terça-feira, 21 de maio de 2013

Renda per capita de Visconde do Rio Branco dá para uma família receber R$ 2.892,47 e sobra mais do que isto para os cofres públicos




                   Os governantes deixam de pagar o Salário Mínimo Necessário aos trabalhadores porque não querem.  Município como Visconde do Rio Branco tem uma renda per capita mensal de R$ 1.271,75, conforme demonstra o IBGE, no Censo de 2010.

Até um recém nascido contribui para o PIB – Produto Interno Bruto, com o consumo de leite, fraudas e tudo o que lhe é peculiar. A família básica para o cálculo do salário mínimo constitucional é composta de dois adultos e duas crianças. Aqueles R$ 1.271,75 multiplicado por 4 rio-branquenses dá R$ 5.087,00.  A inflação acumulada de 2012 a abril de 2013 chegou aos 18,103%. Logo:  5.087 + 18,103% resulta no valor corrigido de  R$ 6.007,90. O  Salário Mínimo Necessário em abril de 2013 foi calculado em R$ 2.892,47.  Se subtrair esse salário da renda proporcionada pela família, sobram  R$ 3.115,43, equivalentes a 51,85% do quanto ela contribuiu para a riqueza do município. 

Lembramos sempre que a Inconfidência Mineira explodiu por causa de 20% da rapinagem governamental sobre a produção dos súditos de Sua Majestade. Eram os “quintos dos infernos”.  Agora, em plena democracia republicana presidencialista, teoricamente “o governo do povo, pelo povo e para o povo”, a extorsão do trabalho leva mais da metade do que cada um produz e parece que estamos no melhor dos mundos, no circo dos estádios de futebol e no pão das bolsas e do vale tudo.

Quando fazemos o cálculo pelo pib per capita do país, a diferença é muito maior.

Ainda há quem pergunte o que é PIB – Produto Interno Bruto de um município, estado ou do Brasil; e o que quer dizer pib per capita.  Não custa dizer o PIB é a soma de todas as riquezas produzidas em cada uma das divisões políticas do país, ou no seu todo. E que a renda per capita é a divisão do PIB pelo número de habitantes.

Se do povo fosse retirada essa parcela de mais da metade da sua produção, a elevada sobra bastaria para manter as máquinas administrativas nas três esferas de poder.  E todos ainda gozariam de um nível de vida razoavelmente compatível com a dignidade humana.

 A coisa é, porém,  mais grave: > a grande massa que vive do salário mínimo vigente R$ 678,00 sofre um confisco superior a três quartos de seus direitos, ultrapassa os 75%.  E ainda paga todos os outros impostos que fazem do Brasil o país de maior carga tributária da América Latina.

A Argentina aparece em segundo lugar, com carga tributária equivalente a 29% do PIB. No Uruguai, esse percentual é de 24%, no Chile, de 21%, no Peru, de 17%, e no México, de 12%.

Em último na relação vem o Haiti, com carga tributária correspondente a 10% do PIB.  Esses dados são da CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.

         É vergonhoso esse quadro deprimente, quando o Haiti, país que está renascendo das cinzas, tem a carga tributária de apenas 10%, a mais baixa do bloco.

         Se cada município gera tanta riqueza, e o país dispõe de tantos valores naturais, no subsolo e na flora, os aviltantes salários e os extorsivos impostos são destinados ao enriquecimento rápido, ilícito e imoral dos governantes e seus protegidos, verdadeiras aves de rapina, não raro aliados ao crime organizado e aos grupos internacionais nas privatizações predatórias.  Bens que deveriam destinar-se à educação de qualidade, à valorização do trabalho honesto, vão engordar os superávits primários para alimentar a ciranda financeira, na agiotagem internacional e nacional dos investimentos especulativos que nada produzem, e sugam o sangue e suor da classe trabalhadora com os juros recebidos sem nada produzirem.

         Há municípios com renda per capita inferior a Visconde do Rio Branco. Mas há muitos outros que geram riquezas maiores.  Por isto, a média nacional dá para a população viver bem, com educação e fartura, se não saísse pelo ralo da corrupção o produto da força de trabalho para os 10% mais ricos que ficam com 75% de toda a renda.  Entre esses está a classe política, os financiadores de campanha(inclusive setores do crime organizado), as empreiteiras das licitações fraudulentas, os coringas da mídia convencional, os grupos internacionais, às vezes disfarçados em instituições filantrópicas.  Os setores do crime organizado exercem papel preponderante na abertura de espaços em seus  domínios nas “comunidades”, para a entrada de grupos políticos nem sempre benquistos naqueles redutos sociais. Daí, vem uma relação de troca transformada em promiscuidade.

         Visconde do Rio Branco vive esse clima, com seus 37.942 habitantes, de acordo com o Censo de 2010, que devem passar de 38.000. Seu povo vive a injustiça histórica, desde que os “desbravadores” apareceram por esta área explorando e violentando os seus habitantes naturais até sua extinção, desde a troca de poaia por cachaça na má fé dos invasores contra a inocência dos nativos que viviam em torno do Rio Chopotó dos Coroados, e do Rio Bagre,vindo de Guiricema para a confluência na Barra de Guiricema, próximo à divisa com Guidoval.

          O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – conta essa história:

         Os primeiros habitantes do território riobranquense foram os indígenas Croatos, Cropós e Puris, procedentes do litoral fluminense, das baixadas dos Campos dos Goitacases, onde recebiam a denominação de Goitacás.

Esses índios, após a confederação dos Tamoios, nos fins do século XVIII, se viram pressionados por tribos inimigas e obrigados a deixar suas aldeias primitivas e partirem em busca de novas terras, ricas em caça, pesca e frutas, distante de selvagens agressivos. O caminho mais fácil e acessível para a fuga foi o curso a margem do Rio Paraíba do Sul e seus afluentes, os rios Pomba e Muriaé. Em seguidas migrações, subiram por esses rios vindo atingir as margens superiores dos rios Xopotó e Bagres, onde passaram a habitar, dando, assim, origem ao aparecimento de localidade, que paralela ou sucessivamente, foi denominada Xopotó dos Coroados, Aldeamento do Presídio, Aldeia do Presídio, Presídio, São João Batista do Presídio, Presídio, Visconde do Rio Branco, Rio Branco, Paranhos e, finalmente Visconde do Rio Branco.

Ainda no fins do século XVIII os Croatos receberam os cuidados do Missionário Padre Francisco da Silva Campos e do civilizador Guido Thomaz Marliere. Em 1730, as Autoridades da Capitania tomavam medidas com o fim de conquistar esses indígenas. Coube, no entanto, ao Padre Ângelo da Silva Pessanha o mérito de iniciador da tarefa de civilizar os Croatos, tendo conseguido fazer cessar as ferozes lutas que eram travadas contra os brancos devastadores. Não resistiram, porém, por muito tempo o contato com o pretenso civilizador e extinguiram-se como tribos na década setenta do século XIX.

Origem do Topônimo
O atual nome Visconde do Rio Branco foi dado ao município em homenagem ao grande estadista José Maria da Silva Paranhos(o Visconde do Rio Branco). Desde o final do século XVIII até o ano de 1945, teve o município diversas denominações, o que sempre motivou equívocos e aborrecimentos lamentáveis. O primeiro nome dado por ocasião do desbravamento da região, no final do século XVIII, foi o de Zona do Rio Xopotó dos Coroados, por ser a região habitada pelos índios Croatos ou Coroados. Posteriormente, teve o de Aldeia do Xopotó e no início do século XIX eram território e povoação, denominados Presídio de São João Batista ou São João Batista do Presídio, por ter sido o local escolhido pela Capitania para a localização de presos políticos ou comuns; funcionava como presídio aberto, tendo a cercá-lo densas florestas. Mais tarde, prevalecendo a lei do menor esforço, foi a expressão reduzida para Arraial do Presídio e depois simplesmente Presídio. Ao receber foros de cidade, a Vila passou a denominar-se Visconde do Rio Branco, depois Rio Branco e em 1943, recebeu o topônimo de Paranhos, tendo finalmente, em 1945 restabelecido o nome de Visconde do Rio Branco.

O distrito foi criado em 24/07/1810 pela Lei provincial de n° 21 e o município em 16 de março de 1839 pela Lei provincial de nº 134, com a denominação de São João Batista do Presídio, com sede no povoado de mesmo nome. Foi, no entanto, suprimido pela Lei provincial nº 654, de 17 de junho de 1853, passando a pertencer à povoação de São Januário de Ubá(Atual Ubá), para onde a sede foi transferida. O município foi restaurado pela Lei 1 573, de 22 julho de 1868, para ser novamente extinto pela Lei provincial nº 1 755, de 30 de março de 1871. Restabeleceu-o com território desmembrado do de Ubá, a Lei provincial n° 2 785, de 22 de setembro de 1 881, ocorrendo a reinstalação em 22 de Setembro de 1 882. Pelo disposto na Lei provincial nº 2 955, de 19 de Outubro de 1882, a sede do município recebeu foros de cidade, sob a designação de Visconde do Rio Branco.

Gentílico: Riobranquense.
Situado na Microrregião de Ubá, na Mesorregião da Zona da Mata, com área de 240,5 Km2, limita-se com os municípios de Divinésia, Guidoval, Guiricema, Paula Cândido, São Geraldo e Ubá.
Fonte: Informações Básicas(IBGE)

Autor do Histórico: JOSÉ ANTÔNIO FELIPPE

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

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