Ontem o
grupo virtual Avante divulgou 694 casos confirmados, onde citava como fonte
divulgação na rádio. Não afirmou qual
rádio. No dia 11 de março último, o
boletim da Secretaria de Saúde informava 127 confirmações apuradas de 1.202
notificações. Este informe constava no
site da Prefeitura sob o link http://www.viscondedoriobranco.mg.gov.br/index.php?Meio=mostranoticia&idnoticias=122.
No momento em que redigíamos esta
matéria(21:25), o portal virtual da prefeitura não registrava o número atualizado
do surto da epidemia. Seria a base oficial da informação necessária.
É melhor admitirmos como verdade os
fatos divulgados, para que haja prevenção e tratamento imediato diante dos
sintomas surgidos. Nesta hipótese, não há como negar que a Saúde, no município
está vivendo um mau momento. Desde que a doença surgiu, se houvesse um combate
efetivo de assistência às pessoas afetadas e de prevenção e erradicação dos
seus focos, o número deveria ter caído.
Uma vez multiplicado por mais de 5
vezes, em menos de um mês, sinaliza que a situação é grave e exige empenho do
poder executivo, com acompanhamento dos vereadores e agentes da saúde para
encarar o problema de frente.
De qualquer maneira, o informativo
virtual da prefeitura deveria estar divulgando periodicamente, pelo menos uma
vez por semana, a evolução do número de notificações e o de casos confirmados,
para a população tomar suas precauções, se estiver em elevação, ou tranquilizar se
em caso contrário.
Mas o que há é uma desorientação
geral. Na convivência diária, vemos umas
pessoas perguntando às outras se elas
também pegaram Dengue. É um modo prático
de se notar que o vírus se encontra muito à vontade, enquanto o aedes aegypti, no meio de nossa população, se
sente melhor do que vampiro em palácio assombrado.
Se de fato estiver havendo esse
crescimento, não há como negar o marasmo da prefeitura na falta de providência
para aumentar o número de vagas de internação e das unidades de atendimento de
emergência. Neste caso, volta à tona a
cobrança da UPA24h.
Enquanto ficam culpando administração
passada por erro do início da construção, o tempo passa e o problema se
agrava. Estamos no quarto mês da
posse. Já era tempo de dar continuidade
à obra iniciada, ou ter-se providenciado outra onde as convicções tendenciosas
indicassem. Pior de tudo é ficar no
chove-não-molha. Nenhum passo foi dado
para se construir a Unidade de Pronto Atendimento que a população precisa e
reclama, mesmo se sabendo que aquela obra iniciada na Rua Eugênio de Melo, nº 5, foi
autorizada em 03 de dezembro de 2012, pelo Ministério da Saúde e pela
Secretaria de Estado correspondente.
E existe um agravante: os números
liberados pela Secretaria de Saúde são muito inferiores aos reais. Muita gente prefere se tratar em casa, com
repouso e remédios conhecidos, mesmo diante dos riscos da imprecisão desse
procedimento. Outros procuram atendimento particular e exames que não passam
pelos registros oficiais. Inegável é que
há praticamente pelo menos uma pessoa afetada em cada família. Isto não é brincadeira. E se traduz em dados
mais confiáveis do que os números que os órgãos da saúde pública omitem.
O povo precisa que o site da prefeitura
tenha caráter informativo sobre todos os atos administrativos, como forma de
dar transparência ao exercício da governança.
Esses números que o momento exige são apenas exemplos da omissão
indevida. Aquele portal tem se revelado
mais um boletim promocional do que um órgão de divulgação da movimentação
oficial. Ele deveria mostrar também
fluxo de caixa, folha de pagamento de pessoal, valor de vencimento do quadro
administrativo, situação dos professores, demonstrativo do patrimônio público e
todas as ações que a população deseja e tem direito de saber. Ficar comparando administrações atual e
passada não leva a lugar nenhum. E acaba soando como tentativa de justificar a
própria inércia.
Se nada for feito, como parece que vai
ficar, a cada dia o quadro piora. Se a
Dengue continuar crescendo, fugirá ao controle da administração local, e será
necessário pedir socorro à Secretaria de Estado da Saúde. Se não criarem mais unidades de atendimento
imediato, e de tratamento, o ano passará e ninguém sabe o que acontecerá no
próximo Verão. A natureza tende a
amenizar o quadro com a temperatura mais baixa no Outono. Mas o surto da doença
tem que ser erradicado, antes que surjam afecções hemorrágicas e mais óbito. No
mês passado tivemos notícia de um. Não
sabemos se outros aconteceram, talvez pela falta de notícia.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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