segunda-feira, 1 de abril de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - Drops Abril - 01 – Programação Cultural



 NACIONAL 
 CANAL CURTA 
A partir de DIA 28/04: 
18h00
Nordeste Feito à Mão 
Série que divulga a riqueza da produção artesanal nordestina. Os programas visitam todos os estados ...
18h30
Ecce Homo 
A série Ecce Homo aborda o ser humano, suas múltiplas faces, circunstâncias e contextos, como o trab...
19h30
O Diário de Naná 
A música e a cultura no Recôncavo Baiano segundo o percussionista Naná Vasconcelos, que encontra 
pes...
20h30
O Século Stanislavski 
A série conta a história de Konstantin Stanislavski, nomeado uma das três grandes personalidades do ...
21h30
Quarta Parede 
O público torna-se plateia privilegiada, com acesso aos bastidores do teatro e ao processo de constr...
22h00
Quarta Parede 
O público torna-se plateia privilegiada, com acesso aos bastidores do teatro e ao processo de constr...
22h30
Danças Cariocas 
O documentário Danças Cariocas investiga a cena da dança contemporânea do Rio de Janeiro nos anos 
90...23h30
A Arquitetura do Corpo 
Os bailarinos e suas formas. Suas dores. Seus sonhos...

Dia 30 – sábado
00h00
A Vida é Curta 
A Vida é Curta é um programa que exibe curtas metragens brasileiros na íntegra e explora curiosidade...

00h25
Flávio Rangel - O Teatro na Palma da Mão 
Da fase do Teatro Brasileiro de Comédia a abertura política, passando pela ditadura militar, um dos ...
02h00
Curta-Metragem 
Sinopse não disponível.
02h30
Amores 
Vieira é um roteirista prestes a ficar desempregado que trava uma batalha com a filha para controlar...
04h00
A Vida é Curta 
A Vida é Curta é um programa que exibe curtas metragens brasileiros na íntegra e explora curiosidade...

04h30
Expresso Brasil 
A série Expresso Brasil, revela um novo país sob a ótica de uma personalidade, que pode ser escritor...
05h00
O Século Stanislavski A série conta a história de Konstantin Stanislavski, nomeado uma das três grandes personalidades do ...
06h00
O Século Stanislavski 
A série conta a história de Konstantin Stanislavski, nomeado uma das três grandes personalidades do ...
07h00
O Século Stanislavski 
A série conta a história de Konstantin Stanislavski, nomeado uma das três grandes personalidades do ...
08h00
Quarta Parede: O Homem que Viu o Disco Voador 
Encenada no teatro da Casa da Gávea (RJ), a montagem de Aderbal Freire-Filho para "O Homem Que Viu 
o...
08h30
Quarta Parede: South American Way 
Com texto de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, a premiada produção reconstitui a vida de 
Carm...
09h00
Quarta Parede 
O público torna-se plateia privilegiada, com acesso aos bastidores do teatro e ao processo de constr...
09h30
Quarta Parede 
O público torna-se plateia privilegiada, com acesso aos bastidores do teatro e ao processo de constr...
10h00
A Vida é Curta 
A Vida é Curta é um programa que exibe curtas metragens brasileiros na íntegra e explora curiosidade...
10h30
Eu Eu Eu José Lewgoy 
O documentário apresenta a trajetória profissional deste ator de muitos talentos, intercalada por fa...12h00
Assim na Tela Como no Céu 
No céu, os humanos aguardam seu julgamento em filas e a solução vem com São João, um aficcionado 
por...
14h30
O Povo Brasileiro 
Baseada na obra de Darcy Ribeiro, a série desvenda as origens do povo brasileiro, debatendo suas car...
15h00
O Povo Brasileiro: Encontros e Desencontros 
Reflexão sobre os encontros e desencontros da cultura gerada pelas três grandes matrizes da populaçã...
15h30
Impressões do Brasil 
Sinopse não disponível.
16h00
Impressões do Brasil 
Sinopse não disponível.
16h30
A Saga do Prêmio Nobel 
Episódio da série A Saga do Prêmio Nobel, que narra as descobertas científicas que mudaram a visão d...
17h00
A Saga do Prêmio Nobel 
Episódio da série A Saga do Prêmio Nobel, que narra as descobertas científicas que mudaram a visão d...
17h30
Curta! Chaplin 
Sinopse não disponível.
18h30
Danças Cariocas 
O documentário Danças Cariocas investiga a cena da dança contemporânea do Rio de Janeiro nos anos 
90...
19h30
A Vida é Curta A Vida é Curta é um programa que exibe curtas metragens brasileiros na íntegra e explora curiosidade...
19h55
Flávio Rangel - O Teatro na Palma da Mão 
Da fase do Teatro Brasileiro de Comédia a abertura política, passando pela ditadura militar, um dos ...
21h30
Curta-Metragem 
Sinopse não disponível.
22h00
Amores 
Vieira é um roteirista prestes a ficar desempregado que trava uma batalha com a filha para controlar...
23h30
A Vida é Curta 
A Vida é Curta é um programa que exibe curtas metragens brasileiros na íntegra e explora curiosidade...
 TV FUTURA 

Dia 29 - Sugestões 
16:00 - Grávida aos 16 
16:25 - Boletim Futura 
16:30 - Dinheiro no Bolso 
17:00 - Jornal Futura 
17:30 - Família Imperial 
18:00 - Mundo da Leitura 
19:30 - Entre Fronteiras 
O taxista Dennis Kakande é o guia do jornalista Luís Nachbin na fronteira mais 
recente do mundo: o Sudão do Sul, país que nasceu em 2011. Na década de 80, o 
líder revolucionário John Garang enviou 600 crianças sul-sudanesas para estudarem 
em Cuba e voltarem, já crescidos, para fazer uma independência diferente. Nachbin 
também conhece um desses meninos: o hoje médico Simon Okony Mori. 
20:20 - Que Direito É Esse? 20:30 - Cidades e Soluções 
21:00 - Sala de Notícias 
21:30 - Umas Palavras 
22:00 - Cine Conhecimento 
 TV CULTURA – SP 
22:00 - Mostra Internacional de Cinema 
23:30 – Documentario 
 TVE-RS 
Dia 30 sábado 
22:00 – A Tecelã - 
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_
VOkuXtP8Mg
 PORTO ALEGRE 
Cultura – www.sul21.com.br 
29/03/13 | 14:30
Sul21 recomenda O Amante da 
Rainha, O dia que durou 21 anos 
e Hahaha 
Milton Ribeiro
Com muita gente fora da cidade, o final de semana escora-se em bons lançamentos 
cinematográficos. Há pouca música e teatro, mas O Amante da Rainha, O dia que durou 21 
anose Hahaha são excelentes pedidas para quem quiser fugir do chocolate.
Todas as sextas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música 
para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões 
sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente.
Cinema – Estreias 
O Amante da Rainha (****) 
(En Kongelig Affære), de Nicolaj Arcel, Dinamarca / Suécia / República 
Tcheca, 2012, 137 minutos
Sem pretensões de originalidade, Nikolaj Arcel recria um episódio significativo da história 
da Dinamarca. Século XVIII. Caroline Mathilde (Alicia Vikander) é uma jovem britânica que 
se torna rainha da Dinamarca após se casar com o rei Christian VII (Mikkel Boe Folsgaard), 
que demonstra sinais de loucura. Dentre outras coisas, ele rejeita a mulher. Em viagem 
pela Europa, a saúde mental do monarca piora e um acompanhamento médico torna-se 
necessário. Johann Struensee (Mads Mikkelsen) é escolhido e rapidamente conquista a 
confiança do rei, tornando-se seu confidente e principal conselheiro. Promovido a médico 
da corte, recebe ordens para examinar Carolina e descobrir as causas do seu “mau 
humor”. Os dois apaixonam-se e, aproveitando-se da incapacidade do rei, assumem o 
poder, iniciando uma surpreendente reforma de inspiração iluminista, baseada nos 
iluministas Rousseau e Voltaire. 
No Espaço Itaú 8, às 13h30, 16h00 e 21h30. 
No GNC Moinhos 3, às 13h30 , 16h , 18h45 e 21h20. O dia que durou 21 anos (****) 
(O dia que durou 21 anos), de Camilo Tavares, Brasil, 2011, 78 minutos
Este excelente documentário busca esclarecer o papel dos EUA no golpe de 1964. 
Resultado de uma pesquisa que durou mais de três anos, o documentário usa como fonte 
gravações de diálogos da Casa Branca de 1962 a 1964, recentemente tornadas públicas. 
Os documentos detalham a operação Brother Sam, deflagrada em 31 de março de 1964 e 
que consistia em uma frota naval vinda dos EUA em direção ao Brasil –que invadiria o país 
caso não fosse bem sucedida a derrubada do presidente João Goulart. O apoio logístico da 
Marinha dos EUA contava com porta-aviões, navios petroleiros, torpedeiros, aviões-caça e 
munição. Com a confirmação do golpe, a operação foi desativada, quando se encontrava 
no mar do Caribe. (Da Folha de São Paulo) 

No Espaço Itaú 8, às 20h. Hahaha (****) 
(Hahaha), de Sang-soo Hong, Coreia do Sul, 2010, 115 minutos
O diretor de cinema Jo Moon-Kyeong faz uma viagem para uma pequena cidade costeira 
de Tongyeong, na Coreia do Sul. Lá ele encontra um amigo, o crítico de cinema Jong-sik 
Bang, os dois se sentam para conversar e tomar algo. Durante a conversa, eles falam 
sobre uma viagem que fizeram para o 
mesmo lugar, e acabam por descobrir que conheceram as mesmas pessoas: um poeta e 
guia cultural e uma encantadora mulher. Vencedor do prêmio principal da seção Un Certain 
Regard do Festival de Cannes 2010, Hahaha é o primeiro filme do cineasta a chegar ao 
circuito comercial brasileiro. Nesta comédia sobre relacionamentos amorosos, há total 
despojamento e utilização de muitas cenas cotidianas, como o ato de comer e beber. 
No Instituto NT, às 21h. 
Cinema – Em cartaz As Quatro Voltas (****) 
(Le Quattro Volte), de Michelangelo Frammartino, Itália / Suiça / Alemanha, 
2010, 88 minutos
Sem nenhuma palavra, sem nenhum diálogo, As Quatro Voltas é uma experiência única. 
Frammartino finge deixar nascer do mundo, naturalmente, uma narrativa (que terá direito 
a uma mudança de protagonista na metade que não deixa dever nada ao Lost Highway de 
Lynch), quando de fato ela é colocada em movimento de modo incrivelmente preciso. 
Embora seja um filme sem nenhum diálogo, e literalmente protagonizado em metade do 
seu tempo por animais e até mesmo uma árvore, As Quatro Voltas tem uma capacidade 
impressionante de não apenas saber muito bem o que deseja fazer, como encontrar os 
melhores meios para fazê-lo, cinematográfica e narrativamente. Mas, mais do que isso: 
como poucos filmes neste circuito de festivais cada vez mais viciado e sem surpresas, As 
Quatro Voltas nos deixa partilhar de alguns daqueles momentos no cinema onde ainda 
soltamos um “oh” encantado. Não é pouca coisa.(Eduardo Valente, na Revista Cinética). 
No Espaço Itaú 6, às 13h20 e 20h. Depois de Lúcia (****) 
(Después de Lucía), de Michel Franco, México / França, 2012, 93 minutos
A adolescente Alejandra (Tessa Ia) e seu pai acabam de se mudar do interior para a 
Cidade do México depois da morte da mãe num acidente. Eles buscam retomar suas vidas. 
A menina vai para uma nova escola — de classe média alta — onde faz novos amigos. Em 
razão de um vídeo que cai na internet, no qual é vista fazendo sexo com um garoto no 
banheiro, Alejandra se torna vítima de bullying. Os abusos são físicos, sexuais e 
contumazes. Envergonhada, a menina não conta nada para o para o pai. À medida que a 
violência toma conta da vida da menina, eles se afastam cada vez mais. O filme é muito 
violento, talvez de forma exagerada e inverossímil, e seu final demonstra toda a descrença 
de Franco na atuação das instituições mexicanas. 
No Guion Center 2, às 22h10. 
No Guion Center 3, às 16h10. Anna Karênina (****) 
(Anna Karenina), de Joe Wright, Grã-Bretanha, 2012, 129 minutos
Anna “Kariênina” (segundo a belíssima e recente tradução de Rubens Figueiredo para a 
Cosac Naify) é um estupendo romance de Tolstói. Joe Wright é o bom diretor de Orgulho e 
Preconceitoe Desejo e Reparação. O roteirista Tom Stoppard — Brazil, Shakespeare 
Apaixonado,Rosencrantz and Guildenstern estão mortos — é ótimo. Olhando de fora tudo 
estaria perfeito não fosse a presença de Keira Knightley, verdadeira obsessão de Wright. 
Ele realizou ao todo cinco filmes, três com Knightley no papel principal. OK, ela é linda e 
boa atriz, mas quem leu o romance de Tolstói e lembra das descrições da adúltera Anna, 
sabe que Keira é tão parecida com ela como seria um esquilo. Falta-lhe decote, olhos 
claros, rosto e formas arredondadas. Anna é casada com Alexei Karenin, um aristocrata 
correto e admirado, interpretado pelo Jude Law. Ela faz uma viagem a Moscou para tentar 
convencer a cunhada Dolly a perdoar as constantes traições do irmão Stiva, e acaba 
conhecendo o jovem Conde Vronsky, com quem começa seu próprio romance proibido. O 
filme é muito bem até chegar na parte em que é exigida maior profundidade emocional. 
Como Wright não obteve acesso aos fantasmas de cada personagem — os de Tolstói são 
multifacetados, de rica vida interior e muito interessantes — , o filme tornar-se 
melodramático e superficial, traindo o romance e fazendo com que o velho autor russo se 
debata no túmulo. Vale a pena ver, o filme é belíssimo e cheio de boas soluções, mas 
Tolstói merecia mais. Quem manda filmar o mestre? 
No Espaço Itaú 3, às 13h20, 16h, 18h50 e 21h30. 
No Guion Center 1, às 15h, 17h20 e 19h40. 
No GNC Moinhos 2, às 16h15, 19h e 21h40. O Lado Bom da Vida (****) 
(Silver Linings Playbook), de David Russel, EUA, 2012, 122 minutos
Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu tudo na vida: casa, o emprego e mulher. 
Deprimido, ele vai parar em um sanatório, onde fica internado por oito meses. Ao sair, Pat 
volta a morar com os pais e está decidido a reconstruir sua vida, o que inclui a retomada 
do antigo casamento, passando por cima de todos os problemas. Entretanto, seu plano 
altera-se quando ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma jovem viúva misteriosa que 
também tem seus problemas. Uma comédia romântica bem acima da média, apesar de 
que só um severo alongamento intelectual pode explicar as 8 indicações que recebeu ao 
Oscar. 
No Arcoíris Victoria 2, às 16h30 e 19h. 
No Cinemark Barra 8, às 23h20. 
No Cinemark Ipiranga 5, às 17h25. 
No GNC Iguatemi 1, às 21h50. 
Na Sala Paulo Amorim, às 19h30. Amor (*****) 
(Amour), de Michael Haneke, Alemanha / Áustria / França, 2012, 127 
minutos
O diretor Michael Haneke (esquerda) e os atores Emmanuelle Riva e Jean Louis Trintignant. 
Justamente elogiado e premiadíssimo — a fim de dar chance a outras produções, Haneke 
pediu para ficar de fora de algumas disputas após vencer Cannes e o Globo de Ouro — 
, Amor é um retrato realista e digno da velhice. É a história de Anne (Emmanuelle Riva, 85 
anos, a mais velha indicada ao Oscar de melhor atriz) e Georges (Jean-Louis Trintignant, 
82), dois professores de música aposentados que vivem tranquilamente em Paris. O casal 
faz compras, vai a concertos, cozinham, tomam café da manhã e convivem após décadas 
de amizade, cumplicidade e amor. É quando Anne tem um AVC, ficando com um lado do 
corpo paralisado e precisará de auxílio. O filme é extraordinário. Michael Haneke é um dos 
raros diretores contemporâneos que têm acumulado filmes relevantes, nada 
esquecíveis. Código Desconhecido, Caché, Violência Gratuita,A Professora de Piano e A Fita 
Branca são claras comprovações de que este austríaco veio para marcar deixar sua marca 
no cinema do início deste século. 
No Guion Center 3, às 20h. 
No Instituto NT, às 11h. 
Na Sala Norberto Lubisco, às 14h20. Django Livre (****) 
(Django unchained), de Quentin Tarantino, EUA, 2012, 165 minutos
Em Django Livre, o campeão do entretenimento cult Quentin Tarantino volta em boa forma 
e as habituais muitas citações e sangue. O filme — como já foram Kill Bill e Bastardos 
Inglórios — é mais uma história de vingança. O Dr. King Schultz (Christoph Waltz, o 
extraordinário e debochado nazista de Bastardos Inglórios) é um dentista que prefere 
trabalhar como caçador de recompensas. Ele deseja comprar o escravo Django (Jamie 
Foxx) porque ele é um dos poucos a conhecer a fisionomia de um trio criminoso que tem 
sua cabeça a prêmio. Após muitos mortos, feridos, deboches e ironias, Schultz obtém 
Django e eles formam a típica dupla de faroeste. Mais mortos, feridos, deboches e ironias. 
Django mostra tanto seu valor como auxiliar de Schultz que este topa ajudá-lo na missão 
de sua vida: reencontrar sua mulher, Broomhilda (Kerry Washington), que foi vendida a 
uma enorme fazenda distante, pertencente ao perverso Calvin Candie (Leonardo diCaprio). 
Mais mortos, feridos, deboches e ironias. Delirante e nada documental, é diversão certa. 
Em Django Livre, Tarantino faz reviver Don Johnson, de Miami Vice, e Franco Nero, de 
tantos westerns-spaghetti. 
Na Sala Paulo Amorim, às 16h30. 
Exposições e Artes Plásticas 
Descolagem #1 
No Museu do Trabalho, Rua dos Andradas, 230 
De terça a sábado, das 13h30 às 18h30, domingos e feriados das 14h às 
18h30 

Até 12/05
Descolagem #1 é a primeira de uma série de exposições organizadas pela galeria de arte 
Fita Tape, em espaços expositivos de instituições e de outras galerias. O Museu do 
Trabalho é o espaço escolhido para iniciar a mostra, que chama atenção para a 
importância do colecionismo e do mercado de arte contemporânea. Serão apresentadas obras inéditas em Porto Alegre de artistas representados pela galeria, que atualmente está 
sem endereço fixo. Segundo o diretor da Fita Tape, Lucas Ribeiro “Pexão”, o projeto 
Descolagem só poderia iniciar pelo Museu do Trabalho: “Minha visão como curador e o 
próprio impulso de organizar exposições estão diretamente ligados ao projeto curatorial do 
Museu do Trabalho dos anos 90 em diante. O mesmo vale para grande parte dos artistas 
com quem trabalho hoje, que foram fortemente influenciados por esse verdadeiro bunker 
das artes visuais, muitos deles tendo inclusive realizado suas primeiras exposições nele”. Maria Tomaselli — De Ponta-Cabeça: Prédios Versus Casas 
Na Bolsa de Arte, Rua Visconde do Rio Branco, 365 

Segunda à sexta, das 10h30 às 19h, sábados das 10 às 13h30 
Até 06/04/2013
A destruição das casas para dar lugar à construção de edifícios. A crítica da artista consiste 
no crescente apagamento da memória de uma Porto Alegre açoriana e da falta de 
preservação de imóveis representativos das diversas épocas que construíram nossa cidade. 
A preservação, ao contrário do que prega a ideologia do mercado imobiliário, pode, sim, 
trazer recursos à administração pública, na medida em que estimula o potencial turístico da 
cidade. Tomaselli diz que “Porto Alegre seria uma cidade açoriana com potencial turístico 
incrível, se tivessem preservado o Centro com a memória dos primeiros que estiveram 
aqui”. O pouco que sobrou dos Açorianos está no bairro Cidade Baixa, devendo ser 
considerado patrimônio cultural. Contudo não é difícil de entender porque nossa cidade 
tem tanta dificuldade de preservar o que tem de bom em seus bairros. Em nome de um 
alegado progresso, se destrói sem critério – ou melhor, de acordo com critérios 
exclusivamente econômicos – grande parte do legado de nossa população. Maria Tomaselli 
cita a obra House Attack, de Erwin Wurm, como uma metáfora de como as coisas estão 
viradas do avesso. Segundo a artista, “em vez de fazer um bairro planejado, eles 
simplesmente vendem casas para colocar um espigão no lugar. A casa que fica ao lado 
deste prédio não terá mais sol nunca. Não sei se isso está certo”. (Retirado do blog Chega 
de demolir Porto Alegre).
Foto: Bolsa de Arte 21 anos do MACRS — Fazer e desfazer a paisagem 
No Museu de Arte Contemporânea — MACRS, na Andradas, 736 
Segundas, das 14 às 21h, de terça a sexta, das 9 às 21h, sábados e 
domingos, das 21 às 21h 
Até 07/04

No dia 02 de março o Museu de Arte Contemporânea do RS dará largada a intensa e 
comemorativa programação de exposições 2013 que assinalam a maioridade do Museu, 
fundado em 04 de março de 1992, preparando-lhe para ampliação do seu acervo e sede 
em 2014. Para celebrar esta importante data será inaugurada em ambas galerias do 
MACRS (Rua dos Andradas, 736, 6º andar – CCMQ) a exposição coletiva Fazer e desfazer a 
paisagem. Com curadoria da artista e professora Sandra Rey, a mostra traz trabalhos dos 
artistas do grupo de pesquisa em processos híbridos de arte contemporânea, do programa 
de pós-graduação de artes visuais da UFRGS. A exposição propõe alargar relações entre a 
paisagem e seu significante imediato, a natureza, e é idealizada em torno de obras que 
colocam questões sobre a percepção, o meio ambiente, o lugar e as práticas da arte. Nas 
obras apresentadas, as relações entre paisagem e natureza não são unívocas, não se 
apresentam como equivalentes, nem tampouco se definem sempre da mesma maneira. 
Pelo contrário, essas relações são esgarçadas ao ponto em que a operação que se cumpre 
nessa equação de relação entre paisagem e natureza possa alcançar o sujeito e a cultura. 
William Kendridge — Fortuna 
Na Fundação Iberê Camargo, Padre Cacique, 2000 
De terça a domingo, das 12 às 19h, quintas até às 21h 
Até 26/05

A Fundação Iberê Camargo inaugura nesta quinta-feira (7) a exposição de William 
Kentridge, com um coquetel às 19h que contará com a presença do artista. Com curadoria 
de Lilian Tone, William Kentridge: Fortuna evidencia o processo de criação pouco 
convencional do sul-africano em seu estúdio, em Johannesburgo. A mostra estará aberta 
para visitação de 8 de março a 26 de maio. Em Porto Alegre, a maior retrospectiva do 
artista na América do Sul tem a adição de 25 esculturas, além de contar com inúmeras obras inéditas no Brasil. O vídeo e “flipbook” (livro de artista animado) De Como não Fui 
Ministro d’Estado foram feitos exclusivamente para a exposição brasileira. Ao todo, serão 
31 esculturas, 32 desenhos, 26 filmes e animações, 115 gravuras e duas vídeo-instalações. 
A Poesia nos Tapumes — Escritores Diversos 
Na Travessa dos Cataventos na CCMQ (Andradas, 736) 
Todos os dias, em qualquer horário, até 31/03
A Travessa dos Cataventos da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) sedia, em março, a 
exposição “A Poesia nos Tapumes – Escritores Diversos”, que consiste em doze tapumes 
com intervenções de frases de grandes escritores, brasileiros e estrangeiros. A iniciativa do 
Museu de Arte Contemporânea (MAC/RS) coloca a arte no logradouro da instituição, que 
em breve será restaurada, com o patrocínio do Banrisul e apoio de sua Associação de 
Amigos (AACCMQ). O projeto homônimo foi idealizado pelo artista André Venzon, com o 
patrocínio da Brascril, para 55a Feira do Livro de Porto Alegre ( 2009), quando a Praça da 
Alfândega se encontrava em processo de restauração. A primeira exposição do projeto se 
deu ao longo da passarela elevada que atravessa o canteiro de obras da praça, quando 14 
tapumes foram gravados com frases de diversos escritores, nacionais e internacionais, 
escolhidas pelo público do maior evento literário a céu aberto da América Latina. Agora 
ganha segunda edição, com pensamentos de grandes nomes, sobre sua paixão pela 
literatura e o ofício do escritor. Participam: Assis Brasil, Anaïs Nin, Carlos Urbim, Gabriel 
Garcia Marquez, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Mario Quintana, Clarice Lispector (“Há 
um grande silêncio dentro de mim, e esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras 
escritas”), Delmino Gritti, Roland Barthes (“Escrever é sacudir o sentido do mundo”), Caio 
Graco (“Os livros não mudam o mudam, as pessoas é que mudam o mundo, os livros ó 
mudam as pessoas”) e Paixão Côrtes (“Não sou escritor, sou escrevinhador. Busco através 
da pesquisa, as fontes originais para devolver ao povo o que é do povo”). Casa de Cultura Mario Quintana, Travessa dos Cataventos | Foto: CCMQ/Divulgação 
Eduardo Vieira da Cunha — Estar em Qualquer Lugar 
Sala João Fahrion no Prédio da Reitoria da UFRGS, Rua Paulo Gama, 110 
De segunda a sexta, das 10h às 18h. Até 31/05
Pintor, fotógrafo, desenhista e gravador, Eduardo Vieira da Cunha realiza exposição 
individual que integra uma série chamada “Percurso do Artista”, Sala João Fahrion, Reitoria 
da UFRGS, Porto Alegre, RS. A mostra é voltada para a idéia da viagem, do deslocamento, 
elementos sempre presentes na obra do artista. Essa exibição marca os 30 anos de uma 
carreira que começou com participações e premiações em salões na década de 1980 e 
mostras realizadas em Nova Iorque e Paris, cidades onde residiu. São 32 pinturas, oito 
desenhos e cinco gravuras, além de fotografias e ilustrações escolhidas em torno da idéia 
de metáfora de viagem produtiva. O pintor recolhe exemplos de outras áreas para falar da 
vasta questão do deslocamento e da viagem: sonhos, fotos, papéis soltos, objetos, mapas, 
itinerários, planos, traduções, desenhos e pinturas que ajudam a pelo menos recompor o 
itinerário de uma viagem produtiva, ociosa positiva e negativamente. (Com o site Bolsa de 
Arte). Viaduto e trem (2012), de Eduardo Vieira da Cunha 
Cromomuseu 
Mo Margs, Praça da Alfândega, s/n 
De terça a domingo, das 10 às 19h 
Até 31/03/2013

Cromomuseu apresenta 147 artistas, nacionais e estrangeiros, em 223 obras nacionais e 
internacionais, canônicas e contemporâneas, que vão do século 19 aos dias de hoje — 
todas pertencentes ao acervo do MARGS. Segundo o diretor do MARGS, Gaudêncio Fidelis, 
curador da exposição, Cromomuseu é uma plataforma das mais inovadoras e deve entrar
na historia das exposições brasileiras como uma das grandes mostras dos últimos anos. O 
MARGS está engajado em um intenso programa de produção de conhecimento original que 
objetiva conduzir o museu para um status de igualdade com seus pares nacionais. Entrada 
franca. 
Como parte da exposição Cromomuseu é exibida na fachada do MARGS a pintura Go Home 
(1998-2012) do artista Peter Fox:Música 
Tribo Brasil no Paraphernália Bar 
Rua João Alfredo, 425 – Cidade Baixa 
Dia 24/09 – Sexta 23h
Clássicos da MPB: Sambas de Raiz, Samba Rock, 
Funks, Grooves, Sambas Jazz, Baião, Sons Autorais… 
Baile da TRIBO rola: Gilberto Gil, Jorge Ben, Tim Maia, João 
Bosco, Caetano Veloso, Cartola, Paulinho da Viola, Zé Ketti, 
Assis Valente, Zeca Baleiro, Dorival Caymi, Djavan entre outros. 
Ingressos: R$ 12,00 Teatro 
Entre Nós 

De 15 de março a 07 de abril. Sextas e sábados às 21h e domingos às 20h 
Teatro Bruno Kiefer, no 6° andar da CCMQ
Entre Nós é uma comédia romântica contemporânea que fala sobre diversidade. Conta a 
história de dois jovens atores em processo de criação para um romance entre os 
personagens Rodrigo e Fabio. Eles enfrentam uma série de situações conflitantes e 
engraçadas até decidirem o destino dos personagens perante as famílias, os amigos e a 
Escola. No final isso os leva a solicitar ao público que decida sobre o desfecho da peça: se 
o casal protagonista deve ficar juntos ou não. O texto é do baiano João Sanches, Direção 
de Paulo Guerra, trilha sonora ao vivo com o DJ Ledos Reis. Atuação de Bruno Abiz e 
Samuel Reginatto. Entrada: R$ 20 inteira, R$ 16 para clientes Banrisul, R$ 15 para estudantes e R$ 10 para 
idosos. Coluna do Timm– Morre Mauro Borges, 93 , Ex Governador de Goiás, 
um amigo de Brizola e do Rio Grande. 
Morreu na manhã desta sexta-feira , dia 29 de março (2013) em um hospital de Goiânia, o exgovernador de Goiás, Mauro Borges Teixeira, aos 93 anos de idade, depois de longos anos com a 
saúde abalada. 
Mauro Borges -Rio Verde, 15 de fevereiro de 1920 — Goiânia, 29 de março de 2013) -
Mauro foi sempre um grande amigo e admirador do Rio Grande do Sul, para onde veio no início 
dos anos 40 , como jovem oficial do Exército, vindo a se casar em Santa Maria com D. Lourdes 
Estivallet , no ano de 1944. Tinha grandes afinidades políticas Vargas e Brizola, a quem 
acompanhou na Campanha da Legalidade, como Governador de Goiás . À época transformou o 
Palácio das Esmeraldas num centro de resistência democrática a favor da posse da Jango, sob as 
ondas da Rádio Brasil Central , tal como Brizola fazia aqui no Rio Grande. Isto lhe custou caro em 
1964, aos olhos dos militares golpistas do 31 de março de 1964 . Estes não descansaram 
enquanto não o depuseram militarmente no dia 28 de novembro. 

Campanha da Legalidade (1961) 
Participou ativamente da Campanha da Legalidade, juntamente com o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. 
Pelo apoio prestado aos legalistas recebeu o título de cidadão gaúcho, após a posse de João Goulart. 
O movimento tinha por fim defender a posse do vice-presidente João Goulart, tendo em vista a renúncia do então 
presidente, Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. Alguns militares de alta patente e parte da sociedade brasileira era 
contra a posse de Jango por considerá-lo aliado dos comunistas. Na ocasião da renúncia de Jânio, o seu vice estava em 
visita oficial à China, país comunista, fato que reforçou a tese dos favoráveis ao golpe.O apoio de Mauro Boges chegou a transformar o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, em um quartel-general dos legalistas, utilizando a Rádio Brasil Central como difusora do movimento, na chamada rede da legalidade. Tal
posicionamento criou atritos com as Forças Armadas, que mandou aviões da FAB sobrevoarem a capital goiana como 
forma de intimidação, a ameaça da invasão de Goiânia pelos militares chegou a causar pavor na população goianiense, 
tendo o governador cogitado armar a mesma para resistir. 
A deposição de Mauro Borges em 1964 evoca uma curiosidade política daquele Estado, no qual 
vivi durante mais de uma década e no qual, inclusive vim a ser candidato ao Governo, pelo PDT, a 
pedido de Brizola, em 1982. 
Mauro e Brizola eram muito alinhados políticamente embora jamais no mesmo Partido. Vinham de 
uma linhagem ideológica similiar: o positivismo , como inspiração para a construção do progresso 
com soberania. Brizola era um herdeiro e afilhado de Vargas, que bebera na sua juventude da 
fonte castilhista – Julio de Castilhos – radical. 
Mauro era filho de Pedro Ludovico, um médico austero e progressista que fez, praticamente 
sozinho, nos ermos goianos, a campanha da Revolução de 30. Vitoriosa a Revolução, tornou-se o 
Interventor no Estado, contra a forte oposição da oligarquia agrária dominante. A tal ponto que se 
viu forçado a transferir a capital do Estado – Goiás (Velho) – para a nova Goiânia, por ele 
construída. Governou com mão de ferro na tentativa de modernizar uma sociedade balcanizada do 
processo civilizatório brasileiro desde a decadência da mineração no final do Século XVIII , não 
obstante o imenso talento de alguns políticos e intelectuais no Seculo XX. Pouco conhecemos, 
aqui no sul, deste longínquo processo de germinação da brasilidade no Planalto Central, do qual só 
viemos a ter notícia pelos belos romances de Bernardo Ellis e poemas de Godoy Garcia, ambos 
presentes na Revista Província de São Pedro, da Editora Globo de Porto Alegre. Pedro Ludovico 
foi um gigante no seu tempo. Mas, cauteloso, jamais se filiou ao PTB. Guardava lealdade 
camoniana a Vargas, tendo sido o único Governador a lamentar realmente sua morte, em 1954. 
Foi uma espécie de Borges de Medeiros, com a vantagem de que não teve que enfrentar 
maragatos, esta curiosa e precoce decantação liberal do pampa. Em Goiás a Oposição era mais 
brutal, preferindo as armas da tocaia, ao campo aberto do enfrentamento. Mas Ludovico 
sobreviveu o suficiente para Governar seu Estado várias vezes entre 1930 e 1954. E , depois de 
ungir seu filho Mauro, como sucessor, ainda nos anos 50, viveria até meados de 80. Longevo, 
tanto quanto Mauro. 
Mauro Borges começou sua carreira política com deputado federal em 1958 e já em 1960 elegiase Governador de Goiás, cargo que ocupou até o 28 de novembro de 1964. Em 1966 seria preso, 
no RS e teve os direitos políticos cassados. Com a anistia retornou à vida pública pelo PMDB, 
elegendo-se Senador em 1982. Rompendo com Iris Rezende, o grande cacique peemedebista até 
hoje no Estado e que havia sido o líder do seu Governo antes do Golpe, foi para p Partido 
Democrata Cristão pelo qual cumpriria mais um mandato como Deputado Federal. 
No Governo de Goiás, Mauro teve um estilo muito parecido ao de Brizola no Rio Grande do Sul, na 
mesma época. Tentava dar continuidade à obra modernizadora do pai, ao tempo em que se alinhava 
com as novas técnicas de administração com o o Planejamento e o uso intenso da Radiodifusão. Mauro Borges foi eleito governador de Goiás pelo Partido Social Democrático (PSD). Sendo 
militar com curso de Estado Maior do Exército, que é o MBA dos militares, tinha formação 
necessária para criar um plano de Governo, o Plano MB (Mauro Borges), para auxiliá-lo 
contratou uma equipe formada pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. No seu governo 
foi criada a Secretaria do Planejamento e anos mais tarde o Governo Federal criou o Ministério 
do Planejamento e Orçamento. 
Em seu governo foi montada uma administração ágil e operante, criou os concursos públicos, 
onde os funcionários públicos eram contratados pelos seus méritos, esse foi um de seus grandes 
feitos pois tudo funcionava e bem. Criou o Consórcio Rodoviário, um fundo de reservas 
financeiras para viabilizar as construções de estradas, com isso viabilizou a construção de 
11000km de estradas. 
Mauro Borges integrou Goiás no cenário econômico nacional, promovendo o crescimento das 
fronteiras econômicas por meio da retomada da Marcha para o Oeste e a implantação de 
uma reforma agrária que teve como o modelo os kibutz de Israel, organizados a partir da 
produção cooperativa. 
Além do Plano MB, como era chamado seu projeto para integrar o estado no cenário econômico 
nacional, Mauro Borges realizou também a conclusão do Aeroporto Santa Genoveva, da Usina 
Rochedo, da Usina de Cachoeira Dourada e a ampliação e reestruturação da CELG. 
O estilo ousado de Mauro na administração, característica que não se coadunava muito com seu 
temperamento extremamente cordial e sempre sorridente, levou-o, porém, a entrar em atrito com 
o Presidente Jango, logo depois de sua posse, encerrado o episódio da Legalidade. Não 
conheço nenhum trabalho acadêmico sobre as razões dos fatos que acabaram em ruptura de 
Mauro com Goulart e eu próprio, hoje lamento não lhe ter indagado pessoalmente. Afinal, tive 
com ele bastante intimidade, graças, aliás, a outro velho companheiro, o Dr. Percival Bandeira. 
E, como depoimento, relato. 
Bandeira havia sido um dos homens de maior confiança pessoal de Jango e que, após o 
Golpe, refugiara-se em Goiás, de onde era sua gentil esposa. Ele e Mauro, coevos, com as 
respectivas senhoras, eram muito chegados. E , pelos insondáveis caminhos do destino, quando 
o Doutor Brizola me determinou , em 1979, ir à Goiás, tratar da organização do PDT naquele 
Estado, resulta que me deparei com o Dr. Bandeira. Era uma noite chuvosa do princípio de 1980 
em Goiânia. Eu mal andava na cidade, que pouco conhecia. Morava, desde 1973 em Brasília e 
ia , vez por outra àquela cidade por razões de ofício. Sem saber por onde começar minha 
peregrinação, fiz uma chamada pelo Jornal Diário da Manhã, para os interessados em participar 
da fundação do novo Partido – PDT – para que comparecessem à uma reunião na Câmara de 
Vereadores. . Apareceram pouquíssimas pessoas. Lembro-me de um jornalista, Hélio Nascente, 
de um sociólogo , Baylon Taveira, de um ex-deputado, residente em Anápolis, todos eles, aliás, 
já contactados há uns meses antes e com os quais compareci, “em nome de Goiás”, à memorável chegada do Brizola ao Brasil, por São Borja, em 1979. Ao fundo da sala percebi que 
havia um Senhor, calado e triste, rosto vincado pelos anos e meio entrecurvado. Ao final da 
reunião, ia eu saindo, um pouco frustrado pelo fracasso na convocação, quando ele se 
aproximou, cauteloso mas firme e me disse: “Foi o Brizola que te mandou?” Respondi 
afirmativamente. “Então vamos conversar...”. Pegou-me por um braço, entrei no seu carro, um 
flamante LANDAU e fomos para o Hotel onde eu estava hospedado. Aí passamos grande parte 
da noite conversando. E ele me contando sua vida de dedicação ao Presidente Jango, de quem 
fora Oficial de Gabinete no Rio de Janeiro e a quem devotava verdadeira devoção. Durante a 
conversa lágrimas escorriam do seu rosto e ele comovido, ao final, tendo verificado que eu 
representava realmente o Doutor Brizola, como ele dizia, sentenciou: “Eu estou muito velho. 
Ademais não sou político. E diga-se de passagem tenho minhas restrições do Doutor Brizola. 
Meu débito é com o Presidente Jango. Mas vou te ajudar nessa história. É muito difícil. Goiás 
tem uma tradição do Pedro Ludovico , mas nunca teve cultura trabalhista. Esse tal de Iris, que já 
se insinua como um grande líder e deverá Governador um dia, foi do PTB, chegou a Lider da 
bancada Governista do Mauro, mas não vale nada. Não tem ideologia... Mas vou te ajudar de 
qualquer jeito. Pega tuas coisas e daqui por diante, tu vais morar – ele tinha , dizia que por 
descendência de um tal Pinto Bandeira, um jeito meio gauchesco de falar- , quando estiveres em 
Goiânia, na minha casa. Avise, sempre, quando estiver pra chegar. Te busco. E fico contigo o 
tempo todo. Devo isto ao Jango...” Simplesmente comovente. Nunca mais vou me esquecer 
daquela noite, depois da qual eu e o Bandeiro ficamos amigos inseparáveis até sua morte. 
E assim foi... 
Ficava eu na casa do Bandeira e de lá organizei o PDT em Goiás entre 1979 em 1982, tendo 
afinal, que ser candidato ao Governo por absoluta falta de alguém que o topasse. E ali 
encontrava frequentemente Dona Lourdes, arrastando um joguinho de cartas com outras 
amigas, dentre as quais a esposa do Bandeira, e o próprio Mauro. Graças a isto, ganhei uma 
grande proximidade com o casal, mesmo que não houvesse identidade partidária. Mas me 
tratavam com carinho e me prestigiavam. Mais ainda pelo fato de que eu havia sido professor de 
um dos filhos deles, o Pedro, jovem extremamente preparado, no Instituto Rio Branco, entre 
1977/78, também meu amigo, desde Brasília e que viera a se suicidar justo naqueles anos. 
Conto tudo isto, a propósito, para lamentar não ter indagado ao Mauro as razões de sua rusga 
com o Jango. 
À falta deste depoimento valho-me dos rumores. Dizia-se, então, nos idos de 70-80 que Mauro 
havia rompido com o Presidente lá pelos idos de 1962 por causa de Política Mineral. Mauro era 
um ferrenho defensor dos ricos e abundantes minérios do solo goiano, para Goiás. Jango tinha 
uma visão nacional e acabou entregando grande parte da mineração em Goias para o Grupo 
Ermírio de Morais, satisfazendo os apetites do Senador José Ermírio de Morais, aliado do 
Governo. A velha história da Base Aliada... A verdade é que Mauro não gostou nem um pouco, 
rompeu com Jango e uma ampla campanha anti-janguista foi deflagrada, “à esquerda”, 
denunciando o Presidente como “entreguista”. Ou seja, Mauro Borges, com sua férrea 
determinação em defender os interesses goianos , isolava-se da coalizaçao nacional do PTB. Quando irrompeu o Golpe, em 1964, criou-se uma insólita situação, pois caía , justamente, o 
Governo a quem Mauro denunciava... 
Coisas do Brasil... 
Durante muito tempo fiquei sem entender isto nas incontáveis reuniões que tive em todo o 
Estado. Os goianos sempre se referiam ao Golpe do 28 de novembro e eu me perguntava: - Que 
diabos, o que é isto...” Aos poucos, porém, fui entendendo a complexidade desta imensa trama 
cultural e política que é o Brasil e compreendi que eles se referiam ao dia em que o General 
Meira Matos , à frente das tropas, ocupou Goiania, cercou o Palácio das Esmeraldas e forçou a 
queda deste grande brasileiro , então Governador MAURO BORGES, hoje falecido. 
Depois das eleições de 1982 Mauro foi eleito Senador, víamo-nos às vezes , eis que eu 
trabalhava no Congresso Nacional. Não raro ia me visitar na minha casa, o que me enchia de 
alegria e honra. E trocávamos alguns livros. O último, sua biografia, enviou-me ele por uma 
sobrinho quando eu já morava em solo goiano que ele tanto amava, lá pelo ano 2005. Guardo-a 
com carinho, embora misturado na bagunça da minha vida, de tantos lugares, tantas casas, 
tantos amores, tantos amigos...Tentei, aliás, levá-lo à Olhos D ‘Água, onde eu morava, mas ele 
já não se atrevia. Com a idade avançada, engordou muito, escutava pouco e tinha grande 
dificuldade de locomoção. Há pouco mais de um ano lhe foi diagnósticado Alzheimer. 
Já, pois, hávia uns 20 anos que não via Mauro Borges. Mas lembrar-me, hoje, de sua figura, de 
sua vida pública, de sua fineza sem frescuras, me remonta a uma das melhores, embora difícil , 
fases da minha vida: Em Goiás..A do aprendizado da História fora dos bancos escolares e dos 
livros. Com os Homens que a fizeram... 

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