Drops abril 10 - TATCHER : VAI-SE UM DOS TRUNFOS DO LIBERALISMO
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AVISO AOS NAVEGANTES
Pode? Mesmo considerando que a mão de obra lá é superexplorada...
"A polpa de tomate chinesa viaja 65 dias para chegar a Goiás, polo da indústria nacional de molhos. Ainda assim, é 20% mais barata que a vendida por fornecedores locais, segundo os asiáticos."
http://app.folha.com/m/noticia/236913
"A polpa de tomate chinesa viaja 65 dias para chegar a Goiás, polo da indústria nacional de molhos. Ainda assim, é 20% mais barata que a vendida por fornecedores locais, segundo os asiáticos."
http://app.folha.com/m/noticia/236913
Adágio do dia
"Quem promete, deve"
(De Leonardo Mota, em "Adagiário Brasileiro")
DESTAQUES CULTURAIS
POESIA
AS FLORES
(Paulo Leminski)
as flores
são mesmo
umas ingratas.
a gente as colhe
depois elas morrem
sem mais nem menos
como se entre nós
nunca tivesse
havido vênus
são mesmo
umas ingratas.
a gente as colhe
depois elas morrem
sem mais nem menos
como se entre nós
nunca tivesse
havido vênus
FILOSOFIA
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O Café Filosófico, Da ira à esperança, com Padre Contieri, tem transmissão online a partir das 19h. Acesse
MUNDO DO MOSAICO
Caminhos do Mosaico reunirá em seus álbuns, imagens de Mosaicos Antigos, Paleocristãos, Bizantinos e sua evolução no decorrer dos tempos. São imagens que sugerem roteiros inesquecíveis para os apreciadores de Arte.
CINEMA
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Festival de Documentários: São Paulo / Rio / Campinas / Brasília. Será que na próxima edição chega a Porto Alegre?
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PÉROLAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
“Tu pisavas os astros, distraída,”
Chão de Estrelas
Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam estranho festival!
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chãoTu pisavas os astros, distraída,Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam estranho festival!
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chãoTu pisavas os astros, distraída,Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
NOTÍCIA EM DEBATE : FOI-SE A BRUXA LIBERAL! “GONE WITH THE WIND”...
PONTO E CONTRA PONTO: MARX x MARKETS
Morre Margaret Thatcher, figura política central do século 20
Atualizado em 8 de abril, 2013 - 09:52 (Brasília) 12:52 GMT - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130408_thatcher_perfil_novo_vale.shtml
Thatcher e o presidente americano Ronald Reagan compartilhavam de opiniões semelhantes sobre economia
A ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher morreu na manhã desta segunda-feira em Londres, aos 87 anos, após sofrer um derrame. Thatcher foi a primeira mulher a ocupar o posto de primeiro-ministro no país, e permaneceu no cargo de 1979 a 1990, pelo Partido Conservador.
"É com grande tristeza que Mark e Carol Thatcher anunciam que sua mãe, a baronesa Thatcher, morreu pacificamente após um derrame nesta manhã", disse o porta-voz da ex-premiê, Lord Bell.
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Thatcher foi uma das mais influentes figuras públicas do século 20. Seu legado teve um efeito profundo nas políticas de seus sucessores, tanto conservadores como trabalhistas, enquanto seu estilo considerado radical e agressivo definiu seus 11 anos no comando da Grã-Bretanha.
Durante seu governo conservador, milhares de britânicos conseguiram comprar casas populares e ações de empresas recém-privatizadas nas áreas de energia e telecomunicação.
Mas sua rejeição à chamada "política de consenso" fez dela uma figura desagregadora, e a oposição ao seu governo culminou com rebeliões nas ruas e dentro de seu próprio partido.
Margaret Hilda Thatcher nasceu em 13 de outubro de 1925 no condado de Lincolnshire, filha de um dono de mercearia, que era pregador metodista e político local. Ele teve enorme influência na vida da filha – bem como nas políticas que ela adotou.
“Devo quase tudo a meu pai, de verdade”, ela diria mais tarde.
Thatcher estudou Química em Oxford, com o auxílio de uma bolsa de estudos, e se tornou a terceira mulher a presidir a Associação Conservadora da universidade.
Jovem candidata
Depois de se formar, trabalhou para uma empresa de produtos plásticos e se envolveu em um grupo político conservador, até que, a partir de 1949, começou a concorrer a cargos no governo local em Kent.
Mesmo sem vencer, ela atraiu atenção da imprensa por ser a mais jovem candidata eleitoral conservadora da História.
Em 1951, ela se casou com o empresário divorciado Denis Thatcher, com quem teve os gêmeos Mark e Carol, dois anos depois.
Em 1959, finalmente obteve um assento no Parlamento britânico. Foi nomeada logo em seguida ministra-júnior e, após a derrota dos conservadores em 1964, entrou para o “shadow cabinet” (gabinete de oposição que monitora o trabalho do governo).
Ganhando proeminência no partido, Thatcher passou a fazer campanha vigorosa contra impostos no governo trabalhista e a favor da construção de casas populares.
Quando o conservador Ted Heath foi eleito premiê, em 1970, Thatcher foi promovida a secretária da Educação e ordenada a reduzir os gastos da pasta. Um dos cortes resultou no fim de uma campanha de leite gratuito nas escolas, o que gerou fortes críticas dos trabalhistas e o apelido de “Margaret Thatcher, milk snatcher” (algo como ladra de leite).
Ela própria havia se oposto ao corte dos subsídios para a compra do leite. Depois do episódio, escreveu: “Aprendi uma lição valiosa. Incorri no máximo de ódio político (em troca) do mínimo de benefício político”.
Primeira-ministra
O governo Heath, afetado pela crise do petróleo de 1973, caiu no ano seguinte. Crítica da condução da economia promovida pelo premiê, Thatcher disputou com ele a liderança do partido em 1975 e, para surpresa geral, venceu. Tornou-se a primeira mulher a liderar um partido de grande porte na Grã-Bretanha.
Logo começou a deixar sua marca na política. Um discurso de 1976 contra as políticas repressoras aplicadas na antiga União Soviética lhe rendeu o apelido de “Dama de Ferro”- título que lhe agradava.
Quando o premiê trabalhista Jim Callaghan recebeu um voto de desconfiança do Parlamento, o Partido Conservador venceu as eleições gerais em 1979, e Thatcher foi alçada ao poder.
Livre mercado
Como primeira-ministra, ela estava determinada a moralizar as finanças públicas, e partiu para a redução do papel do Estado e o incentivo ao livre mercado.
O controle da inflação era uma meta central do governo, que introduziu um corte radical nos gastos e nos impostos. Privatizou empresas estatais, fomentou a compra de casas populares e aprovou leis para coibir a militância sindical.
As novas políticas monetárias fizeram do centro financeiro de Londres um dos mais vibrantes e bem-sucedidos do mundo.
Em busca de um país mais competitivo, antigas indústrias foram desativadas. O desemprego cresceu.
Apesar de pressão popular, Thatcher não cedia. Em uma conferência partidária de 1980, ela declarou: “Aos que esperam por uma guinada, só tenho uma coisa a dizer: dêem a guinada se quiserem. Essa dama não volta atrás”.
No fim de 1981, sua taxa de aprovação havia caído para 25%, nível mais baixo registrado para qualquer premiê até então.
No ano seguinte, a economia iniciou sua recuperação e, com isso, cresceu a popularidade de Thatcher.
Guerra e terceiro mandato
A aprovação deu um salto maior em abril, com sua guerra contra a Argentina pelas ilhas Malvinas, vencida em 14 de junho.
A vitória bélica, somada a desarranjos no Partido Trabalhista, resultaram em nova vitória conservadora nas eleições de 1983.
Nessa época, Thatcher enfrentou desafios na Irlanda do Norte, como greves de fome de membros do IRA (Exército Republicano Irlandês), e manteve uma abordagem linha-dura perante o grupo.
Em outubro de 1984, o IRA detonou uma bomba numa conferência do Partido Conservador em Brighton, deixando quatro mortos e dezenas de feridos.
Em resposta, Thatcher declarou: “Este ataque falhou. Todas as tentativas de destruir a democracia com terrorismo falharão”.
Sua política externa era focada em reconstruir laços externos da Grã-Bretanha. Teve como parceiro o presidente americano Ronald Reagan, com quem compartilhava opiniões semelhantes sobre a economia, e manteve uma aliança improvável com Mikhail Gorbachev, presidente soviético reformista.
Ante a desestruturação do Partido Trabalhista, a premiê foi, de forma inédita, eleita para um terceiro mandato em 1987.
Uma de suas primeiras ações foi impor uma taxação sobre serviços públicos, que despertou uma forte onda de protestos violentos no país e insatisfação dentro do próprio Partido Conservador.
Mas o que acabou levando a sua queda foi a questão da unidade do continente europeu.
Após um debatido simpósio sobre o euro ocorrido em Roma, Thatcher ela rechaçou a possibilidade de aumento de poder da comunidade europeia.
Após a saída de importantes membros de seu gabinete e sob pressão do partido, a premiê disse se sentir traída e anunciou sua renúncia em novembro de 1990.
John Major foi eleito para sucedê-la.
Legado
Após deixar o poder, ela recebeu o título de baronesa, escreveu dois livros de memórias e se manteve ativa na política, fazendo campanha contra o Tratado de Maastrich (que pavimentou terreno para a adoção do euro) e contra a política sérvia de limpeza étnica na Bósnia.
Foi forçada a reduzir sua atuação pública em 2001, quando sua saúde começou a se deteriorar. Após sofrer uma série de pequenos derrames, seus médicos advertiram contra aparições públicas, nas quais ela se revelava cada vez mais fragilizada. Além disso, Thatcher sofria de problemas mentais, que afetavam sua memória de curto prazo.
Em 2003, seu marido Denis morreu aos 88 anos de idade.
“Ser primeira-ministra é um trabalho solitário. (...) Mas com Denis ali eu nunca estava sozinha. Que homem. Que marido. Que amigo”, disse ela, na ocasião, em um discurso emocionado.
Para seus críticos, Thatcher foi uma política que colocou o livre mercado acima de tudo. Foi acusada por muitos de deixar que parte da população pagasse o preço por iniciativas que aumentavam o desemprego e geravam distúrbios sociais.
Para seus simpatizantes, a ex-premiê reduziu o tamanho de um Estado inflado e a influência dos sindicatos, além de restaurar a força britânica no mundo.
Acima de tudo, ela foi uma política de opiniões firmes. Sua crença de que não deveria ceder em suas convicções mais enraizadas foi sua maior força e, ao mesmo tempo, sua maior fraqueza, diziam muitos.
Sua filosofia pode ser ilustrada por uma entrevista que deu em 1987. “Acho que passamos por um momento em que muitas crianças e pessoas foram levadas a crer que ‘se tenho um problema, cabe ao governo lidar com ele’. ‘Sou sem-teto, o governo tem de me dar uma casa. Eles (as pessoas) jogam seus problemas sobre a sociedade, e quem é a sociedade? Isso não existe! (...) É nosso dever cuidar de nós mesmos e então ajudar a cuidar de nossos vizinhos. A vida é um negócio recíproco, e as pessoas mantêm em mente os direitos, (mas) sem as obrigações.”
FHC elogia ‘firmeza’, mas nega ter sido influenciado por Thatcher
Caio Quero
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
Atualizado em 9 de abril, 2013 - 06:16 (Brasília) 09:16 GMT
FHC disse admirar a firmeza de Margaret Thatcher
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve com a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher - morta nesta segunda-feira aos 87 anos - uma vez, durante um almoço na embaixada brasileira em Londres.
Na ocasião, a "Dama de Ferro", que ocupou o cargo de primeira-ministra da Grã-Bretanha por 11 anos, se espantou com a duração do mandato de quatro anos para o qual havia sido eleito o então presidente brasileiro: "Isto é ridículo!", disse Thatcher ao mandatário.
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A história foi recordada por FHC durante uma entrevista concedida por telefone à BBC Brasil no final da tarde da última segunda-feira.
Na conversa, o responsável pelo Plano Real e pela privatização de estatais como Vale do Rio Doce e Telebrás lamenta a morte da britânica, mas nega ter buscado inspiração em suas ideias para a política econômica de seu governo.
Dizendo-se um social-democrata, FHC nega o rótulo de neoliberal e elogia a firmeza demonstrada por Thatcher durante seu mandato.
Confira agora os principais trechos da entrevista concedida por Fernando Henrique Cardoso à BBC Brasil.
BBC Brasil – Em sua opinião, qual o legado deixado pela ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher?
Fernando Henrique Cardoso - Eu acho que é de firmeza. Tomou decisões, foi em frente. Deu um exemplo de que para governar você precisa ter crença e avançar. Eu posso não concordar com as crenças, mas ela foi firme.
Com quais crenças de Thatcher o senhor não concorda?
FHC – No caso específico, eu nunca fui favorável ao desmonte da vida sindical e também a uma visão demasiado pró-liberdade de mercado. Eu sou social-democrata, não tenho essa mesma percepção.
Mas alguns analistas veem uma inspiração em Margaret Thatcher na abertura econômica e nas privatizações que senhor fez em seu governo. O senhor concorda com essa avaliação?
FHC – Não. Abertura econômica é outra coisa. Como o mundo marchava, como marcha, para uma integração crescente das economias, tem que abrir a economia. Agora, não houve inspiração. De minha, parte nenhuma. É muito mais uma questão prática dos interesses do Brasil do que inspiração de modelos.
As privatizações que o senhor fez em seu governo então não foram inspiradas nesse modelo neoliberal?
FHC – Não. Foi na necessidade de você modernizar certos setores. O Estado tinha uma crise fiscal, não tinha recursos para trazer essas soluções tecnológicas, nem dispunha de tecnologia, por exemplo, na questão de telecomunicações.
Por outro lado, em certas empresas eu acho que a atividade era necessária para dar força a elas, como a questão da Embraer e da Vale do Rio Doce. Eram repartições públicas, não tinham como competir e, como você vai marchar para um mundo de competição, você tinha que fazer.
"Abertura econômica é outra coisa. Como o mundo marchava, como marcha, para uma integração crescente das economias, tem que abrir a economia. Agora, não houve inspiração. De minha, parte nenhuma. É muito mais uma questão prática dos interesses do Brasil do que inspiração de modelos."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente
Mas eu nunca fui favorável, por exemplo, a privatizar a Petrobras, o Banco do Brasil. Eu acho que você tem que ter aí alguns instrumentos que o Estado disponha deles.
Se bem que acredito também que a forma de funcionar desses setores produtivos estatais deve ser também na competição. A mola do mundo moderno é a inovação e a competição.
O senhor acha que houve um impacto das ideias de Thatcher nas privatizações que aconteceram em outros países da América Latina?
FHC – Eu não sei, provavelmente na Argentina mais fortemente que em outros países; no Chile, em certos momentos.
Não posso negar que mesmo no Brasil ela teve (uma influência). Muita gente passou a ter uma visão mais pró-mercado, mais pró-liberalização em função dela. Não foi o meu percurso, eu era muito mais ligado aos (ex-primeiros-ministros britânicos) Gordon Brown, Tony Blair, à Terceira Via, (ao ex-presidente dos EUA) Bill Clinton.
Mas, mesmo assim, eles nunca me inspiraram propriamente. Nós aqui temos uma força da questão local que é muito grande, nossos problemas. O que nós tínhamos que fazer aqui era adaptar a economia brasileira ao processo que estava correndo no mundo, que era de maior integração econômica.
Muitos analistas chegaram a decretar o fim desse ideário neoliberal de Thatcher com a crise de 2008. Na avaliação do senhor, como ex-presidente e sociólogo, isso pode realmente acontecer? Estamos seguindo para um modelo mais estatista?
FHC – Eu acho difícil, as ideias vão e vêm dependendo das circunstâncias. Como eu disse a você, do meu ângulo, é preciso haver um certo equilíbrio. O Estado tem que existir sempre como uma força reguladora, porque o mercado largado a si mesmo traz muita irracionalidade. Por outro lado, se não houver o mercado, o Estado leva ao arbítrio e à burocratização, à escolha de parceiros, a preferências políticas, a uma coisa que não é positiva.
Então tem que haver um equilíbrio entre essas forças. Eu acho que mesmo a partir da crise o que vai acontecer é isso. Não vai morrer o ideal de você ter uma economia competitiva ou mais liberdade de ação dos agentes econômicos, nem vai morrer o ideal de termos um Estado que seja capaz de redistribuir renda e tomar medidas de política social que são necessárias.
Thatcher sempre foi crítica a uma maior integração europeia e tinha restrições ao euro. Ela morre em um momento em que o bloco ainda está lutando para sair da crise. O senhor acha que a história pode vir a provar que ela estava certa, que a União Europeia pode se esfacelar?
FHC – Eu não acredito, a minha visão é outra. Eu acho que a Europa deveria ter se integrado mais, para ter uma política fiscal mais compatível com a política monetária, não menos. A integração europeia foi, do ponto de vista da civilização, muito importante, primeiro porque acabou com a tensão de guerra na Europa, só isso já valeu muito.
O caminho para esses países todos é de maior integração.
Você vê, juntamente com o liberalismo da Thatcher existia um certo nacionalismo. É curioso, sempre se atribui aos liberais uma visão menos nacional, e ela tinha as duas coisas.
Ao mesmo tempo ela teve uma relação bastante conturbada com a América Latina, principalmente com a Argentina, com a Guerra das Malvinas (1982). Como o senhor avalia a relação dela com a América Latina?
FHC – Ela atuou de acordo com os interesses estritos da Inglaterra e sempre atuou com toda força. Não quis saber de negociação com a Argentina, em um momento em que o Brasil (por exemplo) apoiou a Argentina.
O senhor já esteve com Thatcher? Em que circunstância?
FHC – Sim. Ela já não era mais primeira-ministra e eu era presidente. Ela foi à embaixada do Brasil (em Londres) e almoçou comigo.
E como foi o almoço?
FHC – Foi bem, ela disse uma frase que eu me recordo. Ela perguntou: "How long it lasts your term, sir?" (Quanto tempo dura seu mandato, senhor?). Eu disse que eram quatro anos e ela respondeu: "That’s ridiculous!" (Isto é ridículo!).
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CONTRAPONTO
O MITO DO NEOLIBERALISMO
Paulo Roberto Almeida
O mito do neoliberalismoPOR PAULO ROBERTO DE ALMEIDA · 09/03/2009 ·DO ARQUIVO, FEATURED, IDEOLOGIAS, ÚLTIMAS ATUALIZAÇÕES · TAGGED: ENSAIOS,PAULO ROBERTO DE ALMEIDA
1. Da pouco nobre arte de ser falaz
Falácia, segundo os bons dicionários, é a qualidade ou o caráter do que é falaz, que, por sua vez, é um adjetivo sugerido como sendo o equivalente de enganador, ardiloso ou fraudulento, ou, ainda, quimérico, ilusório ou enganoso. Pois bem, ao longo de minhas “peregrinações” acadêmicas, tenho tido a oportunidade de deparar-me com exemplos de afirmações, argumentos, postulações, teses ou artigos inteiros que correspondem ao caráter enganador ou, até mesmo, fraudulento contido nesse adjetivo. Comecemos esta série por um dos mais recorrentes em nossos tempos.
Como sabem todos aqueles que convivem com a literatura acadêmica na área de ciências sociais, nenhum conceito tem sido tão equivocadamente mencionado no ambiente universitário, nas últimas duas décadas, quanto o epíteto “neoliberal”, junto com o seu correspondente coletivo e doutrinal, o “neoliberalismo”. A incidência estatística de seu (mau) uso é tão notória, que se poderia falar de uma verdadeira epitetomania anti-neoliberal, dirigida contra todas as políticas econômicas associadas, de perto ou de longe, ao chamado mainstream economics, este representado pelas correntes ortodoxas de pensamento e suas práticas econômicas correspondentes.
Junto com o substantivo usado e abusado de globalização, ou, ainda, o tão mais detestado quanto praticamente desconhecido programa econômico do “consenso de Washington”, o neoliberalismo converteu-se, simultaneamente, em um xingamento e em um slogan de uso praticamente obrigatório por todos aqueles que pretendem desqualificar e condenar as políticas e as práticas da escola econômica convencional. Eles o fazem, supostamente em nome de uma outra orientação, de uma doutrina ou de uma escola, que seriam, alegadamente, heterodoxas, alternativas e até mesmo opostas às primeiras. Os argumentos e teses utilizados para esse tipo de condenação são pouco compatíveis com um trabalho analítico sério, ou seja, capazes de passar pelos testes da coerência, relevância, compatibilidade com os dados da realidade e passíveis de aferição, independentemente dos próprios argumentos que sustentam a acusação.
Nesse sentido, o neoliberalismo já se converteu em um mito acadêmico, isto é, deixou de significar uma realidade empírica, aferível por dados extraídos de alguma situação concreta, para passar a representar uma entidade nebulosa, definida de modo muito pouco precisa, aplicada a diferentes conjunturas de países e políticas vagamente caracterizadas como pertencendo ao domínio dos “livres mercados”, em oposição ao que seria uma regulação estatal mais estrita. Não se é neoliberal por vontade própria, mas apenas por ter sido assim catalogado por aqueles que detêm o monopólio dessa classificação, que são, invariavelmente, os opositores de supostas idéias “neoliberais”.
Por certo, existem muitos outros abusos acadêmicos em relação a diversos conceitos que são usados indevidamente no panorama pouco rigoroso das nossas “humanidades”, entre eles o de classe, o de imperialismo, o de burguesia e vários do mesmo gênero. Contudo, o manancial de falácias que brota sem cessar a partir do uso inadequado do adjetivo “neoliberal” é provavelmente o mais abundante e o mais disseminado de que se tem registro desde os anos 1980. São tantas as variedades de uso e as manifestações qualitativas – ainda que superficiais – em torno desse termo, que fica difícil ignorá-lo como o campeão absoluto de referências numa série analítica que pretende, justamente, examinar alguns exemplos de falácias acadêmicas. Seu uso é tão corrente e banal que pode ser espinhoso selecionar uma “falácia” representativa de toda uma corrente de pensamento que se propõe aqui submeter ao crivo da crítica argumentada e sistemática.
Encontrei, porém, no contexto de minhas leituras, um texto suficientemente representativo de uma falácia acadêmica associada ao dito conceito e perfeitamente ilustrativo do mito mencionado no título deste ensaio. Vou proceder à citação do texto em questão, submetendo o trecho selecionado à crítica que pretendo fazer de toda uma orientação doutrinal muito comum nos meios ligados à comunidade universitária que se move em torno das chamadas humanidades. Os únicos critérios que me guiam na releitura crítica do texto em questão são aqueles que se espera encontrar em todo e qualquer trabalho acadêmico: clareza na descrição ou exposição dos fatos, coerência na apresentação dos argumentos, relevância do discurso para a realidade de que se pretende tratar e sua adequação aos dados dessa própria realidade.
2. As novas roupas do velho imperialismo, em sua fase neoliberal
Deparei-me, num típico volume que deve figurar entre as leituras obrigatórias ou recomendadas de vários cursos dentro dessa área, com a seguinte afirmação:
“…o produto social da globalização, o neoliberalismo tem sido o mais dramático possível. Em pouco tempo esse novo regime de acumulação desagregou sociedades, tornou os ricos mais ricos e ampliou a pobreza em praticamente todos os cantos do mundo, especialmente as nações da periferia, onde a barbárie social vem esgarçando o tecido social e incrementando a violência em todos os sentidos.”(autor: Edmilson Costa; artigo: “Para onde vai o capitalismo? Ensaio sobre a globalização neoliberal e a nova fase do imperialismo”; in Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari (coord.), Relações Internacionais: Múltiplas Dimensões; São Paulo: Aduaneiras, 2004, p. 201-233; cf. p. 206.)
Existe ainda outra frase extraída do mesmo artigo que me parece adequada ao propósito de avaliar criticamente o mito do neoliberalismo em certo pensamento acadêmico contemporâneo, embora esta acima me pareça uma perfeita síntese de tudo o que existe de equivocado e falacioso no “pensamento” universitário em torno desse conceito onipresente e polivalente. Vejamos em todo caso o complemento ideal a ela:
“O neoliberalismo é a síntese de todo esse processo de mudanças profundas que estão ocorrendo no sistema capitalista: funciona como uma espécie de gerenciador ideológico, político, econômico, social e cultural dessa nova fase do imperialismo. Trata-se de uma ideologia primitiva para os tempos atuais, com postulados do século XVIII e meados do XIX, época do capitalismo concorrencial, mas com um apelo espantoso ao senso comum. A ideologia neoliberal procura manipular os sentimentos mais atrasados das massas, revigorando os preconceitos, açulando o individualismo, distorcendo o significado das coisas, reduzindo os fenômenos à sua aparência, de forma a ganhar os corações e mentes para o jogo do livre mercado e da livre iniciativa.” (Idem, op. cit., p. 219)
Não vale a pena alertar para a incoerência de se destacar o caráter “primitivo” de uma ideologia que, sendo de meados do século XIX, tem mais ou menos o mesmo grau de “primitivismo” que o marxismo, nem para a inconsistência de se vincular a defesa do livre mercado e da livre iniciativa a “sentimentos atrasados das massas”, já que a mesma ideologia estaria, supostamente, “açulando o individualismo”. Pedir um mínimo de coerência analítica seria exigir demais de um autor que, manifestamente, distorce o “significado das coisas”, reduz o fenômeno do liberalismo à sua aparência, com o provável objetivo de ganhar os corações e mentes de alguns estudantes para o livre jogo dos seus argumentos ilusórios. Passemos, portanto, a examinar cada uma das partes dessas afirmações, elas mesmas espantosas, em relação ao neoliberalismo, com a atenção que nos requer este exemplo consumado de fraude intelectual (se é verdade que este último adjetivo se aplica ao caso em questão).
3. O neoliberalismo como produto de uma imaginação confusa
Em primeiro lugar, o neoliberalismo nunca foi um “produto social da globalização”. Esta é um processo tão velho quanto os empreendimentos marítimos dos mercadores fenícios da antiguidade e as aventuras em mares desconhecidos dos navegadores ibéricos do final do século XV. Em suas manifestações mais comuns, ela vem sendo aceita tranquilamente até pelos mais empedernidos opositores desse processo, aqueles que, sob inspiração francesa, acreditam que “um outro mundo é possível” e que pedem por “uma outra globalização”, que deveria ser não assimétrica e, preferencialmente, não capitalista. Quanto ao neoliberalismo, a rigor, ele não tem nada a ver com a globalização, podendo ser teoricamente encontrado em diversos sistemas econômicos, bastando com que as práticas econômicas se ajustem ao que se tem, via de regra, como os fundamentos do sistema liberal: liberdade de iniciativa, pleno respeito à propriedade privada e aos contratos, defesa do individualismo contra as intrusões do Estado e, de modo amplo, um conjunto de instituições e práticas que buscam garantir, tanto quanto possível, a liberdade dos mercados.
A rigor, o neoliberalismo não existe, sendo apenas e tão somente um revival, ou renascimento, de uma velha escola de pensamento econômico e de orientações em matéria de políticas econômicas que se filiam ao antigo liberalismo doutrinal que surge na Grã-Bretanha a partir dos séculos XVII e XVIII. Aliás, nenhum “neoliberal” consciente e conseqüente se classificaria dessa maneira: ele apenas diria que segue os princípios do liberalismo (econômico ou político, não vem ao caso diferenciar aqui os dois sistemas, que não são idênticos, mas tampouco estranhos um ao outro) e ponto final; todo o resto seria dispensável. Neoliberal é, como já referido, um epíteto criado pelos opositores do liberalismo ou, se quisermos, um conceito que busca evidenciar, justamente, o retorno do antigo liberalismo, depois de um longo intervalo marcado por práticas e orientações claramente intervencionistas e estatizantes.
Mas continuemos. Deixemos de lado a caracterização de “dramático” aplicada a esse “produto”, pois isto corresponde a uma apreciação inteiramente subjetiva do autor, carente de qualquer fundamentação empírica. Esclareça-se, de imediato, que o “produto” não conforma, absolutamente, um “novo regime de acumulação”, que seria, supostamente, uma forma de organização social da produção e da distribuição de bens e mercadorias historicamente inédita para os padrões conhecidos do capitalismo. Ora, o liberalismo – e seu sucedâneo contemporâneo, que seria “neo” – está longe de ser novo e menos ainda de conformar um regime de acumulação, posto que configurando uma filosofia ou orientação geral nos terrenos da política e da economia. Acumulação é um termo geralmente associado ao pensamento econômico marxista, que denota formas genéricas de apropriação dos resultados sociais do processo de produção, o que pode ocorrer em regime de livre concorrência, de monopólio, de propriedade estatal ou de modalidades mistas dessas configurações produtivas. Aparentemente este autor demonstra pouco rigor na sua utilização do ferramental conceitual marxista; em benefício próprio, deveria ser mais cuidadoso com sua terminologia estereotipada.
Pretender, agora, que esse “novo regime” desagregou sociedades equivaleria a afirmar que o neoliberalismo foi responsável pela desestruturação de várias nações que conheceram a aplicação de políticas neoliberais. Olhando-se, honestamente, um mapa dinâmico do planeta, o que poderíamos constatar é que as únicas sociedades verdadeiramente desestruturadas da atualidade são algumas nações africanas que conheceram processos traumáticos de instabilidade política e social, algumas até atravessando guerras civis abertas e conflitos étnicos ou religiosos intermitentes, ou surtos violentos de conflitos tribais que se arrastam na quase indiferença das nações mais ricas do planeta, estas efetivamente “neoliberais” ou simplesmente liberais.
Com efeito, se podemos caracterizar algumas sociedades como mais liberais do que outras, estas parecem ser as nações do chamado arco civilizacional anglo-saxão (Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia), sendo elas seguidas como menor rigor doutrinal (e maior pragmatismo) pelos países nórdicos ou escandinavos (Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia). Quanto aos países da Europa ocidental, essencialmente capitalistas em seu “modo de produção”, eles têm alternado práticas e políticas liberais – ou politicamente “direitistas”, para sermos simplistas – com outras tantas práticas e políticas mais social-democráticas, geralmente conduzidas por partidos de esquerda ou progressistas. No fundo, não se vê bem como distinguir essas políticas entre elas, a não ser no plano da retórica eleitoral.
Em nenhum outro continente ou região podemos distinguir países e sociedades verdadeiramente “neoliberais”, se formos rigorosos na utilização desse conceito. De fato, pretender que países latino-americanos, que empreenderam programas de ajuste e de estabilização macroeconômica depois de longas e recorrentes crises econômicas trazidas por processos inflacionários e de desequilíbrio no balanço de pagamentos, sejam ou tenham sido “neoliberais” – qualquer que seja o entendimento que se dê a esse conceito – representaria abusar em demasia desse conceito, retirando-lhe qualquer precisão metodológica e adequação à realidade empírica que nos é dada observar ao longo das últimas décadas.
Olhando com lupa, talvez se pudesse dizer que o Chile se apresenta como um país mais “neoliberal” do que a média dos latino-americanos. Ora, não se pode dizer que a sociedade chilena esteja “desestruturada”, a qualquer título. Colocando a lupa em outras sociedades da região, o que se observa é que existem, sim, alguns países bem mais desestruturados: os primeiros que aparecem são a Bolívia, a Venezuela e o Equador, com a possível inclusão da Argentina nesse conjunto. Pois bem, dificilmente se poderia dizer que eles estão assim por causa do neoliberalismo. Ao contrário. Em cada um deles, o que se observou, ao longo dos últimos anos, por acaso coincidentes com seus respectivos processos de desestruturação, foi, justamente, a aplicação de políticas dirigistas, estatizantes, intervencionistas, heterodoxas e, até, socialistas; ou seja, tudo menos políticas liberais. O autor deve estar com suas lentes embaçadas por preconceitos ideológicos, o que o impede de constatar a simples realidade de políticas econômicas que são efetivamente aplicadas nos diversos países considerados.
4. O neoliberalismo produz miséria e é sinônimo de barbárie?
O que dizer, em seguida, da suposta ação do neoliberalismo, que teria ampliado “a pobreza em praticamente todos os cantos do mundo, especialmente as nações da periferia”? Trata-se, mais uma vez, de afirmação desprovida de qualquer fundamentação empírica, não se podendo apoiá-la em praticamente nenhum exemplo de sociedade reconhecidamente “neoliberal”, qualquer que seja. A África, como vimos, afundou de fato na pobreza e na desesperança – embora ela venha crescendo novamente nos últimos anos –, mas essa evolução dificilmente poderia ser creditada à ação do neoliberalismo. Desafio o autor do texto selecionado a provar o contrário.
Quanto às duas nações “periféricas” que mais progressos fizeram na elevação gradual de uma miséria abjeta para uma pobreza aceitável, a China e a Índia, o que se observou, nas últimas duas décadas, foi um conjunto de reformas, várias ainda em curso, conduzidas justamente na direção de mecanismos de mercado, não de orientações estatizantes ou de planejamento centralizado. A renda per capita tem se elevado, progressivamente, em ambos os países, especialmente na China, que deu saltos espetaculares na redução da pobreza e na abertura de setores inteiros de sua economia à livre iniciativa e ao capital estrangeiro (todo ele capitalista e, supostamente, neoliberal). Quanto à Cuba socialista, ela conseguiu realizar a proeza de passar da maior renda per capita da América Latina em 1960 – não escondendo o fato de que ela era bem mal distribuída – para um patamar abaixo da média, em 2006, confirmando o consenso de que o socialismo é bem mais eficiente em repartir de modo relativamente igualitário a pobreza existente do que em criar novas riquezas.
Pode-se, talvez, alegar que as mudanças econômicas ocorridas na China vêm sendo feitas sob a égide do planejamento estatal e sob a firme condução do Estado chinês, que mantém controle sobre setores ditos estratégicos da economia do país. Essa realidade não elimina o fato de que todas as reformas operadas apresentam um caráter essencialmente capitalista e, portanto, tendencialmente neoliberal, ainda que não na versão “quimicamente” pura do modelo original anglo-saxão. O estilo ou a forma não pode sobrepor-se à essência do sistema, caberia registrar. Neste caso, nosso autor ou é cego ou é intelectualmente desonesto, ao não querer reconhecer esses dois processos de “enriquecimento capitalista”, que se desenvolvem sob os olhos de todo o planeta há aproximadamente duas décadas. Suas lentes estão completamente fora de foco ou muito sujas, aparentemente. Um pouco de estatística não lhe faria mal.
O fato de que, em vários desses processos – tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento –, os ricos estejam se tornando mais ricos não impede o outro fato concomitante de que os pobres estejam se tornando menos miseráveis. Quem não quiser tomar minha afirmação como um argumento de fé, pode conferir os dados apresentados por estudiosos da distribuição mundial de renda, como Xavier Sala-i-Martin, cujas evidências e conclusões já resumi neste artigo: “Distribuição mundial de renda: as evidências desmentem as teses sobre concentração e divergência econômica”, Revista Brasileira de Comércio Exterior (Rio de Janeiro: Funcex, ano XXI, n. 91, abril-junho 2007, p. 64-75; disponível:http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1716DistMundRendaRBCE.pdf).
Se existem sociedades nas quais a “barbárie social vem esgarçando o tecido social e incrementando a violência em todos os sentidos”, como pretende o autor, elas estão longe de representar um modelo de “acumulação” ou de organização social da produção que seja liberal ou neoliberal, sendo mais efetivamente caracterizadas pelo autoritarismo político e pelo extremo intervencionismo econômico do Estado, quando não entregues à violência política, religiosa ou tribal, pura e simples, como parece ser o caso de alguns países do continente africano ou do Oriente Médio.
A afirmação carece, assim, de qualquer embasamento na realidade, sendo uma construção puramente mental de um autor manifestamente enviesado contra o que ele crê ser “neoliberalismo”, quando nenhum exemplo concreto desse sistema é discutido ou sequer aventado. Para um autor como esse, ser contra o neoliberalismo significaria se posicionar contra o livre comércio, contra o ingresso do capital estrangeiro, contra a administração em bases de mercado de inúmeros serviços públicos, contra a fixação dos juros e da paridade cambial pelo livre jogo da oferta e demanda de crédito e de moeda, enfim, preservar o controle estatal de inúmeras atividades com impacto social.
Se formos examinar, contudo, os dados econômicos relativos à renda, riqueza e prosperidade de um conjunto significativo de países, estabelecendo duas colunas, nas quais se colocaria, de um lado, os mais “neoliberais” – abertura ao comércio e aos investimentos, menor regulação estatal de atividades de produção e distribuição, fluxo livre de capitais e fixação dos juros e câmbio pelo mercado – e, de outro, os países menos propensos à abertura e mais inclinados à regulação estatal, e certamente quanto ao movimento de capitais – como são em grande medida os da América Latina, do Oriente Médio e da quase totalidade da África – teríamos uma correspondência quase perfeita entre maiores coeficientes de abertura, isto é, maior grau de “neoliberalismo”, e maior renda e prosperidade. O “quase perfeita” vem por conta de países de grande mercado interno – como os EUA – que apresentam pequeno coeficiente de abertura externa (apenas no que tange ao peso do comércio exterior no PIB), sem no entanto deixar de serem abertos às importações e atrativos aos capitais estrangeiros. Ou seja, a liberalização em comércio e em investimentos e um ambiente de negócios favorável à iniciativa privada constituem, sim, poderosas alavancas para a formação de riqueza e a distribuição de prosperidade.
5. O neoliberalismo é um mito, mas alguns ingênuos não sabem disso
Em qualquer hipótese, porém, o neoliberalismo é um mito, tanto pelo lado das acusações infundadas dos anti-neoliberais, como pelo lado dos promotores da própria doutrina liberal, uma vez que todos os Estados modernos, sem exceção, apresentam graus variados de intervenção no sistema econômico e de regulação da vida social. Uma série estatística sobre níveis de tributação e gastos públicos, ao longo do século XX, revelaria um avanço regular e constante da intermediação estatal nos fluxos de valor agregado e de dispêndio total, confirmando o papel sempre relevante do Estado na repartição setorial da renda total e na correção das desigualdades mais gritantes introduzidas pelos regimes puros de mercado. Aliás, falar em “Estado liberal” é uma total contradição nos termos, tanto o substantivo desmente o seu suposto adjetivo.
O que estava, contudo, em causa na análise conduzida neste ensaio de simples avaliação crítica de um dos mitos mais difundidos na academia não era, propriamente, a evolução econômica das modernas sociedades de mercado, e sim a afirmação – que vimos totalmente desprovida de qualquer fundamentação empírica – de que existe algo chamado neoliberalismo sendo ativamente praticado pelos Estados modernos e de que essa doutrina e prática seriam responsáveis por todas as misérias da sociedade contemporânea. Trata-se de uma das fabulações mais inconsistentes de que se tem notícia na produção acadêmica tida por séria e responsável.
Os dados disponíveis, revelados por organismos internacionais e por uma variedade razoável de organizações independentes, confirmam a melhoria sustentada dos padrões de vida em diferentes regiões do planeta, tanto mais rápida e disseminada quanto mais integrados estão esse países e regiões aos fluxos mundiais de comércio, tecnologia e investimentos. Assim, considerar que a “acumulação” neoliberal ampliou a pobreza em todos os cantos do mundo, aprofundou as desigualdades e provocou o cortejo de misérias que são registradas em áreas jamais tocadas por políticas e práticas neoliberais – qualquer que seja o entendimento que se dê ao conceito em questão –configura um tipo de fraude que só consegue ser repetido impunemente em salas de aula universitárias porque a academia brasileira é pouco responsável no “controle de qualidade” dos cursos da área de humanas e nos métodos de avaliação de docentes manifestamente despreparados para cumprir o programa do qual são encarregados. Para sermos mais precisos, estamos em face de uma desonestidade intelectual que só encontra paralelo em apresentações de mágicos de circos mambembes.
Termino por aqui minha primeira análise de uma falácia acadêmica detectada em livros utilizados em universidades brasileiras. De fato, o mito do neoliberalismo – que não guarda a mínima correspondência com a realidade verificável – oferece um exemplo concreto desse tipo de prática, mais comum do que se pensa, aliás, em nosso ambiente universitário. A um simples trecho selecionado de um artigo do autor aqui examinado pode-se aplicar o conjunto de caracterizações dicionarizadas e conectadas ao termo “falácia”: enganador, ardiloso, fraudulento, quimérico e ilusório. Outros exemplos certamente existem: eles também serão trazidos a exame no momento oportuno. Concluo com um aviso à maneira dos franceses: à suivre…
A Dama do Liberalismo Econômico
POR MAGNO KARL · 08/04/2013 ·BLOG, ECONOMIA, HISTÓRIA, IDEOLOGIAS, LIVRE MERCADO, POLÍTICA · A DAMA DO LIBERALISMO
Por Magno Karl
“Senhores, é nisso que nós acreditamos”, exclamou a recém-eleita líder da oposição britânica, enquanto batia com um livro sobre a sua mesa. O livro que ela tinha em mãos eraOs Fundamentos da Liberdade, de F. A. Hayek. Margaret Thatcher ocupava o posto de líder do Partido Conservador há apenas alguns meses, e enquanto alguns membros do seu gabinete insistiam na adoção de propostas pragmáticas enquanto o partido estivesse na oposição, ela usou o livro de Hayek para demonstrar que pretendia um rompimento completo com as ideias socialistas que dominavam o governo britânico desde a Segunda Guerra. A primeira mulher a ser chefe de governo de uma democracia ocidental fez da luta por uma economia menos coletivista a maior batalha da sua vida pública. Ela morreu em Londres, nessa manhã, aos 87 anos.
Não será difícil encontrar nos obituários publicados após a sua morte do quanto o apelido Dama de Ferro, adotado por Thatcher após ser concebido como um insulto por seus adversários soviéticos, lhe caia bem. Mas poucos lembrarão da sua incrível capacidade de convencimento e do quanto era forte a sua crença de que estava do lado certo – e que o lado certo no fim das contas seria o vencedor.
Eleita com uma base de apoio quase inexistente – tinha sido eleita líder do partido graças à rejeição dos membros a Edward Heath (ex-primeiro-ministro, derrotado duas vezes em 1974) sem ter recebido o voto de mais de um ou dois membros do seu Shadow Cabinet – Thatcher permaneceu líder do seu partido por 15 anos. E apesar da impopularidade do início de seu governo, ela foi a primeira-ministra que por mais tempo permaneceu à frente do governo britânico no século XX.
Uma pesquisa menos rasa sobre o governo Thatcher poderá revelar posições menos liberais da Dama de Ferro. Lembremos por exemplo do salvamento da British Leyland, montadora de carros que acabou sendo privatizada anos mais tarde – e grande empregadora em uma região cujos assentos no parlamento eram alvo do Partido Conservador. Margaret Thatcher era uma política, e o papel de um político não é apenas liderar, mas também conservar o poder nas mãos do seu grupo.
Na política externa, se sua política em relação à União Soviética lhe rendeu reconhecimento como uma liderança internacional, a avaliação de Thatcher sobre a política da África do Sul lhe rendeu um tratamento diferente. Apesar de acertadamente se opor às sanções econômicas defendidas pela Comunidade Europeia, e de uma de suas biografias notar que ela pressionava em sigilo o presidente sul-africano P. W. Botha, Thatcher jamais exigiu publicamente a libertação de Nelson Mandela, e não via o CNA (Congresso Nacional Africano) como um representante político legítimo da maioria negra do país. Ela intercedeu em favor da libertação de Pinochet e, aparentemente, chamou do ditador Suharto de “one of our best and most valuable friend”.
É fato, porém, que Margaret Thatcher permanecerá como uma das mais valiosas vozes em defesa da liberdade econômica no século XX. A sua resposta ao questionamento feito por Simon Hughes sobre a diferença entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres durante o seu governo, permanece como uma das melhores explicações sobre como o foco na desigualdade – e no crescimento da renda dos mais ricos – pode acabar obscurecendo a melhora real na condição de vida dos mais pobres. O seu pronunciamento sobre a origem dos recursos do Estado é uma ótima explicação da relação direta entre os arrecadação e gastos do governo e o peso dos impostos sobre a população.
Margaret Thatcher jamais foi uma unanimidade em seu país, ou mesmo em seu partido, mas ela jamais buscou ser uma unanimidade. Thatcher acreditava que a política deveria ser baseada em princípios e, se assim fosse feita, o conflito entre adversários seria inevitável. A história lembrará de Thatcher como uma mulher que venceu resistências, se impôs como líder política de um país importante, e que, através de uma política econômica majoritariamente liberal, liberou seu país das amarras do socialismo e reformou a sua economia para o século XXI.
SOBRE O AUTOR
Magno Karl, cientista social pela UFRJ, é tradutor e gerente de operações do Ordem Livre.
A Morte do Neoliberalismo
http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2008/09/morte-do-neoliberalismo.html
Rodrigo Constantino
“Não olhe para onde você caiu, mas sim onde você escorregou.” (Provérbio Africano)
Com o anúncio de que o governo americano irá salvar, através da injeção de capital, as duas gigantes do setor imobiliário, várias viúvas do intervencionismo aproveitaram para decretar a morte do “neoliberalismo”, demonstrando grande regozijo com a desgraça alheia. No entanto, há muita ignorância – ou então má fé – por parte dessa gente, uma vez que boa parte dos problemas com a Fannie Mae e a Freddie Mac vem justamente do intervencionismo estatal. A tentativa de culpar o livre mercado por uma crise séria não é algo novo, e os riscos desse julgamento inadequado são enormes, como vimos depois da crise de 1929, com um aumento assustador dos poderes do governo*. Por isso é tão importante tentar desfazer essa desinformação acerca do tema.
Em primeiro lugar, devemos lembrar que os Estados Unidos não são o ideal liberal. Em uma resenha antiga que escrevi sobre o livro A Obsessão Antiamericana, de Jean François-Revel, expliquei logo no começo esse ponto, fazendo o seguinte alerta: “Lá, o Leviatã é um monstrengo também, que extorque quase 30% da riqueza privada em nome do bem-estar social. Mas atualmente, é o que temos mais próximo do liberalismo, justamente a causa de seu sucesso relativo”. Logo, a tentativa de encarar o modelo americano como o ícone perfeito do capitalismo liberal não faz sentido. Os liberais têm muitas críticas ao excesso de intervenção estatal na economia americana. Quem tem dúvida disso, basta navegar pelos sites do Cato Institute ou do Mises Institute para ter uma boa idéia dos duros ataques que o governo americano sofre por parte dos liberais. Um alvo desses ataques sempre foi justamente a existência dessas Government Sponsored Enterprises (GSE), empresas criadas e garantidas pelo governo para atuar no mercado de hipotecas.
Como exemplo, temos um artigo escrito pelo presidente do Mises Institute, Lew Rockwell, onde ele explica as origens dessas duas empresas em crise:
“A Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) foi criada em 1938 por Franklin Delano Roosevelt, durante o New Deal. Sua função era fornecer liquidez ao mercado hipotecário. Durante os 30 anos seguintes, ela desfrutou do monopólio do mercado secundário de hipotecas nos EUA. Tornou-se uma corporação privada em 1968, para conter o déficit orçamentário do governo. A Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Company) foi criada em 1970, no governo Nixon, para expandir o mercado secundário de hipotecas e, assim como a Fannie Mae, tem a função de fazer empréstimos e dar garantias a empréstimos. Tanto a Freddie Mac como a Fannie Mae, junto com outras empresas, compram (dos bancos) hipotecas no mercado secundário e as revendem para investidores no mercado aberto como títulos lastreados em hipotecas. Ambas são empresas de capital aberto.
A Fannie Mae e a Freddie Mac são conhecidas como ‘empresas apadrinhadas pelo governo’, o que significa que elas são empresas privadas, mas com propósitos públicos. Esse tipo de empresa tem o apoio implícito do governo americano, conquanto não tenha obrigações diretas para com ele. Por causa desse apadrinhamento que elas recebem do governo, essas duas empresas conseguem financiamentos a taxas vantajosas – os credores imaginam que, em caso de insolvência, o governo ajudará essas empresas. E, devido a esses financiamentos facilitados, elas acabaram por sobre-estimular o mercado imobiliário, inflando-o a alturas inimagináveis, ao comprar hipotecas que foram securitizadas por bancos de todo o país.”
A conclusão do autor é inequívoca: “Essas duas empresas não deveriam existir”. A Fannie Mae foi criada pelo governo mais intervencionista que os Estados Unidos já tiveram, criador do New Deal, um programa que plantou as sementes da estagflação que destroçou a economia americana em décadas posteriores. A “herança maldita” de Keynes não poderia ter um exemplo prático melhor do que essa política expansionista dos gastos públicos e dos seus tentáculos burocráticos. Muita gente, por falta de conhecimento ou viés ideológico, atribui o oposto ao New Deal: um prêmio por salvar a economia americana. Nada mais falso. Ora, crescer artificialmente por algum período até um país socialista consegue. O problema vem depois, quando a conta precisa ser paga. Uma analogia boa é alguém ficar eufórico por conta de bebida alcoólica, ignorando que depois terá que enfrentar uma ressaca. Se esta for postergada com mais bebida ainda, tudo que ele irá conseguir é uma cirrose. Os keynesianos acreditam que o rabo é que balança o cachorro, acham que o consumo é que gera crescimento, e não a poupança e o investimento. Eles acreditam que é possível alguém se suspender puxando os próprios suspensórios! A realidade cobra a fatura do sonho depois, com juros e correção monetária. “No longo prazo estaremos todos mortos”, afirmou o pai da criatura, ignorando que com suas idéias o longo prazo chega antes.
Voltando à crise das gigantes imobiliárias, elas jamais teriam acumulado tanto passivo se não fosse a garantia do governo. Essas empresas possuem dívidas totais superiores a US$ 5 trilhões! Isso representa mais da metade da dívida nacional americana. Lew Rockwell comenta: “Empresas apadrinhadas pelo governo não estão sujeitas às disciplinas do mercado, como as empresas do setor privado. Seus títulos são listados como títulos do governo, o que faz com que seus prêmios de risco não sejam ditados pelo livre mercado”. O grau de alavancagem dessas empresas foi ampliado exponencialmente pela garantia estatal. Rockwell lembra qual regime possui essa mistura entre governo e gestão privada: “A origem de ambas essas organizações está na legislação federal. Elas não são entidades de mercado. Elas há muito são garantidas pelo contribuinte. Não, elas também não são entidades socialistas, pois são gerenciadas privadamente. Portanto, elas ocupam um terceiro status, para o qual há um nome: fascismo”.
Como fica claro, aqueles que logo aproveitaram para atacar o livre mercado foram muito precipitados. Deveriam pesquisar antes os fatos. Acabaram errando feio o alvo, talvez de forma deliberada. Parasitas precisam sempre defender mais intervenção estatal, pois vivem disso. Talvez esse seja um dos motivos por trás da acusação infundada de muitos. Outro fator é o ideológico. Por questões patológicas, o triste fato é que muita gente ainda condena o capitalismo liberal pelos males do mundo, não obstante tanta evidência contrária. O importante disso tudo é não deixar essa poluição – deliberada ou não – ofuscar a verdade. Uma vez mais tentam jogar nas costas do liberalismo a culpa de algo que foi causado pelo próprio governo. Se fosse apenas uma questão de justiça com os fatos, poderíamos ignorar o uníssono das viúvas de Fidel, pois a honestidade nunca foi o forte dessa turma. O problema mais grave é que idéias têm conseqüências, e muitas vezes nefastas. Se o diagnóstico da doença for errado, o remédio poderá ser fatal. Em outras palavras, se o livre mercado sair como grande vilão dessa crise, e se a intervenção estatal for vista como solução, pode-se preparar o atestado de óbito. O longo prazo de Keynes estará logo ali...
* Quem tiver interesse no tema da crise de 1929, recomendo o livro America’s Great Depression, de Murray Rothbard, onde os fatos são resgatados, mostrando que a hiperatividade do governo foi a principal causa da depressão que assolou a América.
Rodrigo Constantino
“Não olhe para onde você caiu, mas sim onde você escorregou.” (Provérbio Africano)
Com o anúncio de que o governo americano irá salvar, através da injeção de capital, as duas gigantes do setor imobiliário, várias viúvas do intervencionismo aproveitaram para decretar a morte do “neoliberalismo”, demonstrando grande regozijo com a desgraça alheia. No entanto, há muita ignorância – ou então má fé – por parte dessa gente, uma vez que boa parte dos problemas com a Fannie Mae e a Freddie Mac vem justamente do intervencionismo estatal. A tentativa de culpar o livre mercado por uma crise séria não é algo novo, e os riscos desse julgamento inadequado são enormes, como vimos depois da crise de 1929, com um aumento assustador dos poderes do governo*. Por isso é tão importante tentar desfazer essa desinformação acerca do tema.
Em primeiro lugar, devemos lembrar que os Estados Unidos não são o ideal liberal. Em uma resenha antiga que escrevi sobre o livro A Obsessão Antiamericana, de Jean François-Revel, expliquei logo no começo esse ponto, fazendo o seguinte alerta: “Lá, o Leviatã é um monstrengo também, que extorque quase 30% da riqueza privada em nome do bem-estar social. Mas atualmente, é o que temos mais próximo do liberalismo, justamente a causa de seu sucesso relativo”. Logo, a tentativa de encarar o modelo americano como o ícone perfeito do capitalismo liberal não faz sentido. Os liberais têm muitas críticas ao excesso de intervenção estatal na economia americana. Quem tem dúvida disso, basta navegar pelos sites do Cato Institute ou do Mises Institute para ter uma boa idéia dos duros ataques que o governo americano sofre por parte dos liberais. Um alvo desses ataques sempre foi justamente a existência dessas Government Sponsored Enterprises (GSE), empresas criadas e garantidas pelo governo para atuar no mercado de hipotecas.
Como exemplo, temos um artigo escrito pelo presidente do Mises Institute, Lew Rockwell, onde ele explica as origens dessas duas empresas em crise:
“A Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) foi criada em 1938 por Franklin Delano Roosevelt, durante o New Deal. Sua função era fornecer liquidez ao mercado hipotecário. Durante os 30 anos seguintes, ela desfrutou do monopólio do mercado secundário de hipotecas nos EUA. Tornou-se uma corporação privada em 1968, para conter o déficit orçamentário do governo. A Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Company) foi criada em 1970, no governo Nixon, para expandir o mercado secundário de hipotecas e, assim como a Fannie Mae, tem a função de fazer empréstimos e dar garantias a empréstimos. Tanto a Freddie Mac como a Fannie Mae, junto com outras empresas, compram (dos bancos) hipotecas no mercado secundário e as revendem para investidores no mercado aberto como títulos lastreados em hipotecas. Ambas são empresas de capital aberto.
A Fannie Mae e a Freddie Mac são conhecidas como ‘empresas apadrinhadas pelo governo’, o que significa que elas são empresas privadas, mas com propósitos públicos. Esse tipo de empresa tem o apoio implícito do governo americano, conquanto não tenha obrigações diretas para com ele. Por causa desse apadrinhamento que elas recebem do governo, essas duas empresas conseguem financiamentos a taxas vantajosas – os credores imaginam que, em caso de insolvência, o governo ajudará essas empresas. E, devido a esses financiamentos facilitados, elas acabaram por sobre-estimular o mercado imobiliário, inflando-o a alturas inimagináveis, ao comprar hipotecas que foram securitizadas por bancos de todo o país.”
A conclusão do autor é inequívoca: “Essas duas empresas não deveriam existir”. A Fannie Mae foi criada pelo governo mais intervencionista que os Estados Unidos já tiveram, criador do New Deal, um programa que plantou as sementes da estagflação que destroçou a economia americana em décadas posteriores. A “herança maldita” de Keynes não poderia ter um exemplo prático melhor do que essa política expansionista dos gastos públicos e dos seus tentáculos burocráticos. Muita gente, por falta de conhecimento ou viés ideológico, atribui o oposto ao New Deal: um prêmio por salvar a economia americana. Nada mais falso. Ora, crescer artificialmente por algum período até um país socialista consegue. O problema vem depois, quando a conta precisa ser paga. Uma analogia boa é alguém ficar eufórico por conta de bebida alcoólica, ignorando que depois terá que enfrentar uma ressaca. Se esta for postergada com mais bebida ainda, tudo que ele irá conseguir é uma cirrose. Os keynesianos acreditam que o rabo é que balança o cachorro, acham que o consumo é que gera crescimento, e não a poupança e o investimento. Eles acreditam que é possível alguém se suspender puxando os próprios suspensórios! A realidade cobra a fatura do sonho depois, com juros e correção monetária. “No longo prazo estaremos todos mortos”, afirmou o pai da criatura, ignorando que com suas idéias o longo prazo chega antes.
Voltando à crise das gigantes imobiliárias, elas jamais teriam acumulado tanto passivo se não fosse a garantia do governo. Essas empresas possuem dívidas totais superiores a US$ 5 trilhões! Isso representa mais da metade da dívida nacional americana. Lew Rockwell comenta: “Empresas apadrinhadas pelo governo não estão sujeitas às disciplinas do mercado, como as empresas do setor privado. Seus títulos são listados como títulos do governo, o que faz com que seus prêmios de risco não sejam ditados pelo livre mercado”. O grau de alavancagem dessas empresas foi ampliado exponencialmente pela garantia estatal. Rockwell lembra qual regime possui essa mistura entre governo e gestão privada: “A origem de ambas essas organizações está na legislação federal. Elas não são entidades de mercado. Elas há muito são garantidas pelo contribuinte. Não, elas também não são entidades socialistas, pois são gerenciadas privadamente. Portanto, elas ocupam um terceiro status, para o qual há um nome: fascismo”.
Como fica claro, aqueles que logo aproveitaram para atacar o livre mercado foram muito precipitados. Deveriam pesquisar antes os fatos. Acabaram errando feio o alvo, talvez de forma deliberada. Parasitas precisam sempre defender mais intervenção estatal, pois vivem disso. Talvez esse seja um dos motivos por trás da acusação infundada de muitos. Outro fator é o ideológico. Por questões patológicas, o triste fato é que muita gente ainda condena o capitalismo liberal pelos males do mundo, não obstante tanta evidência contrária. O importante disso tudo é não deixar essa poluição – deliberada ou não – ofuscar a verdade. Uma vez mais tentam jogar nas costas do liberalismo a culpa de algo que foi causado pelo próprio governo. Se fosse apenas uma questão de justiça com os fatos, poderíamos ignorar o uníssono das viúvas de Fidel, pois a honestidade nunca foi o forte dessa turma. O problema mais grave é que idéias têm conseqüências, e muitas vezes nefastas. Se o diagnóstico da doença for errado, o remédio poderá ser fatal. Em outras palavras, se o livre mercado sair como grande vilão dessa crise, e se a intervenção estatal for vista como solução, pode-se preparar o atestado de óbito. O longo prazo de Keynes estará logo ali...
* Quem tiver interesse no tema da crise de 1929, recomendo o livro America’s Great Depression, de Murray Rothbard, onde os fatos são resgatados, mostrando que a hiperatividade do governo foi a principal causa da depressão que assolou a América.
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09 maio 2013
‘A Comissão da Verdade tem obrigação de ouvir todos os militares’Por Gabriel Brito e Valéria Nader, da Redação
Retomando suas discussões sobre o andamento da Comissão Nacional da Verdade, o Correio da Cidadania entrevistou o jornalista Pedro Estevam Pomar, membro do Comitê Paulista pela Verdade, Memória e Justiça. Um ponto que se procurou averiguar, agora que a Comissão está em vigor há meses, foi a efetividade de seus trabalhos e a participação dos envolvidos, familiares e militares. Pomar acredita na possibilidade de instalação de processos criminais, mas alerta para o grave risco de não se culpabilizarem os generais, caso os militares não sejam todos ouvidos, desde as mais altas até as mais baixas patentes. Advoga, ainda, o jornalista pela revogação da Lei de Anistia.
A competição pode e deve ser comemorada por todos da região, tendo ainda bastante a evoluir, mas já tratada como um enorme sucesso por todos os envolvidos.
A ORDEM NA MÍDIA –
A Revolução não será televisionada, além de traçar um perfil do caráter golpista das grandes televisões venezuelanas, que efetivamente protagonizaram junto à burguesia do país um verdadeiro golpe de Estado em abril de 2002, ainda narra o dia-a-dia desse golpe, farsa a farsa, mentira a mentira.
POLÍTICA
Caio Navarro de Toledo
Tendo em vista que o “direito à justiça” e “à verdade” são condições e pressupostos de um regime democrático, não se pode senão concluir que a democracia política no Brasil não é ainda uma realidade sólida.
Estão em jogo a hegemonia dos EUA sobre o mundo e a hegemonia da Alemanha sobre a maior parte da Europa. Convenhamos que, diante disso, as taxas de câmbio são apenas armas de pequeno calibre.
INTERNACIONAL
O crescimento do poder dos jihadistas tem preocupado os EUA, razão pela qual eles se negam a fornecer armas na quantidade e qualidade requeridas pelos rebeldes.
ECONOMIA
A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) declarou que poderão ser encontrados, só na margem equatorial brasileira, até 30 bilhões de barris de petróleo Contudo, nós, brasileiros, entregamos a posse do nosso petróleo a empresas que irão arrematar um bloco no leilão por cerca de 0,2% do valor do petróleo a ser produzido no bloco, durante a vida útil. E mais nada!
A instalação de uma usina nuclear, do modelo previsto, produz menos empregos que as indústrias das tecnologias eólica e solar, conforme relatório da OIT e do PNUD.
Redação: Av. Pedroso de Moraes, 677, Cj. 151, Pinheiros, São Paulo - SP, CEP: 05419-000
_______________________________________________
Correiodacidadania mailing listCorreiodacidadania@listas.tiwa.net.br
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Site Inovação Tecnológica - 09 ABR 2013eboletim@inovacaotecnologica.com.br
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Aepet Direto 9 de Abril de 2013
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Destaque
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AVISO IMPORTANTE PARA OS PARTICIPANTES DA PETROS
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No próximo dia 16 de abril todos os associados da AEPET estão convidados a participar dos esclarecimentos que serão ministrados pelo advogado César Vergara, Assessor Jurídico da FENASPE, da AEPET e dos Conselheiros Eleitos indicados pelo CDPP – Comitê em Defesa dos Participantes da PETROS. A reunião acontecerá no auditório da ABI – Rua Araújo Porto Alegre, 71 – Centro - Rio de Janeiro com inicio previsto para às 17h30 e termino às 20h30. O horário foi definido com vistas a permitir que tanto assistidos como os participantes da PETROS ainda não aposentados possam comparecer. Participarão do evento o advogado Jorge Safe do Escritório Silva Netto e advogados da Federação Nacional dos Petroleiros(FNP) convidados. Os temas constantes da pauta para debates s&at ilde;o: A decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal –STF no REX 586453 Repercussão Geral – Competência da Justiça Comum X Justiça do Trabalho – Consequências Custas e Honorários de Sucumbências – Gratuidade da Justiça. Execuções provisórias para adiantar a cobrança dos valores a que os participantes postularam nas Ações Trabalhistas. Meditas Contra Separação de Massas. Ações de Revisão do Calculo do Benefício Inicial pago pela Petros. Ação referente ao Grupo Pós-82 – Eliminação do Teto de Contribuição. · Ação referente ao Grupo 78/79 - A divergência de posicionamento da Justiça Comum e da Justiça do Trabalho. Informações sobre o Convênio Petros e INSS. Participe. Tome conh ecimento dos recursos jurídicos que podem garantir seus direitos adquiridos e esclareça suas dúvidas.(FENASPE, AEPET, APAPE E AEPET-BR).
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Notícias
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COTAÇÕES DO PETRÓLEO
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O secretário geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Abdalla Salem el-Badri, afirmou que o nível atual dos preços do petróleo é “confortável para países produtores de petróleo, sem ser alto suficiente para prejudicar a economia global”. Segundo o secretário-geral, a Opep está defendendo preços equilibrados para poder realizar investimentos e ter rendimentos “dignos para todos os países membros”. A queda acentuada dos preços do petróleo também foi abordada por el Badri como um risco, pois colocaria em cheque investimentos em tecnologias de energia alternativas que podem contribuir coma diversidade na oferta de energia no futuro. O secretário da Opep também explicou que enquanto as reservas de óleo e gás de xisto dos Estados Unidos e em outras regiões foram positivas para o futuro da oferta de energia mundial, os mesmo não representam um risco a curto prazo à organização. "Os combustíveis fósseis continuarão a ser dominantes no atendimento à demanda de energia no futuro próximo", disse el Badri. O CEO da petrolífera francesa Total, Cristophe de Margerie, declarou que os fatores positivos de um preço mais baixo do petróleo incluem o aumento da produção do Iraque e uma queda maior do que a esperada nas importações d energia dos Estados Unidos. De acordo Margerinie, o mercado é "muito volátil no sentido em que se move muito rapidamente entre esses dois níveis, mas a média dos últimos dois anos tem sido de US$ 110 por barril”.(Nicomex Notícias/Redação)
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NOVAS RESERVAS
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As estimativas de reservas para o Pré-sal brasileiro indicam potencial de 70 a 100 bilhões de barris de óleo equivalente – boe (somatório de petróleo e gás natural), mas o caminho para a exploração de toda essa riqueza ainda está em estágio inicial.A produção do primeiro óleo do Pré-sal foi realizada em setembro de 2008 no campo de Jubarte, que já produzia óleo pesado do pós-sal no litoral sul do Espírito Santo. Localizado ao norte da Bacia de Campos, na área conhecida como Parque das Baleias, esse reservatório está a uma profundidade de cerca de 4,5 mil metros. A produção do Teste de Longa Duração (TLD) do prospecto de Tupi, atual campo de Lula, iniciou-se em 1º de maio de 2008 e foi some nte ao final de 2010 que a Petrobras e seus parceiros comerciais iniciaram a produção em escala comercial nos campos do Pré-sal. De acordo com a Petrobras, atualmente são extraídos cerca de 117 mil barris por dia de óleo no pré-sal das bacias de Santos e de Campos, ambas no litoral sudeste do Brasil..(Para ver o vídeo sobre este assunto do Pré-Sal (clique aqui.)
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Petróleo e Política
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FUNAI DÁ ANUÊNCIA À REFINARIA DO CEARÁ
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A análise da Funai foi enviada na última terça-feira, dia 19, por meio de ofício, à Semace Após um longo imbróglio que se estendeu por quatro anos, está enfim resolvida a pendência com a Fundação Nacional do Índio (Funai) para a execução da refinaria Premium II, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). O órgão emitiu na última terça-feira a sua anuência ao empreendimento, liberando, assim, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) a expedir a licença ambiental para a usina. De acordo com a assessoria de imprensa da Funai, a análise foi enviada por meio de ofício à Semace. Assinado pela titular da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS) da Funai, Maria Augusta Ass irati, o ofício aprova o documento Estudos Complementares sobre o Componente Indígena Tapeba e Anacé - Plano Básico Ambiental (PBA) - Reformulado, da Petrobras. O documento traz três programas a serem realizados: o de assessoramento à realocação (1), o de assessoramento das organizações indígenas (2) e o de sustentabilidade (3).
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6ª CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE ENCOSTAS
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A 6ª Conferência Brasileira de Encostas será dia 11/04/13 no Clube de Engenharia(AV. Rio Branco, 124/22º andar) – 16h às 19h – Das 16:00 às 16:30 Abertura Eng. Paulo Henrique Dias (Presidente da comissão organizadora da 6ª COBRAE e vice-presidente da ABMS Nacional) 16:30 às 17:00 Plano de Gestão de Risco da Cidade do Rio de Janeiro Geólogo Ricardo D’Orsi (GeoRio) 17:00 às 17:30 Obras geotécnicas de proteção com soluções flexíveis: casos de obra Eng. Felipe Gobbi (Geobrugg Brasil e presidente da ABMS-NRRS) 17:30 às 18:00 Casos de recuperação de encostas com solo reforçado MSc. Cristina Schmidt (Gerente de Engenharia na Huesker Brasil) 18:00 às 18:30 Soluç& otilde;es estáticas para estabilização e segurança em encostas - Caso de obra Eng. Petrucio J. S. Junior (Gerente Técnico da Maccaferri América Latina) 18:30 – 19:00 Automação de Instrumentação - Agilidade na Tomada de Decisão Eng. Bruno Lima (Fugro In Situ Geotecnia Ltda). Inscrição prévia (gratuita): rosimeria@puc-rio.brou (21) 3527-1459).(Assessoria do Clube de Engenharia/Redação)
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COTAÇÃO DO PETRÓLEO
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O barril Tipo Brent estava em US$ 104,95 em Londres nesta 2ª feira(08/04). Por seu lado o óleo leve negociado em Nova Iorque foi para US$ 93,48 o barril. (Infomoney)
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Pergunte a AEPET
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A AEPET agora tem um link de interatividade. Para fazer perguntas para a AEPET é só dizer o seu nome, o seu email e se você é sócio ou não da nossa entidade. Para saber mais entrar em contato com o link:(Pergunte à AEPET)
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Fique por Dentro
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Livros | Palestras (Aqui você poderá ler na íntegra a Palestra que Fernando Siqueira, vice-presidente da AEPET e a Auditora Fiscal, Maria Lúcia Fatorelli apresentaram no Clube de Engenharia - na Cúpula doa Povos - Rio+20). A Palestra também teve a participação de Luiz Pinguelli Rosa; ela foi filmada e você também poderá assisti-láaqui.
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Benefícios
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Comunicado aos sócios da AEPET
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AO SE APOSENTAR, CONTINUE SÓCIO DA AEPET
O petroleiro e associado da AEPET, ao se aposentar, pode continuar nos quadros da Entidade. Para tanto, deverá assinar e encaminhar a nova autorização de desconto à Petros, garantindo sua permanência na AEPET e desfrutando dos benefícios oferecidos pela Entidade. E mais: continuará contribuindo com a luta em defesa do Sistema Petrobrás e seu corpo técnico e da soberania do Brasil sobre o seu petróleo. Continue na AEPET e convide os seus amigos para que se associem. Ligue (21) 2277-3750 ou associe-se agora mesmo. *Confira os benefícios oferecidos pela AEPET. Valor da mensalidade R$ 46,64. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Av. Nilo Peçanha, 50 – Grupo 2.409 – Centro
Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20.020-100 Telefone: 21 2277-3750 – Fax: 21 2533-2134 E-mail: aepet@aepet.org.br | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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