A maioria das pessoas independentes dos
grupos dominantes deseja educação de qualidade para toda a população. Sabem que
em uma sociedade educada e culta predominam a paz e a possibilidade de justiça.
Diante do desinteresse dos governantes
em relação a esse tema, há uma tendência latente de se fazer alguma coisa para
melhorar o quadro do analfabetismo e da ignorância reinante na população. Muita
gente sabe que aprender a ler e escrever pode ser resolvido com ações voluntárias
e fraternas de ajudar uns aos outros. Os cursos superiores exigidos hoje em dia
para o exercício do magistério é mais um entrave para quem pretenda cumprir a
nobre missão de ensinar.
Quantos doutores de hoje aprenderam
as primeiras letras com as professoras leigas da zona rural, para depois
seguirem os estudos nas séries mais “adiantadas”! E as normalistas da nossa Escola Normal que prepararam
tantos alunos, com profundos conhecimentos das matérias básicas de Português,
Matemática, Geografia, História, Física e Química e noções de Inglês, Francês,
Latim, Literatura, uns para prestar vestibular, outros para também se tornarem
professores. E eram gerações muito mais
bem capacitadas do que as atuais que chegam aos cursos superiores sem saber ler
e escrever um texto. Há momentos em que
juízes duvidam de alguns advogados terem passado por uma faculdade, tamanhos
são os erros de redação em algum ofício dirigido às “suas excelências”.
Diante dessas considerações, há os que
pensam em mobilizar as organizações sociais, os clubes, templos religiosos para
servirem de escolas nos dias ociosos, sem prejudicar suas atividades de rotina,
com a permissão dos respectivos responsáveis. Os voluntários trocarão experiências e
conhecimentos. Quem sabe alguma coisa
ensina a quem não sabe, em uma troca cognitiva saudável onde todos aprenderão
mais.
De acordo com o tempo de disponibilidade
dos imóveis liberados poderá se fazer a experiência da Escola em Tempo
Integral. A propósito, a Deputada
Estadual Juliana Brizola(RS), neta do falecido Leonel Brizola, fará o
lançamento da cartilha da Escola de Tempo Integral na Assembleia Legislativa do
Rio Grande do Sul no dia 17 de junho.
Será a expansão dos CIEPs criados por seu avô no Rio de Janeiro desde
1982, quando teve Darcy Ribeiro como Secretário da Educação. Foi o projeto educacional mais
avançado da América Latina, abortado pelos governantes contrários à instrução
popular. Servirá como diretriz para essa
experiência popular.
Aqui em Visconde do Rio Branco
tivemos promessa de campanha que incluía a Escola de Tempo Integral. Mas, se nem a escola convencional
recebe os investimentos necessários para equipamentos didáticos eficazes e
remuneração justa para os professores, sabemos que aquela promessa é mais uma
propaganda enganosa, a menos que o tempo nos desminta.
No Rio de Janeiro e em várias
capitais do país, o Crime Organizado substitui o Estado nas funções
assistencialistas. Em Visconde do Rio
Branco, e em muitos outros municípios, a sociedade sadia e livre poderá vir a
substituir os poderes convencionais nos cuidados com a educação pública.
Epiteto disse: "Não devemos acreditar na maioria que diz que apenas as pessoas
livres podem ser educadas, mas sim acreditar nos filósofos que dizem que só as
pessoas educadas são livres."
E "Só a educação
liberta."
Cresce o número de rio-branquenses que
acreditam e pensam assim. E desejam
sermos um povo livre. Afinal, temos fundamento histórico. Não é por acaso que a
cidade tem o nome do autor da Lei do Ventre, José Maria da Silva Paranhos, o
Visconde do Rio Branco. E a nossa Praça 28 de Setembro consagrar a data de
vigência dessa Lei de 1871, como também a dos Sexagenários,
de 1885, de Saraiva-Cotegipe.
A data e o nome do município tiveram a
afirmação da liberdade do que fora o desprezível Presídio de São João
Batista. E, em nossos dias, as parcelas
conscientes da sociedade querem o seu povo livre do domínio e dos grilhões de
alguns sobre todos.
Haverá de existir a escola da liberdade
ministrada pelas mentes voluntárias daqueles que dão um pouco de si para o bem
de todos.
(Franklin
Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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