Drops Especial Consciência da Mata - junho 01
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CRIE ASAS
Paulo Timm, 68 – Economista, Prof. Universidade de Brasília, residente em Torres- www.paulotimm.com.br
No dia das mães abri meu Face e lá estava um post de um velho amigo, Renato Riella,Jornalista de Brasília, onde vivi uma vida, lembrando de um conselho de mãe – ““-Cuidado, formiga quando quer se perder cria asas! ”- que lhe guiou a vida inteira. Mas ele não o tomou como freio. Pelo contrário, como incentivo às próprias loucuras da vida que levou, das quais não se arrepende nadinha...Alguém, mais cuidadoso, diria que ele se esqueceu da mãe e entregou-se ao demônio. Caso perdido, pois assim é: O diabo quando quer fazer alguém perder-se, põe-no louco...
Essas prosaicas questões me vêem à cabeça, hoje, ao ler uma entrevista de um arquiteto - Benedito Abbud / Revista Prisma nº 47, maio de 2013- que tem passado a vida tratando das calçadas. Ia dizer “urbanas”, mas me detenho. Afinal, calçadas são sempre urbanas. Alguém já viu alguma calçada no meio do mato? Lá existem trilhas, caminhos naturais, veredas e passais. Tê-las-á visto nas estradas? Ora, salvo o calçadão entre Canela e Gramado, isso é muito difícil. As calçadas se confundem com a própria alma das cidades, conferindo-lhe, muitas vezes, não só urbana-idade, como distinção, aqui no duplo sentido, de nobreza e diferença. Uma cidade com calçadas é uma cidade civilizada. Uma cidade com calçadas não é apenas diferente, faz a diferença. Quem não reconhece Copacabana nas calçadas de desenho sinuosas, que tanto sugerem as curvas do mar e montanhas em volta, como das belas moças que por ali transitam?
Abbud em sua entrevista fala como são importantes as calçadas para as cidades. Elas configuram o espaço, delimitam direitos – bicicleta, por exemplo, não pode andar em calçada, nem skate – promovem a integração e civilidade, dois elementos fundamentais da vida comunitária. Lamenta o urbanista que no Brasil as Prefeituras desdenhem tanto deste item, deixando-o à mercê dos acontecimentos. E até acha que a legislação atual, que entrega aos proprietários de lotes frontais a responsabilidade pela conservação dos passeios, é a principal responsável pelo seu abandono. Quantos acidentes ocorrem diariamente por falta de calçadas e acessos adequados para deficientes?
“Isto porque a desarmonia e o caos de que falava acima têm a ver com o fato de que cada proprietário de um imóvel residencial, comercial ou industrial é quem decide de que forma será sua calçada, quais os materiais que utilizará nela, qual o tipo de vegetação que será – ou não – plantada ali, resultando numa cacofonia, numa grande poluição visual e, em geral, na falta de manutenção, em passeios esburacados, com pisos irregulares e degraus, dificultando a locomoção de pessoas com deficiência visual ou locomotiva, e também para idosos e mães com carrinhos de bebê, por exemplo.”
Propõe ele, pois, que as Prefeituras assumam essa responsabilidade de forma a elaborar projetos uniformes em materiais e design. E claro, constituam Departamentos de Paisagismo para tanto.
É provável que grande parte das municipalidades no Brasil não consiga fazer isto. Afinal, sequer têm um engenheiro e acreditam que um urbanista já seria um luxo. Aqui em Torres, entretanto, bem que poderíamos ir fazendo alguma coisa. Temos na Prefeitura local engenheiros, arquitetos, gente especializada da melhor qualidade. De resto, caso não os houvesse, para isto foram inventados os Cargos em Comissão. Para as necessidades da comunidade e não dos apetites partidários.
Enquanto setembro não vem e que as calçadas não chegam, entôo por todos os cantos meu Manifesto dos Sem Calçada, que lancei há algum tempo:http://www.paulotimm.com.br/ site/downloads/lib/pastaup/ Obras%20do%20Timm/ 120122084630MANIFESTOS-PRO- TORRES-POLO-CINAMA-MSC.pdf
E quando saio a caminhar lembro-me do meu amigo brasiliense para não tropeçar em buracos, obstáculos de todo tipo que vou encontrando, muitas vezes praticados pela cobiça da privatização injustificada, senão velada irresponsabilidade que inclina calçadas para melhor acesso às garagens. E digo a mim mesmo: Crie asas!Fique louco...!
Manifesto do Movimentos dos Sem Calçada – MSC
DE PRAÇAS E CALÇADAS EM TORRES
MSC - Movimento dos Sem Calçadas TODOS PELAS CALÇADAS
Leio com alegria a comunicação da
Prefeitura de que , desde dezembro, a
Praça XV de Novembro, no Centro
de Torres, passa por um processo de
revitalização . Consta que o trabalho
compreende a reforma dos bancos,
postes e lixeiras e substituição das
lâmpadas queimadas por novas. O
coreto existente na praça também
receberá uma atenção especial na
reforma, garantindo-se o belo estilo
original.
"O trabalho é realizado de forma
gradual e coordenada. Para
restauração dos 22 bancos, oito
postes, cinco lixeiras, coreto e
demais benfeitorias serão empregados recursos na ordem de cerca de R$ 17 mil.
Também será realizada a qualificação do paisagismo no entorno do coreto.
A praça data da década de 90, quando um grupo de comerciantes do entorno da praça se
reuniu e formou a Associação Comercial, Industrial e de Serviços Praça XV de
Novembro. Naquela época ficou decidida à construção de um coreto cuja arquitetura
lembrasse as obras do final do século XIX (1880 a1900), época da Luta pela
Proclamação da República. Após pesquisas, os integrantes da associação, optaram por
construir o coreto em madeira com detalhes em ferro, sendo escolhidas as cores branco
para o madeiramento e azul envelhecido pela técnica de patina com pincel seco para as
peças em ferro. As telhas são de barro, em modelo francês, lembrando o país que ditava
a moda arquitetônica da época." (ASCOM –TORRES)
Em boa hora decidiu-se a Prefeitura reformar a Praça XV. Ainda na semana passada, ali
sentado com amigos, lamentávamos o triste estado dos postes sem globos nem
lâmpadas, dos bancos e da sujeira do local mais central da cidade. Il suo cuore...Tomara
que animado, o Prefeito em exercício , comece a reformar, também, as outras Praças da
Calçadas bem projetadas e conservadas sào um direito
do pedestre, indispensáveis à sua segurança. Mas são,
também, fundamentais à paisagem urbana,
constituindo-se como símbolos de bairros e até cidades.cidade, todas em lamentável
estado de abandono. Tenho especial carinho pela Praça de
Igreja, agora com novo calçamento em volta, mas ainda com entulhos por toda aparte e
sem qualquer cuidado urbanístico. Quem sabe um passarinho de penas levemente
amareladas pouse na consciência das autoridades levando-lhes uma mensagem de
recuperação também desta Boa Praça?
Mas nem só de belas praças vive uma cidade, principalmente uma cidade turística,
como Torres. Faz-se mister também cuidar das ruas e calçadas. E das faixas de
segurança! Que ninguém respeita...
Detenho-me na questão das ruas.
A mais bela rua de Torres , por exemplo, bem poderia ficar isenta de pagamento de
IPTU, de forma a que seus moradores contribuíssem a preservá-la em sua beleza. Mas
qual a mais bela rua de Torres? Para mim, uma pequena travessa que trilho todo o dia,
em direção à Lagoa do Violão: a Rua 3 de maio. Só fico me perguntando que data terá
essa sido? Alguém me diz...?
E quanto às calçadas. Já é tempo de Torres se preocupar com elas. Mal feitas, à carência
de um projeto urbanístico com desenho e materiais sugeridos, Torres se embelezaria
muito se tivesse belas e seguras calçadas. Sequer há calçadas de acesso à Ponte do
Mampituba, pela qual passam diariamente centenas de pessos. Uma ponte, aliás, que
para ser mesmo uma "obra de arte", como se lhes denominava outrora, deveria
completar-se não só com as calçadas de acesso, como, também, uma ampla rótula de
distribuição dos veículos, placas de sinalização, canteiros. O que se vê, do lado de
Torres, é uma caricatura de acesso. Um horror! A do lado do Passo é muito mais segura
e distinta, embora modesta.
Voltando às calçadas: Em algumas capitais – São Paulo e Porto Alegre – já há um
movimento em defesa das calçadas que tem forçado às Municipalidades a endurecerem
o jogo com os moradores, responsáveis pela sua conservação. Penso até num
movimento, já que a democracia só funciona à base da pressão deles, o MOVIMENTO
DOS SEM CALÇADA, voltado “a luta pela existência de calçadas em Torres”. E já
tenho nosso Manifesto, que colhi do CREA Bahia. Ei-lo:
A calçada ideal é aquela que garante o caminhar livre, seguro e confortável de
todos os cidadãos. A calçada é o caminho que nos conduz ao lar. Ela é o lugar onde
transitam os pedestres na movimentada vida cotidiana. É por meio dela que as
pessoas chegam aos diversos pontos do bairro e da cidade. A calçada bem feita e
bem conservada valoriza acasa e o bairro. A calçada ideal deve oferecer:
Acessibilidade – assegurar a completa mobilidade dos usuários.
Largura adequada- deve atender às dimensões mínimas na faixa livre.
Fluidez- os pedestres devem conseguir andar a uma velocidade constante.
Continuidade – piso liso e antiderrapante, mesmo quando molhado, quase horizontal,
com declividade transversal para escoamento de águas pluviais de não mais de 3%. Não
devem existir obstáculos dentro do espaço livre ocupado pelos pedestres.Segurança- não
oferecer aos pedestres nenhum perigo de queda ou tropeço.
Espaço de socialização – deve oferecer espaços de encontro entre as pessoas para a
interação social na área pública.
Desenho da paisagem – propiciar climas agradáveis que contribuam para o conforto
visual do usuário.
Faça o download clicando no link do Guia Prático para a Construção de Calçadas,
elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da
Bahia CREA-BA :http://www.vsb.org.br/new/ index.php?c=18
COLUNA DO TIMM
Clique para abrir : http://www.paulotimm.com.br/ site/downloads/lib/pastaup/ DROPS/130530035408Drops_Maio_ 30_31-CORPUS_CHRISTI_Homilia_ laica_pela_confraternizacao_ mundial.pdf
CORPUS CHRISTI Homilia laica | ||
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