Não só as obras da UPA24h geram
polêmica. A nota divulgada pela prefeitura com o anexo sem conteúdo ficou sem
explicação. A comissão que viajou a Belo Horizonte deixou em branco os
esclarecimentos que faltavam para justificar a paralisação da obra. A presença do prefeito na Câmara dos
Vereadores foi insuficiente para deixar a população a par das razões alegadas. O Executivo tem um portal na Internet que
poderia dar mais transparência à real situação.
Além da UPA24h, o povo precisa saber
como está funcionando o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no
Hospital São João Batista e na Casa de Saúde Santa Rosa. Na semana passada, acompanhantes de pacientes
que aguardavam atendimento no Hospital, diziam que a Casa de Saúde somente
estava atendendo em caráter particular, isto é, sob pagamento ou por plano de
Saúde. Hoje, entretanto, há informações seguras
de que aquela Casa está com a enfermaria cheia de pacientes pelo SUS.
Fica um vai-e-vem de informação e
contra-informação parecendo clima de guerra. E o povo desorientado no meio de
tanta balbúrdia.
Do mesmo modo, ninguém sabe como acontece o fornecimento de remédios: se na Farmácia Municipal (Farmacinha da
Prefeitura) da Rua Major Felicíssimo – Estrada de Ferro; se na Farmácia Popular. Ficam
os rumores sobre impossibilidade de portadores – parentes ou responsáveis pelos
doentes – de receberem os medicamentos de praxe. Ninguém sabe o que mudou, se mudou, e como
mudou. Tudo retrata falta de
planejamento que, se houvesse, os trabalhos fluiriam naturalmente com os
interessados e necessitados sabendo os passos a dar, como, quando e onde
buscar.
O povo quer, precisa e tem direito a um
critério definido pelos agentes públicos, dentro de suas responsabilidades
específicas, com os atendentes de cada setor habilitados para suas tarefas. O
Portal da Prefeitura na Internet seria um veículo eficaz de orientação se
publicasse com clareza e objetividade tanto sobre os serviços públicos do
Hospital São João Batista e da Casa de Saúde Santa Rosa, como os passos a
seguir para obtenção dos remédios. E
todas as repartições da administração da respectiva área deveriam estampar em
suas dependências essas formas de atendimento.
Com essas providências, a imprensa falada e escrita, como também as
redes sociais virtuais contribuiriam com segurança para divulgar as informações
de interesse público.
A impressão reinante é de que os
próprios funcionários das repartições não têm certeza do que pode e do que não
pode no seu setor. É como se houvesse ordem e contra ordem a todo o momento,
como se, de repente, uma determinação pudesse alterar a rotina estabelecida. Parece um estado de improvisação, de
incertezas.
Até a Dengue, que está batendo à nossa
porta, ninguém sabe de quantos casos foram notificados. As divulgações a
respeito soam mais como propaganda do que como serviço em andamento.
O Consciência da Mata está pronto para
contribuir com os esclarecimentos úteis à população. Divulgamos ontem a escala
da visita do Fumacê pela cidade, porque está no Portal da Prefeitura, como documento
oficial. Assim, estaremos cumprindo nosso dever de divulgar outras ações que
houver efetivamente. Mas lamentamos o
zig-zag em que estamos vivendo em relação aos serviços de Saúde.
Os vereadores, salvo raríssimas
exceções, parecem submissos ao poder executivo. E permitem suas reuniões
ficarem resumidas a uma ação entre amigos. Até o cidadão comum, que vai
assistir a uma reunião, fica limitado e constrangido no seu comportamento
diante dos edis. A Câmara poderia colaborar com a população, ao cobrar da
Prefeitura definição de seus trabalhos, no momento mais cruciante, que está sendo na área da
Saúde. E ajudar a divulgar no Site tudo
o que os cidadãos e as cidadãs precisam saber na busca diária de atendimento. A cidade parece atordoada. Ninguém sabe para
onde vai.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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