Todos nós gostamos desta época do ano,
como oportunidade de confraternização,
reflexão e abrir expectativas para o ano que se iniciará daqui a uma semana.
Neste clima, há o reencontro das
pessoas ligadas por laços de amizade, ou de sangue, nos variados graus de
parentesco, e que um dia tiveram de se distanciar, cada um por contingências
pessoais muito variadas.
Cada município é o ponto de
convergência das pessoas de sua origem espalhadas pelo mundo. Visconde do Rio
Branco não é diferente. Seus quase 40.000 habitantes têm ligações históricas de
parentesco, quando estudadas as árvores genealógicas que levam os estudiosos às
origens da sua população há poucos séculos do passado.
Quem está longe não se esquece de sua
cidade, das suas imagens, das suas paisagens, porque nelas estão incrementadas
histórias, identidades, DNAs, muitas vezes sentidos inconscientemente, mas de
maneira tão forte, que fazem vibrar emoções fluentes, involuntárias, fora de
controle.
Os reencontros alimentam energias,
fazem despertar sentimentos adormecidos, transportam a mente a vivências da
infância, do contato com seres amados que o tempo levou, e que revivem nestes
momentos de recordação e saudade. Há um
misto de riso e lágrima. Riso por sentir
como realidade a presença desejada; e lágrima por “acordar” do devaneio e sentir
o seu vazio. E essa alternância entre a
fantasia e a realidade faz bem, revigora, faz sentir reforçado o amor próprio e
a auto-estima por uma ancestralidade que deixou valores conservados pelo tempo
e pela ordem natural da sucessão de gerações.
Todos rio-branquenses têm algo em comum,
por mais diferentes que sejam suas relações de contato, de convivência e seus níveis sociais. Há
sempre uma saudade em cada um na contemplação da paisagem que forma o todo do
Município e, especialmente, no cenário característico das edificações gravadas
na mente desde longínquo passado, no perímetro urbano. Cada uma delas reflete a imagem, o jeito de
ser dos antigos moradores, muitos dos quais influíram na formação e no modo de
pensar e agir dos que hoje retornam à cidade, e dos que nela permanecem e vêem
desaparecer cada um a seu tempo, e sempre deixando um legado.
Por isto, nossos prédios têm
identidade, têm imagem, tem algo a contar.
Neles existiram professores, comerciantes exemplares, cidadãos alegres e
espontâneos. Uns nos ensinavam a ler,
escrever, raciocinar, filosofar, fazer contas;
outros nos passavam exemplos de ética e educação, com a sua forma de
atender e servir; outros mais nos alegravam com piadas e brincadeiras sadias e,
às vezes nos advertiam sobre conduta inconveniente.
Além das pessoas, há lembranças das
instituições educacionais, de lazer, de saúde, cada qual na sua importância
específica, onde ampliamos nosso arco de convivência, nosso conhecimento sobre
o lado melindroso da vida. E até os de conduta inconveniente – mais raros
quanto mais distantes no tempo – tiveram sua utilidade de nos mostrarem, sem saber, aquilo que
não deveríamos ser.
Os reencontros desta ocasião simbolizam
marcadamente uma volta ao passado, uma tentativa sonhadora de resgate de
valores que depois de curtidos, desfrutados e bem vividos, nos despertam para a
realidade do presente e os desafios do futuro.
Mas, para não estragar a festa, o melhor é viver o “aqui e agora”, ainda
sob os ares saudáveis do outrora, e sentir uma lavagem da alma.
É tempo de respirar vagarosa e
profundamente; relaxar e abraçar as pessoas queridas que nos cercam, cada uma
trazendo em si muito daquilo que o tempo nos levou. Vamos viver esses momentos raros, somente
possíveis uma vez por ano, ainda que navegando em sonhos e quimeras, mas que nos
mantenham uma réstia de esperança.
2013 será melhor?
Depende de cada um de nós.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário