Drops
abril 15 – Coreia do Norte
SABEDORIA POPULAR
MÁXIMAS E MÍNIMAS
Falar com propriedade é prata fina. Calar,
ouro em pó. Fazer, a própria imortalidade...Daí o lema do helenismo: SABER
FALAR E FAZER AÇÕES
Paulo Timm
GAIA CIENCIA : ARS GRATIA ARS
TV
SEMANA RETRATOS – CANAL CURTA
CARAVANA DOS LIVROS – QUINTAS 22
H. – TV CULTURA
POR TRÁS DA CANÇÃO – Quintas 22h
– TV BIS
CAFÉ FILOSÓFICO – Domingos 22h –
TV Cultura
VIDEO
Bom Dia Rio - Inter TV
- Escola-Arte de nova ...
57 seg
São oferecidos cursos de dança, teatro, música e, inclusive, de arte circense. Alunos de ...
globotv.globo.com
57 seg
São oferecidos cursos de dança, teatro, música e, inclusive, de arte circense. Alunos de ...
globotv.globo.com
CÉREBRO E ALZHEIMER
Um vídeo claro,
simples e muito elucidativo sobre o cérebro e as suas
alterações numa doença degenerativa. Da Associação do Alzheimer dos
Estados Unidos. Muito bem feito e ainda traduzido para português.
http://www.alz.org/brain_portuguese/
alterações numa doença degenerativa. Da Associação do Alzheimer dos
Estados Unidos. Muito bem feito e ainda traduzido para português.
http://www.alz.org/brain_portuguese/
POESIA:TROVA,O VERSO DA ARTE REAL
Saudades
Antonio Correia de Oliveira , poeta português
Oh
águas do mar, salgadas!
De
onde lhes vem tanto sal?
Vem
das lágrimas choradas
nas
praias de Portugal.
MOSAICO
Gougon
- Brasília
PÉROLAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
Quando você
foi embora fez-se noite em meu viver
Meu caminho é
de pedras, como posso sonhar
Travessia
http://letras.mus.br/milton-nascimento/47456/
Milton Nascimento
Quando
você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a
voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
Vou
seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a
voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
AVISO AOS NAVEGANTES: NAVEGAR
É PRECISO, PERO CUIDE QUE NO NAUFRAGUE TU VIVIR
Renato
Riella no FB - Hoje é comemorado o Dia do
Desarmamento Infantil
Valéria Velasco, à frente do programa Pró-Vítima, lança uma
campanha contra as armas de brinquedo e consegue que o governador Agnelo
Queiroz assine hoje um projeto de lei a ser votado pela Câmara Legislativa
proibindo a venda desse produto. Além disso, Valéria lança campanha para que a
população (principalmente as crianças) troque armas de brinquedo por livros.
É uma construção de base, tentando eliminar o incentivo
à violência na infância. Às 15h, no Sesc da Ceilândia, será lançado
oficialmente o projeto “Arma não é brinquedo. Dê Livros”. Hoje é comemorado o
Dia do Desarmamento Infantil, por isso a escolha da data para lançar a ação de
governo, por iniciativa da Secretaria de Justiça.
Valéria merece todo o nosso apoio
NOTÍCIA EM DESTAQUE: CORÉIA
DO NORTE
Sobre a Revolução Coreana
Texto sobre a Revolução Coreana
“É necessário notar que, mesmo entre os comunistas, pouco se
comenta sobre a experiência socialista coreana. Soma-se a falta de informação
com o preconceito ideológico das classes dominantes e muita coisa deixa de ser
explicada corretamente”
O texto A Idéia Juche e a Revolução Coreana é, infelizmente, iniciadas com estas tristes palavras. Já comentava sabiamente Ludo Martens, em sua ilustre obra Stálin, Um Novo Olhar, sobre a dificuldade de se levantar voz contra o furacão anti-stalinista levantado pelas classes reacionárias. O mesmo comenta também, mais uma vez sabiamente, que a propaganda anticomunista contaminou não só aqueles que se dizem apolíticos, mas também centenas de milhares de comunistas, combatentes antiimperialistas e demais membros das forças populares.
Pois bem, esse mesmo caso se aplica aos dias de hoje. Mesmo após a história ter provado o quão erradas e contra-revolucionárias são as posições antistalinistas, ainda persistem aqueles que fazem questão em fazer coro com as posições da burguesia com relação aos países socialistas.
Sem dúvida, dentre os países que resolveram manter o rumo socialista mesmo após a queda da URSS – República Popular da China, República de Cuba, República Socialista do Vietnã, República Democrática Popular da Coréia -, o último é o que passa por mais dificuldades, e também é o maior alvo no qual a propaganda anticomunista resolveu mirar.
No Brasil, ainda existem poucos ou quase nenhum escrito com uma visão revolucionária com relação à experiência socialista da Coréia. Sou capaz de dizer, aliás, que o texto que aqui publicamos é um dos primeiros escritos que esclarecem de fato o que acontece no país. Sem sombra de dúvidas, aos que recusam a se submeter ao furacão anticomunista, tal obra é uma rica fonte de informações sobre a República Popular Democrática da Coréia e, portanto, deve ser lida e estudada.
Alexandre Rosendo
A Teoria Juche e a Revolução Coreana
Por Gabriel Martinez
“Os revolucionários devem ter como máxima de suas vidas e de suas lutas, a verdade de que se confiam e se apóiam no povo, sempre se sairão vitoriosos, porém se são repudiados por ele, sofrerão mil derrostas.” Kim Il Sung – Presidente e líder histórico da República Popular e Democrática da Coréia.
É necessário notar que, mesmo entre comunistas, pouco se comenta sobre a experiência socialista coreana. Soma-se a falta de informação com o preconceito ideológico das classes dominantes e muita coisa deixa de ser explicada corretamente. Não é difícil encontrarmos militantes socialistas e comunistas defendendo a posição ideológica do imperialismo, de que a República Popular Democrática da Coréia (RPDC) vive sob uma “ditadura-monárquica” brutal. A experiência norte-coreana deve ser analisada à luz do materialismo-histórico, tendo em vista que a revolução coreana é parte da revolução proletária mundial e que representou um papel importante na luta transformadora do século XX. As forças revolucionárias precisam – urgentemente – recuperar sua autonomia ideológica, rompendo definitivamente com os preconceitos difundidos pela ideologia dominante do imperialismo.
O que é Idéia Juche?
A ideologia oficial do partido governante da RPDC, o Partido do Trabalho da Coréia (PTC), é a Idéia Juche. A Idéia Juche foi desenvolvida por Kim Il Sung, líder da revolução coreana e fundador do Partido do Trabalho da Coréia. De acordo com os comunistas coreanos a superioridade da Idéia Juche consiste no fato de que, indicando a posição e o papel do homem no mundo, esclarece-se de maneira mais científica a forma como o homem forja o seu destino. O problema fundamental da filosofia deixa de ser a relação entre o pensar e a existência e passa a ser entre o mundo e o homem. Segundo os atuais dirigentes comunistas coreanos, a Idéia Juche não é apenas o marxismo-leninismo adaptado à realidade coreana, mas sim uma nova ideologia, superior ao próprio marxismo. É o socialismo científico alçado a outro patamar. Nas palavras de Kim Jong Il, principal líder da RPDC:
“Se o marxismo criou pela primeira vez a concepção revolucionaria de mundo da classe trabalhadora, a idéia Juche a aperfeiçuou, desenvolvendo-a à uma etapa superior.”
Em suas memórias Kim Il Sung nos revela que durante a luta revolucionária “sua doutrina”, “seu credo” foi o chamado “iminwichon”, que significa considerar o povo como o centro de tudo. O principio básico da Idéia Juche é de que as massas populares são donas do mundo e de seu próprio destino.
A RPDC foi fundada em um período de ascensão do movimento revolucionário, mais precisamente no ano de 1948, um ano antes da fundação da República Popular da China. Assim como as demais revoluções que triunfaram na Ásia a defesa da dignidade nacional estava em primeiro plano. Para os comunistas coreanos só poderia existir defesa da dignidade nacional se tal luta estivesse ligada organicamente com a luta pelo socialismo. Só quem viveu aquele sombrio período pode relatar com precisão o que era viver em um país ocupado pelo imperialismo japonês. As feridas deixadas pela invasão japonesa, e mais tarde, pela guerra promovida pelo imperialismo norte-americano ainda sangram e mechem profundamente com o emocional dos coreanos. Vale lembrar que o país asiático onde mais ocorrem protestos contra os Estados Unidos é justamente a Coréia do Sul.
Patriotismo, Nacionalismo e Comunismo: alguma contradição?
Uma das grandes polêmicas que perduram dentro do campo das forças revolucionárias, até os dias de hoje, é o da possibilidade de relacionar ideais nacionalistas com ideais comunistas. As revoluções de libertação nacional, que eclodiram na Ásia e África, demonstraram empiricamente que a Questão Nacional é o elo que liga as massas populares dos países subjugados pelo domínio econômico e militar do imperialismo ao socialismo. Contudo, para não gerar confusão, acredito que seja necessário distinguir os dois tipos de nacionalismo; aquele professado pelos imperialistas, que legitima agressões, invasões e espoliações, e o nacionalismo popular das massas de países subjugados, que defende os interesses da nação contra os invasores e a exploração imperialista. Em suma, trata-se de dois conceitos diferentes de nacionalismo: o da burguesia e o das massas oprimidas.
No texto Para compreender corretamente o Nacionalismo Kim Jong Il chama a atenção e expõem a necessidade de se diferenciar o “verdadeiro nacionalismo” do “nacionalismo da burguesia”. Para ele o nacionalismo burguês se manifesta como “egoísmo nacional”, “exclusivismo” e “chauvinismo de grande potência”. Essa afirmação não é nenhuma novidade dentro do movimento comunista internacional, mas mesmo assim alguns países socialistas chegaram a cometer esse desvio. Para os comunistas coreanos os grandes clássicos do marxismo-leninismo não deram respostas suficientes a respeito do sentimento nacionalista, devido ao grande combate que a teoria revolucionária travou contra esta idéia, isso permitiu que não se tratasse corretamente esse aspecto da teoria. Kim Jong Il afirma que:
“O nacionalismo não está em contradição com o internacionalismo. Internacionalismo é ajuda apoio e solidariedade entre os países e nações (...) Para dizer a verdade, um internacionalismo à margem da nação e divorciado do nacionalismo não significa nada.”
Outro exemplo clássico de junção de ideais nacional-patrióticos e comunistas é o caso do Vietnã. Ho Chi Minh, um dos maiores revolucionários da história, disse certa vez que, teria sido o patriotismo, e não o comunismo, que o levou acreditar em Lênin e na 3ª Internacional.
Levando em consideração que em países subjugados pelo imperialismo, podem fazer parte do que chamamos de “massas populares” várias classes sociais diferentes (operários, camponeses, pequena-burguesia, burguesia nacional) é necessário que os comunistas compreendam que a sua concepção de nacionalismo e patriotismo se difere da concepção burguesa. Analisando o caso coreano, muitos setores da burguesia nacional acreditavam que após a libertação da pátria, o que deveria ser feito era a restauração da velha monarquia, ou alguns, nutrindo esperanças reformistas, acreditavam que o caminho correto a seguir era o da construção do capitalismo. Porém, os fatos demonstram que somente os comunistas poderiam levar a luta revolucionária do povo coreano até o fim, defendendo um nacionalismo-popular de caráter revolucionário.
Os países asiáticos que realizaram revoluções socialistas e depois resistiram à queda do campo socialista não abriram mão de seu caráter internacionalista. É um principio de classe inerente à ideologia comunista, mas ao mesmo tempo não podem abrir mão de seus interesses nacionais, tendo em vista que o imperialismo ainda ameaça a independência dos povos no mundo e principalmente a soberania desses países. Basta analisarmos o apoio que os Estados Unidos deram, e ainda dão, aos separatistas tibetanos e Dalai Lama, na luta pela desestabilização da República Popular da China. Lembrando que a questão nacional se faz presente em amplos países do chamado “Terceiro Mundo” e não somente dos países socialistas que ainda existem.
Acredito ser necessário abordar mais um problema, que nos leva a defender a ainda presente centralidade da questão nacional na revolução coreana. Devemos levar em consideração que a Coréia é um país ocupado e dividido. A RPDC sofre não somente um poderoso bloqueio econômico, mas também militar. O risco de uma possível guerra ainda é uma realidade na vida do povo. Após o término da guerra da Coréia, nenhum tratado de paz entre Estados Unidos e Coréia Popular foi assinado. Incentivar o sentimento patriótico é uma maneira de estimular o espírito das massas no combate ao imperialismo e na resolução do problema da reunificação da pátria. O problema da reunificação da pátria só será devidamente solucionado quando as tropas americanas deixarem o sul da península, para que o próprio povo coreano cuide dos problemas relevantes a sua reunificação nacional pacifica.
Movimento comunista coreano e a luta pela libertação da pátria
O triunfo da Revolução de Outubro trouxe novos ventos para o mundo todo e na Ásia, obviamente, não foi diferente. Na época a Coréia se encontrava sob ocupação japonesa e a luta pela libertação nacional era a principal bandeira de luta dos progressistas coreanos. Foi nesse cenário que começou o surgimento de pessoas adeptas aos ideais comunistas, tendo em vista o declínio do nacionalismo burguês. Antes mesmo do triunfo da revolução russa, foi fundada na Coréia, uma organização chamada ANC (Associação Nacional Coreana). Era uma organização clandestina que tinha como objetivo promover a libertação do país e construir um Estado “soberano” e “civilizado”.
A base social da ANC era muito ampla, uma organização de massas, que contava com a presença de trabalhadores, camponeses, estudantes, militares independentistas, comerciantes, religiosos, etc. Kim Hyong Jik, pai de Kim Il Sung, foi um dos fundadores da ANC.
O Partido Comunista da Coréia foi fundado em 1925 e dissolvido em 1928, após anos de repressão brutal e muitas disputas fracionárias dentro do partido. Kim Il Sung costumava tratar com certo desprezo as diversas frações que se diziam marxistas-leninistas como era o caso do grupo “União Marxista Leninista” e o “Grupo Hwayo”. Em 1926 Kim Il Sung criou a UDI (União para derrotar o imperialismo). O tempo que passou em uma escola militar dirigida pelos nacionalistas coreanos, fez amadurecer a idéia de que, com aquela ideologia (nacionalista burguesa) e os métodos militares utilizados pelas forças independentistas, a independência da Coréia não iria se concretizar.
A UDI prestou um papel importante na elevação do grau de consciência e organização das massas coreanas, principalmente os jovens. Mais tarde a UDI se converteria na União da Juventude Anti-imperialista. Depois, em 1927, Kim Il Sung funda a UJCC (União da Juventude Comunista da Coréia). Estendendo sua atividade para o território chinês, Kim Il Sung fundaria mais organizações de massas, como a União da Juventude Paeksan e a União de Camponeses de Xinantun.
No decorrer da luta revolucionária, após longo processo de reflexão dos aspectos ideológicos que guiavam a ação dos comunistas coreanos, Kim Il Sung concebe a Idéia Juche. O objetivo da nova idéia revolucionária era o de munir as massas populares de uma ideologia que buscasse a independência da Coréia, apoiando-se na própria força do povo coreano. Kim Il Sung concluiu que cada nação pode fazer triunfar sua revolução somente sob sua própria responsabilidade e que os problemas surgidos no interior do processo deveriam ser solucionados de maneira independente.
A “Conferência de Kalun” e o ponto de virada da revolução coreana
No dia 30 de Junho de 1930, ocorre em Kalun, na China, uma reunião de dirigentes da Juventude Comunista e Anti-imperialista. Tal reunião representaria um marco na história do movimento comunista coreano. Nela, Kim Il Sung apresentou um informe intitulado “O caminho a ser seguido pela revolução coreana”, que apresenta pela primeira vez as concepções da Idéia Juche. As principais diretrizes da reunião definiram:
- A primeira etapa da revolução coreana era democrática, anti-imperialista e anti-feudal;
- As principais forças da revolução são constituídas pelos amplos setores antiimperialistas da sociedade coreana, formados por camponeses, trabalhadores, estudantes, intelectuais, pequenos proprietários, religiosos e capitalistas que possuíam alguma consciência nacional;
- Constituir um Exército Revolucionário da Coréia, que conduziria a Luta Armada Antijaponesa;
- Fundar de maneira independente um partido revolucionário comunista, corrigindo os erros que levaram a liquidação do antigo partido.
A primeira organização do novo partido surge logo após o término da conferência de Kalun e ganha o nome de Associação de Camaradas Konsol. Logo após, se constitui o Exército Revolucionário da Coréia. A nova orientação surgida na Conferência de Kalun ganha apoio da Internacional Comunista.
Após duras batalhas, em 1945, finalmente, o povo coreano vence o imperialismo japonês; o povo coreano, através de suas organizações clandestinas, o Exército Popular Revolucionário e o Exército Vermelho (URSS) foram os principais atores da revolução coreana. Comitês Populares se espalharam por todo território coreano, constituindo assim um órgão de poder popular constituído pelo próprio povo coreano. A União Soviética permaneceu estacionada na parte norte da península. Os Estados Unidos só entrariam na parte sul da península coreana, três semanas depois da libertação do país, e logo trataram de reprimir violentamente os Comitês Populares, devolvendo o poder aos antigos oligarcas representantes do regime colonial. A União Soviética retirou suas tropas da Coréia em 1948, ao passo que os Estados Unidos mantêm as suas até os dias de hoje.
A luta revolucionária do povo coreano nasceu da luta por independência, que começou a ficar mais organizada após a fundação da ANC. Mesmo após anos de lutas por libertação, a revolução coreana está inconclusa. O país segue ocupado por forças imperialistas, estacionadas no sul, que impedem o antigo sonho das massas populares coreanas por independência. O imperialismo americano impôs ao povo coreano uma nova experiência de humilhação: a divisão do país. Em um país ocupado, bloqueado, que sofre ameaças constantes da mais poderosa máquina de guerra da história, a Idéia Juche representa a sistematização teórica da longa trajetória revolucionária do povo coreano, de seu anseio por autonomia, adequando os princípios básicos do socialismo-científico à realidade coreana.
Referências bibliográficas:
•Zong Il, Kim. Sobre La Idea Zuche. Pyongyang: Ediciones en Lenguas Extranjeras, 1982, Corea.
•Kim Il Sung: Breve Biografia. Pyongyang: Ediciones en Lenguas Extranjeras, 2001, Corea.
•Il Sung, Kim. En el Transcurso Del Siglo vol.I e II. Pyongyang: Ediciones en
Lenguas Extranjeras, 2001, Corea.
•Jong Il, Kim. Para compreender correctamente el Nacionalismo. Pyongyang. 2002
• Nogueira Lopes, Juan. 61 anos de Revolución en Corea. Publicado originalmente no site Kaos en La Red: http://www.kaosenlared.net/noticia/61-anos-de-revolucion-en-corea
O texto A Idéia Juche e a Revolução Coreana é, infelizmente, iniciadas com estas tristes palavras. Já comentava sabiamente Ludo Martens, em sua ilustre obra Stálin, Um Novo Olhar, sobre a dificuldade de se levantar voz contra o furacão anti-stalinista levantado pelas classes reacionárias. O mesmo comenta também, mais uma vez sabiamente, que a propaganda anticomunista contaminou não só aqueles que se dizem apolíticos, mas também centenas de milhares de comunistas, combatentes antiimperialistas e demais membros das forças populares.
Pois bem, esse mesmo caso se aplica aos dias de hoje. Mesmo após a história ter provado o quão erradas e contra-revolucionárias são as posições antistalinistas, ainda persistem aqueles que fazem questão em fazer coro com as posições da burguesia com relação aos países socialistas.
Sem dúvida, dentre os países que resolveram manter o rumo socialista mesmo após a queda da URSS – República Popular da China, República de Cuba, República Socialista do Vietnã, República Democrática Popular da Coréia -, o último é o que passa por mais dificuldades, e também é o maior alvo no qual a propaganda anticomunista resolveu mirar.
No Brasil, ainda existem poucos ou quase nenhum escrito com uma visão revolucionária com relação à experiência socialista da Coréia. Sou capaz de dizer, aliás, que o texto que aqui publicamos é um dos primeiros escritos que esclarecem de fato o que acontece no país. Sem sombra de dúvidas, aos que recusam a se submeter ao furacão anticomunista, tal obra é uma rica fonte de informações sobre a República Popular Democrática da Coréia e, portanto, deve ser lida e estudada.
Alexandre Rosendo
A Teoria Juche e a Revolução Coreana
Por Gabriel Martinez
“Os revolucionários devem ter como máxima de suas vidas e de suas lutas, a verdade de que se confiam e se apóiam no povo, sempre se sairão vitoriosos, porém se são repudiados por ele, sofrerão mil derrostas.” Kim Il Sung – Presidente e líder histórico da República Popular e Democrática da Coréia.
É necessário notar que, mesmo entre comunistas, pouco se comenta sobre a experiência socialista coreana. Soma-se a falta de informação com o preconceito ideológico das classes dominantes e muita coisa deixa de ser explicada corretamente. Não é difícil encontrarmos militantes socialistas e comunistas defendendo a posição ideológica do imperialismo, de que a República Popular Democrática da Coréia (RPDC) vive sob uma “ditadura-monárquica” brutal. A experiência norte-coreana deve ser analisada à luz do materialismo-histórico, tendo em vista que a revolução coreana é parte da revolução proletária mundial e que representou um papel importante na luta transformadora do século XX. As forças revolucionárias precisam – urgentemente – recuperar sua autonomia ideológica, rompendo definitivamente com os preconceitos difundidos pela ideologia dominante do imperialismo.
O que é Idéia Juche?
A ideologia oficial do partido governante da RPDC, o Partido do Trabalho da Coréia (PTC), é a Idéia Juche. A Idéia Juche foi desenvolvida por Kim Il Sung, líder da revolução coreana e fundador do Partido do Trabalho da Coréia. De acordo com os comunistas coreanos a superioridade da Idéia Juche consiste no fato de que, indicando a posição e o papel do homem no mundo, esclarece-se de maneira mais científica a forma como o homem forja o seu destino. O problema fundamental da filosofia deixa de ser a relação entre o pensar e a existência e passa a ser entre o mundo e o homem. Segundo os atuais dirigentes comunistas coreanos, a Idéia Juche não é apenas o marxismo-leninismo adaptado à realidade coreana, mas sim uma nova ideologia, superior ao próprio marxismo. É o socialismo científico alçado a outro patamar. Nas palavras de Kim Jong Il, principal líder da RPDC:
“Se o marxismo criou pela primeira vez a concepção revolucionaria de mundo da classe trabalhadora, a idéia Juche a aperfeiçuou, desenvolvendo-a à uma etapa superior.”
Em suas memórias Kim Il Sung nos revela que durante a luta revolucionária “sua doutrina”, “seu credo” foi o chamado “iminwichon”, que significa considerar o povo como o centro de tudo. O principio básico da Idéia Juche é de que as massas populares são donas do mundo e de seu próprio destino.
A RPDC foi fundada em um período de ascensão do movimento revolucionário, mais precisamente no ano de 1948, um ano antes da fundação da República Popular da China. Assim como as demais revoluções que triunfaram na Ásia a defesa da dignidade nacional estava em primeiro plano. Para os comunistas coreanos só poderia existir defesa da dignidade nacional se tal luta estivesse ligada organicamente com a luta pelo socialismo. Só quem viveu aquele sombrio período pode relatar com precisão o que era viver em um país ocupado pelo imperialismo japonês. As feridas deixadas pela invasão japonesa, e mais tarde, pela guerra promovida pelo imperialismo norte-americano ainda sangram e mechem profundamente com o emocional dos coreanos. Vale lembrar que o país asiático onde mais ocorrem protestos contra os Estados Unidos é justamente a Coréia do Sul.
Patriotismo, Nacionalismo e Comunismo: alguma contradição?
Uma das grandes polêmicas que perduram dentro do campo das forças revolucionárias, até os dias de hoje, é o da possibilidade de relacionar ideais nacionalistas com ideais comunistas. As revoluções de libertação nacional, que eclodiram na Ásia e África, demonstraram empiricamente que a Questão Nacional é o elo que liga as massas populares dos países subjugados pelo domínio econômico e militar do imperialismo ao socialismo. Contudo, para não gerar confusão, acredito que seja necessário distinguir os dois tipos de nacionalismo; aquele professado pelos imperialistas, que legitima agressões, invasões e espoliações, e o nacionalismo popular das massas de países subjugados, que defende os interesses da nação contra os invasores e a exploração imperialista. Em suma, trata-se de dois conceitos diferentes de nacionalismo: o da burguesia e o das massas oprimidas.
No texto Para compreender corretamente o Nacionalismo Kim Jong Il chama a atenção e expõem a necessidade de se diferenciar o “verdadeiro nacionalismo” do “nacionalismo da burguesia”. Para ele o nacionalismo burguês se manifesta como “egoísmo nacional”, “exclusivismo” e “chauvinismo de grande potência”. Essa afirmação não é nenhuma novidade dentro do movimento comunista internacional, mas mesmo assim alguns países socialistas chegaram a cometer esse desvio. Para os comunistas coreanos os grandes clássicos do marxismo-leninismo não deram respostas suficientes a respeito do sentimento nacionalista, devido ao grande combate que a teoria revolucionária travou contra esta idéia, isso permitiu que não se tratasse corretamente esse aspecto da teoria. Kim Jong Il afirma que:
“O nacionalismo não está em contradição com o internacionalismo. Internacionalismo é ajuda apoio e solidariedade entre os países e nações (...) Para dizer a verdade, um internacionalismo à margem da nação e divorciado do nacionalismo não significa nada.”
Outro exemplo clássico de junção de ideais nacional-patrióticos e comunistas é o caso do Vietnã. Ho Chi Minh, um dos maiores revolucionários da história, disse certa vez que, teria sido o patriotismo, e não o comunismo, que o levou acreditar em Lênin e na 3ª Internacional.
Levando em consideração que em países subjugados pelo imperialismo, podem fazer parte do que chamamos de “massas populares” várias classes sociais diferentes (operários, camponeses, pequena-burguesia, burguesia nacional) é necessário que os comunistas compreendam que a sua concepção de nacionalismo e patriotismo se difere da concepção burguesa. Analisando o caso coreano, muitos setores da burguesia nacional acreditavam que após a libertação da pátria, o que deveria ser feito era a restauração da velha monarquia, ou alguns, nutrindo esperanças reformistas, acreditavam que o caminho correto a seguir era o da construção do capitalismo. Porém, os fatos demonstram que somente os comunistas poderiam levar a luta revolucionária do povo coreano até o fim, defendendo um nacionalismo-popular de caráter revolucionário.
Os países asiáticos que realizaram revoluções socialistas e depois resistiram à queda do campo socialista não abriram mão de seu caráter internacionalista. É um principio de classe inerente à ideologia comunista, mas ao mesmo tempo não podem abrir mão de seus interesses nacionais, tendo em vista que o imperialismo ainda ameaça a independência dos povos no mundo e principalmente a soberania desses países. Basta analisarmos o apoio que os Estados Unidos deram, e ainda dão, aos separatistas tibetanos e Dalai Lama, na luta pela desestabilização da República Popular da China. Lembrando que a questão nacional se faz presente em amplos países do chamado “Terceiro Mundo” e não somente dos países socialistas que ainda existem.
Acredito ser necessário abordar mais um problema, que nos leva a defender a ainda presente centralidade da questão nacional na revolução coreana. Devemos levar em consideração que a Coréia é um país ocupado e dividido. A RPDC sofre não somente um poderoso bloqueio econômico, mas também militar. O risco de uma possível guerra ainda é uma realidade na vida do povo. Após o término da guerra da Coréia, nenhum tratado de paz entre Estados Unidos e Coréia Popular foi assinado. Incentivar o sentimento patriótico é uma maneira de estimular o espírito das massas no combate ao imperialismo e na resolução do problema da reunificação da pátria. O problema da reunificação da pátria só será devidamente solucionado quando as tropas americanas deixarem o sul da península, para que o próprio povo coreano cuide dos problemas relevantes a sua reunificação nacional pacifica.
Movimento comunista coreano e a luta pela libertação da pátria
O triunfo da Revolução de Outubro trouxe novos ventos para o mundo todo e na Ásia, obviamente, não foi diferente. Na época a Coréia se encontrava sob ocupação japonesa e a luta pela libertação nacional era a principal bandeira de luta dos progressistas coreanos. Foi nesse cenário que começou o surgimento de pessoas adeptas aos ideais comunistas, tendo em vista o declínio do nacionalismo burguês. Antes mesmo do triunfo da revolução russa, foi fundada na Coréia, uma organização chamada ANC (Associação Nacional Coreana). Era uma organização clandestina que tinha como objetivo promover a libertação do país e construir um Estado “soberano” e “civilizado”.
A base social da ANC era muito ampla, uma organização de massas, que contava com a presença de trabalhadores, camponeses, estudantes, militares independentistas, comerciantes, religiosos, etc. Kim Hyong Jik, pai de Kim Il Sung, foi um dos fundadores da ANC.
O Partido Comunista da Coréia foi fundado em 1925 e dissolvido em 1928, após anos de repressão brutal e muitas disputas fracionárias dentro do partido. Kim Il Sung costumava tratar com certo desprezo as diversas frações que se diziam marxistas-leninistas como era o caso do grupo “União Marxista Leninista” e o “Grupo Hwayo”. Em 1926 Kim Il Sung criou a UDI (União para derrotar o imperialismo). O tempo que passou em uma escola militar dirigida pelos nacionalistas coreanos, fez amadurecer a idéia de que, com aquela ideologia (nacionalista burguesa) e os métodos militares utilizados pelas forças independentistas, a independência da Coréia não iria se concretizar.
A UDI prestou um papel importante na elevação do grau de consciência e organização das massas coreanas, principalmente os jovens. Mais tarde a UDI se converteria na União da Juventude Anti-imperialista. Depois, em 1927, Kim Il Sung funda a UJCC (União da Juventude Comunista da Coréia). Estendendo sua atividade para o território chinês, Kim Il Sung fundaria mais organizações de massas, como a União da Juventude Paeksan e a União de Camponeses de Xinantun.
No decorrer da luta revolucionária, após longo processo de reflexão dos aspectos ideológicos que guiavam a ação dos comunistas coreanos, Kim Il Sung concebe a Idéia Juche. O objetivo da nova idéia revolucionária era o de munir as massas populares de uma ideologia que buscasse a independência da Coréia, apoiando-se na própria força do povo coreano. Kim Il Sung concluiu que cada nação pode fazer triunfar sua revolução somente sob sua própria responsabilidade e que os problemas surgidos no interior do processo deveriam ser solucionados de maneira independente.
A “Conferência de Kalun” e o ponto de virada da revolução coreana
No dia 30 de Junho de 1930, ocorre em Kalun, na China, uma reunião de dirigentes da Juventude Comunista e Anti-imperialista. Tal reunião representaria um marco na história do movimento comunista coreano. Nela, Kim Il Sung apresentou um informe intitulado “O caminho a ser seguido pela revolução coreana”, que apresenta pela primeira vez as concepções da Idéia Juche. As principais diretrizes da reunião definiram:
- A primeira etapa da revolução coreana era democrática, anti-imperialista e anti-feudal;
- As principais forças da revolução são constituídas pelos amplos setores antiimperialistas da sociedade coreana, formados por camponeses, trabalhadores, estudantes, intelectuais, pequenos proprietários, religiosos e capitalistas que possuíam alguma consciência nacional;
- Constituir um Exército Revolucionário da Coréia, que conduziria a Luta Armada Antijaponesa;
- Fundar de maneira independente um partido revolucionário comunista, corrigindo os erros que levaram a liquidação do antigo partido.
A primeira organização do novo partido surge logo após o término da conferência de Kalun e ganha o nome de Associação de Camaradas Konsol. Logo após, se constitui o Exército Revolucionário da Coréia. A nova orientação surgida na Conferência de Kalun ganha apoio da Internacional Comunista.
Após duras batalhas, em 1945, finalmente, o povo coreano vence o imperialismo japonês; o povo coreano, através de suas organizações clandestinas, o Exército Popular Revolucionário e o Exército Vermelho (URSS) foram os principais atores da revolução coreana. Comitês Populares se espalharam por todo território coreano, constituindo assim um órgão de poder popular constituído pelo próprio povo coreano. A União Soviética permaneceu estacionada na parte norte da península. Os Estados Unidos só entrariam na parte sul da península coreana, três semanas depois da libertação do país, e logo trataram de reprimir violentamente os Comitês Populares, devolvendo o poder aos antigos oligarcas representantes do regime colonial. A União Soviética retirou suas tropas da Coréia em 1948, ao passo que os Estados Unidos mantêm as suas até os dias de hoje.
A luta revolucionária do povo coreano nasceu da luta por independência, que começou a ficar mais organizada após a fundação da ANC. Mesmo após anos de lutas por libertação, a revolução coreana está inconclusa. O país segue ocupado por forças imperialistas, estacionadas no sul, que impedem o antigo sonho das massas populares coreanas por independência. O imperialismo americano impôs ao povo coreano uma nova experiência de humilhação: a divisão do país. Em um país ocupado, bloqueado, que sofre ameaças constantes da mais poderosa máquina de guerra da história, a Idéia Juche representa a sistematização teórica da longa trajetória revolucionária do povo coreano, de seu anseio por autonomia, adequando os princípios básicos do socialismo-científico à realidade coreana.
Referências bibliográficas:
•Zong Il, Kim. Sobre La Idea Zuche. Pyongyang: Ediciones en Lenguas Extranjeras, 1982, Corea.
•Kim Il Sung: Breve Biografia. Pyongyang: Ediciones en Lenguas Extranjeras, 2001, Corea.
•Il Sung, Kim. En el Transcurso Del Siglo vol.I e II. Pyongyang: Ediciones en
Lenguas Extranjeras, 2001, Corea.
•Jong Il, Kim. Para compreender correctamente el Nacionalismo. Pyongyang. 2002
• Nogueira Lopes, Juan. 61 anos de Revolución en Corea. Publicado originalmente no site Kaos en La Red: http://www.kaosenlared.net/noticia/61-anos-de-revolucion-en-corea
Ameaças ao
Ocidente05/04/2013 | 00h06
Entrevista:
Coreia do Norte chama embaixador do Brasil para explicar tensão
"Eles dizem que não querem a guerra, mas estão preparados para
ela", afirma blumenauense Roberto Colin
Para embaixador, ameaças são tentativa de preservação do regime.Foto: Salmo Duarte
/ Agencia RBS
Cristiano Santos
O embaixador do Brasil na Coreia do Norte, Roberto Colin, 60 anos,
mantém um escritório na capital, Pyongyang. Antes de se tornar embaixador, o
catarinense Colin foi ministro-conselheiro da embaixada brasileira na Alemanha.
Com mais de 30 anos de carreira diplomática, foi o segundo a responder pela
representação brasileira aberta em 2009 no território norte-coreano.
País mais fechado do mundo, a Coreia do Norte é governada sob severa ditadura. Desde 1953 está em estado de guerra declarada com a Coreia do Sul, quando a península foi dividida. O novo líder, de 30 anos, é considerado uma incógnita para os vizinhos ameaçados – Coreia do Sul e Japão – e para o mundo ocidental e suas ameaças começam a ser levadas a sério.
Entrevista
Diário Catarinense – A Coreia do Norte teria condições de fazer estes ataques prometidos?
Colin – Eu não acredito, mas só o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, tem autoridade para declarar uma guerra. Nem ele e nem os demais membros da liderança daqui, a maioria militares, nunca me pareceram irracionais, ilógicos e muitos menos suicidas.
DC – Mas o que eles querem com essas ameaças ao Ocidente?
Colin – O que eles desejam, o que está por trás de tudo isso, é a preservação e a sobrevivência do regime. Eles têm um receio muito grande de que possam ser atacados. Costumam dizer que aprenderam uma grande lição com a Iugoslávia, com o Iraque e com a Líbia, que foram países que não puderam se defender dos ataques americanos. A Líbia tinha um programa nuclear e abriu mão. Os coreanos do norte costumam dizer que todos aqueles que foram atrás das palavras dos americanos, acabaram mal. Eles decidiram que a única maneira de sobreviver é desenvolvendo armas nucleares. Mas aí há uma grande discussão porque de fato eles lançaram um foguete com satélite em dezembro, fizeram o terceiro teste nuclear em fevereiro, mas o que eles realmente têm ninguém sabe.
DC – Ninguém sabe se eles têm uma bomba atômica? Eles têm essas condições?
Colin – Muitos acham que eles estão blefando, mas que de fato eles têm alguma coisa. Uma crítica que muitos analistas fizeram aos americanos que estão neste impasse com a Coreia do Norte há alguns anos, é de que na administração Barack Obama, por exemplo, nenhuma medida foi adotada promovendo diálogo ou qualquer ação para tentar resolver o problema da península coreana, uma região bastante delicada politicamente. Os americanos adotaram uma política que eles mesmos chamam de "paciência estratégica".
DC – Como o senhor vê o governo do ditador Kim Jong-un?
Colin – Tanto o governo dele quanto do pai dele, falecido no final de 2011, mostram que eles não são irracionais e imprevisíveis. Dos contatos que eu tive até hoje, jamais eu percebi isso. Eles são muito lógicos e racionais dentro da visão do mundo que eles têm.
DC – O impasse parece não ter fim.
Colin – Essa paciência estratégica, por outro lado, deu tempo para a Coreia do Norte continuar os seus progressos tanto na tecnologia missilística quanto nuclear. O que de fato eles alcançaram ninguém sabe. Este é o grande risco. Daí a necessidade de um diálogo. Essa política de confrontação dos Estados Unidos, da Coreia do Sul, do Japão e desses países nestas décadas, não levaram a nada. O que se conclui é o que o diálogo é a única maneira de resolver esse impasse.
DC – Como estão as ruas da cidade e a população?
Colin – Você não vê nada de anormal. Nada de veículos militares, camuflados, absolutamente nada. A população está inteiramente mobilizada para embelezar a cidade. Como a primavera começa em breve, decidiram trocar a grama da cidade inteira, uma coisa impressionante. Um novo tipo de grama que fica verde até mesmo no inverno. Nesta época do ano há grandes mutirões, como havia na União Soviética, em que a população toda, dos jovens às pessoas mais velhas, limpa a cidade e a preparam para a primavera. Está todo mundo numa atmosfera positiva. Tão importante quanto isso, dia 15 de abril é o dia do aniversário do fundador do país, é chamado de o Dia do Sol. É uma data de grande festividade. A cidade é toda enfeitada, há concertos, manifestações esportivas, está todo mundo neste espírito. Claro que, ao mesmo tempo, você liga a TV e abre os jornais e todos os dias é dito que eles estão prontos para a guerra.
DC – Há sinais de mudança no país?
Colin – Neste domingo, houve uma reunião que ocorre uma vez por ano, no máximo duas, do Comitê Central do Partido e, na segunda-feira, uma reunião do Parlamento, que também ocorre uma vez por ano. São esses os momentos em que aparecem as grandes novidades nos quadros do governo. Uma grande novidade é que foi nomeado um novo primeiro ministro, que já tinha sido primeiro ministro entre 2003 a 2007 e foi demitido. Ele promoveu, na época, as reformas mais importantes que já houve neste país. Alguns dizem que estas reformas foram tão bem sucedidas que o governo ficou preocupado de que poderia perder o controle sobre elas como aconteceu com o Gorbachev na União Soviética. Decidiram demiti-lo do cargo, alguns o acusaram de estar sendo influenciado pelo que chamaram de ventos capitalistas amarelos numa referência à China. Ele sumiu do mapa. No ano passado, foi nomeado vice-primeiro ministro e diretor do Departamento de Indústria. Isso foi visto como um sinal de que o novo líder desejaria promover algum tipo de mudança.
DC – Qual o discurso do líder nestes dias?
Colin – Nos discursos que ele fez, tanto no domingo quanto na segunda, é que essa situação de tensão permanente, de ameaça de guerra, veio mais à tona. Disse que se sentem permanentemente ameaçados pelos Estados Unidos, inclusive pelo poder nuclear norte-americano. E que essa situação tem impedido o desenvolvimento e a construção econômica do país, porque eles têm que desviar todos os recursos para a defesa.
DC – Por que o Brasil decidiu abrir uma embaixada na Coreia do Norte?
Colin – O país decidiu abrir uma embaixada em 2009 para contribuir para a paz na região. O Brasil acha que a política de confrontamento e isolamento em nada ajuda e que o papel do país e da comunidade internacional é de ajudar a Coreia do Norte a se integrar e, dessa forma, tornar-se mais previsível e menos hostil. Isso mediante a cooperação econômica, por exemplo. O fato de nós estarmos fisicamente aqui é muito importante, pois nós temos um canal direto de comunicação com o governo local. Nossas avaliações são feitas com base nas conversas diretas com autoridades daqui e não com a análise de outros ou suposições.
DC – Como é a sua relação com as autoridades do governo?
Colin – Qualquer encontro que eu solicite, em qualquer nível do governo, é sempre prontamente atendido. Sou sempre convidado para todos os grandes eventos do país.
DC – O senhor conversou com as autoridades brasileiras sobre uma possível guerra? Como o Brasil vai agir caso ocorra o conflito?
Colin – Como o governo aqui não nos fez qualquer comunicado, seja para estarmos prevenidos ou para prestar algum esclarecimento, eu mesmo decidi fazer isso. Ontem (quinta-feira na Coreia do Norte) eu pedi um encontro com o Ministério do Exterior e fui prontamente atendido, imediatamente.
DC – O que o senhor queria saber?
Colin – Eu queria entender a situação. Eles não entraram nos detalhes do fechamento de Kaensong (complexo industrial que é dividido com a Coreia do Sul), falaram do quadro geral dando a posição deles de que a causa de tudo isso são esses exercícios militares americanos, a hostilidade americana e, por isso, são obrigados a se defender. Disseram o seguinte: "Nós não queremos uma guerra, mas nós estamos preparados para ela". Ontem (quinta-feira), tarde da noite, me telefonaram convidando para um encontro hoje (sexta-feira lá) com o vice-ministro. Eu não sei se o meu gesto provocou neles a necessidade de prestar esclarecimentos, mas, de qualquer maneira, convidaram todo o corpo diplomático para um encontro onde eu imagino que farão o mesmo de ontem. Não me disseram nada que pudesse causar apreenssão. Confirmaram que é uma situação de grande tensão, de risco, mas não disseram para se preparar para a guerra.
DC – O senhor completou um ano como embaixador na Coreia do Norte. Como foi recebido, incluindo sua mulher e o filho?
Colin – Nós nos sentimentos muito bem neste país. Fomos bem acolhidos pelo governo,. A comunidade estrangeira é relativamente pequena. Só há 25 embaixadas aqui. Mas justamente por isso somos muito unidos, solidários e nos encontramos com frequência. É um país difícil de se obter informações mesmo estando aqui.
DC – Como o senhor vê o seu trabalho na Coreia do Norte?
Colin – Eu vim pra cá com grande entusiasmo pois é meu primeiro posto como embaixador. Sou diplomata há 33 anos. Este posto é interessante para qualquer diplomata, pois grandes temas da agenda internacional, como desarmamento e a não proliferação nuclear, aqui fazem parte do dia a dia. A Coreia do Norte está situada na região mais dinâmica do mundo do ponto de vista econômico. Nesta região também estão as grandes potências nucleares. Do ponto de vista geopolítico também é muito interessante.
DC - E qual o interesse de estreitar as relações entre Brasil e Coreia do Norte?
Colin – Os norte-coreanos veem um país com o porte do Brasil como um parceiro desejável. Claro que aqui existem algumas restrições. Nunca fui advertido, mas eu não posso me comunicar com a população local, nem ir à casa de ninguém, não posso convidar as pessoas comuns para visitarem à minha casa. Posso convidar as pessoas do governo e de outras instituições. Anteontem, convidei para a embaixada um grupo de 10 estudantes de língua portuguesa. Eu os convidei com os professores e ofereci um jantar e pudemos conversar os mais diversos assuntos. Os dois professores, inclusive, gostariam muito de receber o convite de alguma universidade brasileira para fazer um treinamento. Estou verificando esta possibilidade. Quando eu ando pelas ruas recebo manifestações de carinho de todos os lados. Até porque os turistas sempre andam em grupos e estou sempre sozinho. Não há um sentimento negativo em relação aos estrangeiros.
DC – Os acontecimentos tensos mais recentes estão ligados ao complexo industrial Kaesong, quase na fronteira com a Coreia do Sul, onde empresários da Coreia do Sul têm fábricas e onde trabalham milhares de norte-coreanos. Como acordou a Coreia do Norte nesta sexta-feira em relação a este assunto?
Colin – Esta escalada retórica começou em março com exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e a Coreia do Sul. Esses exercícios sempre provocam grande alarde na Coreia do Norte. Eles conhecem muito bem a história, a guerra da Coreia. A Coreia do Norte supostamente fazia um exerício militar junto da linha demarcatória nesse paralelo 38 e de uma hora para outra invadiu a Coreia do Sul. Então, ela tem receio. Aqui a história é contada de outra maneira, como se eles tivessem sido invadidos pela Coreia do Sul. Junto dessa linha demarcatória, foi construído o complexo industrial de Kaesong. Foi criado durante um período chamado A Política do Raio de Sol por dois presidentes da Coreia do Sul que decidiram se aproximar da Coreia do Norte.
DC – E quando houve a ruptura?
Colin – Constantando que a reunificação seria impossível devido ao desnível de desenvolvimento entre um país e outro por tantas razões, eles achavam que o melhor era ajudar a Coreia do Norte a se desenvolver economicamente para que um dia fosse possível a reunificação. Na fronteira foram construídos dois grandes complexos, um foi turístico, que acabou sendo fechado. A outra coisa que ficou foi o complexo industrial que tem 120 empresas sul-coreanas e onde trabalham 30 mil norte-coreanos. Ela sempre foi um grande símbolo de que é possível uma aproximação entre os dois países. A própria Coreia do Norte ganha muito com isso. Como o país está sob várias sanções das Nações Unidas, ela tem um problema para obter moeda forte. No entanto, nos últimos cinco anos, o presidente da Coreia do Sul, que terminou seu mandato recentemente, Lee Myung-bak, decidiu adotar uma política muito dura com a Coreia do Norte e todos os contatos foram cortados.
DC – Mas o complexo continuou...
Colin – Sim, mas nunca saiu da primeira etapa e sempre era um termômetro das relações. Não foi fechado, mas no jornal de domingo se dizia que houve uma ameaça de fechamento porque os jornais da Coreia do Sul publicaram que a Coreia do Norte fica com essa retórica belicista, mas não mexe no complexo porque tem interesse no dinheiro. Isso foi muito mal recebido aqui e o governo disse que só manteve aberto em consideração aos empresários sul-coreanos e aos operários que lá trabalham, mas que podem fechar a qualquer momento. Eles querem que os empresários façam pressão contra o governo e a imprensa. Na verdade, essa restrição impedindo o trânsito tem o objetivo de pressionar as empresas para que elas pressionem o governo sul-coreano a parar o que eles chamam de campanha difamatória.
País mais fechado do mundo, a Coreia do Norte é governada sob severa ditadura. Desde 1953 está em estado de guerra declarada com a Coreia do Sul, quando a península foi dividida. O novo líder, de 30 anos, é considerado uma incógnita para os vizinhos ameaçados – Coreia do Sul e Japão – e para o mundo ocidental e suas ameaças começam a ser levadas a sério.
Entrevista
Diário Catarinense – A Coreia do Norte teria condições de fazer estes ataques prometidos?
Colin – Eu não acredito, mas só o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, tem autoridade para declarar uma guerra. Nem ele e nem os demais membros da liderança daqui, a maioria militares, nunca me pareceram irracionais, ilógicos e muitos menos suicidas.
DC – Mas o que eles querem com essas ameaças ao Ocidente?
Colin – O que eles desejam, o que está por trás de tudo isso, é a preservação e a sobrevivência do regime. Eles têm um receio muito grande de que possam ser atacados. Costumam dizer que aprenderam uma grande lição com a Iugoslávia, com o Iraque e com a Líbia, que foram países que não puderam se defender dos ataques americanos. A Líbia tinha um programa nuclear e abriu mão. Os coreanos do norte costumam dizer que todos aqueles que foram atrás das palavras dos americanos, acabaram mal. Eles decidiram que a única maneira de sobreviver é desenvolvendo armas nucleares. Mas aí há uma grande discussão porque de fato eles lançaram um foguete com satélite em dezembro, fizeram o terceiro teste nuclear em fevereiro, mas o que eles realmente têm ninguém sabe.
DC – Ninguém sabe se eles têm uma bomba atômica? Eles têm essas condições?
Colin – Muitos acham que eles estão blefando, mas que de fato eles têm alguma coisa. Uma crítica que muitos analistas fizeram aos americanos que estão neste impasse com a Coreia do Norte há alguns anos, é de que na administração Barack Obama, por exemplo, nenhuma medida foi adotada promovendo diálogo ou qualquer ação para tentar resolver o problema da península coreana, uma região bastante delicada politicamente. Os americanos adotaram uma política que eles mesmos chamam de "paciência estratégica".
DC – Como o senhor vê o governo do ditador Kim Jong-un?
Colin – Tanto o governo dele quanto do pai dele, falecido no final de 2011, mostram que eles não são irracionais e imprevisíveis. Dos contatos que eu tive até hoje, jamais eu percebi isso. Eles são muito lógicos e racionais dentro da visão do mundo que eles têm.
DC – O impasse parece não ter fim.
Colin – Essa paciência estratégica, por outro lado, deu tempo para a Coreia do Norte continuar os seus progressos tanto na tecnologia missilística quanto nuclear. O que de fato eles alcançaram ninguém sabe. Este é o grande risco. Daí a necessidade de um diálogo. Essa política de confrontação dos Estados Unidos, da Coreia do Sul, do Japão e desses países nestas décadas, não levaram a nada. O que se conclui é o que o diálogo é a única maneira de resolver esse impasse.
DC – Como estão as ruas da cidade e a população?
Colin – Você não vê nada de anormal. Nada de veículos militares, camuflados, absolutamente nada. A população está inteiramente mobilizada para embelezar a cidade. Como a primavera começa em breve, decidiram trocar a grama da cidade inteira, uma coisa impressionante. Um novo tipo de grama que fica verde até mesmo no inverno. Nesta época do ano há grandes mutirões, como havia na União Soviética, em que a população toda, dos jovens às pessoas mais velhas, limpa a cidade e a preparam para a primavera. Está todo mundo numa atmosfera positiva. Tão importante quanto isso, dia 15 de abril é o dia do aniversário do fundador do país, é chamado de o Dia do Sol. É uma data de grande festividade. A cidade é toda enfeitada, há concertos, manifestações esportivas, está todo mundo neste espírito. Claro que, ao mesmo tempo, você liga a TV e abre os jornais e todos os dias é dito que eles estão prontos para a guerra.
DC – Há sinais de mudança no país?
Colin – Neste domingo, houve uma reunião que ocorre uma vez por ano, no máximo duas, do Comitê Central do Partido e, na segunda-feira, uma reunião do Parlamento, que também ocorre uma vez por ano. São esses os momentos em que aparecem as grandes novidades nos quadros do governo. Uma grande novidade é que foi nomeado um novo primeiro ministro, que já tinha sido primeiro ministro entre 2003 a 2007 e foi demitido. Ele promoveu, na época, as reformas mais importantes que já houve neste país. Alguns dizem que estas reformas foram tão bem sucedidas que o governo ficou preocupado de que poderia perder o controle sobre elas como aconteceu com o Gorbachev na União Soviética. Decidiram demiti-lo do cargo, alguns o acusaram de estar sendo influenciado pelo que chamaram de ventos capitalistas amarelos numa referência à China. Ele sumiu do mapa. No ano passado, foi nomeado vice-primeiro ministro e diretor do Departamento de Indústria. Isso foi visto como um sinal de que o novo líder desejaria promover algum tipo de mudança.
DC – Qual o discurso do líder nestes dias?
Colin – Nos discursos que ele fez, tanto no domingo quanto na segunda, é que essa situação de tensão permanente, de ameaça de guerra, veio mais à tona. Disse que se sentem permanentemente ameaçados pelos Estados Unidos, inclusive pelo poder nuclear norte-americano. E que essa situação tem impedido o desenvolvimento e a construção econômica do país, porque eles têm que desviar todos os recursos para a defesa.
DC – Por que o Brasil decidiu abrir uma embaixada na Coreia do Norte?
Colin – O país decidiu abrir uma embaixada em 2009 para contribuir para a paz na região. O Brasil acha que a política de confrontamento e isolamento em nada ajuda e que o papel do país e da comunidade internacional é de ajudar a Coreia do Norte a se integrar e, dessa forma, tornar-se mais previsível e menos hostil. Isso mediante a cooperação econômica, por exemplo. O fato de nós estarmos fisicamente aqui é muito importante, pois nós temos um canal direto de comunicação com o governo local. Nossas avaliações são feitas com base nas conversas diretas com autoridades daqui e não com a análise de outros ou suposições.
DC – Como é a sua relação com as autoridades do governo?
Colin – Qualquer encontro que eu solicite, em qualquer nível do governo, é sempre prontamente atendido. Sou sempre convidado para todos os grandes eventos do país.
DC – O senhor conversou com as autoridades brasileiras sobre uma possível guerra? Como o Brasil vai agir caso ocorra o conflito?
Colin – Como o governo aqui não nos fez qualquer comunicado, seja para estarmos prevenidos ou para prestar algum esclarecimento, eu mesmo decidi fazer isso. Ontem (quinta-feira na Coreia do Norte) eu pedi um encontro com o Ministério do Exterior e fui prontamente atendido, imediatamente.
DC – O que o senhor queria saber?
Colin – Eu queria entender a situação. Eles não entraram nos detalhes do fechamento de Kaensong (complexo industrial que é dividido com a Coreia do Sul), falaram do quadro geral dando a posição deles de que a causa de tudo isso são esses exercícios militares americanos, a hostilidade americana e, por isso, são obrigados a se defender. Disseram o seguinte: "Nós não queremos uma guerra, mas nós estamos preparados para ela". Ontem (quinta-feira), tarde da noite, me telefonaram convidando para um encontro hoje (sexta-feira lá) com o vice-ministro. Eu não sei se o meu gesto provocou neles a necessidade de prestar esclarecimentos, mas, de qualquer maneira, convidaram todo o corpo diplomático para um encontro onde eu imagino que farão o mesmo de ontem. Não me disseram nada que pudesse causar apreenssão. Confirmaram que é uma situação de grande tensão, de risco, mas não disseram para se preparar para a guerra.
DC – O senhor completou um ano como embaixador na Coreia do Norte. Como foi recebido, incluindo sua mulher e o filho?
Colin – Nós nos sentimentos muito bem neste país. Fomos bem acolhidos pelo governo,. A comunidade estrangeira é relativamente pequena. Só há 25 embaixadas aqui. Mas justamente por isso somos muito unidos, solidários e nos encontramos com frequência. É um país difícil de se obter informações mesmo estando aqui.
DC – Como o senhor vê o seu trabalho na Coreia do Norte?
Colin – Eu vim pra cá com grande entusiasmo pois é meu primeiro posto como embaixador. Sou diplomata há 33 anos. Este posto é interessante para qualquer diplomata, pois grandes temas da agenda internacional, como desarmamento e a não proliferação nuclear, aqui fazem parte do dia a dia. A Coreia do Norte está situada na região mais dinâmica do mundo do ponto de vista econômico. Nesta região também estão as grandes potências nucleares. Do ponto de vista geopolítico também é muito interessante.
DC - E qual o interesse de estreitar as relações entre Brasil e Coreia do Norte?
Colin – Os norte-coreanos veem um país com o porte do Brasil como um parceiro desejável. Claro que aqui existem algumas restrições. Nunca fui advertido, mas eu não posso me comunicar com a população local, nem ir à casa de ninguém, não posso convidar as pessoas comuns para visitarem à minha casa. Posso convidar as pessoas do governo e de outras instituições. Anteontem, convidei para a embaixada um grupo de 10 estudantes de língua portuguesa. Eu os convidei com os professores e ofereci um jantar e pudemos conversar os mais diversos assuntos. Os dois professores, inclusive, gostariam muito de receber o convite de alguma universidade brasileira para fazer um treinamento. Estou verificando esta possibilidade. Quando eu ando pelas ruas recebo manifestações de carinho de todos os lados. Até porque os turistas sempre andam em grupos e estou sempre sozinho. Não há um sentimento negativo em relação aos estrangeiros.
DC – Os acontecimentos tensos mais recentes estão ligados ao complexo industrial Kaesong, quase na fronteira com a Coreia do Sul, onde empresários da Coreia do Sul têm fábricas e onde trabalham milhares de norte-coreanos. Como acordou a Coreia do Norte nesta sexta-feira em relação a este assunto?
Colin – Esta escalada retórica começou em março com exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e a Coreia do Sul. Esses exercícios sempre provocam grande alarde na Coreia do Norte. Eles conhecem muito bem a história, a guerra da Coreia. A Coreia do Norte supostamente fazia um exerício militar junto da linha demarcatória nesse paralelo 38 e de uma hora para outra invadiu a Coreia do Sul. Então, ela tem receio. Aqui a história é contada de outra maneira, como se eles tivessem sido invadidos pela Coreia do Sul. Junto dessa linha demarcatória, foi construído o complexo industrial de Kaesong. Foi criado durante um período chamado A Política do Raio de Sol por dois presidentes da Coreia do Sul que decidiram se aproximar da Coreia do Norte.
DC – E quando houve a ruptura?
Colin – Constantando que a reunificação seria impossível devido ao desnível de desenvolvimento entre um país e outro por tantas razões, eles achavam que o melhor era ajudar a Coreia do Norte a se desenvolver economicamente para que um dia fosse possível a reunificação. Na fronteira foram construídos dois grandes complexos, um foi turístico, que acabou sendo fechado. A outra coisa que ficou foi o complexo industrial que tem 120 empresas sul-coreanas e onde trabalham 30 mil norte-coreanos. Ela sempre foi um grande símbolo de que é possível uma aproximação entre os dois países. A própria Coreia do Norte ganha muito com isso. Como o país está sob várias sanções das Nações Unidas, ela tem um problema para obter moeda forte. No entanto, nos últimos cinco anos, o presidente da Coreia do Sul, que terminou seu mandato recentemente, Lee Myung-bak, decidiu adotar uma política muito dura com a Coreia do Norte e todos os contatos foram cortados.
DC – Mas o complexo continuou...
Colin – Sim, mas nunca saiu da primeira etapa e sempre era um termômetro das relações. Não foi fechado, mas no jornal de domingo se dizia que houve uma ameaça de fechamento porque os jornais da Coreia do Sul publicaram que a Coreia do Norte fica com essa retórica belicista, mas não mexe no complexo porque tem interesse no dinheiro. Isso foi muito mal recebido aqui e o governo disse que só manteve aberto em consideração aos empresários sul-coreanos e aos operários que lá trabalham, mas que podem fechar a qualquer momento. Eles querem que os empresários façam pressão contra o governo e a imprensa. Na verdade, essa restrição impedindo o trânsito tem o objetivo de pressionar as empresas para que elas pressionem o governo sul-coreano a parar o que eles chamam de campanha difamatória.
15/04/2013
00h16 - Atualizado em 15/04/2013 02h31
Coreia
do Norte comemora aniversário do fundador Kim Il-sung
Feriado do 'Dia do
Sol' é comemorado com diversas atividades no país.
Kim Jong-un
visitou palácio onde estão os corpos de seu avô e de seu pai.
Da EFE
8 comentários
Bandeiras norte-coreanas 'decoram' a cidade de
Pyongyang em comemoração ao aniversário de
seu fundador (Foto: AP Photo/Kyodo News)
Pyongyang em comemoração ao aniversário de
seu fundador (Foto: AP Photo/Kyodo News)
A Coreia
do Norte comemora
nesta segunda-feira (15) o 101º aniversário do nascimento de seu fundador, Kim
Il-sung, com festas iniciadas à meia-noite por Kim Jong-un, seu neto e atual
líder do país, que lhe rendeu tributo em seu mausoléu, o Palácio do Sol de
Kumsusan, em Pyongyang.
Kim Jong-un, acompanhado por membros
da elite militar do país, visitou o palácio onde descansam os corpos
embalsamados tanto de seu avô como de Kim Jong-il, seu pai e antecessor, para
fazer "uma grande homenagem e a mais humilde reverência", informou a
agência estatal 'KCNA'.
A 'KCNA' descreveu que o jovem
líder, cuja idade se estima em 29 ou 30 anos, e altas autoridades militares apresentaram
oferendas de flores em nome das principais instituições do país com faixas
dizendo "Os grandes camaradas Kim Il-sung e Kim Jong-un sempre estarão
conosco".
Na manhã desta segunda, cidadãos
vestidos com trajes tradicionais coreanos depositaram flores na grande estátua
de bronze do fundador e as principais ruas de Pyongyang amanheceram decoradas
com bandeiras, cartazes e flores, segundo descreveram os poucos meios de
imprensa com presença na cidade.
saiba
mais
Conhecido como "o Dia do
Sol", o dia 15 de abril é comemorado com diversas atividades na Coreia do
Norte o aniversário do nascimento de seu fundador, considerado o feriado mais
importante no país.
Nascido em 1912, Kim Il-sung fundou
o Estado comunista norte-coreano em 1948 sob sua própria doutrina 'juche' - uma
versão do socialismo baseada na autossuficiência - e presidiu o país até sua
morte em 1994. Seu filho, Kim Jong-il, tomou o comando e foi líder da Coreia do
Norte até morrer em dezembro de 2011, e assim abrir passagem para seu filho
mais novo Kim Jong-un, o seguinte elo nesta peculiar dinastia.
Soldados norte-coreanos visitam estátua de bronze do
fundador norte-coreano Kim Il-sung (Foto: REUTERS/Kyodo)
tópicos:
Coreia do Norte: “paz impossível, guerra
improvável”. Batalha retórica entre Coreias e EUA cresce e eleva temor sobre
conflito nuclear, mas é difícil que ocorra
Apesar de fontes de inteligência dos EUA acreditarem que a Coreia
do Norte não tenha a capacidade militar que faz questão de alardear, após
lançamento de satélite em dezembro de 2012, o Conselho de Segurança da ONU,
reafirmando as exigências das resoluções anteriores, aprovou nova resolução com
o objetivo de afetar a capacidade de Pyongyang para adquirir componentes para
seus programas bélicos. No entanto, apenas três semanas após a decisão da ONU,
a Coreia do Norte realizou seu terceiro teste nuclear, ficando muito próxima de
desenvolver uma ogiva nuclear pequena, mas suficiente para armar qualquer um
dos tipos de mísseis que possui.
A partir daí, assistimos a uma progressiva escalada de tensões com
declarações contundentes e surpreendentes por parte do presidente Kim Jong-un,
chegando mesmo a dizer que poderia realizar um ataque nuclear contra os EUA.
Além de aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte, na ONU, os EUA intensificaram
seus exercícios militares com a Coreia do Sul, enviando bombardeiros B-2 com
capacidade para ataque nuclear. Em discurso proferido no Pentágono, o
secretario de Defesa, Leon Panetta, disse que os EUA devem estar em permanente
estado de alerta, pois são continuamente ameaçados por ‘Rogue States’ (Estados
párias) como o Irã e a Coreia do Norte.
Quão real é a possibilidade de um ataque nuclear? É possível dizer
que o Irã ou a Coreia do Norte são mais propensos a usar armas nucleares que os
outros poderes nucleares? É possível construir um argumento convincente capaz
de explicar por que Irã e Coreia do Norte são “racionais”, em termos da busca
de seus interesses nacionais, e “irracionais” quando se trata do uso de armas
nucleares?
Creio que o conceito de “Rogue State” é chave para compreendermos
melhor a crise atual, bem como as estratégias norte-americanas para lidar com o
tema da proliferação nuclear após o final da Guerra Fria. No início dos anos
1990 o Pentágono fazia a avaliação de que a doutrina da dissuasão que funcionou
tão bem contra as ameaças do século XX, já não seria adequada em relação aos
“Estados Párias”, que são atores que não têm atitudes previsíveis, ou lógicas,
como os antigos líderes soviéticos ou chineses. A dissuasão funcionou no
passado porque os EUA compreendiam muito bem aqueles que queriam dissuadir, mas
a dificuldade de compreensão mútua entre os EUA e a Coreia do Norte, Iraque ou
Irã tornava os tradicionais mecanismos da contenção e da dissuasão pouco
efetivos para impedir um ataque.
Leia também
§
O
que, finalmente, quer a Coreia do Norte?
§
Coreia
do Norte autoriza ataque nuclear contra os EUA
O documento da Doutrina de Segurança Nacional dos EUA (2002),
elaborado sob o impacto dos atentados do dia 11 de Setembro, veio apenas
reafirmar a percepção das ameaças dos “Rogue States”, levando-a às últimas
consequências e justificando a necessidade de novas respostas que tivessem como
fundamento principal a seguinte concepção: não esperar “que as ameaças se
concretizem” e agir antecipadamente (‘preemptive attack’). Nas palavras do
ex-vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, trata-se de um inimigo bem equipado,
com antecedentes de agressividade e de desprezo por qualquer população ou
território. Enfim, um inimigo que “não poderia ser dissuadido, contido ou
apaziguado”.
Mas não poderíamos pensar na hipótese de que a estratégia de
dissuasão funcionou tanto para Irã, como para Iraque de Saddam Hussein, quanto
para a Coreia do Norte, tendo falhado apenas nos momentos em que os EUA não a
aplicaram corretamente, como em 1950 (guerra da Coreia), e 1990 (Guerra do
Golfo)? Os critérios de “racionalidade” aplicados a Estados como a Coreia do
Norte e o Irã não são muito mais rigorosos – e deturpados – do que aqueles que
são aplicados à maioria de outros Estados, como Israel, India e Paquistão, por
exemplo?
Pensadores do ‘mainstream’ das relações internacionais nos EUA –
mas, atualmente muito criticados nesse tema – Kenneth Waltz e John Mearsheimer,
já escreveram artigos e livros argumentando que a dissuasão nuclear em nível
global (EUA, Rússia, China, Inglaterra e França) e regional (Índia e Paquistão,
sobretudo) impediu, com sucesso, a ocorrência de conflitos armados (com armas
convencionais ou nucleares). Chegaram até a sugerir que a melhor maneira de
manter um equilíbrio de poder estável e impedir qualquer estado de usar armas
nucleares é promover a proliferação, em vez de tentar limitá-la. Os professores
apontam para o fato que desde 1945 apareceram várias potências nucleares com
regimes políticos diversos, mas nenhum deles chegou a usar armas nucleares.
Claro, com exceção da democracia norte-americana!
É crível supor que Kim Jong-Un e seus conselheiros militares sejam
loucos? Que eles não têm conhecimento de que a guerra contra os EUA
significaria certamente a destruição do seu próprio país? Ou eles sabem
exatamente do que se trata e são “Estadistas Suicidas” que querem destruir seus
próprios Estados?
O ex-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Yoon
Young-kwan, (2003-2004) se lembra de ter tido imensas dificuldades “para
convencer os legisladores da administração Bush a negociarem com a Coreia do
Norte, em vez de meramente aplicar pressão e esperarem que o Norte
capitulasse”. De fato, aos olhos dos líderes políticos do Ocidente (incluindo
os japoneses), argumenta o ex-ministro, a Coreia do Norte sempre foi vista como
um país pequeno e marginal, cujos problemas econômicos a situavam no limite da
desintegração. Os líderes das grandes potências preferiram não se incomodar com
a Coreia do Norte e por isso reagiam de modo ‘ad hoc’ sempre que esta criava um
problema de segurança. Isso mudou apenas a partir do momento em que se
constatou o aumento da sua capacidade balística.
Em abril de 1992, quando a Coreia do Norte enfrentava sérios
problemas econômicos e sociais, o presidente Kim Jong-Il expressou claramente
um desejo de estabelecer relações diplomáticas com os EUA a Coreia do Sul, os
quais se recusaram, pois esperavam simplesmente o país se desintegrasse
(“Realism on North Korea, project-syndicate Apr. 1, 2013″).
O fato é que desde a Guerra do Golfo em 1990, com o início daquilo
que alguns chegaram de denominar de “Mundo Unipolar”, os EUA cultivam a crença
de que quando atacam ou ameaçam atacar um inimigo, todo o sistema de Estados
compreenderia os custos de se opor aos seus objetivos. Como consequência,
temendo ser o próximo alvo, esses atores se dobrariam à vontade dos
norte-americanos (‘bandwagoning’). Referindo-se à decisão da Líbia de abandonar
seus programas de armas de destruição em massa e de admitir as inspeções
internacionais em 2004, o então secretario de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld,
observava que “estas novidades (guerras do Afeganistão e Iraque) demonstram que
o que temos fazendo é estrategicamente sólido, além de moralmente correto”.
Essa é única possibilidade de ação racional (‘bandwagoning’)
admitida pelos EUA para a conversão dos “Rogue States”. Não poderíamos formular
outras hipóteses para a atitude da Coreia do Norte, como mais uma tentativa de
angariar apoio interno por meio da exacerbação da retórica do inimigo externo?
Ou ainda, a tática de dar a impressão de que é capaz de fazer qualquer coisa
para alcançar seus objetivos, incluindo até mesmo o uso de armas nucleares, na
esperança de ganhar concessões na mesa de negociação?
Membros do governo norte-americano reclamam que a Coreia do Norte
age constantemente de forma ambígua ou contraditória, falando em pacificação,
ao mesmo tempo em que eleva o tom belicoso em suas declarações. Ora, sem entrar
no mérito da questão, emitir mensagens ambíguas não é próprio daquilo que
denominamos de dissuasão? Os dirigentes da Coreia do Norte não estariam
apostando no fato de que é possível atingir o status alcançado por Israel, Índia
e Paquistão na questão nuclear?
Não seria, isso sim, uma atitude típica de “Rogue State” excluir
todas as hipóteses possíveis que mencionamos acima e adotar apenas aquela que
parece ser a menos provável: a de que Kim Jong-un realmente quer provocar uma guerra
nuclear?
Creio que a célebre frase do pensador francês Raymond Aron, que
definiu como ninguém a situação dos poderes nucleares durante a Guerra Fria,
continua atual: “paz impossível, guerra improvável”.
O post Coreia do Norte: “paz
impossível, guerra improvável” apareceu
primeiro em Pragmatismo
Político.
Posted: 10 Apr 2013 11:05 AM PDT – Pragmatismo
Político.com
Elias Jabbour
Asiáticos e milenares que são os
norte-coreanos dão mostras de ter ido além de Maquiavel, aproximando-se de
Lênin acrescido de alguma sabedoria confuciana e espírito de rebeldia herdado
pelos ensinamentos de Laotsé
Por Elias Jabbour*
Nem sempre imagens têm mais valor do que mil
palavras. No caso em questão, as imagens e o retorcimento da retórica explanada
pelo governo da Coreia do Norte são parte de um grande jogo de ridicularização
de um regime cujo único objetivo é a autodefesa. Também existe uma ponta de
luta pela sobrevivência. Sobrevivência que significa a própria sobrevida de uma
nação milenar. E para mim isso basta.
Perguntemos a qualquer letrado, ou especialista.
Você sabia que enquanto a Europa se ensanguentava em guerras religiosas, a
Coreia já era uma nação com todos os traços que poderiam a classificar como um
Estado Nacional precoce e anterior ao nascimento de Cristo?
Você sabia que houve uma guerra entre os lados
norte e sul da península coreana entre os anos de 1950 e 1953? Você sabia que
foi a primeira vez, desde a independência dos EUA (1776) que os
norte-americanos assinaram um armistício, ou seja, foram derrotados pela
primeira vez em quase 200 anos? Você sabia que desde 1776 os EUA nunca ficaram
longe de uma guerra, fora dos seus domínios, por mais de dez anos? Você sabia
que na Guerra da Coreia caiu, sobre o lado norte da península, o correspondente
a dez bombas nucleares testadas em Hiroshima e Nagasaki? Você sabia que, desde
2001, estão apontadas, à capital da Coreia do Norte (Pionguiangue), cerca de 60
mísseis carregados de ogivas nucleares?
Mais perguntas:
Você tem notícia acerca da invasão de um algum país por parte da Coreia do
Norte? Você sabia que o país mais bloqueado, cercado e difamado no mundo é a Coreia
do Norte? Será que essa difamação tem alguma relação com a derrota dos EUA na
já referida guerra? Será que querem condenar a Coreia do Norte ao retorno à
Idade da Pedra? Será que a Coreia do Norte há 60 anos não é o espinho na
garganta dos EUA? Diante dos fatos e da história, você acha que os EUA fariam
com a Coreia do Norte o mesmo que fizeram com o Iraque, o Afeganistão e outros?
A Coreia do Norte tem ou não o direito de se defender? Você tem alguma dúvida
sobre o destino de Kim Jong Un: seria recebido com festa num exílio na Europa
ou teria o mesmo destino, com os mesmos requintes de crueldade, reservado a
Muamar Kadafi?
Responder estas questões não é uma tarefa
complicada. Um mínimo de honestidade já bastaria
para saber o que está em jogo nesta guerra psicológica em curso na península
coreana. De imediato sugiro qualquer julgamento moral sobre a natureza do
regime norte-coreano, se é socialista ou não, se é democrático ou ditatorial,
bonito ou feio, rude ou sofisticado. Tem gosto para tudo. Também não seria
muito legal tomar a máxima do chanceler brasileiro (Antonio Patriota), segundo
quem esperava uma “atitude mais ocidentalizada do líder norte-coreano”.
Forças Armadas da Coreia do Norte desfilam na
capital Pyongyang (Foto: Divulgação)
Talvez Antonio Patriota esteja levando a sério
demais o conselho de Huntington sobre um Choque de Civilizações, quando na
verdade tanto Huntington quanto Patriota não passam de vítimas de um verdadeiro
“choque de ignorância”. Meu parêntese continua para externar algo mais de
fundo. É chocante imaginar que o chefe de nossa chancelaria nunca tenha lido
Edward Said (“Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente”), nem tampouco
Barrington Moore Jr. (“As Origens Sociais da Ditadura e da Democracia –
Senhores e Camponeses na Construção do Mundo Moderno”). De forma explicita em
ambos os livros ficam claras as evidências, na Ásia, de práticas democráticas
ao nível da aldeia que remontam ao menos 3.000 anos.
O que quer de fato a Coreia do Norte, partindo de
um julgamento mais pautado pela história? É evidente que o regime busca
sobrevida e para isso nega a lógica da rendição incondicional tão cara a outras
experiências, entre elas as da URSS, Leste Europeu e recentemente da Líbia.
Uma nação que historicamente teve seu território
sob a cobiça estrangeira, cercada de grandes potências por todos os lados,
passando por uma sanguinária ocupação japonesa e que sabe do que são capazes os
EUA, não pode se dar ao luxo de esperar o bonde da história passar. O bonde da
história derrotou as experiências socialistas da URSS e Europa, levando quase a
nocaute por asfixia o governo da Coreia do Norte na década de 1990. Os últimos
25 anos foram marcados por privações de todo tipo, levando inclusive a fome
para o outro lado do rio Yalu. O bloqueio, a fome imposta de fora para dentro e
as inúmeras ameaças militares e provocações (Coreia do Norte como parte do
“Eixo do Mal”, segundo Bush) só fez restar ao governo nortecoreano a opção de
se “armar até os dentes” diante do que ocorria em Belgrado sob as hostes das
chamadas “intervenções humanitárias”.
Poucos regimes no mundo tem uma noção da política
como uma ciência que leva em conta não somente a correlação de forças, mas
também o chamado tempo e espaço. Asiáticos e milenares que são os coreanos dão
mostras de ter ido além de Maquiavel, aproximando-se de Lênin acrescido de
alguma sabedoria confuciana e espírito de rebeldia herdado pelos ensinamentos
de Laotsé. Somente gente preparada poderia manter em pé um país
cercado, humilhado e ameaçado desde seu nascedouro e com um cenário
recrudescido nas últimas duas décadas.
O conceito de ditadura não serve de explicação.
Mais pobre ainda é levar à sério certas conversas do tipo “governo que se
mantém às custas da fome do povo e do não cumprimento dos direitos humanos”,
quando na verdade a soberania nacional está acima de qualquer direito humano.
Ou se acredita ser possível algum direito humano sob ameaça ou intervenção
estrangeira? O único direito humano universal é o direito à vida. E o direito a
vida naquela parte do planeta se confunde e se entrelaça com o direito de ser
nação soberana. É simples, sem ser simplista: a Coreia do Norte não está de
brincadeira, pois sabem com quem estão lidando e do que são capazes os EUA.
Os norte-coreanos querem ter o direito de ser o que
eles decidiram ser desde a explosão das primeiras revoltas camponesas contra a
ocupação japonesa, ainda na década de 1910 do século passado. Ao invés de
buscarmos dar lições de democracia, civilidade e de governo para uma nação
milenar, seria mais interessante entender como um país exposto àquelas
condições pode alcançar um nível de desenvolvimento tecnológico capaz de projetar
e lançar satélites artificiais, mísseis intercontinentais e mesmo bombas
nucleares, algo que nem nossos amigos do Irã e seus imensos recursos
petrolíferos conseguiram até hoje.
Acho que se decifrarmos a formação social que
forjou um povo capaz de expulsar Gengis Khan de seus domínios, no auge do
poderio militar do Império Mongol, chegaremos a explicações mais plausíveis e
próximas da realidade.
Elias Jabbour é doutor em Geografia Humana pela
FFLCH-USP. Autor de “China Hoje: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo
de Mercado” (Anita Garibaldi/ EDUEPB, 2006).
Coreia do Norte
Península Coreana: qual
será o fim da “guerra de nervos”?
12.04.2013, 13:13, hora de Moscou
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Tags: Presidente, guerra, Kim Jong-un, conflito, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Barack Obama,Comentários, EUA
12.04.2013, 13:13, hora de Moscou
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AFP
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A “guerra de nervos” no Sudeste
Asiático ganha força. Pyongyang voltou a advertir Seul de que a guerra na
Península Coreana pode começar a qualquer momento. Entretanto, as autoridades
japonesas deram um falso alarme sobre o lançamento de um foguete norte-coreano.
Neste contexto, o chefe do Comitê Internacional da
Duma de Estado da Rússia, Alexei Pushkov, propôs uma variante de redução da
tensão ao redor da Coreia do Norte – um telefonema do presidente dos EUA,
Barack Obama, ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Barack Obama, se telefonar a Kim Jong-un, justificará
em certos aspetos seu Prêmio Nobel de Paz, considera Alexei Pushkov. Na opinião
do deputado, Kim Jong-un está disposto a desanuviar o conflito, mas sem perder
a dignidade. Nesta situação, não quer transformar-se em bode expiatório,
desejando ser reconhecido como um chefe de Estado que é tomado em consideração,
declarou Pushkov.
Por enquanto, Pyongyang avança para este objetivo,
utilizando a retórica da guerra. Na quinta-feira, o Norte voltou a advertir
Seul que, se for necessário, o Exército norte-coreano é capaz de desferir um
ataque de mísseis contra o adversário. Para intimidar mais, Pyongyang comunicou
que nos sistemas de apontamento já estão introduzidas coordenadas de potenciais
alvos no sul da península.
A tensão em torno da Coreia do Norte foi reforçada
pelo segundo alarme falso declarado no Japão nos últimos dois dias. No país foi
divulgado um comunicado errado sobre o lançamento de um foguete norte-coreano.
A reação dos militares japoneses pode provocar ações de resposta de Pyongyang.
Gueorgui Toloraya, perito do Instituto de Economia da Academia de Ciências da
Rússia, não exclui que o conflito local entre o Norte e o Sul da Península
Coreana possa rebentar a qualquer momento:
“Poderão acontecer alguns confrontos na fronteira,
no mar Amarelo ou, talvez, alguns atos de subversão que levem a tiroteios, a um
conflito local, não se devendo transformar, porém, numa guerra de envergadura.”
A crise em redor da Coreia do Norte evoluiu no pano
de fundo das manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do
Sul, manobras que em muitos sentidos provocaram a retórica belicosa de
Pyongyang, considera Alexander Vorontsov, perito do Instituto de Orientalística
da Academia de Ciências da Rússia:
“O Norte tem certos receios, duvidando de que se
trate de manobras militares de rotina ou de preparação para verdadeiras ações
militares. Para prevenir o pior cenário, Pyongyang envia advertências
ameaçadoras – não somos intimidados, não temos medo da guerra, se houver uma
guerra, vamos combater até o fim e é melhor por isso não nos tocarem.”
As principais organizações sociais da Coreia do Sul
apelam a que as autoridades comecem urgentemente as conversações com a Coreia
do Norte. A Associação de Nações do Sudeste Asiático prometeu seu apoio. A
Indonésia, que faz parte da ASEAN, também tenta a seu nível ajudar Seul e
Pyongyang a começar os contatos para diminuir a tensão.
Washington espera também que a China utilize sua
crescente influência na Coreia do Norte para regularizar a crise. Os Estados
Unidos destacam “crescentes receios de Pequim quanto aos efeitos negativos da
conduta insensata de Pyongyang”, apontando que a desestabilização na Península
Coreana influi negativamente na situação estratégica em torno da China.
Entretanto, os ministros das Relações Exteriores
dos países do G8 ameaçaram aplicar novas sanções Coreia do Norte, se esta
lançar mais algum míssil. Como se espera, o ensaio de um míssil balístico de
médio alcance pode ser efetuado na véspera de 15 de abril, dia em que o país
irá assinalar o 101º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte,
Kim Il-sung.
EUA e China vão cooperar
na questão da Coreia do Norte
13 de abril 2013 18:22
13 de abril 2013 14:36
O
secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, visitou hoje a zona
desmilitarizada que divide a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. →
Coreia do Norte não se
prepara para lançar mísseis
13 de abril 2013 11:21
Atualmente,
na Coreia do Norte não estão registrados quaisquer preparativos para o
lançamento de mísseis, informam os mídia sul-coreanos. →
EUA tentam persuadir China
a influenciar Coreia do Norte
13 de abril 2013 10:56
O
secretário de Estado dos EUA John Kerry chegou em uma visita a Pequim para
tentar persuadir a China a travar uma política dura em relação ao programa
nuclear da Coreia do Norte. →
EUA duvidam da capacidade
da Coreia do Norte de lançar míssil balístico
12 de abril 2013 22:33
A Coreia
do Norte não tem a capacidade necessária para lançar mísseis com ogivas
nucleares, declarou esta sexta-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em
uma coletiva de imprensa. →
Rússia pede à Coreia do
Norte para voltar às negociações
12 de abril 2013 21:04
A Coreia
do Norte tem de se abster da escalada do conflito na Península Coreana e
retomar as negociações entre as seis partes sobre a questão nuclear, declarou o
vice-ministro russo das Relações Exteriores, Igor Morgulov, durante uma reunião
com o embaixador norte-coreano na Rússia, Kim Yong Jae. →
Coreia do Norte faz
foguetes de flores para marcar 101º aniversário do seu fundador
12 de abril 2013 17:04
As
autoridades norte-coreanas organizaram uma exposição composta por cópias de
foguetes feitas de flores, relata esta sexta-feira a Associated Press. →
Japão está pronto para
repelir possível ataque da Coreia do Norte
12 de abril 2013 16:14
Os
militares japoneses estão prontos para repelir qualquer ataque proveniente da
Coreia do Norte, declarou esta sexta-feira o Ministério da Defesa do país. →
Coreia do Norte irá
construir sua própria usina nuclear
12 de abril 2013 15:40
Primeiro golpe
norte-coreano será contra Tóquio
12 de abril 2013 15:18
Em caso de
guerra, a Coreia do Norte desferirá seu primeiro golpe contra a capital
japonesa, diz-se em comunicado divulgado nesta sexta-feira pela Agência Central
de Notícias da Coreia (KCNA). →
Secretário-geral da ONU
dirigiu-se ao líder da Coreia do Norte
12 de abril 2013 13:35
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou o líder norte-coreano, Kim
Jong-un, a deixar de ameaçar os Estados Unidos e a melhorar as condições de
vida de seu povo que “sofre dificuldades econômicas”. →
Península Coreana: qual
será o fim da “guerra de nervos”?
12 de abril 2013 13:13
A “guerra
de nervos” no Sudeste Asiático ganha força. Pyongyang voltou a advertir Seul de
que a guerra na Península Coreana pode começar a qualquer momento. Entretanto,
as autoridades japonesas deram um falso alarme sobre o lançamento de um foguete
norte-coreano. →
Coreia do Sul confirmou
sua disposição de negociar
12 de abril 2013 11:45
As
autoridades da Coreia do Sul estão realmente prontas para iniciar conversações
com a Coreia do Norte a fim de aliviar as tensões na península coreana, declarou,
nesta sexta-feira, um representante do Ministério da Unificação sul-coreano. →
Obama apela à paz nas
Coreias
12 de abril 2013 08:55
Pentágono: Coreia do Norte
ou Irã não podem ameaçar EUA
11 de abril 2013 21:59
Na atual
etapa do progresso tecnológico, nem o Irã nem a Coreia do Norte poderiam atacar
com mísseis os EUA, declarou hoje o chefe do Pentágono, Chuck Hagel, falando no
comitê senatorial para as Forças Armadas dos EUA. →
EUA: Coreia do Norte
preparou, de fato, míssil balístico para lançamento
11 de abril 2013 18:44
Os
militares norte-coreanos prepararam, de fato, o lançamento de pelo menos um
míssil balístico, informa o canal CNN, alegando fontes informadas nos EUA. →
G8 condena desenvolvimento
de armas nucleares pela Coreia do Norte
11 de abril 2013 17:36
Os
ministros das Relações Exteriores dos países do G8 condenaram da
maneira mais veemente o desenvolvimento de armas nucleares pela Coreia do
Norte, diz-se num comunicado do G8 divulgado esta quinta-feita, em Londres. →
Autoridades norte-coreanas
fazem novas ameaças à Coreia do Sul
11 de abril 2013 17:04
O Comitê
norte-coreano para a Reunificação da Coreia advertiu que, se fôr preciso, o
Exército do país será capaz de desferir um golpe de mísseis contra o inimigo. →
Duas Coreias: blefe
nuclear já visto
11 de abril 2013 16:05
As
vésperas da guerra sangrenta entre o Sul e o Norte da Península da Coreia que
começou em 25 de junho de 1950 e se prolongou por três anos, os peritos de
vários países, como hoje, examinavam diversos cenários do evoluir de
acontecimentos, formulando recomendações relativas aos preparativos da guerra
para respectivos governos e estados-maiores. →
Pyongyang ameaça fechar
zona industrial de Kaesong
11 de abril 2013 15:18
A Coreia
do Norte ameaçou fechar definitivamente o complexo industrial de Kaesong,
acusando as autoridades sul-coreanas de conduzirem uma política de confrontação
contra seus compatriotas do Norte. →
North Korea ready to
develop relations, ensure stability ‘as a responsible nuke state’
Published time:
April 14, 2013 18:37
North Korean leader Kim Jong-Un. (AFP
Photo / KCNA)
Tags
China, Conflict, Hacking, Information Technology, Internet, Military, North Korea, Nuclear, South Korea, USA
North Korea is ready to develop peaceful
relations with world nations – but only as a nuke state, the DPRK’s nominal
head of state Kim Yong-nam said on Sunday. This comes as the US, Japan, and
China call for the denuclearization of the Korean peninsula.
North Korea, which, despite tension, is
getting ready to celebrate the birthday of the country’s founder Kim Il-sung,
said it was ready to conduct relations “based
on the ideals of peace and sovereignty” and
contribute to security and stability in Asia, and in the whole world “as a responsible nuclear-weapon
state.”
However, North Korea’s Kim Yong-nam
pointed out that not every nation is worthy their friendship, saying the
country’s “invincible defense
forces” armed with
strengthening “nuclear
deterrence forces” will“unfold
a total fight against the USA, acting in accordance with a wartime scenario.”
This
undated file photo released by North Korea's official Korean Central News
Agency shows a live shell firing drill being conducted by North Korea at an
unconfirmed location. (AFP Photo / KCNA)
“We will expand in quantity our nuclear
weapons capability, which is the treasure of a unified Korea... that we would
never barter at any price,” Kim Yong-nam stressed.
Meanwhile, the US Secretary of State John
Kerry on Sunday asserted the United States is willing to“reach out” to North Korea – as long as it “takes action” towards giving up its nuclear program.
“I think it is really unfortunate that
there has been so much focus and attention in the media and elsewhere on the
subject of war, when what we really ought to be talking about is the
possibility of peace. And I think there are those possibilities,” Kerry said during his Sunday visit to
Tokyo where he is meeting his Japanese counterpart Fumio Kishida.
US
Secretary of State John Kerry (L) gestures towards Japanese Foreign Minister
Fumio Kishida at a joint press conference at Iikura House in Tokyo on April 14,
2013. (AFP Photo / Paul J. Richards)
Japan’s Minister of Foreign Affairs
Kishida reiterated the American condition for talks, saying both Japan and the
US “cannot allow North Korea
in any way to possess nuclear weapons.”
North Korea should cease its “provocative speech and behavior,” Kishida stressed, urging it to take“concrete
action toward denuclearization.”
Just the day before, China also said it is “firmly committed to upholding
peace and stability and advancing the denuclearization process on the Korean
peninsula.”
“There is no question in my mind that
China is very serious – very serious – about denuclearizing,” Kerry noted after his Saturday talks with
top Chinese officials.
He also warned the North Korean government
would be making a “huge
mistake” if it were to launch
a missile as he stopped in South Korea, where some 28,000 US troops are
stationed.
This
picture taken by North Korea's official Korean Central News Agency on April 14,
2013 shows a national meeting to celebrate the 101st anniversary of late leader
Kim Il-Sung's at the April 25 Culture Hall in Pyongyang. (AFP Photo / KCNA)
The Japanese Prime Minister Shinzo Abe on
Sunday added that North Korea should realize their“provocative acts do not
bring any benefit,” other
than making the situation for them “more
difficult.” He said that
Japan is willing to coordinate with the United States, South Korea, China and
Russia to prevent the North Korean missiles from being launched.
The other battle
front
In the meantime, Pyongyang warned South
Korea of “catastrophic
consequences,” should there
be a propaganda action during the Day of the Sun – Kim Il-sung’s 101th birthday
celebrations on April 15.
Several South Korean NGOs have recently
announced plans to launch air balloons with leaflets criticizing the North
Korean regime over the border between the two countries.
Reports said the South Korean police have already
prevented one such launch on Saturday, “for
the first time ever,” according
to activists. The latter undertook such attempts in the past, sometimes also
attaching dollar bills to the leaflets. The people living in the border areas
have protested the actions, as it inevitably leads to flare-ups with the North,
the police explained.
South
Korean activists set balloons on a banner showing pictures of North Korean
leader Kim Jong-Un. (AFP Photo / Jung Yeon-Je)
North Korea itself is responsible for some
recent provocative actions – which are taking place on the cyber-front, Seoul
officials have claimed.
The South Korean nuclear power plant
operator Korea Hydro & Nuclear Power said it had to cut off the Internet
access and even seal the USB ports on all the computers inside their facilities
for the fear of possible cyber-attacks from North Korea. Such “preventive measures” were taken after several other state
companies, including banks and TV stations, became subject to such attacks that
were officially blamed on North Korean hackers.
Some 48,000 South Korean computers have
been hacked during the recent attacks, leading some of the country’s experts to
claim the war is already going on in cyber-space. They estimate an army of at
least 3,000 ‘hacker troops’ from the North are taking part, according to
Itar-Tass.
North Korea has dismissed the allegations
as “rumors” and “deliberate
provocations” aimed at
worsening the existing tension.
It also thwarted the South Korean
president Park Geun-hye’s recent call for dialogue and “trust-building process,” calling it “a cunning trick to hide the
South’s policy of confrontation.”
A group
of North Korean soldiers patrol along the Yalu River at the North Korean town
of Sinuiju on April 11, 2013. (AFP Photo / Wang Zhao)
There would be no negotiation until South
Korea and the United States end their joint military drill on the peninsula,
the North Korean Reunification committee spokesman said in a statement on
Sunday, adding that under these circumstances “such
a dialogue would be meaningless.”
The statement aired by the KCNA news
agency also blamed the South for trying to “shift
its responsibility for putting the Kaesong Industrial Complex into a crisis.” Some 53,000 North Korean workers
employed by 123 South Korean companies were working at the Kaesong Industrial
Complex until it closed down due to the recent escalation of diplomatic
hostilities.
The South Korean media is now speculating
whether the North will test-fire a missile during Monday’s birthday
celebrations, some claiming the launch facility is already on standby, RT’s
Aleksey Yaroshevky reported from the region on Sunday.
COLUNA DO TIMM
Coluna do Timm – Coreia do Norte
“Se o marxismo criou pela primeira vez a concepção
revolucionaria de mundo da classe trabalhadora, a idéia Juche a aperfeiçuou,
desenvolvendo-a à uma etapa superior.”
Kim Il
Sung
“Claro que não se pode culpar Marx por Stalin ou coisas do
tipo. Contudo, o fato é que a experiência comunista marxista global, a
experiência de projetos políticos que foram inspirados pelo marxismo no século
20, é, basicamente, uma experiência catastrófica.”
Zizek – Filósofo marxista esloveno - http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/literatura/noticia/2013/03/15/slavoj-zizek-estou-cansado-das-analises-culturais-e-politicas-76499.php
"Nós precisamos quebrar essa visão
marxista de que a história se move do capitalismo para uma ordem superior, o
socialismo ou algo do tipo. A história é aberta, na minha opinião. De forma
espontânea, ela provavelmente se move em direção a alguma catástrofe."
Zizik - Idem
Zizik - Idem
Tenho um amigo,
residente em Brasilia, hoje o maior orientalista brasileiro e lingüista
emérito, que é radical: -“ Para falar
sobre qualquer país ou povo do Orienta, há que conhecer, além da história, a língua”.
Pois eu vou falar sobre a Coreia do Norte. Portanto, invoco-lhe , desde
já, minhas escusas, pois não domino nenhuma língua oriental. Depois de dois
anos de estudo de mandarim na Universidade de Brasília, desisti. Já estava muito
velho para assimilá-lo. Foi um alívio para o Professor, um chinês de magreza
profunda, que viera para o Brasil, no anos 90, como resultado de um Programa de
Cooperação Técnica entre nossos países. Certo dia, aliás, o convidei à casa e
foi um desastre. Disse-lhe como nós, estudantes, em meados dos 60, vibráramos
com a Revolução Cultural. Ele cortou o assunto, não sem dizer, secamente: “Fui
uma vítima “daqulilo”... Mas eu ,
velho comunista, já aposentado (...) , não me dou por vencido. E como conhecedor das
variantes do marxismo e do próprio socialismo, atrevo-me a falar algo sobre a Coreia do Norte. Afinal,
ela se proclama socialista, ou é tida
como tal.
Para início de
conversa, lembro que o Oriente sempre foi um grande desafio para o marxismo. Ele
nunca se encaixou muito bem na teoria dos MODOS DE PRODUÇÃO e em outras
categorias de sua Filosofia da História. Tanto que se inventou o conceito de MODO DE PRODUÇÃO
ASIÁTICO, algo muito vago e impróprio para dar conta da vasta complexidade do
mundo oriental. Ele suporia que também desenvolvêssemos nossas reflexões sobre
os MODOS DE PRODUÇÃO NA ÁFRICA, NO ORIENTE MÉDIO E NA AMÉRICA LATINA... Conta-se , também uma das ironias da
História (Isaac Deutscher ia gostar disto...) . Marx , um ocidental puro sangue,
que olhava com desconfiança até para Bolívar na América Latina, sobre quem
escreveu algum verbete, dando margem, hoje, a grandes controvérsias sobre o
assunto, sempre viu a Rússia como parte do Oriente. Diz-se que detestava a
Rússia. E foi lá que ele, Marx, acabou
saindo do Manifesto para entrar na História...
Pois bem, nós,
ocidentais, temos grande dificuldade para compreender o Oriente. Os conceitos
são diferentes. O que aqui é Filosofia,
em alguns de seus países, seria Religião. O que
aqui é virtude, lá é vício. Lembro-me, até , neste sentido de uma
experiência vivida por uma chinesa em Paris. Seu pai, professor de Literatura
Ocidental na Universidade de Pequim, saíra do país na crise de 1989 .Foi para a
França, com a família, filhos muito jovens. Pois bem, uma de suas filhas
tornou-se , culturalmente , uma ocidental, tal como retrata o personagem
central de um filme recente – “Armênia” - , filha de um Armênio residente em
Paris. Bem, a dita chinesa. fornou-se doutora em Filosofia pela Universidade de
Paris e tem vários livros publicados. E eu vi uma entrevista dela no TV 5 ,
francês, que me impressionou. Contou ela
que, certa vez, instada a fazer um trabalho sobre Grécia e arte helênica
visitou o Museu do Louvre durante alguns
dias. – “Ao final do trabalho, afirmou, eu já não era uma chinesa. Só aí, ao
‘passar pela Grécia antiga’ me dei conta do hiato entre nossas culturas –
oriental e ocidental. Nós nunca tivemos nada parecido”. Cito a passagem para dar a dimensão de se
avaliar corretamente qualquer povo oriental. Não é nada fácil. Como, de resto,
não é fácil falar sobre o Homem...
Mas vamos lá: O que é
– ou melhor, o que eu acho - ser a
Coreia e mais especificamente a Coreia do Norte?
Acredita-se que a
ocupação humana da Peninsula Coreana tenha
se dado há cerca de 200 mil anos, nos primórdios da espécie. Como outros povos da Asia, por volta de 2.000
AC já havia uma civilização ali plantada , com um povo definido. Mas , região
de passagem entre reinos poderosos, China e Japão, como a Polônia na Europa, a
Península foi sucessivamente ocupada por forças estrangeiras. Uma longa
história que não carece de ser pontualizada. Vejamos os tempos mais recentes e
que desembocam no conflito atual entre Coreia do Norte e Coreia do Sul:
No século XVII, a Coreia foi finalmente derrotada pelos manchus e se uniu ao Império Chinês da Dinastia Qing. Durante o século XIX, graças à sua política
isolacionista, a Coreia ganhou o nome de "Reino Eremita".[22] A
dinastia Joseon tratou de proteger-se contra o imperialismo ocidental, mas foram obrigados a abrir suas portas para
o comércio ocidental. Depois da Segunda Guerra
Sino-Japonesa e da Guerra Russo-Japonesa, a Coreia passou a ser parte do domínio japonês (1910-1945).[28] No
final da Segunda Guerra Mundial, as forças japonesas se renderam às forças da União Soviética, que ocuparam o norte da Coreia (atual Coreia do
Norte), e dos Estados Unidos, que ocuparam a parte
sul (atual Coreia do Sul).[29][30][31]
(wiki)
Honestamente,
desconheço o que ocorreu na parte norte
da Península coreana desde a ocupação soviética, sob o comando de Stalin, ao final da Guerra e
o dia 15 de abril do ano de 1948, hoje festejado pelo Governo da Coréia do
Norte como o “Dia do Sol”, data em que Kim Il Sung o teria fundado. A “Revolução
Coreana” nunca foi um tema presente nos antigos cursos de formação ideológica
patrocinados pelos comunistas.Um dos poucos textos disponíveis é “A Revolução
Coreana”, de Gabriel Martinez
, que assim o descreve:
Após duras batalhas, em
1945, finalmente, o povo coreano vence o imperialismo japonês; o povo coreano,
através de suas organizações clandestinas, o Exército Popular Revolucionário e
o Exército Vermelho (URSS) foram os principais atores da revolução coreana.
Comitês Populares se espalharam por todo território coreano, constituindo assim
um órgão de poder popular constituído pelo próprio povo coreano. A União
Soviética permaneceu estacionada na parte norte da península. Os Estados Unidos
só entrariam na parte sul da península coreana, três semanas depois da
libertação do país, e logo trataram de reprimir violentamente os Comitês
Populares, devolvendo o poder aos antigos oligarcas representantes do regime
colonial. A União Soviética retirou suas tropas da Coréia em 1948, ao passo que
os Estados Unidos mantêm as suas até os dias de hoje.
A partir daí , Kim Il Sung, que supunha sua
doutrina “juche” superior ao marxismo, , versão ortodoxa do socialismo
baseada nos princípios do Partido único,
da união com o povo como centro de tudo, militarização da sociedade e na autosuficiência
e isolamento da economia, até sua morte
em 1994, governou o novo país manu militar .
O que é Idéia Juche?
A ideologia oficial do partido governante da RPDC, o Partido do Trabalho da Coréia (PTC), é a Idéia Juche. A Idéia Juche foi desenvolvida por Kim Il Sung, líder da revolução coreana e fundador do Partido do Trabalho da Coréia. De acordo com os comunistas coreanos a superioridade da Idéia Juche consiste no fato de que, indicando a posição e o papel do homem no mundo, esclarece-se de maneira mais científica a forma como o homem forja o seu destino. O problema fundamental da filosofia deixa de ser a relação entre o pensar e a existência e passa a ser entre o mundo e o homem. Segundo os atuais dirigentes comunistas coreanos, a Idéia Juche não é apenas o marxismo-leninismo adaptado à realidade coreana, mas sim uma nova ideologia, superior ao próprio marxismo. É o socialismo científico alçado a outro patamar. Nas palavras de Kim Jong Il, principal líder da RPDC:
“Se o marxismo criou pela primeira vez a concepção revolucionaria de mundo da classe trabalhadora, a idéia Juche a aperfeiçuou, desenvolvendo-a à uma etapa superior.”
Em suas memórias Kim Il Sung nos revela que durante a luta revolucionária “sua doutrina”, “seu credo” foi o chamado “iminwichon”, que significa considerar o povo como o centro de tudo. O principio básico da Idéia Juche é de que as massas populares são donas do mundo e de seu próprio destino.
A ideologia oficial do partido governante da RPDC, o Partido do Trabalho da Coréia (PTC), é a Idéia Juche. A Idéia Juche foi desenvolvida por Kim Il Sung, líder da revolução coreana e fundador do Partido do Trabalho da Coréia. De acordo com os comunistas coreanos a superioridade da Idéia Juche consiste no fato de que, indicando a posição e o papel do homem no mundo, esclarece-se de maneira mais científica a forma como o homem forja o seu destino. O problema fundamental da filosofia deixa de ser a relação entre o pensar e a existência e passa a ser entre o mundo e o homem. Segundo os atuais dirigentes comunistas coreanos, a Idéia Juche não é apenas o marxismo-leninismo adaptado à realidade coreana, mas sim uma nova ideologia, superior ao próprio marxismo. É o socialismo científico alçado a outro patamar. Nas palavras de Kim Jong Il, principal líder da RPDC:
“Se o marxismo criou pela primeira vez a concepção revolucionaria de mundo da classe trabalhadora, a idéia Juche a aperfeiçuou, desenvolvendo-a à uma etapa superior.”
Em suas memórias Kim Il Sung nos revela que durante a luta revolucionária “sua doutrina”, “seu credo” foi o chamado “iminwichon”, que significa considerar o povo como o centro de tudo. O principio básico da Idéia Juche é de que as massas populares são donas do mundo e de seu próprio destino.
Em seu Governo
eclodiu a famosa Guerra da Coreia, travada entre 26 de Junho de 1950
a 27 de Julho de 1953, opondo a Coreia do Sul e seus aliados, que incluíam os
Estados Unidos. Esta guerra nunca chegou a termo. Congelou-se com um Armistício
que só contribuiria a divisão da Península Coreano em dois países e para o isolamento da Coreia do Norte.
Com
a morte de Kim Il Sung seu filho, Kim Jong-il, tomou o comando até morrer em dezembro de 2011,
abrindo caminho para a consolidação de uma peculiar dinastia comunista quando o poder , então,
passa para , seu filho mais novo Kim Jong-um.
Mas mesmo sem grande informação sobre a
“libertação”do território da Coreia do Norte, então ocupado pelo Japão, antes
da rendição deste país que fazia parte do Ëixo (Alemanha+Itália+Japão) que
daria origem ao regime que lá ainda persiste, é bem possível supor que tem
todas as características da ocupação do Leste Europeu pelo Exército Soviético
na Segunda Guerra. Por onde passava, a URSS , sempre teve a colaboração de
partisans comunistas, como também os aliados. Mas atento ao futuro, que se
instauraria como Guerra Fria, o regime estalinista impunha não só o
socialismo, como seu estilo autoritário e centralizador satélite União
Soviética . Se este foi o caso da Coreia do Norte , é muito difícil se falar,
hoje, em “libertação”, muito menos
“Revolução” naquele país.. Nenhum dos povos sob controle soviético na Europa do
Leste, no bloco comunista criados ao final da guerra, manteve, quer o
socialismo como forma de organização da sociedade e da economia, quer, muito
menos o estilo autoritário fiel à Russia. Aliás, a própria URSS romperia na
década de 50 com o estalinismo, como romperia com o modelo socialista em 1991.
Pode-se, pois, dizer que a Coreia é um último bastião do socialismo estalinista
no mundo, vez que a China e outros regimes socialista asiáticos, muito embora
tenham se alinhado com o estalinismo e rejeitado a desestalinização
soviética, não foram regimes decorrentes
da ocupação territorial e militar pela URSS. Todos, aos quais se associaria
Cuba nos anos 60, foram resultados de grandes lutas populares que resultaram,
sim, em autênticos processos revolucionários.
Visto deste prisma, a Coreia do Norte
perde muito da sua credibilidade revolucionária. Trata-se muito mais de um
remanescente da II Guerra do que uma Revolução em processo, digna de alvíssaras
pela esquerda contemporânea. Até se explicariam no passado sob o princípio do
Internacionalismo Proletário que consistia na defesa intransigente da URSS como
baluarte da Revolução. Hoje não! Assim o
digo porque praticamente toda a esquerda mundial do Ocidente, já havia rompido
com o estalinismo antes mesmo do fim do regime soviético. Depois do fim da
URSS, então, a reciclagem dos Partidos Comunistas europeus e da América Latina
foi total, ainda que os ortodoxos remanescentes insistam em manter não só as
velhas siglas, como os velhos dogmas. Mas
é uma espécie em extinção. Com todo o direito a sê-lo... Mas não há razões,
portanto, pelo menos por parte da esquerda “reciclada” – e aí incluo o PT
- para aplaudir e justificar o regime
coreano do Norte.
Independentemente de sua origem,
características e desenvolvimento por décadas, restaria compreender por que
esse regime vem se revelando crescentemente provocador, a ponto de ameaçar
Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos com um bombardeio nuclear.
Uma das hipóteses aponta para a Tese do
Inimigo Externo, normalmente usada por Governos de vários matizes, para se
reforçar internamente. Temos um caso no continente: a Declaração de Guerra
contra a Inglaterra pelos generais argentinos, em 1981. Este, porém, não parece
ser o caso da Coreia do Norte. Seu regime está, internamente consolidado e não
apresenta fraturas.
A segunda hipótese seria a da necessidade
de seu atual Líder, neto do “Filho do Sol”, se fortalecer internamente, não
sobre a população que já idolatra a dinastia toda, mas os militares, sempre
mais práticos nestas questões. A guerra é um assunto que não comporta cultos à
personalidade de quem quer que seja. Ela exija o culto a ela própria, sem
rodeios. Nada de intermediários. Lembre-se da forte rejeição dos militares
latinoamericanos aos que eles sempre denominaram “populistas”, em vários de nossos países. Nem
mesmo a Venezuela é uma exceção, pois tentou um golpe, abortado em menos de 48
h, contra o Presidente eleito Chavez.
Resta, portanto, a tese mais em voga
entre os analistas atuais: auto-defesa do regime em vigor.
A idéia é de que mais cedo ou mais tarde
os Estados Unidos – e aliados ocidentais – darão um golpe de morte na Coreia do
Norte. Tratam, então , de se precaver. Dão como exemplo o caso da Yugoslávia, do
Iraque, da Líbia e da Síria, que não se prepararam para o enfrentamento e estão
caindo em dominó. A única salvação seria, pois, o fortalecimento militar do regime, com o
recurso à bomba atômica porque, ipso facto, não haverá surpresas. E a ameaça
evita o golpe.
Esta mesma tese, a propósito, é a de
setores nacionalistas em vários países do mundo , inclusive no Brasil. Crê-se
que o país só conseguirá defender seus interesses se tiver a bomba atômica e se
modernizar e armar crescentemente suas
forças armadas.
Tudo indica, portanto, que , passada a
temporada de manobras militares conjuntas do Japão , Coreia do Sul e Estados
Unidos na região, tudo volte ao normal. Ou seja, menos retórica. A histeria
atual, tem, portanto, nome e endereço: o regime coreano do norte, uma
caricatura do ideal comunista pelo qual morreram tantos idealistas nos últimos
150 anos, tem medo. E tem razões para tê-lo. É um regime condenado, não pela
direita, nem pelos Estados Unidos, mas pela consciência civilizada do mundo
inteiro. A mesma consciência que condena as Matrassas muçulmanos
fundamentalistas, que condena o uso de crianças em guerras na África, que
condena todas as formas de autoritarismo e terror de Estado, pela consciência
que luta pela preservação da Paz, da Tolerância e do Multiculturalismo no mundo
e que condena a redução do marxismo ao catecismo primário de meia dúzia de fórumulas. O marxismo é um
filho dileto do iluminismo, que só se justifica pela sistemática consciência
crítica sobre seus próprios fundamentos. O que não cabe, naturalmente, nem em
Partidos, nem em Igrejas, nem em Estados, sempre dominados pelo alto clero e
pela disciplina a postulados dogmáticos. Rigorosamente, como afirmou
recentemente S.Zizeck, recentemente, em Porto Alegre, sequer sabemos, do ponto
de vista marxista, para onde vamos depois da crise assola o capitalismo e a
humanidade. A idéia de socialismo se refere, cada vez mais, a uma técnica
civlizatória, e não a uma etapa superior do que quer que seja.
BOLETINS DE NOTÍCIA
Cesar Maia NewsLetter
Para compartilhar o Ex-Blog do Cesar Maia, copie e cole o link
abaixo:
http://emkt.frontcrm.com.br/display.php?M=4457181&C=dcf17959c2b1352f581cbd75ddf123a4&S=6514&L=514&N=2470
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Manchetes Educacionistas - 15/4/13 - Edição nº 1077
Determinado
bem pertencente ao povo brasileiro, que vale no mercado em torno de US$ 1,5
trilhão, vai ser repassado, no próximo mês de maio, a empresas estrangeiras
pelo pagamento de US$ 225 bilhões de royalties durante um período de 30 anos. O
PIB do Brasil em 2012 foi de US$ 2,3 trilhões. Assim, esta subtração do
patrimônio do nosso povo é igual a cerca de 30% do PIB brasileiro. No entanto,
nenhum meio de comunicação tradicional falou sobre o fato.
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Políticas
monetárias e fiscais ortodoxas afetam as aparências da inflação, porque podem
até cortar conjunturalmente pressões inflacionárias à custa de desemprego,
recessão, desoneração etc., mas não resolvem a questão, porque não atacam as
raízes da dependência externa e da desigualdade distributiva interna, causas
mais profundas do problema em discussão.
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O
Correio publica, a partir desse artigo, e a propósito da Emenda Constitucional
72, sobre o Trabalho Doméstico, a análise do pesquisador Henrique Júdice
Magalhães. Magalhães discorre sobre os mitos que estão sendo produzidos quanto
à trajetória recente e as perspectivas do trabalho doméstico no Brasil.
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Retorno petista à prefeitura de São
Paulo é marcado por ‘ofensiva de ocupações’ por moradia
Por Gabriel Brito, da Redação
Por Gabriel Brito, da Redação
Após
anos de primazia da especulação imobiliária nas determinações políticas e
econômicas da cidade, cujos expoentes são patrocinadores de todos os grandes
grupos políticos e parlamentares do país, a eleição do petista Fernando Haddad
abriu um novo horizonte na visão de pessoas e movimentos sociais envolvidos na
questão. Com isso, os olhos mais atentos a tais embates não deixaram de notar
um considerável aumento no número de ocupações urbanas, em especial no centro,
no período eleitoral recém-encerrado, em clara sinalização desses segmentos de
que esperam outra visão de cidade na nova gestão.
Política
Vemos
que a esquerda, modo geral, se nega a promover uma discussão séria sobre a luta
armada, limitando-se a cultuar os mártires, sem, contudo, promover a verdadeira
crítica.
Redação: Av. Pedroso de
Moraes, 677, Cj. 151, Pinheiros, São Paulo - SP, CEP: 05419-000
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DIPLO – OUTRAS PALAVRAS
Boletim de Atualização - Nº 270 - 14/4/2013
Universidade e Metrópole: que projeto
queremos
Ao contestarem mudança de campus, professores da UFMG reabrem debate indispensável sobre cidades brasileiras e instituições das quais se espera reflexão, inconformismo e alternativas. Texto coletivo
A revolução e a aurora
Um almirante negro, uma peça-cortejo e um poeta sugerem refletir sobre valor das “cheganças”, na tradição popular e na História. Por Theotonio de Paiva
François Ozon brinca com artimanhas da ficção
Em Dentro de Casa, filme que entrelaça vários planos narrativos, cineastra refere-se a Teorema, enquanto debate questões atuais e atemporais. Por José Geraldo Couto
Ler Primeiro: Os seis dias em que teve lepra
Todos estavam mais preocupados em descobrir o ainda encoberto, exatamente como a camisa escondia a marca que carregava no peito. Por D.L Benette
Ao contestarem mudança de campus, professores da UFMG reabrem debate indispensável sobre cidades brasileiras e instituições das quais se espera reflexão, inconformismo e alternativas. Texto coletivo
A revolução e a aurora
Um almirante negro, uma peça-cortejo e um poeta sugerem refletir sobre valor das “cheganças”, na tradição popular e na História. Por Theotonio de Paiva
François Ozon brinca com artimanhas da ficção
Em Dentro de Casa, filme que entrelaça vários planos narrativos, cineastra refere-se a Teorema, enquanto debate questões atuais e atemporais. Por José Geraldo Couto
Ler Primeiro: Os seis dias em que teve lepra
Todos estavam mais preocupados em descobrir o ainda encoberto, exatamente como a camisa escondia a marca que carregava no peito. Por D.L Benette
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BLOG DA REDAÇÃO
Textos da Escola Livre de Comunicação Compartilhada
Textos da Escola Livre de Comunicação Compartilhada
Juros: quem quer a alta, e por quê
Para conter a inflação, há outros remédios. Mas oligarquia financeira pressiona: quer voltar a ganhar os mesmos rios de dinheiro de antes. Por Antonio Martins
Rio e SP entre metrôs mais custosos do mundo
Duas viagens por dia equivalem a quase 10% da renda per capita mensal do brasileiro – o dobro de Paris, cinco vezes mais que em Buenos Aires. Por Bruna Bernacchio
Adeus à pena de morte?
Balanço da Anistia Internacional revela diminuição no número de sentenças fatais em muitos países e aponta tendência a que se mostrem cada vez mais injustificáveis. Por Gabriela Leite
Alerta: lei medieval antidrogras pode ser votada já
PCdoB e PSDB conseguem adiar decisão, mas presidente da Câmara fala em liquidar tema já na terça-feira (G.L.)
Calçadas medonhas: caminho para solução em SP?
Legislativo aprova projeto que estimula proprietários de imóveis a torná-las transitáveis -- e oferece em troca anulação de multas. Funcionará? (B.B.)
Para conter a inflação, há outros remédios. Mas oligarquia financeira pressiona: quer voltar a ganhar os mesmos rios de dinheiro de antes. Por Antonio Martins
Rio e SP entre metrôs mais custosos do mundo
Duas viagens por dia equivalem a quase 10% da renda per capita mensal do brasileiro – o dobro de Paris, cinco vezes mais que em Buenos Aires. Por Bruna Bernacchio
Adeus à pena de morte?
Balanço da Anistia Internacional revela diminuição no número de sentenças fatais em muitos países e aponta tendência a que se mostrem cada vez mais injustificáveis. Por Gabriela Leite
Alerta: lei medieval antidrogras pode ser votada já
PCdoB e PSDB conseguem adiar decisão, mas presidente da Câmara fala em liquidar tema já na terça-feira (G.L.)
Calçadas medonhas: caminho para solução em SP?
Legislativo aprova projeto que estimula proprietários de imóveis a torná-las transitáveis -- e oferece em troca anulação de multas. Funcionará? (B.B.)
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OUTRAS MÍDIAS
Uma seleção de grandes textos publicados na blogosfera independente
Uma seleção de grandes textos publicados na blogosfera independente
Nas quebradas de SP, rede oculta de hortas orgânicas
Cultiva-se em espaços insuspeitos, como topos de oleodutos. Garante-se ocupação e renda sem empregar agrotóxicos. Produtos servem periferia, não supermercados “nobres”. Por Tadeu Breda, na Rede Brasil Atual
Uma alternativa para as obras da Copa
Em Itaquera, próximo do futuro estádio do Corínthians, moradores formulam plano que minimiza remoções, garante melhores condições de vida para todos e assegura moradia digna para quem tiver de se mudar. Por Ciro Barros, na Pública
Construtores de Belo Monte frustram de novo seus compromissos
Reportagem revela: construtora termina 1/3 da obra e prepara turbinas da hidrelétrica -- mas ainda não instalou um quilômetro de rede de esgotos em Altamira. Por Letícia Leite, no site do ISA
Quem pagará a desoneração da folha?
Mudança na tributação previdenciária é positiva -- mas sem substituir atual arrecadação, governo arrisca-se a criar poço sem fundo, que no futuro levará sistema ao colapso. Por Luís Nassif, em seu blog
A cidade e o futuro do mundo, segundo Aaron Swartz
Crônica do The New Yorker sobre vida do grande ativista pela liberdade na internet é magnífica. Mas provavelmente erra sobre verdadeira causa de seu suicídio. Por Rafael Zanatta, em E-mancipação
Boletim de atualização dos sites Outras Palavras e Biblioteca
Diplô. A reprodução é benvinda. Interessados em recebê-lo
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Aepet
Direto 15 de
Abril de 2013
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boletim pode ser reproduzido à qualquer pessoa que o solicite receber"
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Destaque
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CARTA
DA AEPET AO DIRETOR DE ABASTECIMENTO DA PETROBRÁS
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No dia 7 de Março de 2013 a Diretoria da
AEPET encaminhou uma carta ao Diretor de Abastecimento da Petrobrás, José
Carlos Consensa, sobre o COMPERJ(Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Na
mensagem são feitos questionamentos à Petrobrás sobre o projeto inicial do
Pólo Petroquímico que tinham duas unidades a UPB(Unidade Petroquímica Básica)
para processamento de 150 mil barris de petróleo e uma UPA(Unidade
Petroquímica Associada) com projeção de entrar em operação em Agosto de 2013
e os atrasos operacionais nestes projetos.(Diretoria da AEPET)
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Notícias
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AVISO
AOS ASSOCIADOS DA AEPET E PARTICIPANTES DA PETROS
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No próximo dia 16 de abril todos os
associados da AEPET estão convidados a participar dos esclarecimentos que
serão ministrados pelo advogado César Vergara, Assessor Jurídico da FENASPE,
da AEPET e dos Conselheiros Eleitos indicados pelo CDPP – Comitê em Defesa
dos Participantes da PETROS. A reunião acontecerá no auditório da ABI – Rua
Araújo Porto Alegre, 71 – Centro - Rio de Janeiro com inicio previsto para às
17h30 e termino às 20h30. O horário foi definido com vistas a permitir que
tanto assistidos como os participantes da PETROS ainda não aposentados
possam comparecer. Participarão do evento o advogado Jorge Safe do Escritório
Silva Netto e advogados da Federação Nacional dos Petroleiros(FNP)
convidados. Nesta reunião serão sorteados 20 convites, entre os associados da
AEPET presentes a reunião, do Filme "O Dia Que Durou 21 anos" sobre
o Golpe Militar no Brasil em 1964 do Diretor Camilo Tavares. (FENASPE, AEPET,
APAPE E AEPET-BR)
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AÇÃO
DO GRUPO PÓS-82
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A AEPET, conveniada com a AEPET-BR e
APAPE, divulga que está formando grupo de participantes da Petros, inseridos
no chamado “Grupo Pós-82”, que estão em atividade nas patrocinadoras, para
integrarem a ação que será proposta pela APAPE – Associação Nacional dos
Participantes da Petros, para eliminar o limite de contribuição ilegalmente
mantido. Importante ressaltar que esta ação poderá ser integrada tanto por
ocupantes de cargos de nível superior quanto de nível médio.(Diretoria da
APAPE)
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Petróleo
e Política
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ELEIÇÃO
DA PETROS
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Realizada a reunião do CDPP, Comitê em
Defesa dos Participantes da PETROS, que congrega as entidades que estão na
luta em defesa dos direitos dos participantes ativos e assistidos do nosso
fundo de pensão. A representatividade da reunião foi bastante grande,
reunindo os sindicatos combativos ligados à FNP - Federação Nacional dos
Petroleiros - e a FENASPE, a Federação das Associações de Aposentados,
Pensionistas e Anistiados do Sistema PETROS e PETROBRÁS, além dos
Conselheiros Eleitos da PETROS, indicados pelo CDPP. Após amplo debate sobre
os rumos de nossas lutas, forma definidos o programa e os compromissos a
serem assumidos pelas chapas que seriam defendidas pelas candidaturas
apoiadas pelo CDPP. Diante de uma lista contendo nomes de 17 valorosos
companheiros lutadores da categoria petroleira, fi cou decidido, por
consenso, que o CDPP vai indicar aos participantes e assistidos da PETROS as
seguintes chapas para disputarem os Conselhos da Entidade: Conselho
Deliberativo: Silvio Sinedino (Titular) e Agnelson Camilo(Suplente) Para o
Conselho Fiscal: Ronaldo Tedesco(Titular) e Marcos André(Suplente). As
eleições para os conselhos da Petros irão ocorrer entre os dias 13 e 27 de
maio, sendo que, apesar dos protestos dos nossos conselheiros deliberativos
eleitos, não haverá voto por correspondência, podendo apenas o eleitor
exercer seu direito de votar pela internet ou telefone.(Blog dos Conselheiros
Eleitos da Petros/Redação)
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CONVÊNIO
INSS/PETROS ESTABELECIDO. FALTA SANAR PENDÊNCIAS.
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No início deste mês o Diário Oficial
publicou a consolidação do Convênio firmado entre o INSS e a PETROS. Este
Convênio INSS/PETROS foi estabelecido para suprir a carência dos
participantes ativos e assistidos da PETROS após o rompimento irreversível do
Convênio entre o INSS e a Petrobrás. Os Conselheiros Eleitos e as entidades
do CDPP agiram rápido na defesa dos interesses dos participantes da PETROS. A
ASTAPE/Bahia, associação que congrega aposentados e pensionistas do estado da
Bahia, e o Conselheiro Eleito da PETROS, Epaminondas Mendes de Souza,
encaminharam o problema para a esfera superior do Governo Federal. Neste
contato, foi firmado o compromisso que a Petrobrás e o INSS iriam empenhar
todos os recursos para que os assistidos da PETROS não tivessem qualquer
prejuízo provoca do pelo episódio. Além de iniciativas conjuntas para o
estabelecimento de um novo convênio.(CONSELHEIROS Eleitos da PETROS Paulo
Brandão e Ronaldo Tedesco)
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COTAÇÃO DO PETRÓLEO
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O barril Tipo Brent estava em US$ 103,02
em Londres nesta 6ª feira(12/04). Por seu lado o óleo leve negociado em Nova
Iorque foi para US$ 92,29 o barril. (Infomoney)
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Notícias
importantes dos últimos "AEPET Diretos":
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Notícias" - Leia os boletins mais recentes
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Pergunte
a AEPET
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A AEPET agora tem um link de
interatividade. Para fazer perguntas para a AEPET é só dizer o seu nome, o
seu email e se você é sócio ou não da nossa entidade. Para saber mais entrar
em contato com o link: (Pergunte à AEPET)
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Fique
por Dentro
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Livros | Palestras (Aqui você poderá ler na
íntegra a Palestra que Fernando Siqueira, vice-presidente da AEPET e a
Auditora Fiscal, Maria Lúcia Fatorelli apresentaram no Clube de Engenharia -
na Cúpula doa Povos - Rio+20). A Palestra também teve a participação de Luiz
Pinguelli Rosa; ela foi filmada e você também poderá assisti-lá aqui.
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Benefícios
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Comunicado
aos sócios da AEPET
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AO SE
APOSENTAR, CONTINUE SÓCIO DA AEPET
O petroleiro e associado da AEPET, ao se aposentar, pode continuar nos quadros da Entidade. Para tanto, deverá assinar e encaminhar a nova autorização de desconto à Petros, garantindo sua permanência na AEPET e desfrutando dos benefícios oferecidos pela Entidade. E mais: continuará contribuindo com a luta em defesa do Sistema Petrobrás e seu corpo técnico e da soberania do Brasil sobre o seu petróleo. Continue na AEPET e convide os seus amigos para que se associem. Ligue (21) 2277-3750 ou associe-se agora mesmo. *Confira os benefícios oferecidos pela AEPET. Valor da mensalidade R$ 46,64. |
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Av. Nilo Peçanha, 50 – Grupo
2.409 – Centro
Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20.020-100 Telefone: 21 2277-3750 – Fax: 21 2533-2134 E-mail: aepet@aepet.org.br |
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