Moradores do
bairro Nova Rio Branco estão assustados com queimadas nos pontos altos daqueles
terrenos. O matagal seco nas áreas sem construção facilitou a propagação do
fogo. As labaredas chegaram a quase atingir o interior de lotes habitados.
Muita fumaça provocou desconforto a moradores, com risco de asfixia.
A senhora
Ivone de Barros disse que ficou apavorada e pensou em chamar o Corpo de
Bombeiros(Ubá), com medo de a propagação se alastrar para limites imprevisíveis
e poder atingir residências. Neste
início de setembro ainda estamos sujeitos à ventania comum de agosto. Se desse
uma onda de vento o perigo seria maior.
Imagem: Roberta Melo
Ninguém sabe
se o incêndio foi acidente natural por falta de chuvas e baixa umidade do
ar; se foi programado com a intenção de eliminar a vegetação; ou se foi ato
criminoso.
Uma ou outra
pessoa tentava com uma simples mangueira de quintal debelar as chamas, que eram
mais fortes que o jato de água.
O temor é
que essas queimadas venham a se repetir e se alastrar, com grande risco sobre
cercas e materiais inflamáveis no interior dos terreiros e das casas. Veículos, cortinas e madeiras ficam expostos
ao perigo, em bairro populoso e movimentado.
Aquele
imenso bairro se encontra entre os limites da Chácara, da Rua Vigário
Varela(Capim Cheiroso), Rua do Rosário, divisas dos quintais da Rua Dr. Altino
Peluso e Av. São João Batista. Seus
pontos mais altos estão acima de onde existia a antiga caixa d’água, que
recebia o precioso líquido canalizado desde a Serra de São Gerado, e distribuía
para a cidade até primeiros anos de 1970, quando ocorreu a primeira tentativa
de tratamento de água para consumo no município, com a construção da ETA –
Estação de Tratamento de Água, no Morro do Musungu.
As queimadas
preocupam, além de seu perigo imediato, pelo impacto ambiental. Visconde do Rio Branco ainda sofre as consequências
das três últimas enchentes(2006, 2010 e 2012).
E vivemos desde antes dos anos 80 do século passado uma escalada de
agressão à Natureza, com o crescimento urbano desordenado, sem planejamento.
Bairros e construções isoladas vêm surgindo em qualquer lugar, a partir das
margens dos rios até os píncaros das colinas que circundam o centro da cidade.
Com o que
aqui acontece, não vemos justificativa para existência do ministério das cidades e as
secretarias do meio ambiente. Estas têm mais exercido o papel de multar quem
corta uma árvore por falta de informação, ou um inocente pescador que ignora as
normas técnicas da piscicultura.
Reservas
ecológicas teriam de haver em todo bairro e loteamento, de maneira a manter a
consistência do solo, com a permeabilidade das águas de chuva em espaços alternados
com as construções. O solo ressecado
provoca erosão, que põe em risco as próprias obras erguidas na sua área.
A pouca
vegetação existente, queimada, diminui essa proteção natural para a firmeza da
terra, e mata a biodiversidade restante.
Cada área queimada perde a fertilidade e a capacidade de evaporação da
umidade que provoca chuvas.
Quando vemos
imagens da Seca do Nordeste, entendemos o quanto precisamos proteger o lugar
onde vivemos contra essas agressões que prejudicam a formação das nuvens que se transformam em chuva.
Terra seca é
causa e efeito. Causa da chuva que não
vem. Efeito da que deveria ter vindo.
Nós, que
ainda gozamos de certo equilíbrio, precisamos cuidar, prevenir, ao invés de
agredir a Natureza. Esta dá a resposta conforme provocada. E já temos exemplos concretos de alguma
resposta. “O sol nasce pra todos”. A
chuva também. Todos estão sujeitos às suas causas e efeitos. Na verdade, a Natureza não se vinga. Tudo são consequências. Todos são responsáveis.
chuva também. Todos estão sujeitos às suas causas e efeitos. Na verdade, a Natureza não se vinga. Tudo são consequências. Todos são responsáveis.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
Parabéns pela matéria. É muito importante conscientizar as pessoas da necessidade de cuidar da natureza, de evitar práticas que agridam o meio ambiente. É a primeira vez que entro nesse blog e achei muito interessante.
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