Incêndio na buate Kss - Sta. Maria-RS. Imagem: www.jm1.com.br
Incêndio na buate Kss - Sta. Maria-RS. Imagem: Agência Brasil
Ed. Joelma - SP. Imagem: jblog.com.br
Ed. Joelma-SP. Imagem: vocesabendo.com
Gran Circus Norte Americano. Niterói-RJ. Imagem: guiadoscuriosos.com.br
Gran Circus Norte Americano. Niterói-RJ. Imagem: guiadoscuriosos.com.br
Não
é a primeira, é mais uma tragédia com centenas de mortos que alerta os
administradores públicos, legisladores e a todas as pessoas, sobre a
necessidade de medidas preventivas, principalmente contra incêndio, neste
período de véspera de Carnaval.
São todos os pontos de aglomeração, aberto ou
fechado, onde o pânico faz mais vítima do que o acidente em si. No desespero,
as pessoas correm sem saber para onde, se atropelam e se pisoteiam.
Temos
no Brasil, entre outros, como exemplos de incêndio com trágicas conseqüências,
o Circo de Niterói(RJ), Gran Circus Norte-Americano, em 17 de dezembro de 1961,
quando um débil mental, conhecido por Dequinha, despedido dos trabalhos braçais
na sua montagem, ateou fogo, por vingança, durante o espetáculo e causou 500 vítimas fatais, das quais 70% eram crianças (p.t.wikipédia.org);
e no Edifício Joelma, em São Paulo, em 1 de
fevereiro de 1974, um incêndio
provocou a morte de 187 pessoas, por causa de um curto-circuito em um aparelho
de ar condicionado no 12° andar. O
fogo rapidamente se espalhou pelos demais pavimentos, com todos os
detalhes de pavor, das imagens de pessoas pulando andares mais
altos para a morte.
Depois de cada
tragédia, as autoridades falam muito em providência, mudar a legislação,
enquanto a mídia foca cada caso. À medida
que fatos novos ocupam o noticiário, as providencias alardeadas vão ficando nas
gavetas do esquecimento.
Estamos em
vésperas de Carnaval. Em Visconde do Rio Branco, na Praça 28 de Setembro, a
aglomeração de púbico é muito grande, principalmente debaixo da cobertura da
pista onde fica o Ponto de Táxis. Por
todo o jardim, os foliões vão de um lado para outro e preenchem todo o espaço
até o balaústre em frente à Igreja Matriz, onde a Bandinha toca as marchinhas
do tempo do carnaval autêntico. As
barraquinhas de bebidas e salgados ficam espalhadas por toda parte junto aos
canteiros, cobertas de material inflamável.
O clima de
comemorações de resultado eleitoral ainda é de euforia. Os fatores se somam para provocar
desequilíbrios emocionais que resultam em atitudes imprevisíveis. Ninguém sabe se, de repente, aparece um Dequinha qualquer, estoura uma bomba ou ateia fogo em um lugar inesperado, e
provoca pânico, tumulto, corre-corre desordenado. Uns caem, outros passam por
cima, sem se saber quantos possam ser atingidos pelo fogo ou pelos
estardalhaços de bomba.
O cuidado vai
além do Carnaval na rua, nos clubes, nas quadras de escolas de samba, na formação
dos blocos. Esta cidade gosta de festa,
tem espírito alegre. Tudo é motivo para comemoração. E ainda temos os campos de futebol, onde a
alegria de uns serve de tristeza para outros. Todo lugar de aglomeração humana
fica sujeito a um curto-circuito e ao destempero mental que os nossos tempos
produzem. Nas casas comerciais, grandes e
pequenas, e até nas residências há necessidade de prevenção. Em todo lugar onde vivem pessoas e corre
eletricidade tudo é imprevisível. As
medidas de segurança têm que fazer parte da nossa cultura, sem deixar para
depois.
Todas as escolas
devem passar por esses cuidados, em dois sentidos: as medidas preventivas
comuns a todo lugar, e incluir a disciplina de segurança no currículo de
educação.
É mais fácil
alguns profissionais do Corpo de Bombeiros instruir e treinar a população em
tempos normais, do que tentarem chegar a tempo onde um incêndio se espalha.
Governantes
voltados para as eleições de dois em dois anos pouco estão se lixando para
isto. Acham que socorrer vítimas diante das câmeras de televisão rende mais
voto. E se conseguirem produzir uma lágrima, com a voz embargada, melhor ainda.
Mas a população
tem que tomar consciência de que ela está constantemente diante de perigo, em
qualquer lugar. Alguns desequilibrados
pela sede de lucros, outros talvez frustrados pelos infortúnios da vida, expõem
todos sob ameaça dos incidentes incertos quanto à hora e à abrangência.
Extintores de
incêndio devem ser primeiro instrumento para o mobiliário de qualquer evento,
de qualquer empresa, de qualquer residência.
E treinamento para usá-lo deve começar na educação de casa a ser
continuado nas escolas.
Raro é o Carnaval onde não haja conflitos por motivos
fúteis. E, quando pairam no inconsciente
coletivo os efeitos de uma tragédia, as mentes se tornam mais vulneráveis aos
desarranjos de comportamento.
(Franklin Netto –
viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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