segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(De Portugal) - DROPS fev 02






DROPS fev 02

José Roberto Bonifácio compartilhou a foto de Imagens Históricas.

O suicídio de Budd Dwyer durante uma entrevista coletiva transmitida ao vivo, em 1987.

Político republicano, após seu mandato de senador, Dwyer mudou-se para o... Tesouro Nacional. No final do ano de 1986, Budd Dwyer foi acusado de receber uma quantia de US$ 300 mil de suborno. Durante as investigações, a defensoria ofereceu a Dwyer uma proposta de passar no máximo cinco anos na cadeia, em troca de um testemunho de culpa, retratação pública e cooperação com as investigações.

Dwyer recusou a oferta e continuou alegando inocência. A pena máxima poderia chegar a 55 anos de cadeia e a devolução integral dos US$ 300 mil. Em 22 de janeiro de 1987, na véspera do pronunciamento de sua sentença, Budd convocou uma coletiva de imprensa para "esclarecer o caso". Muitos acreditaram que ele finalmente assumiria a culpa.

Na conferência, nervoso e agitado novamente alegou inocência e declarou que ele não se afastaria da tesouraria do estado. Neste momento, Dwyer parou de ler seu discurso e chamou três de seus assessores, entregando um envelope para cada um. Depois descobriu-se que um continha uma nota de suicídio para sua esposa, outro continha uma nota de doação de órgãos e afins. e o terceiro continha uma carta para o governador recém-empossado.

Após distribuir os envelopes, Dwyer pegou um outro envelope e retirou dele um revólver Magnum 357, alertando aos que estavam presentes na platéia: “Por favor, deixem o recinto se isto os ofende."

Os presentes clamaram a Dwyer para abaixar a arma. Alguns tentaram se aproximar dele, e o ouviram dizer: "Afastem-se, esta coisa vai machucar alguém."

Estas foram suas últimas palavras. Sem dar ouvidos aos apelos, Dwyer enfiou o cano do revólver na boca e puxou o gatilho. Ele caiu no chão, em frente às câmeras de cinco emissoras.

Muitas estações de televisão da Pensilvânia exibiram ao vivo o fato, que ocorreu perto do meio-dia. Devido a uma tempestade de neve que ocorria no estado naquele dia, muitas escolas fecharam e muitas crianças em idade escolar testemunharam o suicídio.

Após o ocorrido, muitas estações exibiram o vídeo somente até o momento anterior ao suicídio; outras sequer exibiram o vídeo. Pouquíssimas estações exibiram o vídeo na íntegra, sem edições.

Vídeo completo [Cenas inapropriadas para menores de 18 anos]:
https://www.youtube.com/watch?v=GnStYYi7Qy4

                                                            XXX
José Roberto Bonifácio compartilhou a foto de Ricardo Setti fb
O canalha manda beijos à platéia revoltada... e inerte!

Abaixo-assinado pedindo um presidente “ficha-limpa” para o Senado já bate em 250 mil assinaturas
http://goo.gl/xC83R


TOCANTE...

"Dediquei toda minha vida política ao serviço do meu país. Minha reflexão final é que essa paixão do bem comum e da política é maior do que a paixão da vida."
(José Sarney, em sua despedida do Senado, passando o cargo de presidente a Renan Calheiros)

JUREMIR MACHADO DA SILVA – FB
Collor, Sarney e Dirceu saíram em defesa de Calheiros: a tríade dispensa legenda. Basta ter partido. O Brasil respira aliviado...

A indignação com a eleição do Renan Calheiros tende a se espalhar pelo Facebook. E a evaporar nele. As pessoas superestimam o poder das redes sociais para mudar o mundo. Ouvem falar na mídia sobre o que elas fizeram no Egito ou em outra revolução qualquer, e acham que realmente os governos caíram porque um bando de adolescentes fez postagens na Internet. Ignoram os verdadeiros movimentos políticos subterrâneos e os verdadeiros mártires que se arriscaram pela causa. Até hoje tem gente achando que quem derrubou o Collor foram os cara-pintadas!
Mas nada ilustra melhor o que acontece aqui no Facebook do que esta cha
rge:

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PSB mostra empenho contra PMDB no Senado
Comente
Fernando Rodrigues

Partido de Eduardo Campos continua bateria de infidelidade ao governo Dilma…
…na Câmara, socialistas também disputarão Presidência contra governista.
O PSB –partido do governador Eduardo Campos, de Pernambuco– avançou nos ataques aos candidatos apoiados pelo governo de Dilma Rousseff às Presidências da Câmara e do Senado. Campos é potencial adversário da petista na eleição de 2014.
Na sessão da manhã de 6ª feira (1º.fev.2012) para a eleição do novo presidente do Senado, todos os 4 senadores do PSB pediram a palavra para defender o candidato da oposição, Pedro Taques (PDT-MT). Mesmo que sem mencionar nomes, também o atacaram a candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) e a gestão atual de José Sarney (PMDB-AP), que têm apoio do governo.
O esforço socialista a favor de Taques contrasta com o dos pedetistas – só Cristovam Buarque (PDT-DF) discursou a favor do correligionário. O discurso dos senadores do PSB –Lídice (PSB-BA), Rollemberg (PSB-DF), João Capiberibe (PSB-AP) e Valadares (PSB-SE)– foi no sentido de que o Senado precisa melhorar sua imagem pública, deve abandonar o que chamaram de “submissão ao Executivo” e precisa se renovar elegendo um senador que não faz parte do grupo dominante na Casa.
A atitude do PSB também se contrapõe à timidez do PSDB, principal partido de oposição e que, pelo menos formalmente, declarou apoio a Pedro Taques. O principal líder tucano, o senador Aécio Neves (MG), ficou mudo na sessão de 6ª feira.
As críticas do PSB atingem diretamente o PMDB, maior aliado do governo Dilma, que está no comando do Senado desde 1985 –com exceção do período de 1997 a 2001, quando o presidente foi o falecido Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA).
Na 2ª feira (4.fev.2013), quando a Câmara também elegerá seu novo presidente, o PSB continuará a demonstração de infidelidade. Disputará o cargo com Júlio Delgado (PSB-MG) contra o candidato do governo Henrique Alves (PMDB-RN).

O blog está no Twitter e no Facebook.
http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2013/02/01/psb-mostra-empenho-contra-pmdb-no-senado/
comentário
Fernando Rodrigues aponta o contraste entre a postura do PSB e a postura do PSDB no caso da candidatura de R. Calheiros à Presidência do Senado. Mas, temos que separar algumas coisas. O PSDB fez diversas críticas contra esta "impostura" política da Dilma em "atropelar" e não ouvir o Legislativo, mas se o PSB é mais incisivo e duro em suas críticas é porque está disputando diretamente com o PMDB o papel de "primeiro aliado" do PT para 2014. A diferença é que o PSDB não busca isso... ele vai ser o adversário do PT em 2014. Então, nada mais natural que o PSB tenha um discurso mais acirrado... é ele (PSB) que está lutando por mais espaço no governo Dilma... ou então rachem de vez e venham para a oposição.
A coroação do corrupto
Publicado em 1 de Fevereiro de 2013por fsalto
http://blogdosalto.wordpress.com/2013/02/01/a-coroacao-do-corrupto/
Coroou-se, hoje, com os votos de 56 senadores (contra 18), a corrupção como marca maior da instituição suprema da democracia – o Congresso Nacional.
De volta ao topo do Senado, Renan Calheiros será, também, o presidente do Congresso, depois de ter renunciado, em 2007, por conta de denúncias de corrupção.
A explicação para a vexatória situação em que se encontra a democracia brasileira, neste 1º de fevereiro de 2013, é buscada nos mais diversos e criativos argumentos da lógica da política.
Prefiro buscar, entretanto, uma explicação menos cética e conformista para o feito magnífico do PT e do PMDB. Elejo a inépcia da oposição, liderada por tucanos que, desde que perderam o poder, optaram pela covardia, como peça central para entender o processo.
Não tomam risco, não têm coragem, não fazem o mínimo do mínimo para buscar dar respostas à altura dos anseios da sociedade. Esperava-se do PSDB um posicionamento mais firme e que não viesse às vésperas da escolha da ave de mau agouro supracitada.
O voto secreto aliado à incapacidade da oposição de mobilizar a sociedade e a ela coadunar-se em prol da mudança levaram à concretização da desgraça pré-anunciada.
Não lutar, porque sabe que vai perder? Esta é uma posição digna de um partido que quer ser considerado como alternativa séria ao projeto de poder empreendido pelo PT há dez anos no Brasil?
Não, esta seria, no máximo, uma atitude esperada de partidos como o PMDB, casa de Calheiros e Sarneys, animais políticos que vivem “da democracia” e não “para servir à democracia”.
Fico imaginando o que Mário Covas, se hoje fosse um dos Senadores da República, teria feito para promover uma inversão do jogo. Como é triste observar a derrocada moral das instituições máximas da democracia – Câmara e Senado – e, mais ainda, a omissão de quem poderia ter feito algo para mudar.
A coroação do corrupto é uma face emblemática do mal maior: a resignação, o grande mal de tantos e tantos que, diante das adversidades, conformam-se, apelando à maligna argumentação baseada na desilusão, no abandono da luta, na descrença, na falta de esperança, no ceticismo a respeito do bem que somos capazes de fazer a nós mesmos e a todos os brasileiros quando optamos pelo caminho difícil.
Luta perdida é luta não combatida. Renan Calheiros reina vitorioso, hoje, sobre as cabeças de um bando de 56 coniventes senadores, sujeitos sem pudor, desprovidos dos valores fundamentais que regem a vida de qualquer ser humano dotado do mínimo de senso de decência, de ética, de moral, de respeito ao que é público, ao que é do povo, a começar do poder que ele emana.
A coroação do corrupto é a coroação da nossa omissão e da covardia de uma oposição desmantelada, trôpega, coadjuvante em uma cena de humilhante eleição da resignação, da omissão e do crime como valores supremos da infante democracia brasileira.
Não perco as esperanças e acredito que está nas nossas mãos olhar para frente e pensar os caminhos que podem ser construídos, a partir de hoje, para trilhar as vias da construção conjunta de um país mais fraterno, menos corrupto, mais desenvolvido, menos primário, mais justo e menos indecente.
Tenho esperança e convicção de que somos um povo capaz de inovar e de renovar, de resgatar as boas práticas, de cultivar a ética pública, a transparência, a punição ao crime contra a coisa pública e a coragem. Política é a arte de tomar riscos em prol daquilo que se acredita. Política é articulação, é compromisso, é construção conjunta de um sonho coletivo, de um projeto maior.
A coroação do corrupto, hoje, golpeou a Política e, portanto, a Sociedade e o Estado. Golpeou-nos, a todos, com um soco bem no meio da cara.

LEITURAS DE APOIO À DISCUSSÁO SOBRE  ÉTICA E POLÍTICA
terça-feira, 12 de julho de 2011
Ética e Política-resumos
Rejane Xavier - http://rexcogitans.blogspot.com.br/2011/07/etica-e-politica-1-platao-para-platao.html
Pequena síntese da idéia central de alguns dos autores propostos num curso sobre Ética e Política realizado em 2008 no Cefor da Câmara dos Deputados.

PLATAO
Para Platão, a razão deve governar a conduta, do indivíduo ou da sociedade. Por instinto (ou segundo simplesmente a sua vontade), todo homem seria injusto (prepotente, egoísta). A justiça não é uma qualidade individual: depende da educação e do controle social.(cf.
O anel de Giges (República, 359b-360a)). Dos três tipos de homem – o que busca a riqueza, o que busca o poder e o que busca o conhecimento – é o último, que Platão chama “o filósofo”, o que tem mais “experiência, sabedoria e raciocínio”, e é portanto o que deve governar. A razão (representada pela educação e pela sociedade) deve portanto se sobrepor ao instinto, no que concerne à moral.
MAQUIAVEL
A ética individual, judaico-cristã, não se aplica à esfera da política, onde vale o espírito público: um conjunto de valores greco-romanos voltados à conquista do poder e à promoção da grandeza e da ordem do Estado. Para Maquiavel, a ética política é uma “ética da responsabilidade” (conceito introduzido por Max Weber, séculos mais tarde), em que os resultados da ação (à luz dos interesses do Estado) pesam mais do que os princípios que conduzem à salvação da alma individual.

KANT
O conceito central da ética kantiana é o de
dever, formalmente concebido, isto é, Kant não nos diz o que fazer em cada situação, mas nos dá um princípio geral segundo o qual nós, como homens livres, devemos determinar a nossa ação. Esse princípio é o imperativo categórico: “age sempre de forma tal que possas querer que a regra da tua ação possa se tornar uma lei universal”. Ou seja: pensa se aceitarias que todos agissem da mesma forma.

Nesse princípio aparece claramente o vínculo entre a liberdade individual e a esfera coletiva. Kant concebe a política em estreita vinculação com a ética. Ele propõe a república como a forma de organização social melhor equipada para conciliar as tendências antagônicas dos indivíduos: isolar-se, ou associar-se em comunidades. O conceito de república pressupõe três condições ou critérios: a liberdade, a igualdade e a submissão de todos a uma legislação única. No quadro da sociedade republicana, os conflitos, as diferenças e oposições não são sufocados nem eliminados, mas encontram espaço para se neutralizar e equilibrar.

LEIA MAIS: Freud, Kohlberg, Pinker, Rejane...


FREUD
Trata do conflito entre as exigências do instinto e as restrições da sociedade – conflito que produz o que ele chamou de “mal-estar na civilização”. Há dois instintos naturais básicos,
Eros, o instinto de vida (compartilhamento, amor, libido) e Tanathos, o instinto de morte (agressão, destruição, domínio). A civilização reprime ambos, de diferentes maneiras, produzindo um sentimento de culpa. O mito do assassinato do pai primitivo pelo grupo de irmãos ilustra isso.

A ética seria uma tentativa “terapêutica” de canalizar o instinto sexual para a formação de uma comunidade ligada por vínculos libidinais, a partir dos indivíduos isolados. Ao mesmo tempo, precisa se contrapor à inclinação para a agressividade mútua, que constitui o maior estorvo à civilização. O excesso de exigências éticas pode produzir, no plano individual, a infelicidade e a neurose; no plano coletivo, pode levar algumas sociedades, ou algumas épocas, a se tornarem “neuróticas” num sentido análogo.

KOHLBERG
Lawrence Kohlberg estudou, na linha de Piaget, os estágios do desenvolvimento da consciência moral, da infância à idade adulta. Distinguiu três níveis nesse desenvolvimento.

O nível I, pré-convencional , é subdividido em dois estágios, onde predomina a visão da punição como razão para seguir as regras, seja entendidas como externas e absolutas, oriundas de uma autoridade inquestionável, ou como relativas aos interesses individuais, dando espaço à negociação como “troca de favores” entre os indivíduos.
O nível II, convencional, também se subdivide em dois estágios. No primeiro, as considerações morais se expandem do indivíduo para a família e o grupo de amigos; as motivações morais passam a abranger o caráter e as intenções dos atores. No segundo, aparece já a preocupação com a sociedade como um todo, e a necessidade de manter a ordem social como motivo para seguir a lei e obedecer às autoridades. Finalmente, no nível III, pós-convencional, aparece a preocupação com o que seria uma boa sociedade (estágio 3.1): a que protege certos direitos individuais, e tem um método democrático de decidir as disputas. No último estágio (3.2), é atingida uma concepção mais ampla dos princípios universais, que inclui a justiça e não apenas os direitos estabelecidos. Em caso de conflito entre as partes, cada uma deve ser capaz de olhar a situação do ponto de vista da outra, buscando a justiça. Aqui se abre espaço para a desobediência civil (contrariar regras injustas-Gandhi, Luther King) e para a criação de novos direitos.
“A maturidade moral é atingida atingida quando o indivíduo é capaz de entender que a justiça não é a mesma coisa que a lei; que algumas leis existentes podem ser moralmente erradas e devem, portanto, ser modificadas.”


PINKER
Steven Pinker ( “Sobre Santos e Demônios”, FSP, 10/02/2008) busca aplicar métodos científicos ao estudo do senso moral. Para ele, as pesquisas permitem identificar alguns “universais éticos” básicos, que cada época ou sociedade combina em proporções e formas diferentes, criando seu próprio perfil ético. Seriam como as cores fundamentais, que pintores diferentes combinam de formas diferentes para pintar coisas diferentes em estilos diferentes.

Não-agressão, justiça (“muito próxima do que os cientistas chamam de altruísmo recíproco”), comunidade (ou lealdade ao grupo), obediência à autoridade, e pureza- seriam as cores primárias de nosso senso moral.

“As cinco esferas morais são universais, um legado da evolução. Mas como elas se classificam em importância, e qual é acionada para moralizar cada área da vida social - sexo, governo, comércio, religião, dieta e assim por diante-, depende da cultura.” Isso explicaria como o senso moral pode ser universal e variável ao mesmo tempo.

O possível relativismo moral dessa posição é evitado com o apelo à “teoria do círculo em expansão” (Peter Singer) – “a proposta otimista de que nosso senso moral, embora moldado pela evolução para supervalorizar a si mesmo, aos parentes e ao clã, pode nos levar a um caminho de progresso moral, pois nosso raciocínio nos obriga a generalizá-lo para círculos cada vez maiores de seres sencientes.” Encontramos aqui, mais uma vez, a razão equilibrando e ampliando os limites do instinto moral fornecido pela evolução.
REJANE XAVIER
No artigo sobre os conflitos ligados à alocação dos recursos em saúde (
http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/viewArticle/370), são examinadas as condições necessárias para uma ética do gerenciamento do conflito legítimo, apontada como a única adequada e possível para o nosso tempo.

Destaca-se, inicialmente, a necessidade da ética de apoiar-se em uma forma de vida compartilhada. Historicamente, diferentes formas de sociedade conseguiram incorporar, de fato ou idealmente, um conjunto de valores que todos os seus membros reconheciam. Já na sociedade contemporânea diferentes formas de vida passaram a coexistir, sem um denominador comum de valores que lhes assegurem coesão ou mesmo diálogo. Porém assuntos comuns, em que se apresentam pontos de vista divergentes, passam muitas vezes a requerer uma mediação entre as “ilhas” desse arquipélago social, que têm visões diferentes sobre o que é certo ou errado, desejável ou inaceitável.
A saída sugerida seria a abertura de um espaço de participação conjunta nas decisões e nas ações que afetarão esses grupos. Não basta a simples discussão (nem mesmo aquela, ideal, preconizada por Habermas): “é tendo a responsabilidade de agir, de dar razões da ação, e de arcar com as conseqüências que se aprende a viver junto.”

(Reflexões sobre a VIRTUDE - Paulo Timm - náo publicado)
Mas a tarefa de definir o bem como critério da virtude e transformá-lo em prescrições substantivas para a organização da sociedade prosseguiu durante os Séculos XVI, XVII e XVIII culminando no que se conhece como Iluminismo, que teve em Emmanuel Kant o maior intérprete e inspirador de novas reflexões. Kant tentou dar uma base racional aos “ valores” vindo a ter em outros estudiosos da natureza humana como Piaget e , mais recentemente Habermas, sólida continuidade. Chegou ele a escrever um opúsculo intitulado “O que é o iluminismo” que poderíamos aqui resumir.Mas a imensa e profunda obra deste filósofo- e suas projeções- exige maior abrangência.Vale, pois, reproduzir, aqui, a título de ilustração sobre o significado de sua importância, as Conclusões assinadas por Bárbara Freitag (2003)
A moralidade, enquanto princípio que organiza a ação, permite várias abordagens, sugerindo um tratamento interdisciplinar. Neste ensaio, limitei-me a quatro: a abordagem filosófica (Kant) , a abordagem sociológica (Durkheim), a abordagem pasicogenética (Kohberg) e a discursiva (Habermas) . A grade que orientou esta seleção e delimitou os termos abordados foi o estruturalismo genético de Piaget, que fornece os elementos para se pensar adequadamente a questão em seu conjunto. O estruturalismo genético se calca na razão, inclui a sociedade na reflexão, reconstrói a gênese do julgamento e considera fundamental o discurso. Por isso, Piaget repousa em Kant, debate-se com Durkheim, prepara o terreno para Kohlberg e antecipa a teorização de Habermas.
Para Kant, a condição da possibilidade é o sujeito. Trata-se de um sujeito livre, disposto a agir segundo certos princípios (máximas) , concretizando fins auto-determinados. Este sujeito é dotado de vontade e razão. É o sujeito moral do “imperativo categórico”. Suas faculdades se concretizarão na formulação e no respeito de uma lei geral e necessária que tem como valor último e supremo a defesa da dignidade humana. A questão da moralidade em kant resume-se , pois, em tr~es postulados: existe um sujeito moral, ele é dotado de vontade e razão; e é capaz de legislar para o mundo dos costumes (sociedade) em defesa da dignidade do homem. Kant forneceu, assim, todos os conceitos necessários para pensar em termos contemporâneos a questão da moralidade. Ao distinguir entre razão pratica e razão teórica, deixou claro que a razão prática age no livre mundo do fazer (Macherkeit) – a sociedade – e que a razão teórica reconhece um mundo determinado – a natureza. O sujeito epist~emico complementa o sujeito moral; a ciência é necessária para sobreviver na natureza; a moralidade é necessária para constituir a sociedade. Cidadão dos dois mundos (o natural e o social) , o homem precisa defender-se do primeiro e afirmar-se no segundo.
Para Durkheim, a condição da possibilidade da moralidade é a sociedade. Isso pressupõe a obediência do sujeito e sua subordinação às leis da sociedade vigente. Durkheim exige a dissolução do sujeito no social. A sociologia positivista elimina o sujeito (moral epistêmica) , suprime a razão prática e socializa a razão teórica. Elimina, assim a idéia da factibilidade do mundo social e instaura a hegemonia da razão social estabelecida. A sociologia, uma entre várias ci~encias, conhece o mundo social com os mesmos instrumentos com que a física e a matemática conhecem o mundo natural. O reducionismo positivista de Durkheim é fatal para a questão da moralidade, representando um retrocesso em relação ao que foi pensado por Kant, porquanto dissolve as fronteiras por ele cuidadosamente delimitadas, transformando a questão da moralidade em uma questão científica e educacional. Exorcizando os elementos perturbadores – sujeitos dotados de razão prática e vontade de agir, imersos em um mundo factível – o mundo social é reduzido ao status quo que se postula como expressão máxima da moral. Para o bem ou para o mal, via educação ou punição, os indivíduos são coagidos a subordinar-se à lei geral (moral) , à qual é conferido estatuto de lei natural. A consci~encia moral do indiv´duo é o reflexo da consciência coletiva. A Ação moral traduz o modo de sentir e agir da coletividade. Apesar desse reducionismo, Durkheim apontou para um aspecto importante da questão da moralidade: sua materialização nas estruturas societárias, sob a forma do direito. Se Kant enfatizou o sujeito, Durkheim enfatizou a sociedade. Sem o sujeito, a moralidade não existe, sem a sociedade , ela não é necessária.
A condição da possibilidade da moralidade para o estruturalismo genético é a autonomia moral, isto é, a faculdade do sujeito autonomizar-se das leis e normas que orientam a ação do grupo e de agir e julgar segundo um princípio interior ideal. Este princípio não é dado a priori, fora da experiência, mas é o resultado de um longo processo genético. A formação da consciência moral antônoma em Piaget não é o rlflexo , no sujeito, de leis sociais, mas um padrão moral construído e reconstruído ativamente pela criança em sua interação permanente com o grupo. A autonomia moral é o resultado de uma psicogênese bem sucedida do sujeito. Para alcançá-la, são mobilizados processos internos de maturação e equilibração e processos externos de transmissão cultural e educativa. A autonomia moral resulta da experiência vivida e reorganizada permanentemente no interior da estrutura mental. Ao mesmo tempo que se forjam os instrumentos de julgamento, são construídos os princípios ideais, destilados das regras sociais que regulamentam a vida quotidiana no grupo.
A condição da possibilidade da “ética discursiva” é a inter-subjetividade – a interação mediatizada pela linguagem. A moralidade de Habermas (Jurgen Habermas) é dialógica em contraste com a de Kant, monológica. A moralidade habermasiana é negociada no contexto da Lebenswelt (mundo vivido) em oposição à heeronomia imposta pelo sistema social de Durkheim; é o fruto de uma interação comunicativa que visa à autonomia da espécie, complementando a moralidade piagetiana, em que a autonomia resulta da psicogênese. Se, por um lado, a “ética discursiva” se define no contraste com a teoria da moralidade de Kant, Durkheim e Piaget, ela pode, por outro , ser interpretada como um esforço de sínteses dessas tr~es teorias: é kantiana ao aceitar a autonomia e a dignidade do homem como telos da moralidade, é durkheimiana quando reconhece a importância do social e é piagetiana quando admite que os princípios que orientam a ação moral não são inatos, mas objeto de uma construção psicogenética.
(Bárbara Freitag, A questão da moralidade, Casa das Musas,2003)


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01 de fevereiro de 2013
Só traição evita vitória anunciada de Renan
Como uma boiada que segue placidamente para o matadouro, o Senado Federal se prepara para eleger seu novo presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), a partir das 10 horas da manhã desta sexta-feira. Denunciado semana passada pelo Ministério Público Federal, Renan nem fez campanha, mas sua vitória está anunciada há meses e só um festival de traições poderá impedir que ele volte a sentar na cadeira de presidente.Leia mais aqui.
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Aepet Direto 4 de Fevereiro de 2013
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Destaque
O FIM DO MUNDO E A JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA
O fim do mundo até que pode estar próximo, mas não será agora, já deixada para trás a presumida data fatídica do calendário maia. E se a sociedade brasileira está fadada a conhecer grandes tumultos, prestes a converter a multidão em potência demiúrgica de uma grande transformação, ainda não foram registrados os indícios promissores de evento tão espantoso, nem se deram a conhecer os seus profetas. Por toda parte, dos sertões mais remotos às periferias dos grandes centros urbanos, de Sinop a Lucas do Rio Verde, ao Complexo do Alemão, dos intelectuais enredados em seus afazeres e rotinas cinzentas do mundo acadêmico, dos movimentos sociais ao sindicalismo, nem as antenas mais sensíveis têm sido capazes, até então, de captar, vindos da í, sinais da tormenta anelados pelos que em desespero com o atual estado de coisas no mundo preferem qualquer outro a este aí. (Luiz Werneck Vianna/Jornal Algo a Dizer)
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Notícias
ELEIÇÃO PARA O CA DO SISTEMA PETROBRÁS
Entre os dias 30 de Janeiro e 7 de Fevereiro haverá eleição para o Conselho de Administração(CA) de várias empresas do Sistema Petrobrás. Os sócios da AEPET que quiserem colocar as suas plataformas eleitorais e os seus curriculos e uma fotografia para divulgação no AEPET Direto, com textos de até 2500 caracteres, podem entrar em contato com o email: jornalismo@aepet.org.br. Para maiores informações entrar em contato com o Jornalista da AEPET, Julio César pelo Telefone(21) 2277-3769 na parte da tarde. Este posicionamento da AEPET é devido à falta de democracia no pleito promovido pela direção da companhia. Não há possibilidades dos candidatos se comunicarem e divulgarem suas campanhas diretamente para seus eleitores. Desta forma, a Comissão Eleitoral n ão garante um pleito igualitário entre os candidatos, prejudicando candidaturas que não sejam apoiadas por entidades sindicais, federações ou associações de classe, como a própria AEPET. Entendemos que os postulantes ao cargo deveriam ter possibilidade de acessar os correios eletrônicos dos trabalhadores e assim criar um canal democrático de participação do Conselheiro com os seus eleitores. Como isto não acontece, a AEPET tenta desta forma contribuir para equalizar as possibilidades das candidaturas, embora seja nossa opinião que esta medida deve ser tomada pela companhia atrav& eacute;s da Comissão Eleitoral.(Diretoria da AEPET)
ANGENOR AUGUSTO PEREIRA É CANDIDATO AO CA DA PETROBRÁS BR
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Concorro pela 2ª vez ao conselho de administração porque acredito ser um direito de qualquer colaborador da BR e não apenas dos nossos representantes sindicais. Sou economista, pós-graduado em Gestão Estratégica Empresarial e trabalho na Petrobras Distribuidora S.A há 16 anos, sempre lotado na área comercial da empresa. Fui professor de Economia e de Gestão Empresarial. Buscarei contribuir para construir uma BR melhor para todos, mesmo sabendo das limitações inerentes ao cargo de Conselheiro, utilizando meus conhecimentos na área de Planejamento Estratégico Empresarial. Pretendo doar 50% da remuneração líquida recebida como conselheiro, para pelo menos uma entidade assistencial de cada estado do país, contribuindo de alguma maneira para melhorar a vi da de outras pessoas.
Petróleo e Política
O QUE ESTÁ POR TRÁS DA REDUÇÃO DAS TARIFAS?
As mudanças anunciadas pela Presidente Dilma para o setor elétrico se inserem no amplo conjunto de medidas que vêm sendo adotadas com o objetivo de estimular a economia nacional. Entretanto, ainda restam dúvidas quanto aos seus resultados. Seguindo um diagnóstico de que o aumento do investimento é condição necessária para o País enfrentar os recentes desafios impostos pela crise mundial de 2008, e, assim, iniciar um novo ciclo de crescimento, o governo tem adotado uma estratégia de incentivo ao investimento privado e de “aumento” da competitividade do setor produtivo nacional. No entanto, as diversas ações tomadas ao longo do ano não confirmaram as expectativas de crescimento da economia em 2012. No início do ano, a expectativa era de um crescimento acima de 4,0% – os último s dados apontam para um crescimento abaixo de 1,5%.(ARTIGO DO DIEESE/REDAÇÃO)
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O ASSASSINATO DO LÍDER DO MST EM CAMPOS(RJ)
O MST RJ vem a público reconhecer o empenho e a celeridade da Polícia Civil em apurar os responsáveis pelo assassinato do militante Cícero Guedes dos Santos. A eficiência da Polícia nesse caso vem aliviar um pouco a tensão permanente em que vivem os acampados, assentados, militantes e apoiadores do MST. O assassinato do Cícero foi um crime contra os que lutam pela terra. Em que os principais responsáveis são o latifúndio e a morosidade do Estado Brasileiro em realizar a Reforma Agrária. Cícero, militante histórico do MST, assentado desde 1997 no assentamento Zumbi dos Palmares, foi assassinado por defender a Reforma Agrária e os princípios do MST.(Coordenação do MST)
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COTAÇÃO DO PETRÓLEO
O barril Tipo Brent estava em US$ 116,94 em Londres nesta 6ª feira(01/02). Por seu lado o óleo leve negociado em Nova Iorque foi para US$ 97,12 o barril. (Infomoney)
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LIVRO: OS RESPONSÁVEIS PELAS CRISES FINANCEIRAS CONTEMPORÂNEAS E SUAS ORIGENS. O autor é o General Roberto Badillo Martinez e é um lançamento da Capax Dei Editora (2012), 144 páginas.O preço de cada exemplar é R$ 30,00. Neste livro, Roberto Badillo Martinez oferece uma instigante exposição do sistema de poder que se encontra por detrás da presente crise econômica e financeira mundial, centrado em um cartel de bancos privados internacionais, que gravita em torno do Sistema da Reserva Federal dos EUA, do Banco da Inglaterra e do Banco de Compensações Internacionais (BIS), apoiado no papel hegemônico do dólar estadunidense como moeda de reserva e comércio internacional.(LEIA MAIS)
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