quarta-feira, 8 de maio de 2013

As festas de São João, Antônio Soares e o Rei do Baião





          As festas de São João no Engenho Piedade do Sr. Antônio Soares foram lembradas na abertura da sessão de ontem, terça, no Museu Municipal. A Professora Theresinha de Almeida Pinto fez um resumo do que chamou a “República do Carrapicho”, a Rua do Rosário, onde existiu aquele Engenho histórico por suas atividades comerciais em torno de arroz, café, milho e similares. 


          Mas a “república” tem as raízes nas famílias que ali conviviam, algumas ainda vivem lá,  e deixaram marca que o tempo não apaga. De tudo aquilo, surgiram as festas de São João, promovidas pelo Sr. Antônio Soares. Ninguém sabe em que ano aconteceu a primeira fogueira. Nem a Sra. Didi, filha do Sr. Antônio, que na época estudava em Juiz de Fora. 


        Quem viveu  na ocasião lembra-se de que o auge das festas se deu dos fins dos anos 50 e ao longo dos 60, quando Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, vinha a Visconde do Rio prestigiar o “compadre Antônio Soares”, com sua sanfona, seus companheiros de zabumba e de triângulo. 

No palco montado para calangueiros, repentistas, duplas caipiras, Gonzaga se apresentava como gente do lugar e levava a platéia ao delírio, espalhada pelo terreiro do Engenho, em volta da fogueira, na tuia de cimento, onde, depois do show, havia a dança da quadrilha. 

Didi fez um relato do que a memória lhe proporcionou, muita coisa por ouvir dizer, e muita pelas oportunidades que teve de ver a convivência do velho “Lua”, com seu pai, com seus familiares e vizinhos. E pediu depoimentos de gente da platéia para lembrar as características que fizeram seu pai tão popular e carismático.  Foi lembrado aquele homem honesto, sistemático e discretamente brincalhão.  O Sr. Antônio que andava de bicicleta e respeitava toda o regulamento do trânsito, como sá andar na mão, sinalizar “dobrar à direita”, “dobrar à esquerda”, buzinar(campainha) atrás de quem estivesse no trajeto. 

         Depois de todas as lembranças em clima descontraído, houve a apresentação no palco dos alunos da Professora Tereza Freitas Purgato, composto de 7 acordeons, 1 flauta, e 1 percussão.  Apresentaram número solo, dueto e uma seleção(poupurri) com a participação de todos, com composições de Mário Zan, Luiz Gonzaga, Lourival Passos.
Professora Tereza Freitas Prugato fala à platéia

A Professora e seus alunos apresentam-se ao público


Alunos de acordeon da Prof. Tereza  Freitas Purgato
- Layane Costa shiavon
-Sandro Schiavon
-Hiago Darlis Porfírio
-Jaqueline Filgueiras da Silva Souza
-Evaldo de Freitas Resende
- Áurea Magali Andrade Franco- flauta 
- Guliano Pietro Reis Cerrado
- Celso - percussão


         Foi uma noitada rara, pelas belas lembranças e pelo enlevo de uma apresentação musical brilhante que encantou a todos.


         Logo mais, às 20 horas, a 11ª Semana dos Museus vai exibir o filme “De Pai Para Filho”, produzido no ano passado, pelo Centenário do Rei do Baião.     


(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

Um comentário:

  1. Lembro-me demais do senhor Antônio Soares com a sua bicicleta. Cheguei a ver suas famosas fogueiras de São João. Antes do show de Luiz Gonzaga havia apresentação de calangueiros da região (Os últimos, ou quase, infelizmente).

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