segunda-feira, 1 de abril de 2013

Dengue alerta sobre necessidade de mais unidades de saúde


      


         A endemia da Dengue exige das autoridades criação de maior número de unidades de saúde. Este ano ninguém ficou sabendo o número de casos confirmados, porque nem todos foram notificados.  Houve muita gente afetada que procurou tratamento particular ou  confiou nos remédios caseiros com base nas experiências passadas, ou nas informações de outras pessoas afetadas e que trataram convencionalmente.  A falta de vagas foi uma constante nas unidades hospitalares, embora o surto ainda não haja acabado.

         Informações aleatórias revelaram que, neste ano, havia mais de um tipo de vírus, com probabilidade de algum não ter sido identificado e se tratar de um incidência não identificada, desenvolvida a partir das anteriores. 

         Nem todos os médicos tiveram o mesmo procedimento diante dos sintomas revelados pelos pacientes.  Alguns diagnosticaram  as febres e dores no corpo como uma gripe forte, prescreveram medicamentos de alcance restrito, e sugeriam aos pacientes voltarem se os sintomas não acabassem.  Outros preferiram ser mais previdentes, tratando todos os sintomas como sendo Dengue e indicando o tratamento específico, acompanhado de exame de sangue para melhor averiguação.  A medicação para esse fim não tem efeitos colaterais, é simples e pode ser aplicada em casa: soro, analgésico e, preventivamente, antifebril.  

         Por mais que se faça campanha de prevenção, não existe ainda uma cultura capaz de levar a população a evitar os focos onde prolifera o mosquito aedes aegypti.  E há muitos fatores, independentes desses cuidados,  gerados pela própria natureza.  Os terrenos baldios estão fora do alcance ou das atenções de cada um, ocupado na sua rotina diária. Os agentes de saúde visitam poucas vezes os quintais de cada residência, nem parece haver condições de essa norma ser cumprida dentro dos padrões recomendados. 

         A temperatura está em transição normal do Verão para o Outono.  Não é garantia, entretanto, de que o problema esteja superado.  Por enquanto, podemos crer que haja amenizado. 

         Na falta de números oficiais, a observação e a prática nos sugere que  a incidência este ano foi mais alta: rara é uma família na qual ninguém  sofreu o incômodo dessa endemia. E raras foram as vezes em que as pessoas que procuraram atendimento para os casos mais graves não se depararam com falta de vagas hospitalares.

         No Estado de Minas Gerais, a Secretaria da Saúde informa ocorrência de 38.000 casos confirmados. Ainda não há informes seguros do número dos casos em Visconde do Rio Branco. Mesmo que venhamos a ter essa informação, poderemos estimar para cima pela razão já exposta: muitos deixaram de ser notificados, por não terem chegado ao conhecimento dos órgãos oficiais.

         A Dengue pode ser esperada neste município como ocorrência anual.   Este ano, infelizmente, houve óbito.  Há, portanto, necessidade da ação preventiva, em trabalho conjunto dos agentes da limpeza pública com os agentes da saúde.  A troca de informação facilitará detectar a maioria dos focos de reprodução do vírus.  Outra providência necessária é a abertura de outras unidades de atendimento para as emergências e para internações.  Neste caso, urge dar prosseguimento à construção da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas – UPA – iniciada da Rua Melo Barreto, e de um hospital municipal em tempo recorde, para que, no próximo Verão os habitantes de Visconde do Rio Branco e cidades vizinhas possam contar com esse serviço público, para o qual o Sistema Único de Saúde – SUS – disponibiliza recursos em ação conjunta do Ministério da Saúde, das secretarias de saúde do Estado e do Município.   A Câmara de Vereadores e o Poder Executivo devem agilizar providências para cumprir o preceito constitucional de que “Saúde é um direito de todos”.        

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

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