quinta-feira, 25 de julho de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - Drops julho 25 - COLONIZÇÃO ALEMÃ




 Clique para abrir - Drops julho 25 - COLONIZÇÃO ALEMÃ


COLUNA DO TIMM

Dia 25 de julho 189 anos da imigração alemã.

Paulo Timm – Economista, Prof. Universidade de Brasilia – www.paulotimm.com.br – Especial para A FOLHA, Torres – copyleft com exceção de Torres-RS.

Há 188 anos, no dia 25 de julho de 1824, 39  alemães chegavam  à Feitoria do Linho Cânhamo, Rio Grande do Sul,  trazidos pelo veleiro “Anne Louise” , que zarpou de Hamburgo,  dando início à aventura da imigração teuta no Rio Grande do Sul. Logo mais, novas levas de imigrantes foram chegando: Em 1824 chegaram em São Leopoldo 126 imigrantes; em 1825 mais 909; em 1826 ,828; em 1827 , 1.088; em 1828 , 99; em 1829, 1.689 e em 1830 chegaram 117, num total de 4.830 colonos. Parte deles veio para a região que daria origem ao município de Torres, ainda pertencente a Santo Antonio da Patrulha, dividindo-se os evangélicos para Três Forquilhas e os católicos para São Pedro de Alcântara. Aqui chegaram no dia 17 de novembro de 1826 .Depois houve uma breve interrupção, devido à Revolução Farroupilha (1835-1845) registrando-se, porém, entre 1849 e 1853  entrada de mais 164 migrantes. Em meados do século  sobreveio um novo ciclo na chegada dos alemães: os brummers.

Os brummer vieram recompor o ritmo imigratório interrompido, e compensá-lo culturalmente pela alta qualidade dos mesmos.
Não só mais braços, como sobretudo cérebros e técnicos, até então em pequeno número. Os últimos lançaram os fundamentos da industrialização gaúcha.

No final do século XIX o número de alemães no Rio Grande e Santa Catarina já somavam cerca de 20.000.

 O veleiro  Anna Louise foi o  3º embarque realizado sob às ordens do Cel. Schaefer, oficial austríaco  a serviço da Princesa Leopoldina, esposa de D.Pedro I e encarregado de recrutar soldados e colonos para o novo Império, recém independente.  Com efeito, além de 200 soldados, que ficaram no Rio de Janeiro,  vieram também 126 colonos. Seus nomes ficaram registrados  e divulgados na obra de Telmo Lauro  Muller : “UM MARCO NA HISTÓRIA GAÚCHA” . Tenho eu a honra de descender de um deles,  Heinrich Timm e Margarida Ana Timm, cujos parentes ainda se encontram no mesmo lugar, em São Leopoldo, segundo estudo genealógico feito por Maria de Lourdes Timm - http://anossafamilia.com/source.php?sid=S23&ged=anossafamilia.ged .  

A viagem em veleiro, naquela época,   era  demorada – de 90 a 120 dias – e penosa, com muitas mortes pelo caminho:
Fala-se em imigração alemã, mas, na verdade,  não havia uma Alemanha unificada. Naquela região pululavam diversos reinos e ducados. Toda a Europa, desde as guerras napoleônicas até as revoluções de 1848, vinham sendo   varridas por grandes mobilizações e tensões.. A proletarização de cidades, inchadas  pela era industrial, inflamava o discurso iluminista transbordando-o para o apelo crescentemente social. 

Era nestas cidades, Hamburgo dentre elas, coalhadas de soldados desmobilizados, de camponeses arrancados de suas terras e de desempregados famintos que os panfletos brasileiros  oferecendo um paraíso nos trópicos ecoava. Oferecia-se-lhes passagem, terras e algum apoio financeiro.

Da miragem do paraíso nos trópicos à dura realidade enfrentada pelos migrantes foi um pulo. Ela escondia as dificuldades da longa viagem, na qual muitos morriam, e do assentamento numa região desprovida de qualquer vestígio de civilização.  Os imigrantes que chegaram em 1829 e 1830 nada receberam, pois as verbas haviam sido suspensas no orçamento do governo imperial.

Não obstante, este pequeno grupo  venceu os obstáculos e se impôs como uma nova realidade no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Tanto que se pode dizer que a história destes Estados  se divide em dois períodos, antes e depois de 1824... Aleluia!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário