Os Estados Unidos e os países europeus
que dominam a economia mundial estão em crise financeira porque nunca tiveram
parcimônia em gastar tudo aquilo que sugam historicamente das suas ex-colônias. Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Itália,
Japão e Alemanha pouco ou nada têm de riquezas naturais, mas se acostumaram a
saquear a natureza dos povos dominados mundo a fora. Assim construíram
monumentais reservas em ouro, ferro, iguarias e outros bens que as suas ilhas e
arquipélagos não produziam, mas arrancavam das gentes primitivas, desarmadas e
simples dos continentes habitados, mas que eles chamavam de “descobertas”.
Na América, somente o Canadá e os
Estados Unidos constituem exceção das relações exploratórias porque são os
únicos do Continente(Novo Mundo) que estão incluídos no grupo do Primeiro
Mundo. Coincidentemente, são os únicos
de considerável porte, que não fazem parte dos colonizados pela Península
Ibérica – Portugal e Espanha. E tiveram uma relação um pouco mais civilizada
com os habitantes da área dominada, principalmente por terem evitado o trabalho
escravo na lavoura. Entretanto, a
história registra a crueldade das polícias montadas estadunidenses contra seus
indígenas, no avanço para oeste para construção de estradas de ferro e ampliação dos campos de cultura. Parece que uma mentalidade diferente norteava
a colonização daquele espaço norte-americano:
a busca de territórios para abrigarem as crescentes populações do arquipélago da
Inglaterra(Reino Unido) e da França. É como se desejassem uma Nova Inglaterra e uma Nova França.
Já na América Latina, tudo o que
fizeram Espanha e Portugal era a dizimação de cultura e gente em uma ocupação
predatória, sem interesse de civilização.
Disto resultante o desaparecimento dos Maias, Aztecas e Incas com sua
cultura milenar, como a não deixar pedra sobre pedra.
Em relação aos índios, Portugal foi
mais cruel. Sobreviveram somente os que
se embrenharam para os pontos mais distantes do litoral, onde os cavalos e as
espadas não chegavam.
Tanto assim,
que o Guarani sobrevive como idioma de parcela considerável dos países de
língua espanhola. Na Bolívia, de Evo
Moraes, os nativos constituem 66% da população:>2 em cada 3 habitantes. No
Brasil, ex-colônia portuguesa, houve verdadeiro genocídio de silvícolas – quase
extinção.
Estados Unidos conquistaram
relativamente cedo sua independência.
Recusaram a política econômica liberal da Inglaterra inspirada por Adam Smith, que visara sugar sua economia; e
se impuseram como país independente. Foi
fácil porque as elites da ex-colônia e da pátria mãe tinham muita coisa em
comum. Tornaram-se aliados naturais e o
país do Tio Sam lidera hoje o grupo imperialista do mundo. E contribui para
invadir outros territórios e extorquir suas riquezas a favor das grandes
empresas do grupo, na exploração de petróleo, ouro, bauxita, prata, nióbio e a variada
biodiversidade como a da Amazônia.
Desse processo exploratório ao longo da
história, Minas Gerais ficou em buracos e Portugal com o Ouro, a Inglaterra com
o Ferro, Estados Unidos e Japão ficam com o Nióbio. Fazem foguetes, aplicam em
tecnologia. Criaram instituições de ensino
de excelência, aprimoraram cérebros
humanos que fazem máquinas inteligentes.
França é menor que Minas Gerais. Todos extraem nossas riquezas naturais como
matéria prima e transformam em bens de consumo de alta qualidade e nos vendem
com lucros milionários.
Mesmo assim, suas despesas excedem as receitas. Entram em
colapso e mandam nossos governantes nos impor desemprego, irrisórios salários e
escorchantes impostos. Ficamos com o
mercado interno fraco para as pequenas e médias empresas. As grandes são voltadas para a classe alta
doméstica, os 10% mais ricos, e o mercado externo. Para esses não falta dinheiro. O governo abre as portas do Tesouro para
socorrer os grandes, os donos do poder e tutores dos governantes.
A crise é dos países “ricos”,
perdulários e espoliadores. Esses jogam
os custos da crise sobre os povos explorados para quem faltam moradia, comida,
escola, saúde, lazer, e tudo aquilo que forma as necessidades básicas de
sobrevivência mais o sonho eterno da felicidade e da fartura, que todo ser
humano merece e aspira.
Esta situação chega aos municípios e
povoados onde há sempre os políticos muito bem pagos com o suor e sacrifício do
povo, a serviço dos controladores do grande capital. São tão descontrolados esses controladores
que, apesar de toda a rapinagem, levam o sistema ao colapso.
Cada colapso é o fim de um ciclo e o começo de outro, que dá
origem a invasões e domínio de outros povos possuidores de bens naturais,
sempre cobiçados e usurpados pelos milenares perdulários que cobrem seus
palácios e templos de fausto e ostentação, com obras riquíssimas talhadas em
matéria prima saqueada em terras alheias.
Os municípios pagam com o sacrifício de
sua gente o brilho e a opulência de quem nada tem de seu, nada produz e somente
desfruta do alheio.
(Franklin Netto –
viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário