Drops - DIA DA VITÓRIA : http://www.paulotimm.com.br/ site/downloads/down.php?id=239
Jorge Mautner – O filho do holocausto, um teatro da vida.
Não adianta. Sou aficcionado por datas. Devia ter sido historiador. Não gosto de horário, nem uso relógio. Mas começo o dia procurando saber o que aconteceu nesta data anos atrás. Muitos jornais ainda apresentam esse bloco: HÁ 30 ANOS...Agora, vou de Dr. Google e fico feliz. Até tenho um arquivo rigoroso com datas comemorativas, sobre as quais escrevo há anos. Tipo ALMANAQUE, aquela leitura fácil que o Ernani SSó , tradutor da mais nova e esplêndida tradução de “Dom Quixote”, lembrou em sua coluna no Sul21. E vou juntando: datas, comentários, artigos. Quem sabe algum dia um Editor se habilita a publicar tudo isto. Título: “Almanaque”...Para não fugir a regra hoje – 08 de maio -celebro, com a compostura do “Exército de um homem só”, o Dia da Vitória dos Aliados sobre o verdadeiro Eixo do Mal, que foi a aliança de Governos nazi-fascistas contra a democracia e os avanços sociais do século XX. Os tempos são outros, quase já não se fala, aqui no Brasil, nem da barbárie da II Guerra, nem que o Brasil dela participou com um considerável contingente, que retornaria à pátria no dia 18 de julho de 1945
Em 6 de junho de 1945, o Ministério da Guerra do Brasil ordenou que as unidades da FEB ainda na Itália se subordinassem ao comandante da primeira região militar (1ª RM), sediada na cidade do Rio de Janeiro, o que, em última análise, significava a dissolução do contingente. Mesmo com sua desmobilização relâmpago, o regresso da FEB após o final da guerra contra o fascismo precipitou a queda de Getúlio Vargas e o fim do Estado Novo noBrasil.
Em 1960, as cinzas dos brasileiros mortos na campanha da Itália foram transladadas do cemitério de Pistoia para o Brasil, e hoje jazem no monumento aos mortos que foi erguido no Aterro do Flamengo, zona sul da cidade do Rio de Janeiro, em homenagem e lembrança aos sacrifícios dos mesmos.
Mas, seja pela minha idade – nasci em plena guerra, em 1944 - , vi dezenas, talvez mais de uma centena de filmes sobre a Guerra – chorei em Casablanca - ; seja pelo fato de que meu pai era militar e eu sempre o acompanhava no Reporter Esso, que ele escutava indefectivelmente; seja porque, nascido no Rio de Janeiro, assisti, no colo da minha mãe o dia da chegada dos Pracinhas na cidade, o que ela não cansava de repetir , sou ligado nas questões do conflito. Lamentavelmente, ao longo da vida, não tive nenhum amigo com o mesmo tipo de interesse. Parece que eles passaram ao largo , enquanto eu, o revivo com grande intensidade emocional até hoje. Mas tive, ontem, uma surpresa. Surpresa em termos, porque catei a oportunidade. Vi o filme de Jorge Mautner, de quem sabia muito pouco: “Jorge Mautner , O Filho do Holocausto”. Já havia visto uma entrevista dele no Jô Soares, e sua história me chamou a atenção. Afinal, ele também carrega, muito mais do que eu, na pele, como filho de judeu emigrado, na história pessoal, carregado no ventre da mãe na difícil travessia para o Brasil, na sua vida, como herdeiro de vivências deste meio, a inscrição da guerra. Assim começa, aliás, o filme, com um depoimento pungente dele sobre o significado da Guerra em tudo o que ele fez até hoje. Isto já o diferencia de outros filmes similares sobre Cartola, Tom Jobim e Vinícius, os quais dão mais ênfase à música do que a biografia dos autores. No “Filho do Holocausto”, até pelo título, o papo é outro. Trata-se de mostrar Mautner no centro de sua própria vida, na qual se fez como compositor e cantor. Inusitado.
Consigo, pois, um gancho entre a data – Dia da Vitória – e a conjuntura. Fico feliz.Mas não sendo grande conhecedor da obra de Jorge Mautner, evitarei comentários. Sempre vi nele um estilo próprio. Nem Bossa Nova, nem Tropicalismo, nem Rock, nem Candomblé mas , curiosamente um pouco de tudo isto com um toque de nostalgia. Lembra Felini : Amarcord. Tradição, diversidade e de ruptura na qual o nu emerge como símbolo de castidade. Outras vezes lembra Mário ou Oswald de Andrade, ao revelar sentimentos e raízes populares entremeando treNzinhos, tambores de candomblé e Getulio Vargas. Aqui também uma afinidade comigo: Eu conheci o velho, ele também me acenou... Coisa difícil de explicar, que só compreendi melhor depois de ver o filme. Ele é da mesma geração de Gil e Caetano, com eles conviveu em Londres e até produziram um filme - DEMIURGO: - Casto, no dizer de Cacá Diegues. Sem nenhum sucesso. Experimental apenas, mas que conseguiu se oferecer como um memorável registro de doces doidos morrendo de saudade do Brasil. Uma chanchada filósofica, como ele próprio admite. Concluí, para mim , que Mautner é um raro rapsodo tropical, de múltiplas aptidões e faces, simultaneamente audaz e tradicional. Como na sua lembrança de um avô nazista com quem conviveu: - “A vida náo é uma xícara de chá...” Ou no nome da bela filha, Amora, não como a fruta, mas como feminino do Amor...
Vai Mautner, fazer sucesso com o “Filho do Holocausto”. Prazer em conhecê-lo! Ergos augustos divinus vitalicius Professor diktator PRO QUE DER E VIER...! Mesmo ajoelhado ao pé da cruz em eterna penitencia ...Com sua maneira de ser...
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Amigos/as, boa noite,
pensei durante dois dias antes de enviar a todos esta mensagem com notícias que me parecem sombrias, tristes; pesquisei alguns pontos de vista de origens distintas mas sem ser oposição ao governo atual, como cut/pt pdt; enviei um informe a professores de universidade (nenhum contestou); finalmente recebi uma mensagem do Eng. Paulo Métri, uma pessoa reconhecidamente nacionalista, democrata e íntegro, seu artigo publicado no Correio da Cidadania também consta abaixo. Foi então que me decidi a enviar à lista de amigos estas notícias que, se confirmadas, permitem antever uma herança não apenas maldita mas macabra. Tenho uma sensação de luto, a Petrobrás foi a maior realização da minha/nossa geração e foi graças às suas realizações, impulsionadas nos governos Vargas e Geisel, que resistimos bravamente à onda neoliberal das últimas décadas. Enfim,, lá vai, se vcs considerarem oportuno peço o favor de divulgar os artigos abaixo transcritos. Saíremos derrotados mas de pé. Impotentes mas conscientes. Mais uma agressão à Pátria e aos brasileiros. Abraço, Ceci
NOTICIAS DA AEPET SINDIPETRO SURGENTE : PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRÁSComo se não bastassem os leilões de petróleo, marcados para os dias 14 e 15 de maio pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ( ANP), que vão entregar 30 bilhões de barris de petróleo, o governo brasileiro e a direção da Petrobrás entregarão os terminais secos da Transpetro (Osbra, Oslapa, Ospar, Tevol)
Os 30 bilhões de barris a serem leiloados na 11ª Rodada de Licitações da ANP são equivalentes a duas vezes a reserva provada da Petrobrás, sem o pré-sal e acima do PIB brasileiro.
Os terminais secos são os mais lucrativo no Sistema Petrobrás, provavelmente por serem processo automáticos que utilizam muito pouco a força de trabalho, diferente dos terminais molhados. O Brasil construiu sua malha de dutos durante anos, e com investimentos pesados de dinheiro público no setor. Tais recursos poderiam ter sido investidos em saúde, educação, segurança pública. Esse investimento é parte fundamental na logística de distribuição de derivados de petróleo no país. Vamos privatizar esses dutos para depois pagar para utilizá-los?
E mais: tais decisões estão sendo tomadas sem nenhuma discussão e acolhimento de opiniões da sociedade e seus representantes. As privatizações de Fernando Henrique Cardoso, que trouxeram tantos prejuízos aos brasileiros, eram precedidas de todo um arcabouço legal. Talvez por isso, FHC não conseguiu vender nenhuma unidade de negócio da Petrobrás. Graça Foster criou uma gerência que, ironicamente, leva o nome de Novos Negócios, que decide a venda de ativos: campos de petróleo, refinarias, terminais, entre outros.
Além de privatizar a Petrobrás, a gestão de Maria das Graças Foster deprecia a companhia: o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Sr. José Carlos Cosenza, divulgou, em 15/02/2013, noticia na chamada principal do jornal Valor Econômico (um dos mais importante do setor econômico), com a seguinte declaração: “Petrobrás terá déficit comercial até 2020”. Se essa declaração mentirosa fosse feita numa empresa séria da administração pública ou numa empresa privada, o referido diretor seria sumariamente demitido. Mas Cosenza está em sintonia com o governo brasileiro e com a direção da Petrobrás.
Essa declaração do Cosenza, com certeza, causou mais prejuízo à Petrobrás do que os recentes vazamentos de óleo dos terminas. Nestes terminais, os operadores envolvidos estão sendo ameaçados de punição pelos prejuízos causados, mesmo o acidente tendo sido uma fatalidade. Agora, qual será a punição para o diretor Cosenza, autor de uma declaração desastrosa à imagem da Petrobrás?
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Sindipetro-RJ enviarão, urgentemente, ofício a respeito da situação dos terminais, com pedido de esclarecimentos. O Departamento Jurídico do Sindipetro-RJ, bem como o da FNP, estudarão a possibilidade de argüir, na Justiça e no Ministério Público, sobre a venda dos terminais e de todos os ativos da Petrobrás através da Gerência de Novos Negócios, bem como responsabilizará o Diretor de Abastecimento da empresa, José Carlos Cosenza, pelos prejuízos causados à imagem da Petrobrás.
Nesta sexta-feira (3), a FNP realizará atos nas bases da Transpetro para denunciar as “tramóias” contra a Petrobrás e os nossos terminais e iniciará discussão para desencadear uma jornada de luta.
Fonte: Surgente nº 1215-G (3/5/13), boletim do Sindipetro-RJ.
Obituário de um povo
(veiculado pelo Correio da Cidadania a partir de 06/05/13)
Paulo Metri – conselheiro do Clube de Engenharia
Ao que tudo indica, o que ainda resta de povo brasileiro independente morrerá nos dias 14 e 15 de maio próximos. Como um povo sem independência não passa de gado pacífico e, para não deixar tudo para a última hora, começo a preparar o seu obituário. Depois do nome do falecido, “Povo Brasileiro Independente”, vem a mensagem fúnebre:
“Com muita tristeza, cumpre-nos o infeliz dever de comunicar a passagem do povo brasileiro independente. Doloridamente, informamos que o enfermo vinha, há anos, sofrendo de doença drenadora da sua energia vital. No passado, a doença era conhecida como ‘entreguismo’ e, hoje, é mais reconhecida como ‘neoliberalismo’ acoplado a ‘globalização’. Nela, as veias da sociedade estão abertas e conectadas a sanguessugas externas, que drenam as riquezas naturais e os lucros obtidos no país”.
“Este povo descende de índios guerreiros, brasileiros originários, que tinham o pecado de serem atrasados tecnologicamente. Suas terras foram invadidas, há 513 anos, por usurpadores europeus e brancos. Estes, sem escrúpulos para dominar, mataram os que não aceitavam serem escravos, não importando se eram praticamente todos. Não contentes, trouxeram povos da África para trabalhar à força e, assim, se fartarem com este capitalismo cruel. Posteriormente, outros imigrantes, forçados por guerras e pela fome de outras terras, aqui desembarcaram para contribuir com sua força de trabalho para a então insipiente transferência de mais valias. Então, esta mescla de povos de diversas origens compõe o brasileiro, que tem sido secularmente explorado por locais e estrangeiros. Durante sua existência, o brasileiro tem tido períodos de conquista de graus de independência e, infelizmente, outros de perda”.
“Com a chegada da modernidade, a sofisticação e a desfaçatez do sistema de exploração atingiram seus auges. Foi criado um arcabouço jurídico e institucional dissimulado, em que a principal drenagem de sangue do paciente se dá para o exterior. Entretanto, graças à sofisticação, não existem mais grilhões, pelourinhos e açoites, para se ter súditos servis, bastando somente existir canais de mídia, que desinformam e criam alienados facilmente manipuláveis. Ajudam a manipulação, também, os políticos, representantes dos usurpadores, que administram o sistema, permitindo o sangue do moribundo se esvair. A escravidão atual se estabelece pela negação à instrução e à informação correta, que permitiriam existir a cidadania”.
“O pouco que restava do povo brasileiro independente deu seu último suspiro nos dias 14 e 15 de maio de 2013, quando aconteceu a décima primeira rodada de leilões de blocos do território nacional para exploração de petróleo, a maior doação de patrimônio público a grupos estrangeiros já promovida pelo governo brasileiro, desde nossa independência. Não foram incluídos os anos como colônia, porque não se sabe o valor exato do ouro roubado por Portugal. Estima-se que o super-lucro, acima de um lucro normal, das empresas estrangeiras com esta rodada será de US$ 675 bilhões, a serem realizados em 25 anos, valor que nenhum governante poderia doar, mesmo havendo a pequena compensação para nosso povo, que são os royalties”.
“O cortejo fúnebre será observado em cada petroleiro que encostar em uma plataforma, na nossa costa, e zarpar com seu casco cheio do nosso petróleo indo para algum lugar no exterior, durante 25 anos. Ele deixará aqui a falta de recursos para educação, saúde, saneamento, habitação, transporte, ciência e tecnologia, meio ambiente e tudo mais que irá representar um baixo IDH”.
Este obituário está pronto. Temo pelo pior que pode acontecer nos dias fatídicos 14 e 15. Mas ainda tenho grande esperança que a presidente Dilma irá reconhecer os dados contundentes desta entrega e irá cancelá-la. Alerto a presidente que o presidente da Shell não lhe disse, na recente audiência concedida, que, se ganhar blocos, não irá comprar plataformas no Brasil, não encomendará desenvolvimentos aqui e, como consequência, gerará muito poucos empregos no país, levará toda a produção do nosso petróleo para o exterior, não construirá refinarias e oleodutos aqui, e não venderá o petróleo para a Petrobras. Enfim, não ajudará o abastecimento do Brasil, nem o desenvolvimento brasileiro. Contudo, pagará os 10% de royalties, e só não pagará mais impostos porque a lei Kandir o impede.
É interessante notar o mundo fictício de ênfases tendenciosas, criado pela mídia. Sobre o mensalão, foram dadas as mais variadas cifras como prejuízo infringido à nação, dependendo da fonte da informação. Mas nenhuma delas, por pesquisa na internet, suplantou o valor de R$ 100 milhões. Pois bem, ouvimos sobre este caso durante uns três meses, todos os dias, cobertura jornalística farta. Este valor é cerca de 13.000 vezes menor que o atual roubo do petróleo e, no entanto, a mídia divulga praticamente nada sobre esta rodada.
Aproveito para dar um recado aos representantes das petroleiras estrangeiras. A revogação das concessões desta 11a rodada, se ela ocorrer, em ano futuro, é algo possível, com a alegação verdadeira de que o povo não foi consultado sobre a realização da rodada e, se fosse esclarecido e indagado, teria negado sua realização. O contra-argumento, que os contratos de concessão são atos jurídicos perfeitos e, por isso, devem ser respeitados, poderá não prevalecer, à medida que o sistema escolhido para expressar a vontade popular foi imperfeito.
Blog do autor: http://paulometri.blogspot. com.br/
Emanuel Cancella: “Por que Dilma patrocina o leilão da Petrobras?”
Fonte: OM - Agência Petroleira de Notícas (APN) | 4 de abril de 2013
O Brasil está prestes a sofrer em maio uma perda internacional de 2,5 trilhões de dólares caso se concretize o 11º leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) programado para o dia 14. Se a presidente Dilma Roussef, Presidenta eleita pela maioria dos brasileiros, não travar este crime de lesa-pátria – infelizmente se confirmará o prognóstico do primeiro diretor-geral da ANP, David Zylbersztajn, que em palestra em 1998 a representantes de multinacionais, garantiu: “O petróleo é vosso”. Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ, neste artigo, denuncia os leilões entreguistas da ANP e cobra uma atitude do Governo e dos brasileiros. (OM)
No maior movimento entreguista a que esse país já assistiu, o governo brasileiro vai leiloar o equivalente a mais de duas vezes as reservas de petróleo descobertas pela Petrobrás, durante todos os seus 59 anos de existência, que é 14 BI de barris. Quem afirma isso é a maior autoridade de petróleo do país, a Agência Nacional de Petróleo – ANP. A Diretora-Geral, a engenheira Magda Maria de Regina Chambriard, afirma em documento oficial da Agência, que o 11º leilão, nos dias 14 e 15 de maio de 2013, vai oferecer aos consórcios e às multinacionais cerca 30 BI de barris de petróleo.
Paulo Metri, ex-funcionário da ANP e membro da campanha do petróleo, avalia que, na visão mais otimista, o Brasil vai perder no 11º leilão 25 BI de barris de petróleo, que a preço internacional de U$ 100 o barril, acumulam 2,5 trilhão de dólares, valor maior que o PIB anual brasileiro, ou seja, vamos entregar no 11º leilão o equivalente a mais que tudo que a nação produziu em um ano. Será que esse dinheiro não seria mais bem empregado erradicando a fome e a miséria do povo, como diz pretender a presidente Dilma, como também oferecendo serviços públicos de qualidade aos brasileiros, principalmente a saúde e educação.
Se, na década de 40 e cinqüenta, conseguimos reunir toda a sociedade brasileira, civis e militares, comunistas e conservadores, na maior campanha cívica, em defesa do monopólio estatal do petróleo e da Petrobrás, agora a reedição da campanha é para entregar nosso ouro negro. Vamos reeditar a campanha do petróleo às avessas! A autoridade maior de petróleo no país, a ANP justifica o leilão como forma de levar o desenvolvimento às regiões mais pobres do país. Só faltou dizer que o leilão é para erradicar a pobreza!
Pasmem, a senadora do PCdoB do Amazonas, Vanessa Graziotim, em vídeo gravado no Senado federal, disse que o leilão já vinha sendo adiado há muito tempo e sua realização é fundamental, e parafraseando a diretora geral da ANP, disse da importância do leilão em levar o desenvolvimento às regiões mais pobres do país. Os comunistas foram fundamentais na campanha “ O Petróleo é Nosso!”. Essa infeliz declaração foi em aparte ao senador Roberto Requião do Paraná, que, em 27/3, na tribuna do senado, fez severas e duras críticas ao 11° leilão.
Em seu governo, Fernando Henrique Cardoso bem que tentou privatizar a Petrobrás, no limite conseguiu quebrar o monopólio, mas não conseguiu mudar o nome da companhia para Petrobráx muito menos privatizar a empresa. O primeiro Diretor-Geral da ANP, David Zilberstein, ex-genro de FHC, em sua primeira entrevista coletiva, proferiu a palavra de ordem “ O petróleo é Vosso! Vale lembrar que a ANP foi criada após a quebra do monopólio e foi também quem introduziu no país os criminosos leilões de petróleo.
Depois de FHC, o governo Lula afastou o fantasma da privatização da Petrobrás, retomou a indústria naval, que havia sido destruída por FHC, restabeleceu através de concurso os quadros técnicos na Petrobrás, e permitiu com pesados investimentos a descoberta do pré-sal. Foi também no governo Lula que a Petrobrás conseguiu, através da venda de suas ações, a maior capitalização do planeta. Agora, num conluio vergonhoso, o governo Dilma, a direção da Petrobrás, Congresso Nacional, governadores e prefeitos e Justiça brasileira patrocinam a entrega de nosso petróleo.
A revista Época desta semana noticia que a Gerência de Novos Negócios da Petrobrás está promovendo “o maior feirão da história da estatal – e talvez do país”. A pretexto de não ter dinheiro em caixa – numa crise, a nosso ver, fabricada para justificar as ações em curso – a direção da empresa resolver liquidar grande parte do seu patrimônio, sobretudo o que foi construído no exterior. Por meio do “plano de desinvestimento”, um eufemismo para a liquidação do patrimônio, o objetivo seria arrecadas 10 bilhões de dólares. Ora o que está em jogo e o que está sendo liquidado vale muito mais. Que negócios atropelados estariam sendo encobertos com essa liquidação?
A mídia brasileira cumpre o seu papel ridículo de subordinação ao capital internacional e, quando toca no tema, é para falar nos royalties e na importância dos leilões. Vale lembrar que a mídia sempre foi a favor das privatizações, juntem-se a isso as verbas de publicidade do governo, as maiores do mercado. A mídia está sendo muito bem remunerada para implementar o jogo sujo.
Dos militares que participaram ativamente da campanha em defesa do monopólio e da Petrobrás, cremos que não temos que esperar nenhuma reação, já que a audiência publica para 11º leilão foi feito dentro de uma base naval. Eles estão sabendo de tudo! E não podemos nos esquecer dos documentos secretos divulgados pelo Wikileaks, em relação ao petróleo “...É preciso cuidado para não despertar o nacionalismo dos brasileiros...”
Diante desse rolo compressor e do inexplicável silêncio daqueles que, no passado, sempre se colocaram tão firmemente contra as privatizações – e com essa bandeira se elegeram – resta um apelo quase desesperado: VETA DILMA! O papa com certeza é argentino. Mas será que Deus já não é mais brasileiro?
Emanuel Cancella é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ)
Emanuel Cancella – A grande mentira sobre a Petrobras
Obituário de um povo
(veiculado pelo Correio da Cidadania a partir de 06/05/13)
Paulo Metri – conselheiro do Clube de Engenharia
Ao que tudo indica, o que ainda resta de povo brasileiro independente morrerá nos dias 14 e 15 de maio próximos. Como um povo sem independência não passa de gado pacífico e, para não deixar tudo para a última hora, começo a preparar o seu obituário. Depois do nome do falecido, “Povo Brasileiro Independente”, vem a mensagem fúnebre:
“Com muita tristeza, cumpre-nos o infeliz dever de comunicar a passagem do povo brasileiro independente. Doloridamente, informamos que o enfermo vinha, há anos, sofrendo de doença drenadora da sua energia vital. No passado, a doença era conhecida como ‘entreguismo’ e, hoje, é mais reconhecida como ‘neoliberalismo’ acoplado a ‘globalização’. Nela, as veias da sociedade estão abertas e conectadas a sanguessugas externas, que drenam as riquezas naturais e os lucros obtidos no país”.
“Este povo descende de índios guerreiros, brasileiros originários, que tinham o pecado de serem atrasados tecnologicamente. Suas terras foram invadidas, há 513 anos, por usurpadores europeus e brancos. Estes, sem escrúpulos para dominar, mataram os que não aceitavam serem escravos, não importando se eram praticamente todos. Não contentes, trouxeram povos da África para trabalhar à força e, assim, se fartarem com este capitalismo cruel. Posteriormente, outros imigrantes, forçados por guerras e pela fome de outras terras, aqui desembarcaram para contribuir com sua força de trabalho para a então insipiente transferência de mais valias. Então, esta mescla de povos de diversas origens compõe o brasileiro, que tem sido secularmente explorado por locais e estrangeiros. Durante sua existência, o brasileiro tem tido períodos de conquista de graus de independência e, infelizmente, outros de perda”.
“Com a chegada da modernidade, a sofisticação e a desfaçatez do sistema de exploração atingiram seus auges. Foi criado um arcabouço jurídico e institucional dissimulado, em que a principal drenagem de sangue do paciente se dá para o exterior. Entretanto, graças à sofisticação, não existem mais grilhões, pelourinhos e açoites, para se ter súditos servis, bastando somente existir canais de mídia, que desinformam e criam alienados facilmente manipuláveis. Ajudam a manipulação, também, os políticos, representantes dos usurpadores, que administram o sistema, permitindo o sangue do moribundo se esvair. A escravidão atual se estabelece pela negação à instrução e à informação correta, que permitiriam existir a cidadania”.
“O pouco que restava do povo brasileiro independente deu seu último suspiro nos dias 14 e 15 de maio de 2013, quando aconteceu a décima primeira rodada de leilões de blocos do território nacional para exploração de petróleo, a maior doação de patrimônio público a grupos estrangeiros já promovida pelo governo brasileiro, desde nossa independência. Não foram incluídos os anos como colônia, porque não se sabe o valor exato do ouro roubado por Portugal. Estima-se que o super-lucro, acima de um lucro normal, das empresas estrangeiras com esta rodada será de US$ 675 bilhões, a serem realizados em 25 anos, valor que nenhum governante poderia doar, mesmo havendo a pequena compensação para nosso povo, que são os royalties”.
“O cortejo fúnebre será observado em cada petroleiro que encostar em uma plataforma, na nossa costa, e zarpar com seu casco cheio do nosso petróleo indo para algum lugar no exterior, durante 25 anos. Ele deixará aqui a falta de recursos para educação, saúde, saneamento, habitação, transporte, ciência e tecnologia, meio ambiente e tudo mais que irá representar um baixo IDH”.
Este obituário está pronto. Temo pelo pior que pode acontecer nos dias fatídicos 14 e 15. Mas ainda tenho grande esperança que a presidente Dilma irá reconhecer os dados contundentes desta entrega e irá cancelá-la. Alerto a presidente que o presidente da Shell não lhe disse, na recente audiência concedida, que, se ganhar blocos, não irá comprar plataformas no Brasil, não encomendará desenvolvimentos aqui e, como consequência, gerará muito poucos empregos no país, levará toda a produção do nosso petróleo para o exterior, não construirá refinarias e oleodutos aqui, e não venderá o petróleo para a Petrobras. Enfim, não ajudará o abastecimento do Brasil, nem o desenvolvimento brasileiro. Contudo, pagará os 10% de royalties, e só não pagará mais impostos porque a lei Kandir o impede.
É interessante notar o mundo fictício de ênfases tendenciosas, criado pela mídia. Sobre o mensalão, foram dadas as mais variadas cifras como prejuízo infringido à nação, dependendo da fonte da informação. Mas nenhuma delas, por pesquisa na internet, suplantou o valor de R$ 100 milhões. Pois bem, ouvimos sobre este caso durante uns três meses, todos os dias, cobertura jornalística farta. Este valor é cerca de 13.000 vezes menor que o atual roubo do petróleo e, no entanto, a mídia divulga praticamente nada sobre esta rodada.
Aproveito para dar um recado aos representantes das petroleiras estrangeiras. A revogação das concessões desta 11a rodada, se ela ocorrer, em ano futuro, é algo possível, com a alegação verdadeira de que o povo não foi consultado sobre a realização da rodada e, se fosse esclarecido e indagado, teria negado sua realização. O contra-argumento, que os contratos de concessão são atos jurídicos perfeitos e, por isso, devem ser respeitados, poderá não prevalecer, à medida que o sistema escolhido para expressar a vontade popular foi imperfeito.
Blog do autor: http://paulometri.blogspot. com.br/
Emanuel Cancella: “Por que Dilma patrocina o leilão da Petrobras?”
Fonte: OM - Agência Petroleira de Notícas (APN) | 4 de abril de 2013
O Brasil está prestes a sofrer em maio uma perda internacional de 2,5 trilhões de dólares caso se concretize o 11º leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) programado para o dia 14. Se a presidente Dilma Roussef, Presidenta eleita pela maioria dos brasileiros, não travar este crime de lesa-pátria – infelizmente se confirmará o prognóstico do primeiro diretor-geral da ANP, David Zylbersztajn, que em palestra em 1998 a representantes de multinacionais, garantiu: “O petróleo é vosso”. Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ, neste artigo, denuncia os leilões entreguistas da ANP e cobra uma atitude do Governo e dos brasileiros. (OM)
No maior movimento entreguista a que esse país já assistiu, o governo brasileiro vai leiloar o equivalente a mais de duas vezes as reservas de petróleo descobertas pela Petrobrás, durante todos os seus 59 anos de existência, que é 14 BI de barris. Quem afirma isso é a maior autoridade de petróleo do país, a Agência Nacional de Petróleo – ANP. A Diretora-Geral, a engenheira Magda Maria de Regina Chambriard, afirma em documento oficial da Agência, que o 11º leilão, nos dias 14 e 15 de maio de 2013, vai oferecer aos consórcios e às multinacionais cerca 30 BI de barris de petróleo.
Paulo Metri, ex-funcionário da ANP e membro da campanha do petróleo, avalia que, na visão mais otimista, o Brasil vai perder no 11º leilão 25 BI de barris de petróleo, que a preço internacional de U$ 100 o barril, acumulam 2,5 trilhão de dólares, valor maior que o PIB anual brasileiro, ou seja, vamos entregar no 11º leilão o equivalente a mais que tudo que a nação produziu em um ano. Será que esse dinheiro não seria mais bem empregado erradicando a fome e a miséria do povo, como diz pretender a presidente Dilma, como também oferecendo serviços públicos de qualidade aos brasileiros, principalmente a saúde e educação.
Se, na década de 40 e cinqüenta, conseguimos reunir toda a sociedade brasileira, civis e militares, comunistas e conservadores, na maior campanha cívica, em defesa do monopólio estatal do petróleo e da Petrobrás, agora a reedição da campanha é para entregar nosso ouro negro. Vamos reeditar a campanha do petróleo às avessas! A autoridade maior de petróleo no país, a ANP justifica o leilão como forma de levar o desenvolvimento às regiões mais pobres do país. Só faltou dizer que o leilão é para erradicar a pobreza!
Pasmem, a senadora do PCdoB do Amazonas, Vanessa Graziotim, em vídeo gravado no Senado federal, disse que o leilão já vinha sendo adiado há muito tempo e sua realização é fundamental, e parafraseando a diretora geral da ANP, disse da importância do leilão em levar o desenvolvimento às regiões mais pobres do país. Os comunistas foram fundamentais na campanha “ O Petróleo é Nosso!”. Essa infeliz declaração foi em aparte ao senador Roberto Requião do Paraná, que, em 27/3, na tribuna do senado, fez severas e duras críticas ao 11° leilão.
Em seu governo, Fernando Henrique Cardoso bem que tentou privatizar a Petrobrás, no limite conseguiu quebrar o monopólio, mas não conseguiu mudar o nome da companhia para Petrobráx muito menos privatizar a empresa. O primeiro Diretor-Geral da ANP, David Zilberstein, ex-genro de FHC, em sua primeira entrevista coletiva, proferiu a palavra de ordem “ O petróleo é Vosso! Vale lembrar que a ANP foi criada após a quebra do monopólio e foi também quem introduziu no país os criminosos leilões de petróleo.
Depois de FHC, o governo Lula afastou o fantasma da privatização da Petrobrás, retomou a indústria naval, que havia sido destruída por FHC, restabeleceu através de concurso os quadros técnicos na Petrobrás, e permitiu com pesados investimentos a descoberta do pré-sal. Foi também no governo Lula que a Petrobrás conseguiu, através da venda de suas ações, a maior capitalização do planeta. Agora, num conluio vergonhoso, o governo Dilma, a direção da Petrobrás, Congresso Nacional, governadores e prefeitos e Justiça brasileira patrocinam a entrega de nosso petróleo.
A revista Época desta semana noticia que a Gerência de Novos Negócios da Petrobrás está promovendo “o maior feirão da história da estatal – e talvez do país”. A pretexto de não ter dinheiro em caixa – numa crise, a nosso ver, fabricada para justificar as ações em curso – a direção da empresa resolver liquidar grande parte do seu patrimônio, sobretudo o que foi construído no exterior. Por meio do “plano de desinvestimento”, um eufemismo para a liquidação do patrimônio, o objetivo seria arrecadas 10 bilhões de dólares. Ora o que está em jogo e o que está sendo liquidado vale muito mais. Que negócios atropelados estariam sendo encobertos com essa liquidação?
A mídia brasileira cumpre o seu papel ridículo de subordinação ao capital internacional e, quando toca no tema, é para falar nos royalties e na importância dos leilões. Vale lembrar que a mídia sempre foi a favor das privatizações, juntem-se a isso as verbas de publicidade do governo, as maiores do mercado. A mídia está sendo muito bem remunerada para implementar o jogo sujo.
Dos militares que participaram ativamente da campanha em defesa do monopólio e da Petrobrás, cremos que não temos que esperar nenhuma reação, já que a audiência publica para 11º leilão foi feito dentro de uma base naval. Eles estão sabendo de tudo! E não podemos nos esquecer dos documentos secretos divulgados pelo Wikileaks, em relação ao petróleo “...É preciso cuidado para não despertar o nacionalismo dos brasileiros...”
Diante desse rolo compressor e do inexplicável silêncio daqueles que, no passado, sempre se colocaram tão firmemente contra as privatizações – e com essa bandeira se elegeram – resta um apelo quase desesperado: VETA DILMA! O papa com certeza é argentino. Mas será que Deus já não é mais brasileiro?
Emanuel Cancella é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ)
13/Fevereiro/2013
É bom refletir sobre o papel social da empresa, antes de aplaudir aqueles de raciocínio estreito que só calculam o lucro imediato.
A Petrobras é uma empresa estatal. Uma das diferenças entre uma empresa privada e uma estatal é o seu compromisso não apenas com o lucro mas com um projeto de desenvolvimento nacional. Por isso é preciso desconfiar quando se alardeia que “a Petrobras teve prejuízo em 2012”, o que é umagrande mentira. Como nada acontece por acaso, não demorou a serem plantadas justificativas para a privatização, como “saída inevitável para a crise”. O fato é que as aves de rapina não descansam. Estão sempre prontas a dar o bote.
A Petrobras é uma empresa estatal. Uma das diferenças entre uma empresa privada e uma estatal é o seu compromisso não apenas com o lucro mas com um projeto de desenvolvimento nacional. Por isso é preciso desconfiar quando se alardeia que “a Petrobras teve prejuízo em 2012”, o que é umagrande mentira. Como nada acontece por acaso, não demorou a serem plantadas justificativas para a privatização, como “saída inevitável para a crise”. O fato é que as aves de rapina não descansam. Estão sempre prontas a dar o bote.
Vamos colocar os pingos nos is: a Petrobras lucrou em 2012 R$ 21,1 bilhões. Isso depois de produzir, refinar, comercializar, transportar e garantir o abastecimento de derivados de petróleo em todo o país. Aliás, essa é a sua função constitucional. A título de comparação, entre as empresas brasileiras, a Petrobras continuou na liderança. Depois dela veio o Banco Itaú que lucrou R$ 13,59 bi. Mas os bancos se utilizam de várias brechas legais para burlar o pagamento de impostos e não têm compromisso social, não investemno desenvolvimento nacional.
Por exemplo: a Petrobras paga royalties à União, aos estados e municípios. A companhia também financia 50% do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É, ainda, a empresa que mais paga impostos para União, estados e municípios. Sem contar os inúmeros projetos culturais. Alguma outra empresa ficaria oito anos com o preço da gasolina congelado, para impedir que a inflação e os preços disparassem? E isso pode ser considerado ruim para o povo brasileiro? É bom refletir sobre o papel social da empresa, antes de aplaudir aqueles de raciocínio estreito que só calculam o lucro imediato. Historicamente, quem sempre financiou o desenvolvimento do nosso país foi o capital estatal.
Mas por que lucrou menos?
A crítica à Petrobras é por conta da queda de seu lucro em 32%. Um dos principais motivos da queda nos lucros da Petrobras foi a importação de gasolina durante certo período, em consequência da necessidade de suprir o mercado interno. Para estimular a indústria de automóveis, o governo isentou os compradores do pagamento do IPI. Resultado: aumentou significativamente a frota de automóvel nas ruas, sem esperar que a empresa se preparasse para a nova demanda.
Para atender o crescimento do consumo, a Petrobras precisou importar parte da gasolina, pagando mais caro, e revendeu no mercado interno subsidiando parte do seu custo. Mas, a pergunta que não quer calar: por que a Petrobras também teve que subsidiar a gasolina repassada aos postos de bandeira estrangeira (Shell, Esso, Texaco, Rpsol etc)? Por que os postos de bandeira estrangeira não dividiram o prejuízo no custo final da gasolina com a Petrobras? Com a palavra, a responsável pela fiscalização, Agência Nacional de Petróleo e Gás Combustível (ANP).
Mas a Petrobras ainda é uma empresa estatal e, por isso, pensa no futuro e não apenas no lucro imediato. A preocupação com o futuro levou à construção de mais cinco refinarias o que, além de suprir o mercado interno, vai permitir a exportação de derivados de petróleo.
Então, por que privatizar?
Então, por que privatizar?
A sociedade tem que ficar atenta já que a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, encabeça uma campanha junto à grande mídia paradesgastar a companhia e possibilitar a privatização da Petrobras, seja por inteiro ou, como já se cogita nos bastidores: a criação de uma empresa de refino e a venda de 30% das ações dessa empresa.
Foster também já vendeu blocos de petróleo, o BS-4, na Bacia de Santos, para o megaempresário Eike Batista, através do plano de desinvestimento.Ou seja, Foster está entregando nossos poços de petróleo, que são patrimônio de todo o povo brasileiro. Será que teremos uma nova “privataria” pela frente?
Como os trabalhadores já fizeram no passado — nas campanhas Fora Collor e Fora FHC – principalmente por conta das privatizações, está na hora da campanha Fora Graça Foster Já! Será que as crises nos Estados Unidos, na Europa e que se refletem em todo o mundo, não foram suficientes para mostrar o quanto o neoliberalismo é nocivo?
Saída de Graça Foster
Os sindicatos de petróleo ligados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) já discutem ação na justiça para a destituição da presidenta da Petrobras e de sua diretoria, por priorizarem metas alheias ao interesse nacional, e por macular a imagem da Petrobras. Foster tem anunciado na imprensa a necessidade de sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, o que prejudica a sociedade que é quem paga a conta, e também alimentariaa alta da inflação. Uma das formas de resolver esse problema seria rever a margem de lucro das distribuidoras, por exemplo.
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Brasil de Fato
Brasil de Fato
* Emanuel Cancella é coordenador da Federação Nacional dos Petroleiros(FNP) e do Sindipetro
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Sindipetro-RJ: 11ª Rodada é altamente lesiva ao país
22/04/2013
ANP quer “trocar um patrimônio calculado em US$ 3 trilhões por US$ 1 bilhão”, denuncia a entidade
Escrito por: Sérgio Cruz/Hora do Povo
Em artigo publicado em seu site, o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) denunciou a realização do 11º leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Os trabalhadores afirmam que o leilão será "um negócio altamente lesivo aos interesses nacionais". "Vai-se trocar um patrimônio calculado em três trilhões de dólares por um bilhão de dólares", diz o texto do sindicato publicado na forma de editorial do site da entidade, coordenada por Emanuel Cancella.
Conforme a diretora da ANP, Magda Chambriard, serão oferecidos para as multinacionais, através do referido leilão, blocos que, segundo cálculos feitos por ela, possuiriam 30 bilhões de barris de petróleo. Esta avaliação da diretora-executiva da ANP foi feita em reunião com executivos de petroleiras privadas - leia-se cartel do petróleo - no Hotel Windsor, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, em meados de março. "Como o valor do barril no mercado internacional custa em média 100 dólares, são reservas estimadas em três trilhões de dólares. Mas a ANP espera arrecadar um bilhão de dólares com o 11º leilão", assinala.
"Por isso comparamos o leilão à venda de um bilhete premiado", diz o Sindipetro-RJ. "Serão oferecidos 289 blocos, distribuídos em 11 Bacias Sedimentares: Barreirinhas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Parnaíba, Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano... Tudo isso é notícia oficial extraída da página da ANP", denunciam os petroleiros, que decidiram entrar com uma ação na Justiça para impedir a realização do leilão previsto para 14 e 15 de maio.
"Para quem não sabe, o petróleo não é uma energia renovável, ele se esgota", alerta o artigo. "Não é como uma fruta que, no Brasil, pode chegar a várias safras por ano. É o caso da cidade de Petrolina, em Pernambuco, que produz até 2,5 safras ao ano de uvas, goiabas, mangas ou cocos, quase tudo para exportação. No caso do petróleo, são necessários milhões de anos para a formação dos hidrocarbonetos", acrescenta a entidade.
O Sindipetro-RJ rebate os argumentos utilizados pelo governo para justificar o leilão. "A ANP diz que os objetivos da 11ª Rodada são: 1) Promover o conhecimento das bacias sedimentares; 2) Desenvolver a pequena indústria petrolífera; 3) Fixar empresas nacionais e estrangeiras no país, dando continuidade à demanda por bens e serviços locais, à geração de empregos e à distribuição de renda".
Ninguém conhece as bacias sedimentares brasileiras melhor do que a Petrobrás, o que "desmente o primeiro argumento", rebate o texto. Ou seja, é a Petrobrás que faz e vem fazendo as pesquisas e as principais descobertas de petróleo no país. Todo o pré-sal foi descoberto pela estatal. "Além disso", prossegue, "não é verdade que as empresas estrangeiras vão se fixar no Brasil dando continuidade à demanda de bens e serviços locais". "As empresas estrangeiras jamais construíram sequer uma plataforma de petróleo, navio ou sonda no Brasil e são, radicalmente, contrárias a priorizar o conteúdo nacional na indústria de petróleo. Logo, também caem por terra os argumentos seguintes", afirma o artigo dos petroleiros.
O Sindipetro aponta exemplos das desvantagens da atuação das petrolíferas estrangeiras no Brasil. "Na rodada zero dos leilões (1998), a Odebrecht foi beneficiada com a exploração de campos de Bijupirá e Salema, na Bacia de Campos, a custo zero", lembra. "Depois esses campos foram vendidos pela Odebrecht para a Shell. A petrolífera estrangeira extrai desses campos cerca de 50 mil barris de petróleo por dia que vão diretamente para o exterior, livres de impostos, já que os produtos exportados são beneficiados pela "Lei Kandir", uma lei da época de FHC que se mantém em vigor e tem como finalidade estimular a exportação".
O artigo afirma que "os campos de Bijupirá e Salema produzem quantidade de petróleo superior ao consumo diário da Bolívia". E pergunta: "que vantagem o Brasil e o povo brasileiro levaram ou estão levando nesse negócio?". A exploração desses campos é feita pelo sistema de concessão, onde o petróleo extraído pertence às petroleiras e o país não vê uma gota do óleo. O sistema que será usado nos contratos da 11ª rodada de leilões da ANP também será o das concessões com grande prejuízo para o Brasil. E, acreditar que haverá espaço para pequenas empresas no setor de exploração de petróleo - completamente dominado por um cartel comandado pela Exxon e Shell - é o mesmo que esperar por uma visita do Papai Noel.
"Dizer que o leilão vai diminuir as desigualdades nacionais, como justifica a ANP, é uma piada de mau gosto", prossegue o sindicato. "Argumentar que as empresas estrangeiras vão atuar para diminuir as nossas desigualdades sociais, é acreditar que o povo é idiota", salienta o artigo. "Aliás", complementa, "seria bom dizer onde e em que outro país do planeta essas anunciadas vantagens aconteceram". "Muito pelo contrário, a presença dos estrangeiros em países com grandes reservas de petróleo como México, Angola, Nigéria só serviu para aprofundar a miséria. Até pode aumentar a qualidade de vida, mas isso em Paris, Nova York ou Londres!".
A Privataria Petista. Por Emanuel Cancella diretor do Sindipetro-RJ e da FNP
23/04/2013
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Vamos sugerir ao jornalista Amauri Ribeiro Junior que escreva um novo livro sobre a “Privataria Petista”. Apesar de boicotada pela grande imprensa e proibida de circular pelos tucanos, a publicação foi um sucesso de vendas. A edição do segundo volume dessa história de privatizações seria importante para comparar os métodos tucanos e petistas, apontando aqueles que foram favorecidos. Quem foi prejudicado já se sabe, o povo brasileiro.
Dilma serve uma sopa para os miseráveis do país e faz banquete para os ricos do mundo. Em termos de valores, os petistas devem chegar à frente dos tucanos: só a 11ª rodada de leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, a ser realizada nos dias 14 e 15 de maio, envolve, segundo a própria ANP, algo estimado em 30 bilhões de barris de petróleo ou equivalente a três trilhões de dólares. No entanto, a Agência espera arrecadar com o leilão apenas bilhão de dólares.
Todos os valores envolvidos na “Privataria Tucana”, somados (Vale do Rio Doce, CSN, Telebrás, Eletrobrás etc) não atingiriam os valores do que presidente Dilma, do PT, já está privatizando e ainda pretende privatizar, o que inclui aeroportos, portos, estradas e agora o petróleo.
Além dos leilões marcados pela ANP – com reservas que equivalem a pelo menos duas Petrobrás – existo o plano de “desinvestimento” criado pela presidente da companhia, Graça Foster, que inclui o repasse a iniciativa privada de termoelétricas, usinas eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e campos de petróleo.
Foster já está colocando em prática a venda de ativos. Em novembro de 2012 repassou para Eike Batista 40% do campo BS 04, da Bacia de Santos. O governo tucano, que chegou a dividir a Petrobrás em unidades de negócio para vendê-la fatiada, não conseguiu seu intento, mas Graça Foster já começou a venda de ativos. Já está vendendo o patrimônio da Petrobrás.
Graça que disse que, no passado, foi catadora de papel. Em julho do ano passado chegou a declarar a investidores, em Londres, que vai dedicar sua vida para recuperar os valores dos papéis da Petrobrás. Mas os papéis a que ela se referia são as ações da empresa. Diferente de Lula que durante seu governo se reunia todo ano, no Natal, com catadores de papel, Graça nega a própria origem e já “vendeu” um campo gigante de petróleo ao mega empresário Eike Batista. Agora diz que quer ajudá-lo nas dificuldades que enfrenta, no Porto de Açu, em São João da Barra, no norte fluminense. Em visita a Porto Alegre, declarou aos jornais gaúchos que “ainda pretendem fazer outras parcerias com o empresário Eike Batista”.
O problema que o desinvestimento não está previsto em lei e a Petrobrás ainda é uma estatal e não pode ser usada para ajudar amigos empresários. A presidente Dilma ganhou o debate eleitoral e se elegeu presidenta rechaçando a privataria tucana. Fomos vitimas de um estelionato eleitoral? Dilma que parece se afastar do movimento social dos sindicatos e a abandonar bandeiras histórica do PT como a luta contra a privatização a reforma agrária etc. Dilma acaba de desonerar de impostos a grande mídia. “Estima-se que o setor de mídia venha a economizar R$ 1,2 bilhões por ano a partir de 2014, quando o beneficio entra em vigor.”, revela o jornalista Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa.
A presidente se afasta de aliados e se aproxima de inimigos históricos. Lula também usou dessa artimanha, a pretexto da governabilidade. Mas é provável que tenha se arrependido, a julgar pelo ataque diário que recebe por parte da Mídia. A presidenta ainda há de sentir na pele o dito popular: “dia do favor, véspera da ingratidão”.
É inaceitável o silêncio e a cumplicidade do governo do PT, em relação às privatizações. Se mudou de lado, o governo Dilma tem que vir a público e fazer como FHC: assumir as privatizações e falar das vantagens desse modelo. No dia 27 de março, o Senador Roberto Requião, do Paraná, fez um pronunciamento na tribuna do Senado em alto e bom som: “Eu não votei duas vezes no Lula e uma na Dilma para privatizar!”
Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
Fonte: FNP
15 de Março de 2013 às 06:15
247 – Vendam a Petrobras urgentemente. Esta é a mensagem do artigo do jornalista Carlos Alberto Sardenberg, no Globo desta quinta-feira. Segundo ele, a privatização é a única forma de salvar a empresa. Leia abaixo:
O GLOBO - 14/03
Não é por nada, não, mas se a gente pensar seriamente na história recente da Petrobras, sem paixões e sem provocações, vai acabar caindo na hipótese maldita, a privatização.
A estatal teve bons momentos, colecionou êxitos, acumulou tecnologias e formou quadros. Mas, sempre que isso aconteceu, não foi porque se tratava de uma estatal. A companhia foi bem sempre que agiu como petrolífera, digamos, normal, quase independente.
Já quando foi mal, como vai hoje, a causa é evidente: a condição de estatal.
Radicalizando, poderia se dizer que, quando a Petrobras funciona, consegue isso apesar de ser estatal. Mas todos sabemos que há petrolíferas estatais muito bem-sucedidas pelo mundo afora.
Como também há outras simplesmente desastrosas, e, como a própria Petrobras alternou períodos positivos e negativos, a questão é: como uma estatal pode fracassar?
A resposta está diante de nossos olhos. Trata-se do pecado mortal da politização, que se manifesta de duas maneiras complementares: a nomeação de diretores e chefes não por sua competência e sua história na empresa, mas pela filiação política ou sindical; e a definição dos objetivos e meios da empresa não por análises econômicas, e sim pela vontade dos governantes e das forças políticas no poder.
Não é preciso pesquisar nada para se verificar que a Petrobras caiu nesses dois buracos nos governos Lula e Dilma. A disputa pelos diversos cargos da companhia tornou-se pública, com os partidos e grupos reclamando abertamente as posições de que se julgavam merecedores. Lula, em entrevista formal, contou o quanto interferiu no comando da estatal, levando-a a ampliar projetos de investimentos claramente incompatíveis com as possibilidades da empresa e as condições do mercado.
Foi a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, quem admitiu o irrealismo daqueles planos. E também o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima, reconheceu que a vontade de Lula prevaleceu sobre os argumentos técnicos na definição das regras para a exploração do pré-sal.
Ora, isso demonstra que a blindagem montada no governo FHC simplesmente não funcionou. Em 1997, por emenda constitucional o monopólio do petróleo foi transferido da Petrobras para a União. A partir daí, a União passou a leiloar os direitos de exploração dos poços, abrindo a disputa para empresas privadas nacionais e estrangeiras. A Petrobras passou a competir no mercado.
Para garantir a despolitização, o governo estabeleceu regras de governança para a estatal e criou a tal Agência Nacional de Petróleo, órgão independente, administrado por diretores técnicos, com mandatos, encarregada de organizar e fiscalizar o setor de petróleo, gás e outros combustíveis.
Parecia um bom arranjo. O presidente da República indicava os diretores das agências, mas respeitando critérios de conhecimento técnico e experiência, que seriam checados pelo Senado, responsável pela aprovação final dos indicados.
Isso não eliminava as decisões dos políticos eleitos pelo povo. Como acionista majoritário da Petrobras, por exemplo, o governo federal poderia determinar a estratégia da companhia no Conselho de Administração, como acontece em qualquer grande empresa. Mas a execução tinha de ser feita tecnicamente, mesmo porque a empresa havia perdido o monopólio e precisava competir.
O que aconteceu no governo Lula? O Senado, como faz nos outros casos, simplesmente tornou-se um carimbador de indicações para a diretoria da ANP, assim como para as demais agências reguladoras. Os partidos passaram a lotear abertamente esses cargos. No governo Dilma, o Senado negou uma única indicação, e por um péssimo motivo. Tratava-se de um quadro competente, mas os senadores da maioria queriam mandar um recado para a presidente, colocar um obstáculo para cobrar uma fatura.
Tudo considerado, o que temos? As regras de governança e o sistema de agências atrapalharam um pouco, deram mais trabalho aos governos Lula e Dilma, mas não impediram que se politizasse inteiramente a companhia e o setor.
A crise dos royalties é uma consequência disso. Também os cinco anos sem leilão de novos poços, o que atrasou a exploração do óleo. E isso levou o Brasil a ser cada vez mais dependente da importação de óleo e combustíveis, ao contrário do que dizia a propaganda oficial do governo Lula.
Sim, a nova presidente da Petrobras tem feito alguma coisa para levar a companhia a uma atuação mais técnica. Mas são evidentes as suas limitações.
O PSDB ataca a gestão petista na Petrobras e diz que, no governo, faria a "reestatização" da companhia. Ou seja, voltaria ao sistema da era FHC.
Nada garante que isso garantiria despolitização. Na verdade, a história recente prova o contrário: na política brasileira, não há como garantir uma gestão eficiente das estatais - e sem falar de corrupção.Logo...
A estatal teve bons momentos, colecionou êxitos, acumulou tecnologias e formou quadros. Mas, sempre que isso aconteceu, não foi porque se tratava de uma estatal. A companhia foi bem sempre que agiu como petrolífera, digamos, normal, quase independente.
Já quando foi mal, como vai hoje, a causa é evidente: a condição de estatal.
Radicalizando, poderia se dizer que, quando a Petrobras funciona, consegue isso apesar de ser estatal. Mas todos sabemos que há petrolíferas estatais muito bem-sucedidas pelo mundo afora.
Como também há outras simplesmente desastrosas, e, como a própria Petrobras alternou períodos positivos e negativos, a questão é: como uma estatal pode fracassar?
A resposta está diante de nossos olhos. Trata-se do pecado mortal da politização, que se manifesta de duas maneiras complementares: a nomeação de diretores e chefes não por sua competência e sua história na empresa, mas pela filiação política ou sindical; e a definição dos objetivos e meios da empresa não por análises econômicas, e sim pela vontade dos governantes e das forças políticas no poder.
Não é preciso pesquisar nada para se verificar que a Petrobras caiu nesses dois buracos nos governos Lula e Dilma. A disputa pelos diversos cargos da companhia tornou-se pública, com os partidos e grupos reclamando abertamente as posições de que se julgavam merecedores. Lula, em entrevista formal, contou o quanto interferiu no comando da estatal, levando-a a ampliar projetos de investimentos claramente incompatíveis com as possibilidades da empresa e as condições do mercado.
Foi a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, quem admitiu o irrealismo daqueles planos. E também o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima, reconheceu que a vontade de Lula prevaleceu sobre os argumentos técnicos na definição das regras para a exploração do pré-sal.
Ora, isso demonstra que a blindagem montada no governo FHC simplesmente não funcionou. Em 1997, por emenda constitucional o monopólio do petróleo foi transferido da Petrobras para a União. A partir daí, a União passou a leiloar os direitos de exploração dos poços, abrindo a disputa para empresas privadas nacionais e estrangeiras. A Petrobras passou a competir no mercado.
Para garantir a despolitização, o governo estabeleceu regras de governança para a estatal e criou a tal Agência Nacional de Petróleo, órgão independente, administrado por diretores técnicos, com mandatos, encarregada de organizar e fiscalizar o setor de petróleo, gás e outros combustíveis.
Parecia um bom arranjo. O presidente da República indicava os diretores das agências, mas respeitando critérios de conhecimento técnico e experiência, que seriam checados pelo Senado, responsável pela aprovação final dos indicados.
Isso não eliminava as decisões dos políticos eleitos pelo povo. Como acionista majoritário da Petrobras, por exemplo, o governo federal poderia determinar a estratégia da companhia no Conselho de Administração, como acontece em qualquer grande empresa. Mas a execução tinha de ser feita tecnicamente, mesmo porque a empresa havia perdido o monopólio e precisava competir.
O que aconteceu no governo Lula? O Senado, como faz nos outros casos, simplesmente tornou-se um carimbador de indicações para a diretoria da ANP, assim como para as demais agências reguladoras. Os partidos passaram a lotear abertamente esses cargos. No governo Dilma, o Senado negou uma única indicação, e por um péssimo motivo. Tratava-se de um quadro competente, mas os senadores da maioria queriam mandar um recado para a presidente, colocar um obstáculo para cobrar uma fatura.
Tudo considerado, o que temos? As regras de governança e o sistema de agências atrapalharam um pouco, deram mais trabalho aos governos Lula e Dilma, mas não impediram que se politizasse inteiramente a companhia e o setor.
A crise dos royalties é uma consequência disso. Também os cinco anos sem leilão de novos poços, o que atrasou a exploração do óleo. E isso levou o Brasil a ser cada vez mais dependente da importação de óleo e combustíveis, ao contrário do que dizia a propaganda oficial do governo Lula.
Sim, a nova presidente da Petrobras tem feito alguma coisa para levar a companhia a uma atuação mais técnica. Mas são evidentes as suas limitações.
O PSDB ataca a gestão petista na Petrobras e diz que, no governo, faria a "reestatização" da companhia. Ou seja, voltaria ao sistema da era FHC.
Nada garante que isso garantiria despolitização. Na verdade, a história recente prova o contrário: na política brasileira, não há como garantir uma gestão eficiente das estatais - e sem falar de corrupção.Logo...
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