Drops jan 24
Coluna do Timm : Lembrança de Brizola agita o PDT
O PDT, quer a voltar às origens. Todos sabem, hoje, do conflito entre a Direção Nacional que empolgou o Partido desde a morte de Brizola, em 2004, e um conjunto de militantes fundadores do Partido, aos quais se associaram os netos do Ex-Governador.
Na última terça-feira (22), Brizola completaria 91 anos. E isto foi um motivo para grandes mobilizações em todo o país contra o Presidente da agremmiação, Carlos Lupi.
No Rio de Janeiro as manifestações foram mais intensas. Um ato público na Cinelândia, onde, anos atrás, pulsava a “Brizolandia” , lembrou a data e as bandeiras tradicionais do trabalhismo de Vargas , Goulart e Brizola, com ênfase na luta deste pela educação.
No ato público, que contou com a presença do Ministro do Trabalho, Carlito Brizola, do vereador carioca Brizola Neto e de outra neta de Brizola, Deputada (PDT/RS) Juliana Brizola, João Pedro Stédile foi o orador mais ovacionado. Ele reconheceu a importância de Brizola no cenário político nacional e recordou que em seu Governo no Rio Grande do Sul , entre 1958 e 1982, criou-se o pioneiro Mast (Movimednto dos Agricultores Sem Terra ) , espécie de avô do MST atual. Disse, também, que jamais teria conseguido estudar não fossem as Escolas Rurais criadas por Brizola àquela época. Finalizou, exortando os militantes do PDT a seguirem as mobilizações nas ruas, o lugar do protagonismo das lutas populares. .
O Ministro Brizola também falou no encontro da Cinelândia e não poupou críticas a Carlos Lupi e sua camarilha, afirmando que estes transformaram o Partido criado por Brizola em uma legenda de aluguel. Cartazes e panfletos distribuídos na ocasião reiteravam a condenação à Direção Nacional do PDT e exigiam a expulsão de Lupi.
O debate em torno da Direção Nacional do PDT ocorre justamente no momento em que se diversificam as opções partidárias para a sucessão de Dilma em 2014, com o crescimento nacional do PSB, liderado pelo Governador Eduardo Campos, de Pernambuco, e do PSD , do Ex- Prefeito de São Paulo , Gilberto Kassab. Náo menos importante é o anúncio do novo Partido a ser criado por Marina Silva, com o provável apoio de Heloísa Helena, do PSOL, ambas ex-candidatas à Presidência com votações expressivas. No plano estadual, no RS, a disputa em torno do comando e destinos do PDT ocorre , também, num momento importantes, dada a reeleição de Fortunatti para a Prefeitura de Porto Alegre, acompanhada por outras importantes vitórias regionais do Partido, projetando-o como um possível candidato ao Governo nas próximas eleições.
Ressalte-se, ainda, a confusão interno no próprio PT, observada pelo Ex Prefeito Cesar Maia em sua NewsLetter de hoje:
LULA, DILMA E O PRECEDENTE PALOCCI!
1. Lula e o PT estão entusiasmados com o retorno à presidência da República. Dilma e seus amigos estão angustiados. Melhor, estavam angustiados até ontem.
2. Teria caído na mesa de um de seus mais próximos e leais colaboradores um parecer de jurista, tornando equivalente a situação de Lula -se voltasse a ser presidente- com a do ex-ministro Antônio Palocci.
3. O Instituto Lula tem como patrocinadores grandes empresas, entre empreiteiras, bancos e tantas outras. Na medida em que Lula voltasse à presidência, nenhuma dessas empresas poderia ter contratos com o governo, pois caracterizaria interesses cruzados.
4. Esse colaborador afirma que a lista dos patrocinadores do Instituto Lula ao os impedir de ter contratos com o governo federal, os levaria a desestimular a candidatura do ex-presidente.
5. Resta saber a taxa de alegria com que reagirá Dilma e sua assessoria jurídica ao conhecer tal parecer. O colaborador riu e comentou: imagine se a obstrução a ter contratos com o governo se Lula for presidente se estender às empresas que patrocinaram as "palestras" dele?
1. Lula e o PT estão entusiasmados com o retorno à presidência da República. Dilma e seus amigos estão angustiados. Melhor, estavam angustiados até ontem.
2. Teria caído na mesa de um de seus mais próximos e leais colaboradores um parecer de jurista, tornando equivalente a situação de Lula -se voltasse a ser presidente- com a do ex-ministro Antônio Palocci.
3. O Instituto Lula tem como patrocinadores grandes empresas, entre empreiteiras, bancos e tantas outras. Na medida em que Lula voltasse à presidência, nenhuma dessas empresas poderia ter contratos com o governo, pois caracterizaria interesses cruzados.
4. Esse colaborador afirma que a lista dos patrocinadores do Instituto Lula ao os impedir de ter contratos com o governo federal, os levaria a desestimular a candidatura do ex-presidente.
5. Resta saber a taxa de alegria com que reagirá Dilma e sua assessoria jurídica ao conhecer tal parecer. O colaborador riu e comentou: imagine se a obstrução a ter contratos com o governo se Lula for presidente se estender às empresas que patrocinaram as "palestras" dele?
Para os brizolistas o PDT, enfim, apesar das trapalhadas de Carlos Lupi, não morreu. Tem uma história, tem um Programa e tem lideranças ainda capazes de transformá-lo, tanto numa alternativa para o Piratini, como para o país, mergulhado no enigma de 2013. Basta, claro, a determinação para fazê-lo .
Caso não consiga visualizar essa mensagem, clique aqui para visualizá-la.
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Aepet Direto 24 de Janeiro de 2013
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Destaque | |||||||
A REDUÇÃO DOS JUROS E AS METAS ATUARIAIS NOS FUNDOS DE PENSÃO | |||||||
Os efeitos conjunturais decorrentes das mudanças em andamento referentes à economia nacional terão, no curtíssimo, médio e longo prazos, consequências no planejamento dos investimentos, cálculos das “reservas matemáticas” e reavaliações atuariais dos Planos Administrados pela PETROS e dos demais fundos de pensão. Destacamos a mudança da taxa de juro atuarial de 6% a.a. que era usado para determinar a meta atuarial e a reserva matemática que já foi reduzido neste ano para 5,5% a.a e deverá sofrer outras reduções até 4,5% a.a. em 2018.(Blog dos Conselheiros da Petros/Ronaldo Tedesco e Paulo Brandão)
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Notícias | |||||||
A NOSSA LUTA CONTINUA | |||||||
*Paulo Teixeira Brandão - Conselheiro Deliberativo da Petros Eleito pelos Participantes
Prezados participantes da PETROS.
A notificação à PREVIC, em anexo, já foi protocolada na Justiça Federal conforme comprovante abaixo.
Faz parte das medidas que estamos tomando para anular a execução de mudanças no Plano Petros do Sistema Petrobras que prevê a separação de massas de participantes do Plano e dos investimentos correspondentes, entre repactuados e não repactuados.
Além da ação jurídica movida pelos Conselheiros Deliberativos: Paulo Brandão e Ronaldo Tedesco e do mandado de segurança impetrado pela Fenaspe e afiliadas, estão em curso outras medidas planejadas, entre elas está a notificação que ora divulgamos.
Paulo Brandão Diretor Jurídico da FENASPE e da AEPET
Leia a notificação da FENASPE anexa | |||||||
DILMA E A CONTA DE LUZ | |||||||
A presidente Dilma Rousseff fará um pronunciamento na noite desta quarta-feira (23) em cadeia nacional de rádio e televisão, para reforçar a decisão de reduzir em 16,2% a conta de luz dos consumidores residenciais e em até 28% o preço para empresas a partir do próximo mês. No discurso, gravado na última segunda-feira, a presidente também irá esclarecer críticas de especialistas voltadas ao setor de energia, tais como a demora no início do período de chuvas em vários Estados e a necessidade do uso intensivo das térmicas.(Nicomex Notícias/Redação)
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Petróleo e Política | |||||||
INSTITUTO JOSÉ SARAMAGO DAS AMÉRICAS | |||||||
No dia 30/01(4ª feira), às 17 horas, na sede do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ), haverá um encontro preparatório para o lançamento do Instituto José Saramago das Américas. À frente do projeto estão Louro e o também engenheiro Fernando Cela. Eles afirmam que todos os amantes da literatura, da língua portuguesa e admiradores de Saramago serão bem vindos e poderão se inserir ao projeto, trazendo novas ideias, propostas e disposição para arregaçar as mangas e trabalhar. O sindicato fica na Avenida Passos, 34, próximo à Praça Tiradentes, Rio.(Agência Petroleira de Notícias/Redação)
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O NEOLIBERALISMO ESTÁ ACABADO? PENSE BEM ANTES DE RESPONDER | |||||||
Observando, atônito, as lições desaprendidas na Grã-Bretanha, na Europa e nos Estados Unidos, me chama a atenção que toda a estrutura do pensamento neoliberal seja uma fraude. As demandas dos ultra-ricos se vestiram de teoria econômica sofisticada e foram aplicadas independentemente de seu resultado. O completo fracasso desta experiência em escala mundial não é impedimento para que se repita. Isto não tem nada a ver com a economia. Tem absolutamente a ver com o poder. A análise é de George Montbiot, do The Guardian (Agência Carta Maior)
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COTAÇÃO DO PETRÓLEO | |||||||
O barril Tipo Brent estava em US$ 112,58 em Londres nesta 4ª feira(23/01). Por seu lado o óleo leve negociado em Nova Iorque foi para US$ 95,25 o barril. (Infomoney)
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Notícias importantes dos últimos "AEPET Diretos": | |||||||
LIVRO: OS RESPONSÁVEIS PELAS CRISES FINANCEIRAS CONTEMPORÂNEAS E SUAS ORIGENS. O autor é o General Roberto Badillo Martinez e é um lançamento da Capax Dei Editora (2012), 144 páginas.O preço de cada exemplar é R$ 30,00. Neste livro, Roberto Badillo Martinez oferece uma instigante exposição do sistema de poder que se encontra por detrás da presente crise econômica e financeira mundial, centrado em um cartel de bancos privados internacionais, que gravita em torno do Sistema da Reserva Federal dos EUA, do Banco da Inglaterra e do Banco de Compensações Internacionais (BIS), apoiado no papel hegemônico do dólar estadunidense como moeda de reserva e comércio internacional.(LEIA MAIS)
NOVO EMAIL DO GRUPO PÓS-82.(LEIA MAIS | |||||||
"AEPET Notícias" - Leia os boletins mais recentes | |||||||
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Fique por Dentro | |||||||
Livros | Palestras (Aqui você poderá ler na íntegra a Palestra que Fernando Siqueira, vice-presidente da AEPET e a Auditora Fiscal, Maria Lúcia Fatorelli apresentaram no Clube de Engenharia - na Cúpula doa Povos - Rio+20). A Palestra também teve a participação de Luiz Pinguelli Rosa; ela foi filmada e você também poderá assisti-lá aqui.
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Comunicado aos sócios da AEPET | |||||||
AO SE APOSENTAR, CONTINUE SÓCIO DA AEPET
O petroleiro e associado da AEPET, ao se aposentar, pode continuar nos quadros da Entidade. Para tanto, deverá assinar e encaminhar a nova autorização de desconto à Petros, garantindo sua permanência na AEPET e desfrutando dos benefícios oferecidos pela Entidade. E mais: continuará contribuindo com a luta em defesa do Sistema Petrobrás e seu corpo técnico e da soberania do Brasil sobre o seu petróleo. Continue na AEPET e convide os seus amigos para que se associem. Ligue (21) 2277-3750 ou associe-se agora mesmo. *Confira os benefícios oferecidos pela AEPET. Valor da mensalidade R$ 44,32. | |||||||
Av. Nilo Peçanha, 50 – Grupo 2.409 – Centro Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20.020-100 Telefone: 21 2277-3750 – Fax: 21 2533-2134 E-mail: aepet@aepet.org.br | |||||||
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Boletim de atualização do Portal EcoDebate- Edição 1.763, de 24 / janeiro / 2013
Desejamos a todos(as) um bom dia e uma boa leitura
Setor elétrico: a batalha da comunicação, artigo de Heitor Scalambrini Costa
Feijoada do Jaime, artigo de Benedicto Ismael Camargo Dutra
A interface da saúde pública com a saúde dos oceanos: produção de doenças, impactos socioeconômicos e relações benéficas
A propaganda de alimentos: orientação, ou apenas estímulo ao consumo?
Mata Amazônica Atlântica, floresta rara no litoral do Pará, sofre ameaça de devastação
MPF/RJ realiza audiência pública para debater impacto ambiental das obras do Porto do Açu
MPF cobra execução de sentença para cessar poluição de praias em Natal
As geleiras na região dos Andes sofreram uma redução média de 30% a 50% desde a década de 70
Cenários para 2013. Povos indígenas, ‘entraves’ ao modelo de desenvolvimento
Índios Pukobjê-Gavião decidem combater extração ilegal de madeira no Maranhão e pedem presença da PF
MPF/MS garante abastecimento a comunidade indígena que teve água contaminada
MTE resgatou 2560 trabalhadores de condições análogas à de escravo em 2012
Pará registra o maior número de resgate de trabalho escravo no país
[ O conteúdo do EcoDebate é "Copyleft", podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
“Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente.”
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Henrique Cortez, henriquecortez@ecodebate.com.br
coordenador do Portal EcoDebate
ECONOMIA – DESENVOLVIMENTISTAS
Resumo do tópico de hoje
Grupo: http://groups.google.com/group/desenvolvimentistas/topics
- ENC: A inquestionável partidarização da imprensa [1 atualização]
- [alai-amlatina] La nueva Venezuela necesita de una nueva comunicación [1 atualização]
- Doação do Banco Mundial e pode comprometer imparcialidade da Justiça [1 atualização]
- STF enlouqueceu? Intervenção estatal na economia será julgada no STF [1 atualização]
- Dilma equivocada: Nova rodada de licitação de petróleo terá 289 blocos em 155 mil km² [1 atualização]
- Para quem só tem martelo... [1 atualização]
- Edital - Concurso - Ciências Sociais - UFS [1 atualização]
- eu esvazio, você paga! [1 atualização]
- Reações atrasadas [1 atualização]
- Folha Vitória / Rodrigo Medeiros: "Dilemas e impasses do crescimento no curto prazo" [1 atualização]
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INTERNACIONAIS
BOLETIM DIPLO OUTRAS PALAVRAS - Nº 251 - 24/1/2013
Democracia em crise. Mas em vez dela, o quê?Manuel Castells e Thomas Frank sugerem: movimentos que puxaram mobilizações anticapitalistas de 2011 precisam dar um passo adiante. Por Antonio Martins
EUA: o avanço brutal da desigualdade
Um novo documentário revela como 400 norte-americanos tornaram-se financeiramente mais ricos que metade da população do país.PorInês Castilho eAndrew Barker
________________________
BLOG DA REDAÇÃO
Textos da Escola Livre de Comunicação Compartilhada
São Paulo: prefeitura encara as chacinas
Secretaria dos Direitos Humanos participa de audiência pública, no Capão Redondo, onde já morreram sete pessoas desde o início do ano.Por Lino Bocchini
Uma chance de debater a matriz energética brasileira
Provocado por seca e risco de “apagão”, acionamento das termelétricas despejará na atmosfera 5,1 milhões de toneladas de CO² por mês. Há alternativas? (A.M.)
Japão: maior usina eólica do mundo substituirá Fukushima
Instalada no mar, estará pronta em 2020 e gerará o mesmo que todos os parques de vento existentes no Brasil (A.M.)
Itaipu: as hidrelétricas não precisam destruir
Após pressões da sociedade, usina estimula vinte programas ecológicos de grande relevância. Teólogo Leonardo Boff foi um dos criadores da mudança(A.M.)
Baixo Centro: lançamento irreverente em São Paulo
Centenas participam da festa que apresentou e começou a arrecadar fundos para o projeto. Um estratagema esperto dribla leis repressivas e garante venda de comida e bebida na rua. Por Gabriela Leite
Para compartilhar o transporte público
Site pioneiro facilita uso coletivo de táxis, sugerindo caminhos para que automóveis deixem de ser espaços de aprisionamento pessoal (G.L.)
____________________
OUTRAS MÍDIAS
Uma seleção do material publicado pela blogosfera independente
OUTRAS MÍDIAS
Uma seleção do material publicado pela blogosfera independente
Polêmica: o Occupy anulado pelo narcisismo?
Ao sobrevalorizar horizontalismo e consulta permanente às bases, movimento teria renunciado a formular propostas concretas, derrapando para elitismo e impotência. Por Thomas Frank, no Le Monde Diplomatique
--
Boletim de atualização dos sites Outras Palavras e Biblioteca Diplô. A reprodução é benvinda. Interessados em recebê-lo devem clicar aqui. Para deixar de receber, aqui.
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Itaipu: as hidrelétricas não precisam destruir
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A intervenção ocidental na Líbia e a crise no Mali
publicado em 22 de janeiro de 2013 às 0:07
A França no Mali: O bumerangue de longo prazo do imperialismo
A crise atual no Mali é um produto do colonialismo francês e a intervenção infelizmente vai causar mais efeito-bumerangue
por Mark LeVine*, na Al Jazeera
O envio de soldados franceses para enfrentar o rápido avanço de militantes Salafistas no norte do Mali representa a convergência de círculos múltiplos do efeito-bumerangue, uma reação a dois séculos de políticas francesas na África.
Algumas datam do início do século 19, outras foram implementadas nos últimos anos. Juntas, significam desastre potencial para a França e os Estados Unidos (os dois principais atores externos no Mali, hoje) e mais ainda para o Mali e países vizinhos.
Apenas duas ações, em conjunto, podem evitar o cenário de pesadelo de um grande estado falido no coração da África que espalhe a violência no continente.
Primeiro, que um ataque liderado pelos franceses consiga forçar a maior parte dos combatentes Salafistas para fora de áreas populosas atualmente sob seu controle; segundo, a instalação de uma força de segurança viável, liderada por africanos, que assuma o controle destes centros populacionais pelos próximos anos.
Se isso em si é difícil, diplomatas franceses e de outros países ainda precisam criar espaço para o estabelecimento de um governo mais representativo e menos corrupto no Mali, que esteja disposto e consiga negociar uma resolução para o conflito de décadas com o povo Tuaregue, cuja tentativa mais recente e violenta de criar uma zona semi-independente no norte do Mali, no início do ano passado, ajudou a criar um vácuo político e de segurança explorado com perícia e crueldade pela Al-Qaida no Magreb Islâmico e grupos aliados radicais.
O primeiro e maior efeito-bumerangue nos leva à política colonial francesa na África Ocidental e do Norte, que foi a responsável pela criação da maior parte dos estados envolvidos no atual conflito. A França começou deliberadamente a colonizar grandes porções da África Ocidental no início do século 19, assumindo o controle do que hoje é a Mauritânia e do Senegal em 1815, seguidos pela invasão da Argélia em 1830, da Tunísia em 1881, da Guiné francesa, Costa do Marfim e do Sudão francês (que se tornaria o Mali) nos anos 1890, do Níger em 1903-04 e do Marrocos em 1912.
Desenhados no colonialismo
É impossível saber como o mapa da África teria evoluído sem a colonização europeia. O que é certo, no entanto, é que a chamada “corrida pela África” que dominou o século 19 — com a qual os governantes locais colaboraram quando servia a seus interesses — garantiu que os poderes europeus criassem a base territorial dos modernos estados-nação, cujas fronteiras tem pouca relação com a geografia étnica e religiosa do continente.
O Mali em particular era composto por vários grupos étnicos, linguísticos e os que hoje são considerados “raciais”.
A rápida e fracassada tentativa de união do Mali com o Senegal, na época da independência, em 1960, demonstra a fundação artificial das fronteiras e estados da região.
A falta de consideração às dinâmicas locais — étnica, religiosa e cultural — e o imperativo colonial de colocar o maior território possível sob um mesmo governo criaram a situação na qual estados com áreas duas vezes maior que a da França e com grupos populacionais sem razões culturais e históricas para viver juntos, com poucos recursos naturais ou vantagens comparativas para se sustentar, foram forçados a viver juntos assim mesmo.
Primeiro, sob governo estrangeiro, cujo principal objetivo — qualquer que fosse a ‘missão civilizatória’ anunciada por Paris — era extrair tanta riqueza e recursos quanto possível, exercendo controle por todos os meios disponíveis; depois, sob governos locais pós-independência, que adotaram políticas que, na prática, representaram poucas mudanças em relação aos governos coloniais.
Na verdade, mesmo aqueles países que asseguraram independência pacificamente foram deformados estruturalmente sob controle de estrangeiros, pelo estabelecimento de estados com fronteiras que não correspondiam naturalmente às ecologias políticas e culturais das regiões nas quais foram criados.
Como sintetizado pelo sofrimento das comunidades Tuaregues do Mali (que estão espalhadas pelo Sahel da mesma forma que os Curdos estão espalhados em vários países do Crescente Fértil), a maioria dos países da África Central, Ocidental e do Norte acabou incluindo um número significativo de habitantes que não pertenciam ao grupo étnico que assumiu o poder.
Ao mesmo tempo, os governos pós-independência estavam repletos de corrupção e lealdades étnicas, com líderes que se mostraram incapazes ou relutantes ao buscar um caminho de desenvolvimento verdadeiramente nacional e democrático.
Em tal situação, a religião, que poderia ter tido um papel positivo na formação de uma base moralmente segura das esferas pública e econômica, se tornou marginalizada da governança, passando aos poucos a assumir forma tóxica entre a maior parte dos grupos marginalizados da região.
Apoiando o time errado
Se a história colonial da França criou as estruturas nas quais a crise presente inevitavelmente se desenvolveu, uma série de políticas mais recentes se constitui na explicação para o segundo bumerangue explosivo; ou seja, o apoio sem reservas da França ao governo da Argélia na sua repressão à transição democrática que começou em 1988 e foi esmagada em 1992.
Como é bem sabido, em vez de permitir que a Frente Islâmica de Salvação — um grupo inspirado na Irmandade Muçulmana, que não difere muito nas raízes e contornos de seus co-irmãos estabelecidos no Egito e na Tunísia — assumisse o poder depois de sua clara vitória eleitoral depois do primeiro turno das eleições parlamentares de 1991-92, os militares argelinos cancelaram o segundo turno e começaram uma repressão que rapidamente explodiu em uma guerra civil entre o governo e grupos radicais islâmicos.
Diante da decisão de permitir ou não que um novo ator político islâmico assumisse o poder, a França se juntou aos Estados Unidos no apoio aos militares argelinos, com os quais tem relações próximas. Ao se aliar a um governo brutal, corrupto e autoritário, os franceses e o Ocidente se tornaram parte de um conflito perverso que viu emergirem perigosos grupos terroristas como o GIA (Grupo Armado Islâmico), possivelmente controlado em parte pelos próprios militares, e em seguida uma sangrenta guerra civil de uma década que custou a vida de mais de 100 mil civis.
O GIA, por sua vez, foi a semente da qual outros grupos emergiram, como o Grupo Salafista para a Pregação e o Combate e a Al Qaida no Magreb Islâmico. Na década passada, estes grupos focalizaram sua atenção no Norte da África, mas gradualmente se moveram mais profundamente no Sahel para ligar a Argélia ao Mali, Mauritânia, Níger e Marrocos.
Se a França e o Ocidente não tivessem dado apoio sem reservas aos militares argelinos, é pouco provável que tais grupos tivessem sido criados, muito menos que tivessem crescido para atingir seu status atual (um argumento similiar poderia ser utilizado para falar do braço principal da Al Qaida, que de várias formas foi um sub-produto do incessante apoio dos Estados Unidos a alguns dos regimes mais corruptos e brutais do mundo, inclusive a Arábia Saudita, o Egito e o Paquistão).
Como em muitos outros casos, a França e seus aliados ocidentais escolheram estabilidade em vez de democracia. Ao fazer isso, inevitavelmente — e ironicamente — ajudaram a criar o cenário do presente caos no qual suas tropas são forçadas a lutar.
Apoiando o time errado… de novo
O terceiro e mais recente círculo do efeito-bumerangue nasce no longo apoio da França ao ditador da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. Especificamente, o presidente francês Nicolas Sarkozy deu forte apoio a Ben Ali no início da crise, inclusive, como descrito pela ministra das Relações Exteriores, Michèle Alliot-Marie, “o saber-fazer, reconhecido em todo o mundo, das forças de segurança francesas em enfrentar situações de segurança deste tipo”. As palavras do presidente da França deixaram seu governo envergonhado quando os protestos ganharam força a ponto de criar uma “crise de credibilidade” que forçaram Sarkozy a “admitir o erro” de apoiar Ben Ali contra os revolucionários.
A vergonha de Sarkozy foi tal que quando a crise da Líbia irrompeu, a França assumiu a liderança na pressão por intervenção militar ocidental para derrubar Gaddafi do poder, da maneira a perdoar os franceses por seus pecados tunisianos. E foi exatamente o início da guerra aérea da OTAN e do apoio militar ao rebeldes líbios que levou ao êxodo de bem treinados guerrilheiros e suas armas, obtidas na Líbia, para o Níger, o Mali e outras partes do Sahel, acompanhando o colapso do estado de Gaddafi.
O caos e a disseminação de armas gerada pela guerra na Líbia colocou um número crucial de homens e armas no norte do Mali num momento particularmente perigoso da história do país, quando os muito oprimidos Tuaregues, que tinham obtido apoio de Gaddafi no passado (alguns chegaram a lutar por Gaddafi), estavam outra vez prontos para se rebelar contra o governo central.
A situação se tornou ainda mais caótica com o inesperado e aparentemente indesejado golpe contra o presidente que estava próximo de se aposentar, Amadou Toumani Touré, em março de 2012, o que criou um vácuo de poder ainda maior no país.
O bumerangue do bumerangue
Aqui vemos décadas, na verdade séculos, de políticas francesas, europeias e norte-americanas se juntando para produzir o caos máximo. Isso, por sua vez, é fortalecido pelo bumerangue de antigos conflitos locais, da hostilidade da liderança militar do Mali aos recrutas extremamente pobres (o que levou aos protestos que forçaram o presidente a fugir em março de 2012) à incapacidade do movimento rebelde Tuaregue de abandonar sua tradição de resistência violenta em troca de uma nova geração de ativistas, que advogava um movimento revolucionário muito mais próximo do que acabou irrompendo na Primavera Árabe. Depois de um ano, o exército do Mali perdeu o controle da maior parte do país, enquanto os Tuaregues foram colocados de lado pela revolta iniciada pelos grupos Salafistas aliados à Al-Qaida.
O que é mais interessante é que o bumerangue explosivo do presente deveria ter sido antecipado por políticos franceses e ocidentais quando planejavam a guerra na Líbia. Especialistas no Norte da África, tais como o cientista político Jean-Pierre Filiu, da Sciences Po, já diziam em 2010 que a Al Qiada no Magreb e outros grupos salafistas estavam abandonando seu foco na Argélia para desenvolver uma presença estratégica, e mesmo um “novo teatro” de guerra no Sahel, com o objetivo último de desestabilizar tais países.
Estes jihadistas “agora representam uma séria ameaça de segurança no norte do Mali e de Níger”, explicou Filiu, por causa dos numerosos sequestros, contrabando e outros atividades ilícitas de recrutamento de uma “nova geração” de combatentes das várias comunidades pobres da região.
A realidade das crescentes operações de grupos islâmicos no norte do Mali, juntamente com maior agitação dos Tuaregues e o bem conhecido uso que Gaddafi fazia de mercenários de grupos nômades, deveria ter despertado alarme entre os franceses e ocidentais antes da decisão de se engajar na guerra civil líbia.
Na verdade, do lado norte-americano, o embaixador no Mali já em 2004 alertava que o Mali “como pedaço isolado da África, tribal e pouco governado… era terreno potencial para extremismo religioso e terrorismo similar ao Afeganistão sob o talibã… se o Mali for, o resto [da região] vai”. Este alerta foi feito justamente quando os militares dos Estados Unidos estavam aumentando sua presença no continente, culminando com a criação do comando Africom, em 2008.
Dada a clara atenção que se dava ao Sahel na última década por formuladores de política da França e dos Estados Unidos, podemos considerar que ou eles foram completamente incompetentes para entender os resultados inevitáveis da intervenção militar ocidental na Líbia, ou viram a situação como vencer-vencer, providenciando um novo teatro de operações numa área estratégica do mundo onde os militares dos Estados Unidos, França e outros países poderiam se tornar crescentemente engajados (ao fazer isso, mantendo os rivais da China mais distantes).
Seja como for, assim como prévias intervenções na África geraram os bumerangues explosivos que resultaram na atual crise do Mali, a atual intervenção no Mali, ainda que necessária, bem intencionada e desejada pela maioria dos habitantes (se é que é possível determinar os desejos deles) sem dúvida vai produzir seu próprio bumerangue, que vai custar a vida de muitos africanos, franceses, norte-americanos e outros cidadãos ocidentais.
*Mark LeVine is professor of Middle Eastern history at UC Irvine, and distinguished visiting professor at the Center for Middle Eastern Studies at Lund University in Sweden and the author of the forthcoming book about the revolutions in the Arab world, The Five Year Old Who Toppled a Pharaoh.
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A crise atual no Mali é um produto do colonialismo francês e a intervenção infelizmente vai causar mais efeito-bumerangue
por Mark LeVine*, na Al Jazeera
O envio de soldados franceses para enfrentar o rápido avanço de militantes Salafistas no norte do Mali representa a convergência de círculos múltiplos do efeito-bumerangue, uma reação a dois séculos de políticas francesas na África.
Algumas datam do início do século 19, outras foram implementadas nos últimos anos. Juntas, significam desastre potencial para a França e os Estados Unidos (os dois principais atores externos no Mali, hoje) e mais ainda para o Mali e países vizinhos.
Apenas duas ações, em conjunto, podem evitar o cenário de pesadelo de um grande estado falido no coração da África que espalhe a violência no continente.
Primeiro, que um ataque liderado pelos franceses consiga forçar a maior parte dos combatentes Salafistas para fora de áreas populosas atualmente sob seu controle; segundo, a instalação de uma força de segurança viável, liderada por africanos, que assuma o controle destes centros populacionais pelos próximos anos.
Se isso em si é difícil, diplomatas franceses e de outros países ainda precisam criar espaço para o estabelecimento de um governo mais representativo e menos corrupto no Mali, que esteja disposto e consiga negociar uma resolução para o conflito de décadas com o povo Tuaregue, cuja tentativa mais recente e violenta de criar uma zona semi-independente no norte do Mali, no início do ano passado, ajudou a criar um vácuo político e de segurança explorado com perícia e crueldade pela Al-Qaida no Magreb Islâmico e grupos aliados radicais.
O primeiro e maior efeito-bumerangue nos leva à política colonial francesa na África Ocidental e do Norte, que foi a responsável pela criação da maior parte dos estados envolvidos no atual conflito. A França começou deliberadamente a colonizar grandes porções da África Ocidental no início do século 19, assumindo o controle do que hoje é a Mauritânia e do Senegal em 1815, seguidos pela invasão da Argélia em 1830, da Tunísia em 1881, da Guiné francesa, Costa do Marfim e do Sudão francês (que se tornaria o Mali) nos anos 1890, do Níger em 1903-04 e do Marrocos em 1912.
Desenhados no colonialismo
É impossível saber como o mapa da África teria evoluído sem a colonização europeia. O que é certo, no entanto, é que a chamada “corrida pela África” que dominou o século 19 — com a qual os governantes locais colaboraram quando servia a seus interesses — garantiu que os poderes europeus criassem a base territorial dos modernos estados-nação, cujas fronteiras tem pouca relação com a geografia étnica e religiosa do continente.
O Mali em particular era composto por vários grupos étnicos, linguísticos e os que hoje são considerados “raciais”.
A rápida e fracassada tentativa de união do Mali com o Senegal, na época da independência, em 1960, demonstra a fundação artificial das fronteiras e estados da região.
A falta de consideração às dinâmicas locais — étnica, religiosa e cultural — e o imperativo colonial de colocar o maior território possível sob um mesmo governo criaram a situação na qual estados com áreas duas vezes maior que a da França e com grupos populacionais sem razões culturais e históricas para viver juntos, com poucos recursos naturais ou vantagens comparativas para se sustentar, foram forçados a viver juntos assim mesmo.
Primeiro, sob governo estrangeiro, cujo principal objetivo — qualquer que fosse a ‘missão civilizatória’ anunciada por Paris — era extrair tanta riqueza e recursos quanto possível, exercendo controle por todos os meios disponíveis; depois, sob governos locais pós-independência, que adotaram políticas que, na prática, representaram poucas mudanças em relação aos governos coloniais.
Na verdade, mesmo aqueles países que asseguraram independência pacificamente foram deformados estruturalmente sob controle de estrangeiros, pelo estabelecimento de estados com fronteiras que não correspondiam naturalmente às ecologias políticas e culturais das regiões nas quais foram criados.
Como sintetizado pelo sofrimento das comunidades Tuaregues do Mali (que estão espalhadas pelo Sahel da mesma forma que os Curdos estão espalhados em vários países do Crescente Fértil), a maioria dos países da África Central, Ocidental e do Norte acabou incluindo um número significativo de habitantes que não pertenciam ao grupo étnico que assumiu o poder.
Ao mesmo tempo, os governos pós-independência estavam repletos de corrupção e lealdades étnicas, com líderes que se mostraram incapazes ou relutantes ao buscar um caminho de desenvolvimento verdadeiramente nacional e democrático.
Em tal situação, a religião, que poderia ter tido um papel positivo na formação de uma base moralmente segura das esferas pública e econômica, se tornou marginalizada da governança, passando aos poucos a assumir forma tóxica entre a maior parte dos grupos marginalizados da região.
Apoiando o time errado
Se a história colonial da França criou as estruturas nas quais a crise presente inevitavelmente se desenvolveu, uma série de políticas mais recentes se constitui na explicação para o segundo bumerangue explosivo; ou seja, o apoio sem reservas da França ao governo da Argélia na sua repressão à transição democrática que começou em 1988 e foi esmagada em 1992.
Como é bem sabido, em vez de permitir que a Frente Islâmica de Salvação — um grupo inspirado na Irmandade Muçulmana, que não difere muito nas raízes e contornos de seus co-irmãos estabelecidos no Egito e na Tunísia — assumisse o poder depois de sua clara vitória eleitoral depois do primeiro turno das eleições parlamentares de 1991-92, os militares argelinos cancelaram o segundo turno e começaram uma repressão que rapidamente explodiu em uma guerra civil entre o governo e grupos radicais islâmicos.
Diante da decisão de permitir ou não que um novo ator político islâmico assumisse o poder, a França se juntou aos Estados Unidos no apoio aos militares argelinos, com os quais tem relações próximas. Ao se aliar a um governo brutal, corrupto e autoritário, os franceses e o Ocidente se tornaram parte de um conflito perverso que viu emergirem perigosos grupos terroristas como o GIA (Grupo Armado Islâmico), possivelmente controlado em parte pelos próprios militares, e em seguida uma sangrenta guerra civil de uma década que custou a vida de mais de 100 mil civis.
O GIA, por sua vez, foi a semente da qual outros grupos emergiram, como o Grupo Salafista para a Pregação e o Combate e a Al Qaida no Magreb Islâmico. Na década passada, estes grupos focalizaram sua atenção no Norte da África, mas gradualmente se moveram mais profundamente no Sahel para ligar a Argélia ao Mali, Mauritânia, Níger e Marrocos.
Se a França e o Ocidente não tivessem dado apoio sem reservas aos militares argelinos, é pouco provável que tais grupos tivessem sido criados, muito menos que tivessem crescido para atingir seu status atual (um argumento similiar poderia ser utilizado para falar do braço principal da Al Qaida, que de várias formas foi um sub-produto do incessante apoio dos Estados Unidos a alguns dos regimes mais corruptos e brutais do mundo, inclusive a Arábia Saudita, o Egito e o Paquistão).
Como em muitos outros casos, a França e seus aliados ocidentais escolheram estabilidade em vez de democracia. Ao fazer isso, inevitavelmente — e ironicamente — ajudaram a criar o cenário do presente caos no qual suas tropas são forçadas a lutar.
Apoiando o time errado… de novo
O terceiro e mais recente círculo do efeito-bumerangue nasce no longo apoio da França ao ditador da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. Especificamente, o presidente francês Nicolas Sarkozy deu forte apoio a Ben Ali no início da crise, inclusive, como descrito pela ministra das Relações Exteriores, Michèle Alliot-Marie, “o saber-fazer, reconhecido em todo o mundo, das forças de segurança francesas em enfrentar situações de segurança deste tipo”. As palavras do presidente da França deixaram seu governo envergonhado quando os protestos ganharam força a ponto de criar uma “crise de credibilidade” que forçaram Sarkozy a “admitir o erro” de apoiar Ben Ali contra os revolucionários.
A vergonha de Sarkozy foi tal que quando a crise da Líbia irrompeu, a França assumiu a liderança na pressão por intervenção militar ocidental para derrubar Gaddafi do poder, da maneira a perdoar os franceses por seus pecados tunisianos. E foi exatamente o início da guerra aérea da OTAN e do apoio militar ao rebeldes líbios que levou ao êxodo de bem treinados guerrilheiros e suas armas, obtidas na Líbia, para o Níger, o Mali e outras partes do Sahel, acompanhando o colapso do estado de Gaddafi.
O caos e a disseminação de armas gerada pela guerra na Líbia colocou um número crucial de homens e armas no norte do Mali num momento particularmente perigoso da história do país, quando os muito oprimidos Tuaregues, que tinham obtido apoio de Gaddafi no passado (alguns chegaram a lutar por Gaddafi), estavam outra vez prontos para se rebelar contra o governo central.
A situação se tornou ainda mais caótica com o inesperado e aparentemente indesejado golpe contra o presidente que estava próximo de se aposentar, Amadou Toumani Touré, em março de 2012, o que criou um vácuo de poder ainda maior no país.
O bumerangue do bumerangue
Aqui vemos décadas, na verdade séculos, de políticas francesas, europeias e norte-americanas se juntando para produzir o caos máximo. Isso, por sua vez, é fortalecido pelo bumerangue de antigos conflitos locais, da hostilidade da liderança militar do Mali aos recrutas extremamente pobres (o que levou aos protestos que forçaram o presidente a fugir em março de 2012) à incapacidade do movimento rebelde Tuaregue de abandonar sua tradição de resistência violenta em troca de uma nova geração de ativistas, que advogava um movimento revolucionário muito mais próximo do que acabou irrompendo na Primavera Árabe. Depois de um ano, o exército do Mali perdeu o controle da maior parte do país, enquanto os Tuaregues foram colocados de lado pela revolta iniciada pelos grupos Salafistas aliados à Al-Qaida.
O que é mais interessante é que o bumerangue explosivo do presente deveria ter sido antecipado por políticos franceses e ocidentais quando planejavam a guerra na Líbia. Especialistas no Norte da África, tais como o cientista político Jean-Pierre Filiu, da Sciences Po, já diziam em 2010 que a Al Qiada no Magreb e outros grupos salafistas estavam abandonando seu foco na Argélia para desenvolver uma presença estratégica, e mesmo um “novo teatro” de guerra no Sahel, com o objetivo último de desestabilizar tais países.
Estes jihadistas “agora representam uma séria ameaça de segurança no norte do Mali e de Níger”, explicou Filiu, por causa dos numerosos sequestros, contrabando e outros atividades ilícitas de recrutamento de uma “nova geração” de combatentes das várias comunidades pobres da região.
A realidade das crescentes operações de grupos islâmicos no norte do Mali, juntamente com maior agitação dos Tuaregues e o bem conhecido uso que Gaddafi fazia de mercenários de grupos nômades, deveria ter despertado alarme entre os franceses e ocidentais antes da decisão de se engajar na guerra civil líbia.
Na verdade, do lado norte-americano, o embaixador no Mali já em 2004 alertava que o Mali “como pedaço isolado da África, tribal e pouco governado… era terreno potencial para extremismo religioso e terrorismo similar ao Afeganistão sob o talibã… se o Mali for, o resto [da região] vai”. Este alerta foi feito justamente quando os militares dos Estados Unidos estavam aumentando sua presença no continente, culminando com a criação do comando Africom, em 2008.
Dada a clara atenção que se dava ao Sahel na última década por formuladores de política da França e dos Estados Unidos, podemos considerar que ou eles foram completamente incompetentes para entender os resultados inevitáveis da intervenção militar ocidental na Líbia, ou viram a situação como vencer-vencer, providenciando um novo teatro de operações numa área estratégica do mundo onde os militares dos Estados Unidos, França e outros países poderiam se tornar crescentemente engajados (ao fazer isso, mantendo os rivais da China mais distantes).
Seja como for, assim como prévias intervenções na África geraram os bumerangues explosivos que resultaram na atual crise do Mali, a atual intervenção no Mali, ainda que necessária, bem intencionada e desejada pela maioria dos habitantes (se é que é possível determinar os desejos deles) sem dúvida vai produzir seu próprio bumerangue, que vai custar a vida de muitos africanos, franceses, norte-americanos e outros cidadãos ocidentais.
*Mark LeVine is professor of Middle Eastern history at UC Irvine, and distinguished visiting professor at the Center for Middle Eastern Studies at Lund University in Sweden and the author of the forthcoming book about the revolutions in the Arab world, The Five Year Old Who Toppled a Pharaoh.
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