Os governantes deixam
de pagar o Salário Mínimo Necessário aos trabalhadores porque não querem. Município como Visconde do Rio Branco tem uma
renda per capita mensal de R$ 1.271,75, conforme
demonstra o IBGE, no Censo de 2010.
Até um recém nascido contribui para o PIB – Produto Interno
Bruto, com o consumo de leite, fraudas e tudo o que lhe é peculiar. A família
básica para o cálculo do salário mínimo constitucional é composta de dois
adultos e duas crianças. Aqueles R$ 1.271,75 multiplicado por 4 rio-branquenses
dá R$ 5.087,00. A inflação acumulada de
2012 a abril de 2013 chegou aos 18,103%. Logo:
5.087 + 18,103% resulta no valor corrigido de R$ 6.007,90. O Salário Mínimo Necessário em abril de 2013 foi calculado em R$ 2.892,47. Se subtrair esse salário da renda proporcionada
pela família, sobram R$ 3.115,43, equivalentes
a 51,85% do quanto ela contribuiu para a riqueza do município.
Lembramos sempre que a Inconfidência Mineira explodiu
por causa de 20% da rapinagem governamental sobre a produção dos súditos de Sua
Majestade. Eram os “quintos dos infernos”.
Agora, em plena democracia republicana presidencialista, teoricamente “o
governo do povo, pelo povo e para o povo”, a extorsão do trabalho leva mais da
metade do que cada um produz e parece que estamos no melhor dos mundos, no
circo dos estádios de futebol e no pão das bolsas e do vale tudo.
Quando fazemos o cálculo pelo pib per capita do país,
a diferença é muito maior.
Ainda há quem pergunte o que é PIB – Produto Interno
Bruto de um município, estado ou do Brasil; e o que quer dizer pib per
capita. Não custa dizer o PIB é a soma
de todas as riquezas produzidas em cada uma das divisões políticas do país, ou
no seu todo. E que a renda per capita é a divisão do PIB pelo número de
habitantes.
Se do povo fosse retirada essa parcela de mais da metade
da sua produção, a elevada sobra bastaria para manter as máquinas
administrativas nas três esferas de poder.
E todos ainda gozariam de um nível de vida razoavelmente compatível com
a dignidade humana.
A coisa é,
porém, mais grave: > a grande massa
que vive do salário mínimo vigente R$ 678,00 sofre um confisco superior a três
quartos de seus direitos, ultrapassa os 75%.
E ainda paga todos os outros impostos que fazem do Brasil o país de
maior carga tributária da América Latina.
A Argentina aparece em
segundo lugar, com carga tributária equivalente a 29% do PIB. No Uruguai, esse
percentual é de 24%, no Chile, de 21%, no Peru, de 17%, e no México, de 12%.
Em último na relação vem o Haiti, com carga tributária
correspondente a 10% do PIB. Esses dados
são da CEPAL - Comissão Econômica
para a América Latina e o Caribe.
É vergonhoso esse quadro
deprimente, quando o Haiti, país que está renascendo das cinzas, tem a carga
tributária de apenas 10%, a mais baixa do bloco.
Se cada município gera
tanta riqueza, e o país dispõe de tantos valores naturais, no subsolo e na
flora, os aviltantes salários e os extorsivos impostos são destinados ao
enriquecimento rápido, ilícito e imoral dos governantes e seus protegidos, verdadeiras
aves de rapina, não raro aliados ao crime organizado e aos grupos
internacionais nas privatizações predatórias.
Bens que deveriam destinar-se à educação de qualidade, à valorização do
trabalho honesto, vão engordar os superávits primários para alimentar a ciranda
financeira, na agiotagem internacional e nacional dos investimentos
especulativos que nada produzem, e sugam o sangue e suor da classe
trabalhadora com os juros recebidos sem nada produzirem.
Há municípios com renda
per capita inferior a Visconde do Rio Branco. Mas há muitos outros que geram
riquezas maiores. Por isto, a média
nacional dá para a população viver bem, com educação e fartura, se não saísse pelo
ralo da corrupção o produto da força de trabalho para os 10% mais ricos que
ficam com 75% de toda a renda. Entre
esses está a classe política, os financiadores de campanha(inclusive setores do
crime organizado), as empreiteiras das licitações fraudulentas, os coringas da
mídia convencional, os grupos internacionais, às vezes disfarçados em
instituições filantrópicas. Os setores
do crime organizado exercem papel preponderante na abertura de espaços em seus domínios nas “comunidades”, para a entrada de grupos políticos nem sempre
benquistos naqueles redutos sociais. Daí, vem uma relação de troca transformada
em promiscuidade.
Visconde do Rio Branco
vive esse clima, com seus 37.942 habitantes, de acordo com o Censo de 2010, que
devem passar de 38.000. Seu povo vive a injustiça histórica, desde que os “desbravadores”
apareceram por esta área explorando e violentando os seus habitantes naturais
até sua extinção, desde a troca de poaia por cachaça na má fé dos invasores
contra a inocência dos nativos que viviam em torno do Rio Chopotó dos Coroados,
e do Rio Bagre,vindo de Guiricema para a confluência na Barra de Guiricema,
próximo à divisa com Guidoval.
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – conta essa história:
Os primeiros
habitantes do território riobranquense foram os indígenas Croatos, Cropós e
Puris, procedentes do litoral fluminense, das baixadas dos Campos dos
Goitacases, onde recebiam a denominação de Goitacás.
Esses índios, após
a confederação dos Tamoios, nos fins do século XVIII, se viram pressionados por
tribos inimigas e obrigados a deixar suas aldeias primitivas e partirem em
busca de novas terras, ricas em caça, pesca e frutas, distante de selvagens
agressivos. O caminho mais fácil e acessível para a fuga foi o curso a margem
do Rio Paraíba do Sul e seus afluentes, os rios Pomba e Muriaé. Em seguidas
migrações, subiram por esses rios vindo atingir as margens superiores dos rios
Xopotó e Bagres, onde passaram a habitar, dando, assim, origem ao aparecimento
de localidade, que paralela ou sucessivamente, foi denominada Xopotó dos
Coroados, Aldeamento do Presídio, Aldeia do Presídio, Presídio, São João
Batista do Presídio, Presídio, Visconde do Rio Branco, Rio Branco, Paranhos e,
finalmente Visconde do Rio Branco.
Ainda no fins do
século XVIII os Croatos receberam os cuidados do Missionário Padre Francisco da
Silva Campos e do civilizador Guido Thomaz Marliere. Em 1730, as Autoridades da
Capitania tomavam medidas com o fim de conquistar esses indígenas. Coube, no
entanto, ao Padre Ângelo da Silva Pessanha o mérito de iniciador da tarefa de
civilizar os Croatos, tendo conseguido fazer cessar as ferozes lutas que eram
travadas contra os brancos devastadores. Não resistiram, porém, por muito tempo
o contato com o pretenso civilizador e extinguiram-se como tribos na década
setenta do século XIX.
Origem do Topônimo
O atual nome
Visconde do Rio Branco foi dado ao município em homenagem ao grande estadista
José Maria da Silva Paranhos(o Visconde do Rio Branco). Desde o final do século
XVIII até o ano de 1945, teve o município diversas denominações, o que sempre
motivou equívocos e aborrecimentos lamentáveis. O primeiro nome dado por
ocasião do desbravamento da região, no final do século XVIII, foi o de Zona do
Rio Xopotó dos Coroados, por ser a região habitada pelos índios Croatos ou
Coroados. Posteriormente, teve o de Aldeia do Xopotó e no início do século XIX
eram território e povoação, denominados Presídio de São João Batista ou São
João Batista do Presídio, por ter sido o local escolhido pela Capitania para a
localização de presos políticos ou comuns; funcionava como presídio aberto,
tendo a cercá-lo densas florestas. Mais tarde, prevalecendo a lei do menor
esforço, foi a expressão reduzida para Arraial do Presídio e depois
simplesmente Presídio. Ao receber foros de cidade, a Vila passou a denominar-se
Visconde do Rio Branco, depois Rio Branco e em 1943, recebeu o topônimo de
Paranhos, tendo finalmente, em 1945 restabelecido o nome de Visconde do Rio
Branco.
O distrito foi
criado em 24/07/1810 pela Lei provincial de n° 21 e o município em 16 de março
de 1839 pela Lei provincial de nº 134, com a denominação de São João Batista do
Presídio, com sede no povoado de mesmo nome. Foi, no entanto, suprimido pela
Lei provincial nº 654, de 17 de junho de 1853, passando a pertencer à povoação
de São Januário de Ubá(Atual Ubá), para onde a sede foi transferida. O
município foi restaurado pela Lei 1 573, de 22 julho de 1868, para ser novamente
extinto pela Lei provincial nº 1 755, de 30 de março de 1871. Restabeleceu-o
com território desmembrado do de Ubá, a Lei provincial n° 2 785, de 22 de
setembro de 1 881, ocorrendo a reinstalação em 22 de Setembro de 1 882. Pelo
disposto na Lei provincial nº 2 955, de 19 de Outubro de 1882, a sede do
município recebeu foros de cidade, sob a designação de Visconde do Rio Branco.
Gentílico:
Riobranquense.
Situado na
Microrregião de Ubá, na Mesorregião da Zona da Mata, com área de 240,5 Km2,
limita-se com os municípios de Divinésia, Guidoval, Guiricema, Paula Cândido,
São Geraldo e Ubá.
Fonte: Informações
Básicas(IBGE)
Autor
do Histórico: JOSÉ ANTÔNIO FELIPPE
(Franklin
Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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