O país teve em janeiro último a quarta parte de novos empregos em
relação ao mesmo mês do ano passado. A Agência Brasil diz
que, em janeiro de 2012, foram criados 118,8 mil postos. E agora apenas 28,9
mil. O reajuste do salário mínimo em
apenas 9% no mesmo mês é reflexo dessa recessão. Apesar de o índice ser anunciado como
superior ao da inflação (5,84%) oficial, não repõe o poder de compra. A cesta básica subiu mais.
Os órgãos de apuração dessas oscilações
são imprecisos e pouco objetivos sobre o aumento total da cesta básica. Citam apenas itens isolados que demonstram a
razão do descompasso entre os reajustes salariais e a elevação do custo de
vida. Alguns casos são bastante expressivos para se entender a perda real do
valor dos salários. Por exemplo, o arroz aumentou 13,89% enquanto o feijão teve alta de 59,95%.
E comprometem pesadamente a mesa do trabalhador. Os números oficiais são duvidosos. Poucas
vezes confiáveis.
A crise do sistema financeiro no mundo e no
Brasil é jogada sobre os ombros da classe trabalhadora, indefesa diante do poder econômico
e político nas mãos dos especuladores. A
reserva cada vez maior de superávit primário destinado a pagar juros da dívida
pública espelha bem a prioridade governamental. Os rendimentos de capital estão
sempre garantidos.
Se parte desse superávit fosse destinado ao
parque industrial e à produção de bens de primeira necessidade, abriria maior
número de vagas de trabalho. Mas isto o
capitalismo evita para não enfraquecer o domínio da classe patronal nas
relações de emprego. Da maneira como está, facilita o barateamento da folha de
pagamento, com a rotatividade da mão de obra. Uma empresa dispensa um
funcionário que recebe R$ 4.000,00, e contrata dois de R$ 1.000,00. Mascara as estatísticas de geração de
emprego. E aumenta a concentração de renda.
Enfraquece o mercado interno. É um jogo que prejudica as pequenas e
médias empresas. E beneficia as grandes exportadoras nos preços competitivos
por sua produção com força de trabalho barata, e para terem sua receita em
dólares do mercado externo.
Os vários fatores
contribuem para o Brasil ter tido o 2º menor crescimento da América Latina: “apenas 1,6% em
2012, a segunda pior taxa dos 20 países da América Latina e à frente apenas do
Paraguai, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(Cepal). Enquanto isto, países menores e
que não dispõem de riquezas naturais como o nosso, têm posições de melhor
crescimento:> encabeçado
pelo Panamá (9,5%), seguido do Haiti (6,0%) e do Peru (5,9%). A Bolívia, o
Chile, a Costa Rica, a Nicarágua e a Venezuela cresceram 5% no ano, enquanto o
México teve expansão de 4%.
Merece destaque o Haiti, o
pais mais pobre do mundo, até há pouco tempo arrasado e está com os 6,0% de
crescimento.
De que adianta o Brasil
estar conquistando a colocação de 5 ª Maior Economia do Mundo diante desta
realidade?
E existe o agravante de
estar sendo governado por um partido dito dos Trabalhadores há mais de 10 anos!
Quando percorremos todo o
território de Visconde do Rio Branco, do Estado de Minas Gerais e do Brasil, o
que mais vemos são terras férteis sem qualquer plantação. Não vemos mais os milharais,
os arrozais, os tomatais que chegavam até as beiras das estradas. Tantos
produtos manufaturados com marcas estrangeiras dominam as lojas brasileiras que
preferem se denominar “houses” e mostrar os estoques como griffes.
Carência há muita,
principalmente de gêneros alimentícios. Por isto são caros. Se as terras fossem
exploradas com fins sociais, haveria fartura, com ocupação de mão de obra, e
preços ao alcance da população. Do mesmo modo, a indústria brasileira de
pequenas e médias empresas poderia ser incentivada com os recursos que o Banco
Nacional do Desenvolvimento (BNDES) libera para as multinacionais comprarem
empresas estatais, como a Vale do Rio Doce e outras. Não só o BNDES, como o Banco do Brasil e a
Caixa Econômica Federal.
Multiplicar a quantidade
de pequenas e médias empresas dá ocupação para seus proprietários e dirigentes,
e para muitos funcionários que diminuiriam, ou acabariam com o desemprego. Nesse
estágio, o valor da mão de obra cresceria dentro do próprio sistema do
neoliberalismo, com a lei da oferta e procura.
A Globalização foi uma
armadilha para colocar os países do terceiro mundo a colocar seus valores e
suas riquezas nas mãos dos liderados pelos Estados Unidos da América, sempre
insaciáveis na sua perdulária gastança com armamento como meio de oprimir e
dominar os seus sustentadores.
E o Brasil, o Gigante das
Américas, fica pequeno no mundo com seus governantes entreguistas que até para
nomear um ministro da fazenda tem de contar com o beneplácito do Império do
Norte. O povo paga tudo com a fome e a miséria gerada pelos elevados impostos
diante dos salários e vencimentos irrisórios.
Os intermediários dessa
infâmia são os 10% mais ricos que abocanham os 75% da renda nacional produzida
por todos. Em cada município há os representantes desses 10% que espoliam o
povo.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário