terça-feira, 5 de março de 2013

Morre o presidente Hugo Chávez


9h00
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, há pouco, em rede de rádio e televisão, a morte do presidente Hugo Chávez. O presidente morreu aos 58 anos, após longo tratamento contra câncer. Nas próximas horas, o governo informará onde será o velório e dará detalhes sobre o sepultamento.



Dilma: morte de Chávez deixará vazio na história e no coração da América Latina


05/03/2013 - 20h29


Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff lamentou hoje (5) a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Para ela, a perda do presidente venezuelano deixará um vazio no coração, na história e nas lutas da América Latina.

“Hoje, lamentavelmente, infelizmente e com tristeza, eu digo para vocês que morreu um grande latino-americano, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos, os centro-americanos”, disse a presidenta, antes de discursar no 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.

Dilma cancelou a viagem que faria quinta-feira (7) à Argentina e deve comparecer ao velório de Chávez. O governo venezuelano ainda não divulgou informações sobre as últimas homenagens e o sepultamento.

A presidenta elogiou a liderança de Chávez na Venezuela e seu comprometimento com o desenvolvimento não só de seu país, mas da América Latina. Dilma ressaltou que, apesar de não concordar integralmente com as posições políticas de Chávez, o governo brasileiro reconhece a importância do venezuelano para o continente. “Em muitas ocasiões, o governo brasileiro não concordou integralmente com ele. Porém, hoje, como sempre, reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e sobretudo um amigo do Brasil, um amigo do povo brasileiro.”

Ela disse que lamenta a morte de Chávez como presidenta e como “pessoa que tinha por ele um grande carinho” e elogiou a generosidade do presidente. “Além de liderança expressiva, o presidenta foi um homem generoso com todos aqueles que neste continente precisaram dele”. Após as palavras, a presidenta pediu um minuto de silêncio em homenagem a Chávez. O minuto de silêncio foi seguido de uma salva de palmas.

Chávez morreu hoje em Caracas, aos 58 anos, vítima de complicações de um câncer na região pélvica. Em dezembro do ano passado, ele foi submetido a uma cirurgia em Havana. Suas últimas imagens, em fotos ao lado das filhas no hospital, foram divulgadas há duas semanas.

O anúncio da morte de Chávez foi feito pelo  vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em pronunciamento em rede de rádio e televisão. Em outubro do ano passado, Chávez foi eleito para o quarto mandato consecutivo. Ele ficaria no poder até 2019.

Edição: Nádia Franco

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Venezuela expulsa dois funcionários da Embaixada dos Estados Unidos por conspiração


05/03/2013 - 20h24

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No dia da morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o governo venezuelano anunciou a expulsão de dois funcionários da Embaixada dos Estados Unidos no país. O ministro das Relações Exteriores, Elias Jauá, disse que David Kostal era “persona non grata” no território venezuelano e recebeu ordens para deixar o país em 24 horas, assim como Davi del Monaco.

"David Kostal foi declarado persona non grata, juntamente com David del Monaco, e [ambos] têm 24 horas para abandonar o território soberano e independente da República Bolivariana da Venezuela", disse o chanceler.

Anteriormente, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a expulsão do adido militar, David del Monaco, refere-se a uma investigação que o relaciona com uma alegada conspiração contra o governo venezuelano. "Este funcionário deu-se ao trabalho de procurar militares ativos na Venezuela para, primeiro, investigar a situação das Forças Armadas e, em segundo lugar, para propor projetos desestabilizadores", disse Maduro.

Maduro acusou os "inimigos históricos" da Venezuela de estarem por trás da doença de Chávez. Às 16h47 (horário de Caracas) o vice-presidente anunciou a morte do presidente em decorrência de complicações causadas pelo câncer.


Edição: Fábio Massalli

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No comando da Venezuela durante 13 anos, Chávez defendeu unidade latino-americana


05/03/2013 - 19h23

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Hugo Chávez, que morreu hoje (5) aos 58 anos, assumiu a Presidência da República pela primeira vez em 1999 e foi três vezes reeleito para o cargo – a última delas em outubro do ano passado, quando derrotou Henrique Capriles. Como paraquedista militar, Chávez sempre se orgulhou da disposição física. Era praticante de beisebol e fazia caminhadas diárias. No ano passado, admitiu estar com câncer.

Chávez foi internado em Havana, Cuba, para três cirurgias de urgência. Em uma delas, o presidente informou ter retirado um tumor da região pélvica. Dias depois confirmou que estava com câncer. Informações atribuídas a assessores indicaram duas suspeitas para o tumor de Chávez: no cólon ou na próstata.

Em dezembro de 2012, Chávez retornou a Cuba para mais uma cirurgia. Antes de deixar a Venezuela, pediu à população para que, na eventualidade da sua ausência, apoiasse o vice-presidente, Nicolás Maduro. A reação de Chávez surpreendeu e foi interpretada como a antecipação da transmissão do cargo de presidente. Imediatamente à partida de Chávez, foi aberta uma disputa política interna no país entre governistas e oposicionistas.

Chávez ficou mais de dois meses em Cuba. Depois, retornou à Venezuela. No comando do governo durante 13 anos, a palavra de ordem de Chávez foi a Revolução Bolivariana em defesa da unidade latino-americana e da melhoria da condição de vida dos mais pobres. Definindo-se como socialista, o presidente era um crítico do neoliberalismo, da globalização e da política norte-americana. Também se dizia defensor do nacionalismo adotando medidas estatizantes e causando temores em investidores externos, segundo especialistas.

Desde 2000, Chávez promoveu a nacionalização de vários setores da economia do país. Inicialmente, estatizou a siderúrgica Sidor – responsável por 85% da produção de aço no país – no mesmo período, ele começou o processo de nacionalização da empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA), ação concluída em 2007.

No ano passado, o presidente da Venezuela anunciou a nacionalização de 11 plataformas de petróleo norte-americanas vinculadas à empresa Helmerich & Payne. Anteriormente, foi anunciada a estatização de fábricas do México, da França e da Suíça.

Na sua gestão, o venezuelano adotou como base as ações que se destinam à política assistencial envolvendo campanhas de alfabetização, de combate à desnutrição e à pobreza. Ao mesmo tempo, ele instaurou um regime militar rigoroso no país, modificou a Constituição – permitindo a reeleição sucessivas vezes – e alterou o sistema de funcionalismo público.

O estilo Chávez de conduzir a política interna e se manifestar sobre as questões externas dividia opiniões. Amigo de Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, Muammar Khadafi, então líder da Líbia, e Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, entre outras autoridades, o venezuelano não se esquivava de defender as pessoas próximas a ele. Em 2005 e 2006, ele foi incluído entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista britânica The Time.

Em 2004, um grupo de manifestantes foi às ruas de Caracas pedir a saída de Chávez. Os protestos foram contidos pelas forças de segurança e, desde então, a relação do presidente venezuelano com a imprensa estrangeira passou a ser tensa. Segundo Chávez, a imprensa incitava o povo ao ódio, um dos alvos dele era a emissora de televisão Globovisión, que teve a concessão cancelada.

Bem-humorado, Chávez fez várias viagens ao Brasil. Em junho, quando fez a primeira visita oficial na gestão da presidenta Dilma Rousseff, ele usou muletas, pois alegou dores no joelho esquerdo. Anteriormente, havia desmarcado uma viagem também se queixando de dores no mesmo joelho. Durante a visita a Brasília, brincou que seu mal era a idade. Em julho, ele compareceu à cerimônia de adesão da Venezuela ao Mercosul e indicou estar recuperado do câncer.

No entanto, em dezembro, quando houve a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, na qual estava marcada uma cerimônia em homenagem à Venezuela, Chávez não participou. Em Cuba para tratamento de saúde, o presidente enviou uma delegação para as reuniões.

Edição: Talita Cavalcante//O título foi alterado às 19h54 4

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Maduro convoca população a fazer homenagem a Chávez

05/03/2013 - 19h55
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
 
Brasília – O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou a população a fazer uma homenagem ao presidente venezuelano Hugo Chávez, que morreu na tarde de hoje (5). Com a voz embargada, Maduro pediu para que todos ocupem as ruas ao redor do Hospital Militar de Caracas, onde o presidente estava internado.

"Vamos levar a todos os cantos uma homenagem de honra em um canto de primavera. Os que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos”, disse o vice-presidente.

Em entrevista coletiva, Maduro anunciou que o presidente morreu às 16h47 (horário de Caracas). Chávez lutava contra um câncer na região pélvica. Passou por um tratamento em Cuba, onde fez quatro cirurgias.
 

*Com informações da agência de notícias da Venezuela, AVN http://www.avn.info.ve/titulares
Edição: Aécio Amado
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