A Semana dos Museus deste ano
encerrou-se na noite de ontem, quinta-feira, com palestra do Secretário da
Cultura, Cléber Lima, e exibição do filme de Jacynto Batalha “Um passeio no
tempo”.
Na palestra o Secretário da Cultura
conta a luta da Professora Theresinha de Almeida Pinto para criar o Museu
Municipal, que começou por resgatar uma cruz de madeira construída pelo
carpinteiro Crispim Zuim para Igreja Matriz.
Depois, doada para a Igreja de São Sebastião do Barreiro, fora colocada
à venda como relíquia, sob alardes de propaganda na televisão. E que a
Professora, amante da história e das obras de arte do Município, mobilizara os
habitantes de Visconde do Rio Branco, com o fim de conseguir doações que
somassem Cr$ 1.000,00(mil cruzeiros) para impedir a perda daquele bem de valor
inestimável.
Com a vitória de sua campanha, Dona
Theresinha intensificou os trabalhos, com o entusiasmo da população mobilizada,
para conseguir doações das antigas famílias do Município de outros objetos de
valor histórico deixados pelos antepassados.
E que assim alcançou as bases para fundar o tão desejado Museu
Municipal, que hoje se encontra instalado na Rua do Divino(Tabelião Orlando
Costa), com fachada de um imóvel tombado que pertenceu à Cia. Força e Luz
Cataguases Leopoldina.
A palestra girou em torno do tema:
Museus ( Memória + Criatividade ) = Mudança Social.
Quem entra pela porta daquela frente
estreita, vai sendo tomado de surpresas ao penetrar nas suas dependências, com
o tamanho do espaço físico onde existem tantas relíquias, cada qual a contar uma história de famílias, atividades
e costumes do passado, desde os tempos dos primeiros contatos de nossos
habitantes primitivos das tribos Coroados, Coropós e Puris com os aventureiros
em busca de poaia. Desses, muitos eram
criminosos fugitivos, outros exploradores das riquezas naturais de valor
desconhecido pelos indígenas.
Entre as peças de museu, encontra-se de
tudo e muitas só aumentam a surpresa dos visitantes: engrenagens de engenhos, o
pau da forca, grilhões dos escravos e muitas fotos de gente simples ou de
políticos que fizeram o antigo Presídio de São João Batista transformar-se na
Comarca de Visconde do Rio Branco, que foi uma das maiores paróquias do
Império, em extensão desde as divisas de Piranga até Campos dos Goytacazes, no
Rio de Janeiro.
O Museu contém fotos do casario do
lugar, que logo depois de ser transformado em Município(1882), ganhou predominante
estilo arquitetônico neoclássico que vem sofrendo transformações predatórias
nas últimas décadas.
O filme “Um passeio no tempo” mostra
essas imagens dos imóveis de época que serviram de cenário para os outros
filmes rodados na década de 60 e 70: O “Menino e o Vento” e “Eu dou o que ela
gosta”.
Na abertura, Jacynto Batalha expõe
legenda com forte conteúdo de protesto onde diz que toda aquela riqueza
arquitetônica, identidade e imagem de um lugar, tem sido violentada pela especulação
imobiliária.
O Museu, com seu espaço em dois
pavimentos, ocupa uma área construída da Rua do Divino(entrada), até a Rua
Major Felicíssimo(Estrada de Ferro). Já
está pequeno para guardar todo aquele acervo de relíquias que fazem parte da
cultura e da história de Visconde do Rio Branco.
(Franklin
Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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