As festas de
São João no Engenho Piedade do Sr. Antônio Soares foram lembradas na abertura
da sessão de ontem, terça, no Museu Municipal. A Professora Theresinha de
Almeida Pinto fez um resumo do que chamou a “República do Carrapicho”, a Rua do
Rosário, onde existiu aquele Engenho histórico por suas atividades comerciais
em torno de arroz, café, milho e similares.
Mas a “república” tem as raízes nas
famílias que ali conviviam, algumas ainda vivem lá, e deixaram marca que o tempo não apaga. De
tudo aquilo, surgiram as festas de São João, promovidas pelo Sr. Antônio
Soares. Ninguém sabe em que ano aconteceu a primeira fogueira. Nem a Sra. Didi,
filha do Sr. Antônio, que na época estudava em Juiz de Fora.
Quem viveu na ocasião lembra-se de que o auge das festas
se deu dos fins dos anos 50 e ao longo dos 60, quando Luiz Gonzaga, o Rei do
Baião, vinha a Visconde do Rio prestigiar o “compadre Antônio Soares”, com sua
sanfona, seus companheiros de zabumba e de triângulo.
No palco
montado para calangueiros, repentistas, duplas caipiras, Gonzaga se apresentava
como gente do lugar e levava a platéia ao delírio, espalhada pelo terreiro do
Engenho, em volta da fogueira, na tuia de cimento, onde, depois do show, havia
a dança da quadrilha.
Didi fez um
relato do que a memória lhe proporcionou, muita coisa por ouvir dizer, e muita
pelas oportunidades que teve de ver a convivência do velho “Lua”, com seu pai,
com seus familiares e vizinhos. E pediu depoimentos de gente da platéia para
lembrar as características que fizeram seu pai tão popular e carismático. Foi lembrado aquele homem honesto,
sistemático e discretamente brincalhão.
O Sr. Antônio que andava de bicicleta e respeitava toda o regulamento do
trânsito, como sá andar na mão, sinalizar “dobrar à direita”, “dobrar à
esquerda”, buzinar(campainha) atrás de quem estivesse no trajeto.
Depois de todas as lembranças em clima
descontraído, houve a apresentação no palco dos alunos da Professora Tereza
Freitas Purgato, composto de 7 acordeons, 1 flauta, e 1 percussão. Apresentaram número solo, dueto e uma
seleção(poupurri) com a participação de todos, com composições de Mário Zan,
Luiz Gonzaga, Lourival Passos.
Professora Tereza Freitas Prugato fala à platéia
A Professora e seus alunos apresentam-se ao público
Alunos de acordeon da Prof. Tereza Freitas Purgato
- Layane Costa shiavon
-Sandro Schiavon
-Hiago Darlis Porfírio
-Jaqueline Filgueiras da Silva Souza
-Evaldo de Freitas Resende
- Áurea Magali Andrade Franco- flauta
- Guliano Pietro Reis Cerrado
- Celso - percussão
Foi uma noitada rara, pelas belas
lembranças e pelo enlevo de uma apresentação musical brilhante que encantou a
todos.
Logo mais, às 20 horas, a 11ª Semana
dos Museus vai exibir o filme “De Pai Para Filho”, produzido no ano passado,
pelo Centenário do Rei do Baião.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
Lembro-me demais do senhor Antônio Soares com a sua bicicleta. Cheguei a ver suas famosas fogueiras de São João. Antes do show de Luiz Gonzaga havia apresentação de calangueiros da região (Os últimos, ou quase, infelizmente).
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