terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O Prefeito Iran Couri e o terceiro mandato





        O Engenheiro Prefeito Iran Silva Couri iniciou hoje o seu terceiro mandato, com a cerimônia de posse aos 30 minutos desta madrugada na Câmara de Vereadores. Completará em 2016 doze anos alternados à frente do poder executivo de Visconde do Rio Branco, com possibilidade legal de reeleição, para atingir o que parece ser seu maior objetivo: quatro mandatos para igualar-se a seu principal rival, o médico João Antônio de Souza.

        No seu pronunciamento de posse destacou o asfaltamento da estrada que liga a cidade ao povoado de Santa Maria, seu fiel reduto eleitoral.  E prometeu construir o Canil Municipal, uma reivindicação dos integrantes da Asoripa – Associação de Proteção aos Animais.
       
        Se confirmado esse asfaltamento, será beneficiada também a zona rural da Floresta e, por extensão, os usuários do antigo campo de aviação, que ali praticam esporte de aeromodelismo, ultra-leves e onde pousam também alguns aviões de menor porte. Aquele campo, há mais de meio século, recebia aeronaves mono e bimotores e tinha hangar, onde ficavam permanentemente pelo menos dois aviões de aeronautas rio-braquenses ou de outras origens, com afinidades com esta cidade.  Esses fundaram o Aero Clube na Praça 28 de Setembro, que se tornou uma associação recreativa frequentada pela elite local.
Imagem: Clube de Voo da Flores


        Mas o asfalto, ao passar pela Floresta, estará a poucos quilômetros da Piedade de Cima, cuja população certamente reivindicará a pavimentação até a sua base, onde existem consideráveis atividades comerciais, movimento religioso em torno da capela, e escola, que justificam o alcance do benefício. As duas zonas rurais aproximam as relações deste Município com Divinésia, Paula Cândido, São Geraldo, Coimbra e Viçosa, que poderão sentir-se incentivadas a fazer sua parte na ligação de suas zonas rurais com a mesma qualidade.       

        Não diríamos mais que isto são promessas, porque se trata do prefeito empossado, não mais do candidato. E ao povo convém manter a atenção voltada para os demais problemas do Município. Os desafios maiores estão bem no centro da cidade, do ponto de vista urbanístico, do social, da saúde e da educação. Há um consenso geral de que o maior problema de Visconde do Rio Branco está no enfrentamento das enchentes, sobretudo na extensão dos rios Piedade e Chopotó, no perímetro urbano.  As áreas de risco criadas com a concessão de alvarás para construção de prédios dentro dos rios, e a o resultado da abertura da Avenida Beira Rio, fora dos critérios que evitassem o impacto ambiental, causaram situações graves e delicadas que põem vidas em risco e causam elevados prejuízos a particulares e ao patrimônio público.
Construções dentro do Rio - Áreas de Risco. CM 16/07/2012


Construções dentro do Rio - Áreas de Risco. CM 16/07/2012

Construções dentro do Rio - Áreas de Risco. CM 16/07/2012

        E o prefeito, engenheiro com mais 20 anos de experiência de quando criou aquela avenida no seu primeiro mandato iniciado em 1993, há de saber dar solução aos problemas daquela via pública aberta no espaço destinado às matas ciliares, protetoras do nosso principal curso de água. Para o leigo, o problema não parece ter solução. Mas o técnico, com formação superior específica de excelência, há de saber como resolver as questões naturais de estática e da lei da gravidade. 

        A massa de água das enchentes, que diminuem seu tempo entre uma e outra, entrou em desequilíbrio com o espaço reservado ao seu escoamento. Essas águas se tornam violentas contra os obstáculos encontrados no seu caminho. Mas esses obstáculos violentam sua necessidade natural de passagem em direção ao mar. Se elas caem desde as nascentes, precipitam-se na explosão das tempestades, descem dos morros para os rios, nada mais fazem do que serem empurradas para as partes baixas. 

        Aberta a Avenida, criaram-se atividades no seu curso. A calha continua rasa para qualquer tempo de chuva que dure algum tempo: uma semana, duas talvez.  Se os arredores estiverem encharcados, qualquer chuva a mais faz os rios transbordar, como tem acontecido nos últimos tempos. E as laterais daquela pista ribeirinha sofrem tremendas erosões - principalmente entre as pontes do Carrapicho e da Água Limpa -,  desbarrancamentos em vários pontos, que vêm dependendo de muito trabalho de reparação. Por muito tempo ficam interditadas.  Gastam muita verba pública que poderia estar sendo usada na conservação de outras pistas.
Av. Beira Rio, após enchente de 02/01/2012. Imagem: Site da Prefeitura


        Nesta quarta-feira, 02, faz um ano da última enchente.  Fez muito estrago.  E a Beira Rio ainda não foi totalmente recuperada. Com todos os arrimos(gabiões), com todos os muros de contenção, com todo o tapa-buraco, continua com vários pontos vulneráveis.  E esta é uma situação melindrosa, porque o problema se tornou crônico.  Basta pensar em nova enchente, que vem a expectativa de ver a Beira Rio danificada.
Trecho da Beira Rio em obras. CM 23/12/2012


        Assim, está o criador agora diante da criatura. O erário precisa desvencilhar-se dessa teia de aranha, para investimento em outras áreas. O nível de saúde que o Município alcançou precisa ser mantido, ou elevar-se; a educação continua a ser uma das grandes necessidades. Falta ainda para a população maior número de cursos superiores, e ao alcance de todos. 

        Em uma sociedade realmente democrática, todos os segmentos da sociedade têm que ter oportunidade de alcançar os cursos superiores. Não pode ser privilégio dessa minoria dos 10% mais ricos que ficam com quase toda a riqueza produzida por todos. As escolas públicas de tempo integral são o caminho para os cursos básico e médio de qualidade, onde estudantes e professores passam todo o dia no ambiente da escola. Discentes e docentes têm oportunidade de crescer: uns para ensinar, outros para aprender.  E para o Município tem que aumentar o número de cursos superiores, para evitar a necessidade de estudantes saírem para outras cidades, como Ubá, Viçosa e Juiz de Fora, com o fim de completarem seus estudos. O Município atingiu, em 2.009, o PIB per capita de R$ 13.390,47 por ano.  Equivale a uma renda mensal por pessoa de R$ 1.115,87.  Deve ter atingido, em 2012, pelo menos R$ 1.500,00 mensais. 

       Se cada pessoa produz esse valor, por que, ao menos a metade não retorna a cada um?

       Certamente, alguns ficam com o quinhão dos outros.

       A função dos administradores políticos seria, em um sistema justo, administrar através de impostos, salários e serviços públicos essa relação entre o produto e o consumo; entre a renda e os benefícios; entre os deveres e os direitos.

       O prefeito Iran foi empossado nesta madrugada, depois da posse dos vereadores e eleição da Mesa do Legislativo. Paulinho Pé de Barro é o Presidente da Casa. Ele e mais quatro garantem maioria da situação, que vão facilitar o trabalho do prefeito. A Oposição ficou teoricamente com quatro. Nas votações que terminarem em empate, o presidente, aliado do prefeito, dará o voto de Minerva. Por isto, não haverá problema sobre os projetos do executivo. Suas promessas de campanha são muitas.  Na sua ânsia de conquistar o quarto mandato e empatar com o ex-prefeito João Antônio de Souza, certamente irá cumprir as promessas. Se acontecer a reeleição em 2016, chegará a 2020. 16 anos de cada um completarão 32 da dupla Iran/João, ou João/Iran.  É um binômio que já está sendo sussurrado como o Baião de Dois, do velho e saudoso Luiz Gonzaga, que completou seu Centenário há pouco tempo.

       Paralelamente, corre um procedimento do eleitorado de renovar, manifestado nas duas últimas eleições na Câmara de Vereadores. Muita gente que atingiu a idade adulta não conheceu outro prefeito na cidade a não serem esses dois.

       O povo está atento para a solução das enchentes, centrada na Avenida Beira Rio, e deseja a continuidade das obras iniciadas, como a UPA – Unidade de Pronto Atendimento(Pronto Socorro Municipal), os trabalhos complementares da Rua Eugênio de Melo, que liga o Pontilhão da Água Limpa ao Pontilhão da Barra dos Coutos.  Esta é uma via que desafoga o trânsito entre a Barra e o Centro da cidade. Evita o congestionamento na estreita Avenida Theophille Dubreil, a partir da Praça Jorge Carone Filho.
Início das obras da UPA - Unidade de Pronto Atendimento. CM 23/12/2012

Início das obras da UPA - Unidade de Pronto Atendimento. CM 23/12/2012

Rua Eugênio de Melo - Pontilhão da Barra.CM 23/12/2012

Rua Eugênio de Melo - Pontilhão da Água Limpa.CM 


       Por outro lado, todo o trecho da Estrada de Ferro, desde a Estação à antiga Caixa d’Água precisa ser calçado em toda a sua largura, para desafogar o trânsito nas Ruas Voluntários da Pátria e Santo Antônio.  

       Há muito desafio para o prefeito e seus vereadores para chegar a 2020. Mas há condição política, que é o principal instrumento. É hora de fazer valer o apoio do Governo Federal, encabeçado pelo PT, mesmo partido atualmente do Prefeito. Vai  depender muito dos ministérios do Meio Ambiente, das Cidades,  da Saúde e da Educação.

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

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