set 20,
2012 • 8:27
<<Por Cira Rodriguez
César>>
De Orbe, tradução Diálogos do Sul
De Orbe, tradução Diálogos do Sul
É inaceitável que 990 milhões de pessoas, uma de cada
sete habitantes no mundo, morra de fome em um planeta no qual além de tudo se
está produzindo o dobro dos alimentos de que se necessita, assegurou
recentemente a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO)
A situação atual nos mercados mundiais de alimento,
caracterizada por um forte aumento nos preços do milho, o trigo e a soja,
dispararam também o temor de uma repetição da crise alimentar mundial de
2007/2008, quando na realidade se diminuiu a produção e reduziu a comida.
Diante desses acontecimentos, a FAO afirmou que uma
atuação internacional rápida e coordenada pode evitar que isso aconteça.
“Necessitamos atuar com urgência para assegurarmo-nos de que essas oscilações
de preços não degenerem em uma catástrofe que afetem a dezenas de milhões de
pessoas nos próximos meses”.
Sobre o assunto o chefe de comunicações e relações
exteriores da FAO, Enrique Yeves, afirmou que se pode eliminar a fome, pois não
é uma utopia, apesar de que muita gente considere que seja um problema endêmico.
Em sua opinião, é um escândalo social, político e
moral, no qual o importante é contar com o apoio da comunidade internacional e
que ela esteja sensibilizada para, dessa forma, pressionar os governos para que
adotem medidas para acabar com esse flagelo.
Não obstante, a difícil situação econômica pela
qual atravessam as nações ocidentais, em particular algumas da Eurozona,
propicia o incremento dos famintos, não por falta de comida, mas sim pela
escassez dos meios para acessar a ela.
Sob essa base, a FAO considera que o planeta não
assiste hoje a uma crise alimentar, pelo contrário, há alimentos suficientes.
Do que se trata é de uma crise nos preços dos alimentos com uma forte
especulação dos mercados.
Por outro lado, é preciso esclarecer que o cenário
é mais complexo, uma vez que existem dois problemas interconectados: preços
altos de alguns produtos que afetam os países dependentes das importações e aos
pobres, e a questão de como produzir, comercializar e consumir em uma época de
crescimento demográfico, de alta demanda e mudanças climáticas.
Afortunadamente, muitos países contam com sistemas
de proteção social e redes de segurança – assistências a pequenos agricultores,
apoio nutricional a mães e crianças e alimentação escolar – para assegurar que
seus cidadãos com menos recursos tenham o suficiente para comer.
Esses programas contudo devem ser ampliados de
forma significativa nas nações mais pobres, torná-los acessíveis, previsíveis e
transparentes pela imperiosa necessidade de proteger aos mais vulneráveis do
“vai e vem” dos custos e às crises decorrentes.
Os pequenos produtores de alimentos devem estar
também melhor equipados para aumentar a sua produtividade, ampliar seu acesso
aos mercados e reduzir sua exposição ao risco.
E é claro necessitamos de empregos e renda dignas
para adquirir o necessário para alimentar-se e sair da pobreza. A maneira mais
óbvia é produzir mais comida e não elevar seus preços.
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