A endemia da Dengue exige das
autoridades criação de maior número de unidades de saúde. Este ano ninguém
ficou sabendo o número de casos confirmados, porque nem todos foram
notificados. Houve muita gente afetada
que procurou tratamento particular ou confiou nos remédios caseiros com base nas
experiências passadas, ou nas informações de outras pessoas afetadas e que
trataram convencionalmente. A falta de
vagas foi uma constante nas unidades hospitalares, embora o surto ainda não
haja acabado.
Informações aleatórias revelaram que, neste
ano, havia mais de um tipo de vírus, com probabilidade de algum não ter sido
identificado e se tratar de um incidência não identificada, desenvolvida a partir das
anteriores.
Nem todos os médicos tiveram o mesmo
procedimento diante dos sintomas revelados pelos pacientes. Alguns diagnosticaram as febres e dores no corpo como uma gripe
forte, prescreveram medicamentos de alcance restrito, e sugeriam aos pacientes
voltarem se os sintomas não acabassem.
Outros preferiram ser mais previdentes, tratando todos os sintomas como
sendo Dengue e indicando o tratamento específico, acompanhado de exame de
sangue para melhor averiguação. A
medicação para esse fim não tem efeitos colaterais, é simples e pode ser
aplicada em casa: soro, analgésico e, preventivamente, antifebril.
Por mais que se faça campanha de
prevenção, não existe ainda uma cultura capaz de levar a população a evitar os
focos onde prolifera o mosquito aedes aegypti.
E há muitos fatores, independentes desses cuidados, gerados pela própria natureza. Os terrenos baldios estão fora do alcance ou
das atenções de cada um, ocupado na sua rotina diária. Os agentes de saúde
visitam poucas vezes os quintais de cada residência, nem parece haver condições
de essa norma ser cumprida dentro dos padrões recomendados.
A temperatura está em transição normal
do Verão para o Outono. Não é garantia,
entretanto, de que o problema esteja superado.
Por enquanto, podemos crer que haja amenizado.
Na falta de números oficiais, a
observação e a prática nos sugere que a
incidência este ano foi mais alta: rara é uma família na qual ninguém sofreu o incômodo dessa endemia. E raras foram
as vezes em que as pessoas que procuraram atendimento para os casos mais graves
não se depararam com falta de vagas hospitalares.
No Estado de Minas Gerais, a Secretaria
da Saúde informa ocorrência de 38.000 casos confirmados. Ainda não há informes
seguros do número dos casos em Visconde do Rio Branco. Mesmo que venhamos a ter
essa informação, poderemos estimar para cima pela razão já exposta: muitos
deixaram de ser notificados, por não terem chegado ao conhecimento dos órgãos
oficiais.
A Dengue pode ser esperada neste
município como ocorrência anual. Este ano, infelizmente, houve óbito. Há, portanto, necessidade da ação preventiva,
em trabalho conjunto dos agentes da limpeza pública com os agentes da
saúde. A troca de informação facilitará
detectar a maioria dos focos de reprodução do vírus. Outra providência necessária é a abertura de
outras unidades de atendimento para as emergências e para internações. Neste caso, urge dar prosseguimento à construção
da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas – UPA – iniciada da Rua Melo Barreto,
e de um hospital municipal em tempo recorde, para que, no próximo Verão os
habitantes de Visconde do Rio Branco e cidades vizinhas possam contar com esse
serviço público, para o qual o Sistema Único de Saúde – SUS – disponibiliza
recursos em ação conjunta do Ministério da Saúde, das secretarias de saúde do
Estado e do Município. A Câmara de
Vereadores e o Poder Executivo devem agilizar providências para cumprir o
preceito constitucional de que “Saúde é um direito de todos”.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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