide concentrarem mais de 80% da renda e da
riqueza à custa da fome e da miséria do grosso da população. E banca um
assistencialismo demagógico e ineficaz aos brasileiros de pior situação.
Destina-lhes bolsas de belos títulos, que os mantêm dependentes e sem condições
de se emanciparem.
Com um mercado interno
fraco por causa dos baixos salários, as micros, pequenas e médias empresas têm
pouca oportunidade de prosperar. Mais de 60% requerem falência com menos de um
ano de atividade. E os assalariados são obrigados a se manter carentes em
relação à educação, cultura, laser e à evolução individual que todo mundo
aspira. A falta de escolas públicas,
gratuitas e de qualidade em todos os níveis, deixa quem quer aprender refém da
indústria dos diplomas das faculdades particulares. Por isto há tanto
analfabeto absoluto e funcional.
Não por acaso candidatos
do partido do governo correm risco de perder eleições depois de amanhã. O
governo dos trabalhadores tem bancado o verdugo de quem gera riquezas, e privilegia
os especuladores.
É um clima de contraste:
os institutos de opinião revelam alta aprovação do governo Dilma(62%). Mas, nas
urnas, os seus correligionários estão passando por agruras.
Isto aconteceu também no
tempo do Lula.
Faz duvidar da seriedade
dos institutos de opinião. Parece que as pesquisas obedecem à vontade de quem
as encomenda. Como essa aprovação não
passa por confirmação direta, fica o dito por não dito.
Nas pesquisas sobre
eleições, os institutos se esmeram por acertar, ou aproximar dos resultados em
expectativa, para conquistar credibilidade. Dentro do jogo capitalista, as
pesquisas são mercadorias para serem vendidas oportunamente a quem possa pagar.
A exploração oficial do
trabalhador é vista nesta realidade:
A Constituição Federal(Lei
maior do País), estabelece que o Salário Mínimo deveria ser de R$ 2.616,41, em
setembro. Se diz a Constituição, é um Direito.
No entanto o governo paga
e manda pagar somente R$ 622,00 ao trabalhador. São apenas 23,77% dos seus
direitos. Não chegam à quarta parte do que precisa, merece e que a renda
nacional permite. Logo, o assalariado
sofre um confisco de 76,23% da sua renda. É um imposto não declarado. Um
escândalo social! Ninguém paga isto ao
governo. Nem o maior milionário paga mais de três quartos de sua renda ao
Tesouro Nacional! Como, então, admitir esse
absurdo para quem é menor remunerado?
Este domingo vai ser um
bom termômetro para conferir a popularidade da presidente Dilma e seu partido.
Os 5.568 municípios vão dizer nas urnas se é mesmo bom o governo, ou se as
pesquisas estão blefando.
Hoje, em Visconde do Rio
Branco, houve muito foguete e movimentação política de grupos, chegando a dar
impressão, no primeiro momento, de que estaria ocorrendo carreata. Mas foram
fatos isolados que não podem ser caracterizados como infração às regras
eleitorais.
Carros de som também passaram
divulgando propaganda, de uma maneira tímida, sem os alardes dos exagerados
decibéis que costumam acontecer durante a campanha formal.
DIEESE
Período
|
Salário mínimo nominal
|
Salário mínimo necessário
|
||
2012
|
||||
Setembro
|
R$
622,00
|
R$
2.616,41
|
||
Agosto
|
R$
622,00
|
R$
2.589,78
|
||
Julho
|
R$
622,00
|
R$
2.519,97
|
||
Junho
|
R$
622,00
|
R$
2.416,38
|
||
Maio
|
R$
622,00
|
R$
2.383,28
|
||
Abril
|
R$
622,00
|
R$
2.329,35
|
||
Março
|
R$
622,00
|
R$
2.295,58
|
||
Fevereiro
|
R$
622,00
|
R$
2.323,21
|
||
Janeiro
|
R$
622,00
|
R$
2.398,82
|
||
2011
|
||||
Dezembro
|
R$
545,00
|
R$
2.329,35
|
||
Novembro
|
R$
545,00
|
R$
2.349,26
|
||
Outubro
|
R$
545,00
|
R$
2.329,94
|
||
Setembro
|
R$
545,00
|
R$
2.285,83
|
||
Salário mínimo nominal: salário
mínimo vigente.
Salário mínimo necessário: Salário
mínimo de acordo com o preceito constitucional "salário mínimo fixado em
lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais
básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado
periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação
para qualquer fim" (Foi considerado em cada Mês o maior valor da ração
essencial das localidades pesquisadas. A família considerada é de dois
adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto.
Ponderando-se o gasto familiar, chegamos ao salário mínimo necessário.
|
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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