Não resta mais
dúvida de que houve vários erros na obra iniciada da Unidade de Pronto
Atendimento 24 horas-UPA- na Rua Eugênio de Melo, ao lado do Clube dos
Bancários. A documentação apresentada pela administração atual, com base em
demonstrativo da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, evidencia a
realidade. Por aquela documentação, o terreno pequeno e a proximidade do Rio Chopotó
inviabilizam uma unidade de saúde daquele padrão, naquele lugar.
Se tudo ficar
como está, terá sido um desperdício de dinheiro público, pelos erros cometidos
na administração passada.
Nem a administração passada,
nem a presente é dona do patrimônio do povo do município. Cada qual tem que
zelar por esse patrimônio como um bem de todos. O terreno, como a obra iniciada
agora, fazem parte desse bem. Um chefe de executivo não deve gastar errado, nem
o outro deve desperdiçar. Aqueles bens
têm outra serventia. Com espírito
público podem se transformar em outro bem que sirva à população. Se o Rio está próximo, provavelmente o solo é
fértil, bom para uma horta comunitária ou escolar e para todo tipo de pesquisa
que o aproveitamento da área ofereça. Do
mesmo modo, a obra paralisada poderá ser erguida para outro fim. Ali existem o Clube e várias unidades
residenciais, talvez à mesma distância do curso de água. Até agora não temos
notícia de que qualquer desses prédios haja sido declarado área de risco.
Rua Eugênio de Melo. Obra iniciada da UPA24h. CM 23/12/2012
Quanto à construção da
UPA24h, a Zona Urbana oferece muitos outros lugares para esse fim, dentro dos
moldes técnicos estabelecidos. Fazer de
um limão uma limonada depende de vontade, criatividade e inteligência. Experiência
também ajuda. Não se justifica
inviabilizar uma conquista social, porque a administração passada errou. Na
verdade o Município errou. E o Município
continua, agora nas mãos da administração atual.
A passada é pretérito perfeito: passou. E
aquela administração assumiu os erros da administração do pretérito mais que perfeito, de
outro passado que agora é presente: os erros de nascença da Avenida Beira-Rio,
que teve também vários erros: político, de custos, de cálculo, ambiental,
social. O tempo mostrou que a Avenida
veio para justificar uma ponte feita literalmente em vão, da Rua Dr. Altino
Peluso (Caminho da Vovó) para ficar pendurada sobre o Chopotó. Teve um preço
muito elevado, com as indenizações das desapropriações e da obra em si. Deixou de considerar o volume de águas das
enchentes passadas, desde a de 1932. Destruiu
as matas ciliares que têm por finalidade proteger o leito do rio contra
assoreamento, e para manutenção da umidade e dar consistência à terra. Criou muitas áreas de risco às suas margens
para construção de casas e atividades comerciais. Colocou muita vida em risco e
bens particulares sujeitos a prejuízos.
Av. Beira Rio e a Ponte. CM 23/12/2012
Nos oito anos da administração passada,
muito dinheiro público teve de ser gasto para reparar os estragos das enchentes
de 2006, 2008, 20010 e 2012. Até hoje
não tivemos notícia se a administração passada alegou erros da administração do
pretérito mais que perfeito para deixar de lado a tentativa de reparação dos
danos causados pelas enchentes, previsíveis se cálculos houvesse na área da
engenheira civil e de obras públicas. O trecho entre as Pontes da Água Limpa e
do Carrapicho ficava trafegável durante poucos meses do ano. O tempo das obras
de recuperação era longo.
Av. Beira Rio. Obras para recuperação, após enchente de 2006
Av. Beira Rio, após enchente de 02/01/2012. Site da Prefeitura.
Av. Beira Rio. CM 09/07/2012.
Av. Beira Rio - 03/07/2012
Av. Beira Rio. CM23/12/2012.
Av. Beira Rio. 23/12/2012.
Av. Beira Rio. CM 23/12/2012
Av. Beira Rio. CM 23/12/2012
Av. Beira Rio. CM 23/12/2012
Av. Beira Rio. CM 23/12/2012
Com a UPA um médico errou na área da
Saúde. Com a Beira Rio um engenheiro
errou na área das construções. A diferença está em tentar corrigir o erro com
eficácia. Para a UPA há solução porque
existem vários terrenos em condições de satisfazer as exigências técnicas do
projeto. Para a Av. Beira Rio fica
difícil porque ela não pode sair do lugar.
Talvez um viaduto, que a engenharia possa projetar, resolva.
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