Faz algum tempo que a demolição das três
casas da Rua Floriano Peixoto tiveram a demolição embargada pela justiça por
estarem inventariadas para fins de tombamento pelo Patrimônio Histórico
Municipal. O embargo foi determinado
pela Promotoria Pública desta Comarca.
Na ocasião, o
rio-branquense Marco Aurélio Carone, residente em Belo Horizonte, disse que
iria entrar com ação junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e
Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG, para instituir como Sítio Arquitetônico
os prédios do atual Conservatório Estadual de Música, das casas que pertenceram
ao ex-prefeito Júlio Carone, ao Sr. Chicre Amin e à cantora Mariazinha que
foram construídos por seu avô e seu bisavô.
O Conservatório fica na Rua Raul Soares – Morro da Escola. E as três casas
na Floriano Peixoto – Morro do Cemitério.
À época das construções, os quatro imóveis ocupavam uma área contínua da
família Carone, com o tempo desmembrada, conforme a venda das casas para
terceiros.
Conservatório Estadual de Música. Rua Raul Soares. Imagem: Isah Baptista
Casa do Sr.Chicre Amin. Rua Floriano Peixoto. Imagem: Isah Baptista
Casas da Mariazinha. Rua Floriano Peixoto. Imagem: Isah Baptista
À esquerda, as três casas demolidas. Imagem: Isah Baptista
Marco Aurélio tinha
afinidade com o Sr. Chicre Amin, de quem é afilhado e os pais, consequetemente,
compadres. Além da afetividade, para ele os imóveis
representavam muito da memória histórica de Visconde do Rio Branco.
Em 14 de novembro de 2012,
divulgamos correspondência de Marco Aurélio que dizia:
“Em relação à paralisação das
obras do prédio que seria construído no local onde
foram demolidas as residências integrantes do sítio arquitetônico do
Conservatório de Música, informo que tal fato prende-se à eficiente
e desassombrada iniciativa do Ministério Publico de
Visconde do Rio Branco, após representação que fiz perante a Promotoria
Especializada na Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico de
Minas Gerais, aqui em BH. Venho acompanhando semanalmente através de
meu advogado a tramitação do inquérito instaurado e posso afirmar que
a gravidade da agressão e do crime praticado foram tamanhas que independente
das questões criminais o valor da penalidade pecuniária a ser
imposta aos autores pode superar em muito o lucro
que pretendiam aferir. Sem dizer que caso ainda pretendam construir
algo no local, nos termos da lei a altura da edificação está condicionada a não
atrapalhar sob qualquer ângulo a visão da fachada
do prédio do conservatório assim como chocar-se com sua
arquitetura. Extra oficialmente tenho conhecimento que os empreendedores
estariam tentando adaptar o projeto arquitetônico a estas e
outras condicionantes. No campo político sabe-se que o atual prefeito deixa
para o próximo prefeito o impedimento de autorizar a execução
das obras pois estaria beneficiando-se na condição de prefeito do crime
praticado por ser sócio do empreendimento. A punição pecuniária a
ser imposta irá para um fundo administrado pelo MP para ser aplicado na
restauração ou manutenção de outros bens tombados. Neste caso entendo que a
melhor destinação seria a recuperação do cinema. Porém este deve ser um
entendimento entre a sociedade civil de VRB e o MP.”
Estágio do embargo das demolições. CM
Estágio do embargo das demolições. CM
Estágio do embargo das demolições. CM
Estágio do embargo das demolições. CM
Ao tomar conhecimento do fim do embargo, Marco Aurélio escreve:
“...o que ocorreu é que o Danilo de Castro para livrar a cara do
ex-prefeito, conversou com o ex-procurador Geral de Justiça de Minas Gerais
Alceu Torres, que determinou a promotoria especializada na defesa do patrimônio
histórico aqui de Belo Horizonte para que a promotora de Visconde do Rio Branco
suspendesse qualquer iniciativa sobre a demolição das casas. Literalmente a
promotora de VRB está de mãos amaradas.
.... sou diretor responsável de um portal jornalístico denominado
Novojornal.com. Temos nos últimos seis anos, solitariamente denunciado os
desmandos que vem ocorrendo em nosso Estado, nos diversos Poderes,
principalmente através da atuação de Danilo de Castro no que denominamos
“Gangue dos Castros”.
Embora esteja apenas cumprindo minha obrigação de manter no jornal que
dirijo a liberdade de imprensa transformaram-me em pessoa considerada inimiga
do governo e desta forma tudo que podem fazer para me prejudicar fazem. Neste
caso embora os imóveis tenham sido construídos por meu avô e meu bisavô eu
estava agindo na defesa da memória e do patrimônio histórico de VRB.
Um dia quem sabe pessoalmente possa contar as contrariedades que tive em função da atitude
de defender os meus conterrâneos da cruel realidade que vivem. Julgo que pelo
bem deles o melhor é eu me afastar. Tudo que faço é considerado político”,
encerra.
Este episódio abre
precedente que põe em risco todos os imóveis de valor histórico e arquitetônico
que compõem a imagem de Visconde do Rio Branco.
Entretanto, por dever de
ofício, abrimos espaço para o contraditório, caso outra parte deseje se manifestar.
(Franklin Netto –
viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
+Franklin2.jpg)




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