sexta-feira, 10 de maio de 2013

Encerrada a Semana dos Museus com palestra do Secretário da Cultura e exibição do filme “Um passeio no tempo”


       


         A Semana dos Museus deste ano encerrou-se na noite de ontem, quinta-feira, com palestra do Secretário da Cultura, Cléber Lima, e exibição do filme de Jacynto Batalha “Um passeio no tempo”.

         Na palestra o Secretário da Cultura conta a luta da Professora Theresinha de Almeida Pinto para criar o Museu Municipal, que começou por resgatar uma cruz de madeira construída pelo carpinteiro Crispim Zuim para Igreja Matriz.  Depois, doada para a Igreja de São Sebastião do Barreiro, fora colocada à venda como relíquia, sob alardes de propaganda na televisão. E que a Professora, amante da história e das obras de arte do Município, mobilizara os habitantes de Visconde do Rio Branco, com o fim de conseguir doações que somassem Cr$ 1.000,00(mil cruzeiros) para impedir a perda daquele bem de valor inestimável.


         Com a vitória de sua campanha, Dona Theresinha intensificou os trabalhos, com o entusiasmo da população mobilizada, para conseguir doações das antigas famílias do Município de outros objetos de valor histórico deixados pelos antepassados.  E que assim alcançou as bases para fundar o tão desejado Museu Municipal, que hoje se encontra instalado na Rua do Divino(Tabelião Orlando Costa), com fachada de um imóvel tombado que pertenceu à Cia. Força e Luz Cataguases Leopoldina.



         A palestra girou em torno do tema: Museus ( Memória + Criatividade ) = Mudança Social.

         Quem entra pela porta daquela frente estreita, vai sendo tomado de surpresas ao penetrar nas suas dependências, com o tamanho do espaço físico onde existem tantas relíquias, cada qual  a contar uma história de famílias, atividades e costumes do passado, desde os tempos dos primeiros contatos de nossos habitantes primitivos das tribos Coroados, Coropós e Puris com os aventureiros em busca de poaia.  Desses, muitos eram criminosos fugitivos, outros exploradores das riquezas naturais de valor desconhecido pelos indígenas. 

         Entre as peças de museu, encontra-se de tudo e muitas só aumentam a surpresa dos visitantes: engrenagens de engenhos, o pau da forca, grilhões dos escravos e muitas fotos de gente simples ou de políticos que fizeram o antigo Presídio de São João Batista transformar-se na Comarca de Visconde do Rio Branco, que foi uma das maiores paróquias do Império, em extensão desde as divisas de Piranga até Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

         O Museu contém fotos do casario do lugar, que logo depois de ser transformado em Município(1882), ganhou predominante estilo arquitetônico neoclássico que vem sofrendo transformações predatórias nas últimas décadas. 

         O filme “Um passeio no tempo” mostra essas imagens dos imóveis de época que serviram de cenário para os outros filmes rodados na década de 60 e 70: O “Menino e o Vento” e “Eu dou o que ela gosta”.


         Na abertura, Jacynto Batalha expõe legenda com forte conteúdo de protesto onde diz que toda aquela riqueza arquitetônica, identidade e imagem de um lugar,  tem sido violentada pela especulação imobiliária.



         O Museu, com seu espaço em dois pavimentos, ocupa uma área construída da Rua do Divino(entrada), até a Rua Major Felicíssimo(Estrada de Ferro).  Já está pequeno para guardar todo aquele acervo de relíquias que fazem parte da cultura e da história de Visconde do Rio Branco.  

         (Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

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