terça-feira, 12 de março de 2013

EDUCAÇÃO - Sayonara(QUARAÍ-RS) - Lendas Africanas








KUSAKA

     São trabalhos com finalidades diversas, temos kusaka(ebós) de saúde, prosperidade, egum, para desmanchar trabalhos de magia e etc...
     Os ebós (kussaka) devem ser executados por pessoas qualificadas, porém existem alguns que podem ser feitos pela própria pessoa, como este abaixo, que é para perdir tudo(para o bem).

Ingredientes:
Uma travessa de louça branca                                                                
Arroz cru
Três maçãs
Açúcar
mel
Três pedidos (escritos de lápis)
Vela branca de 7 dias


Como fazer:
Encher a travessa com arroz crú
Fazer um buraco em cada talo das maçãs
Colocar um pedido dentro de cada buraco feito na maçã
Encher os buracos das maçãs com açúcar
Colocar as maçãs na travessa em cima do arroz (uma em cada ponta e a outra no meio)
Regar tudo com mel
Acender a Vela


       Você pode colocar em uma cachoeira ou deixar por 7 dias em sua própria casa, esse trabalho deve ser feito no sábado e o irmão   deverá dirigir seus pedidos a Dandalunda (Inkisi Deusa do ouro e do amor). Lendas Africanas





Kijingu (cargos)

Tat'etu ou Mam'etu Nkisi - Responsável total pelo barracão. Sua palavra é a última a ser dada. Manda e desmanda.Tat'etu ou Mam'etu Ndenge - Segunda pessoa dentro do barracão. É o braço direito do(a) zelador(a).
Na ausência deste é aquele que abre o toque no barracão.
Tata Kinsaba - responsável das ervas. Colher, macerar e preparar banhos,escolher ervas que vão nas decisas do filho,                                                  informar ao zelador que erva utilizar para determinada situação, etc..Kixika ia ngoma ou Tata Muxiki - Responsável pelos tocadores e pelas cantigas.
Os demais tocadores são subordinados a ele.
Os ngomas tb são de sua responsabilidade. Mantê-los limpos, esticados e bem tratados.
Tata Poko ou Kivonda - Responsável pelos cortes e também pela escolha dos animais.Kota Nvanji ou Mam'etu Kusasa - Prepara o iniciado do começo a fim da feitura e demais obrigações.
Ensina a rezar, cantar, dançar, se posicionar dentro do barracão.
Kalungombe ou Tata Numbi - cuida exclusivamente dos Yombes (Mvumbi). Corta, limpa, trata,...
Não pode colocar as mãos em obrigações de Jinkisi.
Kambondu Mabaia - Responsável pelo barracão. Como se fosse um relações públicas.
Observa o andamento do toque, recebe as visitas, ou seja, faz as honras da casa.
Kota Rifula, Nlambi Nkisi ou Mametu Mukamba - Cozinheira do makudia dos Jinkisi.
Prepara as comidas, sakulupemba, temperos.
Tudo o que se refere à cozinha de Inkisi é responsabilidade desta pessoa.
Makota - responsável pelas vestimentas do(a) zelador(a), dos Jinkisi, dançar com eles,                                                                                                     cuidar de tudo que se relacione ao toque, tanto com o zelador quanto ao Nkisi.Tata Utala ou Tata Gongá - pai do altar.Tata Mujungum - Responsável pelo zelo da casa de Pambu Njila. Kota - iniciados com mais de 7 anos.Kutala - herdeiro da casa.Hongolo Matona - Responsável pelas pinturas corporais.Maganza - Título alcançado após a tirada do Migui .Muzenza - Termo que designa a pessoa na última fase de iniciação .Abaô - já passou por algumas obrigações, mas ainda não foi feito.


Símbolo Bantu

       O ser humano, em qualquer estágio de sua evolução, sempre necessitou de símbolos para demonstrar aquilo que é impalpável. Assim foram surgindo os símbolos de mando, de poder, de ascensão social, os religiosos e muitos outros.
       Os símbolos são indispensáveis a todas as atividades humanas, “servem para expressar a experiência, dar sentido à vida e compreender muitas verdades”.
      Não diferindo de qualquer outro povo, os bantus tem sua cultura e religião calcadas no simbolismo.
      Vejamos alguns de seus símbolos, quer sejam religiosos ou não, de vez que explicam a vida:
homem (especialmente o casado) – simboliza o sol porque é aquele que fecunda; mulher – simboliza a lua e a terra que é fecundada pelo sol; iniciação – simboliza a morte e a ressurreição; elefante – simboliza a realeza; tartaruga – simboliza a sabedoria, por sua longevidade; pantera – simboliza a nobreza; aranha – simboliza a prudência, trabalho, criação; serpente – simboliza a astúcia e a rapidez; fogo – simboliza a força, virilidade, riqueza; água – simboliza a purificação, cura, benção, fecundidade e germinação; vermelho – simboliza o sangue, vida, guerra, coragem, realeza; branco – simboliza os antepassados, inocência, vida triunfante sobre a morte, alegria; preto – simboliza o mistério, o caos, a morte; estatuetas – simbolizam os ancestrais, divindades; bastões, pulseiras, braceletes – simbolizam posição de mando, posição social ou religiosa;pedras e relíquias várias – simbolizam divindades, entes sobrenaturais; lufada de vento quente ao meio do dia – feitiço.









LENDA DE KITEMBU

     Houve uma época em que as diembu bantu (tribos bantu)  sofriam com a morte, principalmente de crianças e as mulheres com hemorragia não conseguiam parir.
     O Sobá (rei) então procurou o Nganga ia Ngombo (adivinho) e sugeriu que fizesse uma consulta através do minenge ia ngombo (cesto da adivinhação), para saber o motivo daquele sofrimento
     Nganga então obteve a resposta, as tribos bantu estavam sendo atacadas por Mgungula(espíritos trevosos) e que deveriam prestar culto ao Nkisi Kitembu (Nkisi da vida e da evolução), para que a vida voltasse ao seu ciclo natural.
     O Sobá imediatamente reuniu todas as tribos bantu e fizeram grande oferenda ao Nkisi Kitembu e da terra brotou um pó branco "PEMBA" que até hoje podemos ver em barrancos.
    PEMBA é o espírito do grande pai de todas as tribos bantu "Nkulu a Lunga" e esfregaram ao corpo aquele pó branco ficando livre de qualquer maldade.
    Assim, o povo bantu cresceu por toda a África e em homenagem ao Nkisi Kitembu levantaram um mastro bem alto com uma bandeira branca  na ponta simbolizando "PEMBA" que quando balança com o vento, mostra a direção que o povo bantu deve seguir para não ter sofrimento.
    Kitembu é simbolizado por uma grelha (suplício, sofrimento),  uma escada (crescimento, evolução) uma seta que aponta o duilo (fazendo uma ligação entre o céu e a terra), um ancinho,  instrumento agrícola próprio para juntar palhas (restos do suplício humano)  e cabaça (masculino e feminino, como conta a criação).



LENDA DE NDANDA LUNDA

        Era uma vez uma viúva que nunca amou.  Ela casou sem conhecer o noivo, e ele logo morreu.  Ela ficava triste quando se falava em amor.  
        Um dia ela conheceu um homem que se dizia apaixonado.  Ela também gostou dele. Cada dia gostava mais.  Ele era muito alto, com pernas e braços enormes,  mas a cada dia que passava ele diminuía.  Até que virou um anãozinho. Continuou diminuindo e a mulher o guardava no seio. Por fim ele diminuiu tanto que desapareceu.
       A mulher sentiu muito, chorava dia e noite. Passado algum tempo ela conheceu outro homem, desta vez pequenino.  Ela começou a gostar dele, e ele começou a crescer. Quanto mais ela o amava, mais ele crescia.   Finalmente ele cresceu tanto que não passava na porta. Eles passaram a se encontrar do lado de fora.
      Ele continuou crescendo, tanto que ela sentava na palma da sua mão. Era um amor diferente, porque ela havia sido encantada por ele, que era o rei dos encantados. Ele colou as pernas dela e fez meio corpo de peixe, da cintura para baixo.  Cobriu o corpo dela de escamas prateadas, e pintou-lhe os cabelos dourado.   Em seguida levou-a à praia, chamou os peixes e apresentou-a como Kisimbi  (outro nome de Ndanda Lunda), a rainha das águas,  e entregou-a aos peixes, que a levaram em procissão.


LENDA DE NZAZI

            Nzazi era muito voluntarioso e mantinha a ordem no seu reino pela violência. O povo não gostava disso.
       Com as visitas de Lemba os conselhos que ele dava, Nzazi ficou menos violento. O reino prosperou muito. Nzazi tinha em seu reino muitos cavalos e carneiros,  que eram a sua predileção. Um dia ele saiu com seus homens para conquistar novas terras, e na sua ausência os carneiros foram roubados, e os que restaram foram mortos.
Sabendo do ocorrido Nzazi voltou correndo, mas só escapou um casal de carneiros. Ele os levou para o reino de Lemba, no céu (duilo),e pediu-lhe que cuidasse deles, e partiu atrás dos ladrões.  Nzazi passou muito tempo procurando os ladrões,  e chegou ao alto de uma montanha que cuspia fogo, onde encontrou Uiangongo, aquele que tinha o poder do fogo. Este lhe deu um pó mágico para combater os ladrões, quando os encontrasse.   Passado algum tempo Nzazi achou os ladrões de seus carneiros, e lançou sobre eles o pó mágico. Este se transformava em lava incandescente, e acabou com todos os bandidos.   Acontece que enquanto Nzazi procurava os ladrões, às vezes ele ouvia um ruído vindo do céu, "kabrum, kabrum"...   A cada dia o ruído era maior e mais freqüente.  Após acabar com os ladrões Nzazi foi ao reino de Lemba para pegar seus dois carneiros de volta. Chegando lá, Lemba explicou que devido à demora de Nzazi os carneiros haviam procriado e se multiplicado, e que o barulho dos chifres deles  lutando uns com os outros se ouvia em toda parte , "kabrum, kabrum".   Nzazi levou os carneiros de volta, mas Lemba explicou que eles não mais poderiam ser comidos, pois haviam sido criados no céu.  Nzazi concordou, e deu a Lemba um casal de carneiros como presente.  Por isso até hoje escutamos ruídos vindos do céu, "kabrum, kabrum". De volta ao seu reino Nzazi explicou ao povo que aquele animal agora era sagrado e não poderia mais ser comido.  Contou suas aventuras em busca dos ladrões, mas como muitas pessoas  se interessaram pelo pó mágico ele, com medo de ser roubado,  resolveu guardá-lo em lugar seguro, e engoliu o pó.  A partir desse dia começou a soltar fogo pela boca, e queimou todo o reino  com pedras incandescentes. Teve que se isolar, pois se ficasse zangado  começava a cuspir fogo. Só aparecia quando o povo estava em perigo e o chamava.  Ele então arrasava os exércitos inimigos com suas pedras
incandescentes.

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