Visconde do Rio Branco passa pelos
mesmos problemas de outros municípios do Brasil e da América Latina: a
concentração de renda e o domínio das oligarquias. São heranças do colonialismo
oriundo da Península Ibérica(Espanha e Portugal).
De certa maneira, os espanhóis, que se
apossaram das demais terras desta parte das Américas, tiveram menor crueldade
com os povos nativos. Na Bolívia, por exemplo, dois terços da população são
sobreviventes indígenas, dos quais um agora é seu presidente: Evo Morales. No Brasil, todos os rebeldes à escravidão
foram exterminados, como os negros dos quilombos e os silvícolas em geral. Os poucos que restam dos milhões que havia
são sobreviventes que conseguiram escapar da chacina.
A forma desumana do colonialismo
produziu uma cultura de domínio pela força do poder, ou pelo poder da força,
que atravessou a Monarquia, as variáveis da República e chega aos nossos dias
com semelhantes parâmetros de dependência.
Os despossuídos, a troco da sua força de trabalho, vivem em núcleos de “casas
populares” compulsoriamente, como os trabalhadores sob regime escravo se
abrigavam nas senzalas. Recebem menos de
um quarto do salário que seria necessário para construírem suas próprias casas
à sua imagem e a seu gosto, se pudessem comprar o material e escolher o lugar
para o abrigo de sua família, conforme suas conveniências e vontade. Tudo como resultado das desigualdades
sociais, na distribuição da renda que todos produzem e das propriedades
territoriais tomadas dos antigos habitantes naturais de antes do ano de 1.500.
Quando falamos em distribuição ou
concentração de renda, alguns ainda interpretam como utopia de comunista ou
socialista. Mas os países mais bem colocados na distribuição de renda são
capitalistas, como o Japão, 2ª maior economia do Mundo que oscila em 1º ou 2º
colocado, conforme a fonte. A exemplo,
há uma lista de 126 países, elaboradas pelo critério de Coeficiente
de Gini(uma medida
de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini), onde os 10 primeiros colocados são países
capitalistas e ex-componentes da antiga União Soviética. Pela ordem: Dinamarca,
Japão, Suécia, República Checa, Eslováquia, Noruega, Bósnia e Herzegovina,
Finlândia, Hungria e Ucrânia. Logo, nada
a ver com preconceitos ideológicos “comunismo ou capitalismo”. Estados Unidos
aparecem na posição 73; e o Brasil em 116º lugar. A fonte: Wikipédia.
Analistas consideram medidas compensatórias para amenizar as
desigualdades programas de Fernando Henrique Cardoso e continuados por Lula com
nomes diferentes conforme este parágrafo:
“Iniciado no governo FHC através de um conjunto de programas
(Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, o Auxílio Gás, Cartão Alimentação e o Auxílio
aos Idosos), conjunto que mais tarde foi chamado de Bolsa-Família no governo Lula”.
Secundo Wikipédia, o “ Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada)
demonstrou que a desigualdade entre os rendimentos dos trabalhadores
brasileiros (população economicamente ativa) caiu quase 7% entre o quarto
trimestre de 2002 e o primeiro de 2008. Nesse período, o Coeficiente
de Gini na
renda do trabalho, ou o intervalo entre a média dos 10% mais pobres da
população e a média dos 10% mais ricos, caiu de 0,543 para 0,505. "Para um país não ser primitivo, esse índice precisa
estar abaixo de 0,45", afirmou o presidente do Ipea, Márcio Pochmann,
em entrevista à BBC Brasil”
Desigualdade:
“Rousseau acreditava
que existiam dois tipos de desigualdade: a primeira, a desigualdade física ou
natural, que é estabelecida pela força física, pela idade, saúde e até mesmo a qualidade do espírito; e
a segunda, moral e política, que dependia de uma espécie de convenção e que era
autorizada e consentida pela maioria dos homens.
No livro Discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os homens, ele se preocupa em mostrar a
desigualdade moral e política, pois, para ele, é desnecessário se preocupar com
a origem da desigualdade natural e física, pois a resposta é essa: é natural, e
o que vem da natureza já está justificado. Também
fala que a desigualdade não pode ser estudada tendo como ponto de partida o momento
então da humanidade. Também diz que para estudar a desigualdade moral e
política, deve-se "ir até a essência do homem para julgar a sua condição
atual" e deve-se fazer, sem atribuir ao homem primitivo, atributos do
homem civilizado. Sem esse cuidado, a busca pela origem da desigualdade estaria
distorcida.”
Liberais
“Os liberais
acreditam que a desigualdade econômica é principalmente resultado de pouca
liberdade econômica. Alguns defendem que a desigualdade em si não é o problema,
e sim a existência da miséria. É preferido um país com maior desigualdade entre
as classes sociais mas com baixíssima miséria, do que um país menos desigual
com alto índice de miseráveis. A desigualdade econômica é um fato natural do
mercado e das diferenças entre as pessoas e o curso de suas vidas. Sendo, para
os liberais, a igualdade absoluta uma utopia, algo impraticável e até mesmo
indesejável.
Ludwig von Mises, economista defensor
do livre mercado, alega que o egoísmo e a
desigualdade levam ao desenvolvimento. Conforme ele, essa desigualdade foi de
enorme importância na História e por causa dessa desigualdade que foi produzida
a denominada "civilização ocidental moderna", que só poderia existir
em um lugar onde o ideal de igualdade de renda fosse muito fraco. A eliminação
da desigualdade, para Mises, destruiria qualquer economia de mercado”
Marxistas
“Karl Marx acreditava
que a miséria é utilizada como um instrumento pelas classes dominantes.
Acreditava também que a desigualdade é causada pela divisão de classes, dentre
aqueles que tem os meios de produção, chamados de burgueses,
e aqueles que contam apenas com sua força de trabalho para garantir sua
sobrevivência, chamados de proletários.
Marxistas alegam que
a desigualdade social é inevitavelmente produzida pelo capitalismo e
não poderá ser alterada sem uma modificação no sistema capitalista. Alegam que
os burgueses têm interesse em manter a desigualdade econômica, além de ser
muito útil para que os assalariados possam se esforçar cada vez mais,
principalmente em países desenvolvidos, fazendo com que trabalhem em um
trabalho mais desagradável e pesado, para que possam alcançar um nível de
consumo parecido com as classes altas, o que para os marxistas, é uma ilusão.
Conforme Karl Marx,
o socialismo seria uma forma de fazer uma luta contra as desigualdades.
Acreditava que o socialismo apenas estaria em um país por meio de uma revolução proletária e que seria a fase de
transição do capitalismo para o comunismo,
onde o comunismo que seria uma sociedade sem classes sociais em
que as riquezas seriam divididas ao povo e que todos iriam contribuir com a sua
força de trabalho.”
Anarquistas
“O Anarquismo defende
o fim de qualquer autoridade política, econômica e religiosa, ou seja, defende
uma sociedade baseada na liberdade total, mas responsável. Também defende a igualdade entre todas as
pessoas e o fim da propriedade privada, sendo assim uma forma de sair da
exploração capitalista.
Os principais
teóricos que influenciaram o anarquismo foram William Godwin,
que publicou em 1973 o seu livro Indagação relativa à justiça política, Pierre-Joseph Proudhon, que em 1840 publicou o
livro Que é a propriedade? e Max Stirner,
que publicou o livro O indivíduo e sua propriedade.”
(Fonte: Wikipédia)
Essas várias correntes de pensamento
ajudam na reflexão sobre as desigualdades sociais que são acentuadas e visíveis
nos menores municípios onde todos se conhecem. Por conseqüência do surgimento
de escolas de melhor nível e do intercâmbio de cultura e de informações entre
pessoas de diferentes origens, quando a população ultrapassa os 50 mil
habitantes, há uma tendência para crescer a consciência de libertação das
amarras do coronelismo e da perda relativa de seu domínio.
Mas há situações
atípicas, como no Maranhão onde o clã dos Sarney controla todo o estado, em
grande parte grilado por “seu” José Ribamar à medida que se aliava a todo tipo
de governo central, desde a sua militância na ultra direitista UDN.
Para conviver com o
Governo Jango adotou a luva de UDN Bossa Nova, com ares de ala esquerda. Depois
do Golpe tornou-se arenista e hoje seus familiares se encontram no PMDB(Sarney
e Roseana), e no PV(Zequinha), sempre abertos a qualquer flanco. O PMDB é uma
frente de grande leque.
Nos municípios do Brasil estão presentes
a favelização, a violência, o desemprego, os subsalários e o baixo poder de
compra. Os liberais se sentem à vontade para praticar a essência de seu
programa: a economia de mercado.
Controlam como querem a produção para fazerem oscilar os preços conforme
os lucros desejados.
O capitalismo tem suas variantes de
acordo com a mentalidade de cada povo. Nos países colonizados fazem as maiores diferenças
de renda que geram facilidade de domínio dos que têm mais sobre os que nada
têm. O mercado interno é fraco. As crises acompanham os ciclos do tempo. Nos países desenvolvidos sob um sentimento
pátrio, como uma grande família, as diferenças são menores, próximas da
igualdade, que proporcionam a todos participarem de um forte mercado interno e
acesso aos bens de consumo que proporcionam conforto, fartura e
felicidade. Praticamente não há
violência, nem exclusão. Desfrutam de
relativa estabilidade política, social e econômica.
O país é o conjunto dos municípios, o
todo das partes. Os problemas dos municípios são os problemas do país.
Se há um momento de despertar, ele tem
de partir de baixo para cima, a começar por erradicar a cultura colonialista,
na cabeça dos coronéis e suas estruturas explícitas e as ocultas, às vezes com
cabeça no exterior. Seria adquirir uma postura autóctone, como se esta mistura
de raças, etnias e culturas tivesse uma mesma origem, a partir da concepção de
liberdade do indivíduo para a coletividade.
“Quem sabe faz a hora”.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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