terça-feira, 20 de agosto de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - DROPS REVISTA DIÁRIA - Agosto 20- BAÚ DE OSSOS / Drops- Revista Diária - agosto 19 - DIA DO HISTORIADOR




DROPS REVISTA DIÁRIA - Agosto 20- BAÚ DE OSSOS

A VOLTA DOS  ESQUELETOS NAS CONTAS PUBLICAS
Paulo Timm – Torres, agosto 17 – copyleft
GLOBONEWS – Miriam Leitão -Economistas debatem alquimia fiscal do Governo

  E ainda há quem fale em eliminar o superávit primário.  Impossível.  Seria loucura.   O superavit é a mesada regular feita aos rentistas, para que eles continuem dispostos a participar do jogo.
Ceci Juruá – Economista RJ- correspondência pessoal com autor

Há coisas incompreensíveis no Brasil. O Governo não tem dinheiro para pagar professores, para manter  funcionando adequadamente os hospitais, para conservar as estradas, pelas quais circula o grosso da riqueza nacional, mas tem dinheiro para o trem-bala, orçado em R$ 38 bilhões, mas que poderá chegar ao dobro disso, como teve R$ 7 bilhões para os Estadios da COPA. Não há dinheiro, sequer, para terminar o projeto prioritário da Era Lula, que foi a Transposição do São Francisco.   A Lei de Responsabilidade Fiscal explica: Ela é rigorosa : não permite que haja despesa sem a demonstração da fonte dos recursos. Como não há disponibilidade orçamentária, nada feito. É omissa, porém, quando as despesas se destinam a investimentos, como o trem-bala. O  caminho é meio obscuro, mas tem funcionado da seguinte maneira:
 O Tesouro Nacional emite Títulos, que são negociados no mercado financeiro pelo Banco Central, que os repassa para o BNDES. Aí o BNDES alardeia que bate recordes inauditos de aplicações, contratadas pelo setor privado, mas esconde que deixa para trás maior  endividamento – caro –do Governo. Ninguém sabe direito como tudo isso acontece e como é contabilizado. São os famosos “esqueletos” que ficam escondidos nos escaninhos de Brasília e que levaram, outrora, Pedro Malan, Ministro da Fazenda,  a afirmar:
No Brasil nem o passado se pode planejar...

Um dia, porém, como no famoso romance de Érico Veríssimo, os mortos saem das tumbas e assombram os vivos.

Há apenas um Relatório periódico do Tribunal de Contas da União que, depois de muito perseguir os números, os divulga. Uma pista para se calcular estes montantes, é o registro dos haveres do Banco Central junto ao BNDES, mas este número nunca fecha com os deste Banco, o qual se credita, por sua vez, junto ao Tesouro pelo custo dos subsídios dados em seus empréstimos. Trocando em miúdos, como o BNDES não emite moeda, ele toma emprestado do próprio Governo. Como o Governo também não tem dinheiro, emite títulos  a juros geralmente superiores à Taxa SELIC, na ordem de 10% a.a. e empresta o dinheiro ao BNDES, que o entrega a uma média de 5% a.a., inferior ao que paga ao Governo, aos tomadores privados. A diferença entre o que cobra e o que paga é novamente cobrada do Governo, que assim, terá pago, no fim do ciclo, pelo dinheiro (que não tinha) , os 10% a.a. + 3% (proxi) dos subsídios. Bem, em quanto monta isso tudo? No final de 2012 este valor estava em R$ 400 bilhões, valor que subiu para R$ 438 no final de junho. Custo disso?   Em 2012 algo em torno de R$ 52 milhões, ou pouco menos de R$ 60 no ano em  curso. Sem falar nos empréstimos similares aos outros Bancos oficiais: BB e CEF...

Este, enfim, o valor monstruoso  do BOLSA EMPRESÁRIO no Brasil, retro-alimentado pela transferência – esse o nome técnico dos juros pagos aos titulares de títulos governamentais -  no vértice da pirâmide de renda da bagatela de R$ 100 bilhões, ou o equivalente a quatro BOLSAs FAMÍLIA. A BOLSA EMPRESÁRIO beneficiando um seleto segmento de, no máximo, 5 mil famílias, enquanto o BOLSA FAMÍLIA beneficia mais de 23 milhões. Isso é o Brasil!!!! Mas “ Que país é este”...¹




 Drops- Revista Diária - agosto 19 - DIA DO HISTORIADOR- Clique para ler :

DIA DO HISTORIADOR BRASILEIRO 

*
Em boa hora o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) houve por bem propor um dia para homenagear o Historiador no Brasil, com a seguinte justificativa:
"Um povo sem história é um povo sem memória. Essa afirmação, mais que um dito já popular, é também uma verdade histórica, pois todos os agrupamentos humanos que não preservaram sua memória - em histórias, documentos, objetos de arte e arquitetura - acabaram sucumbindo a ditaduras e até acabaram por desaparecer da face da Terra.

Por essa razão, não apenas a disciplina que trata das histórias dos povos deve merecer nossa atenção, mas também os cientistas que se dedicam a essa tarefa tão nobre. Obviamente, a história se faz por seus protagonistas: lideranças políticas, religiosas e econômicas, por um lado; grupos populares, lutas contra a opressão e pela libertação, por outro. E para registrar tudo, o historiador.

E de tal modo é importante o papel dos historiadores que, por vezes, eles ajudam, também, a reconfigurar a história de um País. Ao lado da Filosofia e da Literatura, a História está presente desde os primeiros momentos da nossa tradição ocidental, constituindo um dos saberes mais antigos de nossa civilização."

Inicialmente, o senador  escolheu como data  o  dia 12 de setembro,  natalício de um dos maiores estadistas desta país:  Joaquim Nabuco.  Mas a data aprovada, afinal, pelo Senado, foi   o 19 de agosto, constante da Lei nº 12.130, de 17 de dezembro de 2009:

"LEI Nº 12.130, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009

Institui o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.
O VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA , no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPUBLICA
Faco saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 E instituido o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.
Art. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicacão.
Brasília, 17 de dezembro de 2009; 188 da Independência e 121 da República.
JOSE ALENCAR GOMES DA SILVA
Joao Luiz Silva Ferreira"


O Dia do Historiador foi celebrado em todo o país embora os próprios profissionais da área que ainda se considerem marginalizados e entendem insuficiente a mera celebração em data do Historiador. Ainda não há uma regulamentação da profissão do  Historiador, tal como existe em várias outras atividades de nível superior, embora lhes seja reservado o magistério e, eventualmente, algumas funções públicas para as quais é exigido o diploma:

19 de Agosto: dia do Historiador. O que temos a comemorar?

Em dezembro de 2009 foi aprovada a lei nº 12.130, que “institui o dia nacional do historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto”. Afinal somos reconhecidos frente à sociedade! Será?
Um pouco de contexto
Em agosto de 2009 é proposto no Senado o Projeto de Lei 360 que visa regulamentar a profissão de historiador. Nesse projeto vemos a ausência de uma concepção explícita de historiador, a qual não nos impede de identificar a idéia que perpassa todo o texto do projeto: o historiador é aquilo que o mercado de trabalho quer que ele seja. Não importa aqui se o conhecimento a ser produzido será transformado em mercadoria e privilégio de poucos, não importa aqui se o historiador estará sendo utilizado para gerar mais lucro para empresas, não importa qual é a demanda social existente. O que importa é que o mercado de trabalho existe, e é melhor reservá-lo antes que alguém o ocupe.
Em junho de 2010 vemos uma outra medida que aponta para uma concepção de historiador cada vez menos crítica e mais voltada para o mercado de trabalho. Surge um ofício circular do MEC que determina a dissociação obrigatória entre bacharelado e licenciatura em todos os cursos onde essas habilitações ainda se mantém unidas. Na contramão da autonomia universitária – garantia constitucional -, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão – garantida pela LDB – e todos os estudos do campo da história que apontam, desde a década de 70, para a importância da formação do professor pesquisador, essa medida nefasta precariza a formação que tende a se tornar cada vez mais técnica, voltada ao mercado de trabalho.
Em nosso campo profissional, cada vez mais sofremos com a flexibilização dos contratos, perda de direitos e completa desvalorização da profissão de professor – nossa principal área de atuação.
Frente a isso cabe a nós perguntar: o que há para se celebrar nesse 19 de agosto? Esse dia, uma aparente valorização da profissão de historiador, visto a luz de outras medidas colocadas hoje nos apontam para a valorização de uma determinada concepção de historiador – aquela voltada para o mercado de trabalho. Não queremos um dia para comemorar uma profissão mercantilizada. Reafirmamos a necessidade de uma formação e intervenção crítica do historiador em nossa sociedade. Assim, convocamos todos e todas as estudantes de história a realizar atividades no dia 19 de agosto – não de comemoração passiva – mas de questionamento ativo das atuais condições de trabalho do historiador. O formato das atividades fica sob a responsabilidade de cada escola – podem ser mesas, grupos de debates, discussão de filmes, intervenções artísticas etc – que deve pensar a melhor forma de problematizar os dilemas da profissão de historiador hoje em mundo do trabalho cada vez mais precarizado.
No dia 19 de agosto questionaremos a realidade posta para celebrar nossas lutas!
Material para ser distribuído nas escolas
Diante da data, vale refletir  sobre o que faz o Historiador? Vejamos:
O que faz o Historiador
http://www.suapesquisa.com/profissoes/historiador.htm 
- Atua na área de consultoria histórica (vídeos, turismo histórico, teatro, novela, etc);
- Avalia e produz livros e outros materiais didáticos de História;
- Trabalha em museus e centros culturais com pesquisa histórica;
- Trabalha para empresas no resgate da história e produz de material de divulgação;
- Faz investigação histórica em arquivos públicos e privado;
- Pode atuar na área de ensino (Fundamental e Médio) como professor;
- Produção de conteúdo histórico para portais educacionais e culturais da Internet.
Características profissionais importantes (aptidões, habilidades e competências)
- O historiador deve gostar muito de ler;
- Deve ter facilidade em interpretação de textos;
- Ter bom senso crítico e analítico;
- Deve ter interesse em pesquisar, principalmente, fatos do passado.
Mercado de Trabalho
- Museus
- Empresas de consultoria histórica
- Universidades públicas, privadas e centros de pesquisa;
- Escolas de Ensino Médio e Fundamental e cursos pré-vestibulares;
- Empresas de consultoria histórica;
- Portais de conteúdo na Internet.
Alguns exemplos de especializações
- História Social
- História Econômica
- História da Arte
- História e Cultural
- Museologia
- Arqueologia
Salário Médio Inicial
De R$ 3.000,00 a R$ 5.000,00
Poderíamos aproveitar a data para refletir sobre a natureza da História como disciplina das Ciências Humas e sobre como ela pode, eventualmente, nos ajudar a construir o futuro. O assunto, porém, requereria mais do que esta Coluna e, simplesmente, não há unanimidade entre os estudiosos. Fica, aqui, entretanto, a sugestão de leitura de um clássico sobre o conceito de História:  “What is History” (1961),  reunindo uma série de conferências do inglês E.H. Carr, da Universidade de Cambridge e que foi  publicado no Brasil  pela Ed. Paz e Terra .

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