quarta-feira, 10 de abril de 2013

Dengue cresce 5,5 vezes em menos de um mês em Visconde do Rio Branco





         Ontem o grupo virtual Avante divulgou 694 casos confirmados, onde citava como fonte divulgação na rádio.  Não afirmou qual rádio.  No dia 11 de março último, o boletim da Secretaria de Saúde informava 127 confirmações apuradas de 1.202 notificações.  Este informe constava no site da Prefeitura sob o link http://www.viscondedoriobranco.mg.gov.br/index.php?Meio=mostranoticia&idnoticias=122

            No momento em que redigíamos esta matéria(21:25), o portal virtual da prefeitura não registrava o número atualizado do surto da epidemia. Seria a base oficial da informação necessária.

        É melhor admitirmos como verdade os fatos divulgados, para que haja prevenção e tratamento imediato diante dos sintomas surgidos. Nesta hipótese, não há como negar que a Saúde, no município está vivendo um mau momento. Desde que a doença surgiu, se houvesse um combate efetivo de assistência às pessoas afetadas e de prevenção e erradicação dos seus focos, o número deveria ter caído.

        Uma vez multiplicado por mais de 5 vezes, em menos de um mês, sinaliza que a situação é grave e exige empenho do poder executivo, com acompanhamento dos vereadores e agentes da saúde para encarar o problema de frente. 

        De qualquer maneira, o informativo virtual da prefeitura deveria estar divulgando periodicamente, pelo menos uma vez por semana, a evolução do número de notificações e o de casos confirmados, para a população tomar suas precauções, se estiver em elevação, ou tranquilizar se em caso contrário.

        Mas o que há é uma desorientação geral.  Na convivência diária, vemos umas pessoas  perguntando às outras se elas também  pegaram Dengue. É um modo prático de se notar que o vírus se encontra muito à vontade, enquanto o  aedes aegypti, no meio de nossa população, se sente melhor do que vampiro em palácio assombrado.

        Se de fato estiver havendo esse crescimento, não há como negar o marasmo da prefeitura na falta de providência para aumentar o número de vagas de internação e das unidades de atendimento de emergência.  Neste caso, volta à tona a cobrança da UPA24h.

        Enquanto ficam culpando administração passada por erro do início da construção, o tempo passa e o problema se agrava.  Estamos no quarto mês da posse.  Já era tempo de dar continuidade à obra iniciada, ou ter-se providenciado outra onde as convicções tendenciosas indicassem.  Pior de tudo é ficar no chove-não-molha.  Nenhum passo foi dado para se construir a Unidade de Pronto Atendimento que a população precisa e reclama, mesmo se sabendo que aquela obra iniciada na Rua Eugênio de Melo, nº 5, foi autorizada em 03 de dezembro de 2012, pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado correspondente.

        E existe um agravante: os números liberados pela Secretaria de Saúde são muito inferiores aos reais.  Muita gente prefere se tratar em casa, com repouso e remédios conhecidos, mesmo diante dos riscos da imprecisão desse procedimento. Outros procuram atendimento particular e exames que não passam pelos registros oficiais.  Inegável é que há praticamente pelo menos uma pessoa afetada em cada família.  Isto não é brincadeira. E se traduz em dados mais confiáveis do que os números que os órgãos da saúde pública omitem.

        O povo precisa que o site da prefeitura tenha caráter informativo sobre todos os atos administrativos, como forma de dar transparência ao exercício da governança.  Esses números que o momento exige são apenas exemplos da omissão indevida.  Aquele portal tem se revelado mais um boletim promocional do que um órgão de divulgação da movimentação oficial.  Ele deveria mostrar também fluxo de caixa, folha de pagamento de pessoal, valor de vencimento do quadro administrativo, situação dos professores, demonstrativo do patrimônio público e todas as ações que  a população deseja e tem direito de saber.  Ficar comparando administrações atual e passada não leva a lugar nenhum. E acaba soando como tentativa de justificar a própria inércia.   

        Se nada for feito, como parece que vai ficar, a cada dia o quadro piora.  Se a Dengue continuar crescendo, fugirá ao controle da administração local, e será necessário pedir socorro à Secretaria de Estado da Saúde.  Se não criarem mais unidades de atendimento imediato, e de tratamento, o ano passará e ninguém sabe o que acontecerá no próximo Verão.  A natureza tende a amenizar o quadro com a temperatura mais baixa no Outono. Mas o surto da doença tem que ser erradicado, antes que surjam afecções hemorrágicas e mais óbito. No mês passado tivemos notícia de um.  Não sabemos se outros aconteceram, talvez pela falta de notícia. 

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)


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