Buscar remédio na Farmácia Municipal – Rua Major Felicíssimo –
requer tirar uma senha e entrar na fila. No atendimento, nem sempre existem todos
os remédios. E alguns dependem de fotocópia da receita médica. O paciente
recebe instruções para ir à Farmácia Popular, na Esquina da Praça 28 de
Setembro com Praça Tiradentes. Ali, os
remédios só podem ser entregues aos próprios pacientes, não a portadores. E nem todas as fotocópias são possíveis, porque
a copiadora tem limite de tamanho. O paciente é instruído a ir a uma copiadora
comercial de abrangência universal. E, logo depois, para buscar outros remédios
que dependeram de xeróx(fotocópia), é instruído a voltar à Farmácia Central.
Neste caso, paciente e portador estão
andando de um lado para o outro, tirando senha e enfrentando fila várias vezes.
E o sistema está funcionando ao contrário do programa de campanha do então
candidato Iran, agora prefeito.
Está escrito: “REMÉDIOS MAIS PERTO DO
PACIENTE – Com o controle da prefeitura, a distribuição dos remédios voltará a
ser feita nos postos de saúde, facilitando o acesso. Pois quem tem que andar é
a prefeitura e não o cidadão” – Paciente
e portadores são cidadãos(grifos nossos).
Estamos no fim do terceiro mês de
mandato.
Outro caso:
Nesta noite, um paciente dá entrada no
Hospital São João Batista semi-consciente, apresentando rosto inchado,
avermelhado, porque fora encontrado caído e desmaiado em casa, onde mora
sozinho, no Bairro de Lourdes.
Apresentava ligeiras escoriações, cabeça pendente para um lado, um braço
com movimento limitado que o médico de plantão julgava necessário passar por
exame de Raio-X. Ficou colocado em observação por cerca de uma
hora, recebendo soro. O quadro era para
internação, conforme a avaliação médica.
Mas, por falta de vaga naquela unidade hospitalar, recebeu alta
provisória para ser levado para casa, com a determinação de voltar na manhã
desta terça-feira, 26, a fim de realizar o exame.
Estas duas situações mostram que a
Saúde em Visconde do Rio Branco anda mal. Quem vai à Farmácia buscar remédio,
na maioria das vezes, são pessoas debilitadas fisicamente, por idade ou por
enfermidade. Colocar essas pessoas a
andar de um lado para outro, é um exercício físico inadequado que nada tem a
ver com as recomendações médicas. A
distribuição de remédio pode e dever feita sem burocracia e tanto vai-e-vem,
desde que haja organização interna competente, com quadro de funcionários
preparados para cada missão específica.
Se for difícil o controle de estoque,
com os remédios espalhados pelos vários postos, a população ficará servida se
tiver que se deslocar para um ponto central, de certa maneira equidistante dos
postos, desde que nesse ponto tenha a situação resolvida sem tanto deslocamento.
Por outro lado, um paciente com quadro
para ser internado, onde ficaria sendo observado pelos profissionais da
saúde(médicos e enfermeiras), ter que ser deixado por conta de parentes
despreparados para os cuidados do desenvolvimento da sua enfermidade é uma
situação desumana que força pessoas a passar noite em claro, sem preparo para
cuidar do paciente. Esta função cabe
àqueles profissionais instruídos para esse fim, e que obedecem a uma escala de
trabalho e descanso. É um serviço
público erroneamente transferido para particulares, sujeito a agravar a
situação clínica do enfermo por desvio de função. Seria necessário que cada família tivesse um médico
e um enfermeiro em casa para um procedimento desta natureza.
Essas situações de descaso com saúde
pública, seja no fornecimento de remédios, seja nos serviços hospitalares, são
inconcebíveis para uma administração responsável que cobra impostos
escorchantes da população e dispõe de verbas do Sistema Único de Saúde(SUS)
para atender o preceito constitucional de que “Saúde é um direito de todos”. Mandar paciente com necessidade de
internação para casa, e forçar via sacra para pessoas necessitadas de remédio foge
a qualquer padrão de responsabilidade para quem assume direção na vida pública.
Todos são responsáveis: Poder Executivo
– que teria de cumprir; Poder Legislativo – que teria de fiscalizar: e Poder
Judiciário – que teria de fazer cumprir a Lei, independe de ser provocado.
Do contrário, rasgue-se a Constituição
Federal, e vamos viver a Anarquia sem regras.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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