Quando o visitante chega àquele Distrito de Leopoldina-MG,
tem uma sensação refrescante de volta ao passado. Seus casarios a lembrar cenário
de séculos passados, suas ruas calçadas com pedras às vezes desiguais, difíceis
para uma caminhada, seus monumentos religiosos, igrejas, torres, as lendas...
tudo conduz a uma viagem no tempo, como se sentíssemos ao vivo as cenas de
filmes do Jacynto Batalha. É viver o passado com a brisa e a temperatura do
momento.
Em uma torre se preserva a Cruz Queimada,
em torno da qual existe a lenda de que três fazendeiros entraram em acordo para
doarem terras com o fim de construir o povoado que deu origem ao Distrito. Um dos três mandou fazer uma cruz de madeira,
para servir de símbolo religioso do lugar. Mas esse mesmo entrou e desavença
com os outros e ordenou seus escravos a, de noite, por fogo em tudo o que
houvesse no nascente povoado. Um dos
escravos esquecera suas ferramentas após cumprir as ordens da queimada. Seu dono mandou que ele voltasse buscar o
material esquecido. Foi grande o seu
espanto ao chegar ao local e ver tudo queimado, menos a cruz de madeira. Arrependido de sua determinação macabra, o
fazendeiro mandou erguer uma torre para abrigar e continuar a proteger aquele
símbolo religioso. Essa cruz atrai religiosos a deixarem bilhetes com pedidos ou agradecimentos por graças alcançadas.
É curioso que o município de Leopoldina
não tenha realizado qualquer tombamento daqueles bens históricos. Os moradores
do Distrito de Piacatatuba fazem a preservação espontânea de todos os imóveis e
logradouros públicos, como cultura e apego àquelas tradições. Até as construções novas obedecem ao estilo e
às formas em harmonia arquitetônica com o cenário antigo. Quando um ocasional dono de imóvel tenta
modificar ou construir fora daqueles padrões impostos naturalmente, é motivo de
desavenças com a vizinhança e o grupo comunitário.
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