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Período
2013
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Salário mínimo nominal
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Salário mínimo necessário
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Março
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R$ 678,00
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R$ 2.824,92
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24,00%
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4,16 vezes
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2012 Salário mínimo nominal-Salário mínimo
necessário
Março R$ 622,00 R$ 2.295,58
27,09% | 3,69 vezes
O salário mínimo de R$678,00, em vigor
em março último, vale apenas 24% do necessário de R$ 2.824,92 que a
Constituição Federal determina para manter a família de um trabalhador composta
de dois adultos e duas crianças. Está
menor dos que os R$ 622,00 de março do ano passado que correspondiam a 27,09%
dos R$ 2.295,48 indicados para o mesmo fim.
Está evidente a queda livre da
remuneração do trabalhador, diante do acordo do governo e centrais sindicais que estabelecia política de
recuperação do valor real do mínimo vigente até o ano de 2023.
Neste ano, está ocorrendo
desvalorização desde o reajuste de janeiro. A cada mês nota-se maior a queda,
em relação ao ano passado, quando, durante os primeiros meses, o vigente esteve
acima de um quarto do necessário. Agora o decréscimo ocorre mês a mês. E, até
janeiro de 2014, o cenário é sombrio para a classe trabalhadora. Os preços dos produtos de sobrevivência
movimentam-se em linha oposta. Na corrida ascendente, a cesta básica teve alta
em 16 das 18 capitais pesquisadas pelo DIEESE. São Paulo registrou a cesta
básica mais cara: R$ 336,26. E Aracaju a
mais barata R$ 245,94.
Esse governo, que um dia alguém
acreditou ser dos trabalhadores, está sendo mais cruel do que os declaradamente
neoliberais, na ação de tirar direitos e recursos dos trabalhadores. A
desoneração das folhas de pagamento míngua recursos da previdência social, e
faz da instituição madrasta dos aposentados e pensionistas. Se nem o salário mínimo tem recuperação do
valor real, muito menos os que contribuíram
com referência maior do que o mínimo, que sofrem reajustes com percentuais
inferiores que achatam o valor real de seus vencimentos e afetam o padrão de
vida a que fizeram jus, quando pagaram por muitos anos referências superiores,
com sacrifício de suas rendas.
O governo tão benevolente com as
classes sociais privilegiadas, os mais ricos, concentradores de mais de 75% da
renda nacional, desnacionaliza e entrega aos grupos econômicos internacionais
as riquezas do país, na privatização da exploração e distribuição do petróleo,
da entrega de pedágio nas estradas, da vista grossa na desnacionalização da
Amazônia e exploração da sua biodiversidade. A manutenção do fator
previdenciário, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, responsável
pelos prejuízos aos aposentados, continua mantido sem cerimônia pela facção política
que chegou ao poder em 2003, com propostas de combate a toda essa injustiça
social, e recuperação da soberania nacional.
No momento em que vemos tantas benesses
para empreiteiras e grupos estrangeiros para obras faraônicas nos Estádios de futebol,
muitas vezes com expulsão de populações carentes das áreas de construção,
percebemos que alguns que um dia tiveram posições revolucionárias contra tudo o
que hoje apoiam não passam de farsantes e oportunistas. As atitudes de uma época e outra era tentativa de chegar ao poder pelo poder, mas
suscetíveis à corrupção que a oportunidade oferece. As pompas das faustosas comitivas nas viagens
internacionais são desapropriadas para governantes de um país onde professores
ainda recebem um mínimo e meio desse subsalário que não cobre a quarta parte do
necessário.
As provas do esbanjamento, das despesas
perdulárias desses governantes, estão na
compra de um jato de 57 milhões de dólares pelo ex-presidente Lula, da Índia. Na época a Embraer fabricava aviões muito mais
baratos e que serviam às necessidades da presidência da república. Há chefes de governo do primeiro mundo que
preferem fretar aeronaves, como forma mais econômica do que o custo e a manutenção
de um luxo desses.
Esses governos têm sito tão cruéis com
a classe trabalhadora, e tão benevolentes com as classes dominantes, tanto para
os donos do capital, concentradores da riqueza, quanto para a classe política
perdulária no uso do erário público.
Sempre que abordamos o salário mínimo
vigente, voltamos a ver o quanto os menos remunerados pagam de um empréstimo
extorsivo e institucionalmente oculto diante do direito e das necessidades. Se a Constituição Federal determina e essas
necessidades exigem o salário mínimo de R$ 2.824,92, e os trabalhadores recebem
somente 24%, os governantes estão extorquindo 76% dos seus direitos. Nem um Eique
Batista paga essa percentagem de imposto. Pelo contrário, ele tem sido alvo das
grandes benesses e favores governamentais na concessão da exploração de nossas riquezas naturais.
Na verdade e na prática, nossos
governantes vêm praticando, ao contrário, a Lei Hobin Hood: rouba dos pobres para
dar aos ricos. Enquanto estes retêm 75%
da renda, a classe trabalhadora fica sem 76% do valor de seu trabalho. Grande e injusto desequilíbrio: quem produz,
fica com muito pouco; quem nada faz,
leva quase tudo.
DIEESE informa:
Cesta básica: preços
aumentam em 16 capitais
Em março, os preços
dos gêneros alimentícios essenciais continuaram em alta e subiram em
16 das 18 capitais
onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos –
realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As maiores
elevações foram
apuradas em Vitória (6,01%), Manaus (4,55%), e Salvador (4,08%). Retrações
ocorreram em duas
localidades, Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%).
No último mês, São
Paulo continuou a ser a capital onde se apurou o maior valor para a cesta
básica (R$ 336,26).
Depois aparecem Vitória (R$ 332,24), Manaus (R$ 328,49) e Belo Horizonte
(R$ 323,97). Os
menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 245,94), João Pessoa
(R$ 274,64) e Campo
Grande (R$ 276,44).
Com base no custo
apurado para a cesta de São Paulo, e levando em consideração a
determinação
constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para
suprir as
despesas de um
trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário,
higiene, transporte,
lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo
necessário. Em março
deste ano, o menor salário pago deveria ser R$ 2.824,92, ou seja, 4,17 vezes o
mínimo em vigor, de
R$ 678,00. Em fevereiro, o mínimo necessário era menor, equivalendo a R$
2.743,69 ou 4,05
vezes o piso vigente. Em março de 2012, o valor necessário para atender às
despesas de uma
família chegava a R$ 2.295,58, o que representava 3,69 vezes o mínimo de então
(R$ 622,00).
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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