A cidade está sem celular Oi e Tim desde a tarde de ontem. Um incêndio
no alto do morro onde convergem os Bairros da Barra dos Coutos e Antônio
Soares, ao que tudo indica, atingiu a torre dessas operadoras. O fogo anulou a
base de operação dessas duas empresas da telefonia móvel. E até este momento(14:45),
os aparelhos se encontram mudos. Somente os telefones fixos funcionam.
Fogo na Oi e Tim. Imagem:> Gian Alves
Fogo na Oi e Tim. Imagem:> Gian Alves
Fogo na Oi e Tim. Imagem:> Gian Alves
O sistema entrou em vigor efetivamente nesta
região há aproximadamente 15 anos. Desde
então, as pessoas se acostumaram com comunicações interpessoais por meio dos
celulares, para fechar negócios, falar
da rua, dos consultórios, das filas de atendimento e até do volante – que é
proibido – para casa, para o escritório, a passar recomendações, ordens, saber
detalhes do trabalho ou da casa. Tudo
isto entrou no cotidiano intermediado por esse aparelho simples, que vai no
bolso ou na bolsa e se tornou um eficiente moleque de recado, apesar de as
prestadoras estarem entre as campeãs de reclamações junto ao PROCON.
Fonte: Mio Norte
Nesta época do ano, diante da escassez
de chuva e da chegada do calor, aquele ponto da cidade, onde ainda existem
densos matagais secos, os incêndios acontecem.
E é um problema difícil de prevenção.
Um trabalho das Secretarias estadual e
municipal do Meio Ambiente, em conjunto com o Corpo de Bombeiros poderia
realizar uma tentativa baseada em levantamento dos pontos vulneráveis,
detectados pela observação das áreas de vegetação mais densas, situadas em
locais onde se dê maior propagação de calor. Esses órgãos, dotados de
instrumentos técnicos, se observarem as previsões meteorológicas, terão elementos
para detectar a que grau de temperatura a vegetação ressecada se torne
inflamável. De posse desses dados, promoverem
uma irrigação do matagal, por meio de carros pipa, ou avião.
Imagem: Portal Campo Maior
Se os estudos forem realizados em torno
dos lugares aonde anualmente ocorrem incêndios, a chance da prevenção bem
sucedida é maior. O Bairro Novo Horizonte, alguma parte da Chácara e o sítio da
família Vianna foram atingidos no ano passado.
E não era a primeira vez. Os
ventos influem muito nessa propagação.
Bairro Nova Rio Branco. Imagem: Jefferson Coelho
Bairro Nova Rio Branco. Imagem: Jefferson Coelho
Bairro Nova Rio Branco. Imagem: Jefferson Coelho
Deve ser observado que as matas
cercadas de ruas calçadas e muitas construções estão mais vulneráveis ao
aquecimento por causa do calor que as estruturas de pedra e cimento armado
irradiam no ambiente. Se os loteamentos e as formações de bairros obedecessem a
um critério de reservar espaços intercalados de vegetação entre obras
particulares e pavimentação de ruas, a chance de aquecimento seria menor. Por
outro lado, se o calçamento das ruas for feito sempre de paralelepípedos ou
bloquetes, atenderá melhor aos fenômenos ecológicos, porque há oportunidade de
as águas de chuva penetrarem no solo, umedecendo-o, o que beneficia sua
consistência e a alimentação dos lençóis freáticos, que sustentam as minas e os
poços artesianos.
O fogo de agora é sinal de
advertência. Estamos, teoricamente,
ainda no Inverno. Se o pouco calor provoca
incêndios, mais podemos esperar, com a entrada da Primavera, no mês que vem, e
no avanço para o Verão.
As altas temperaturas prenunciam
chuvas. Por um lado diminuem os focos de
incêndio. Por outro são ameaças de
enchentes, vivas em nossa lembrança. A
elevação da margem esquerda do Rio Piedade, para a abertura da Avenida Dr.
Lelé, põe em risco a segurança dos moradores da margem direita. Na hipótese de enchentes como as de 2010 e
2012, podem causar dimensões diluvianas para a outra margem, sobre toda a área
do Carrapicho, Bairro Nova Veneza e as construções dentro do Rio
Chopotó(Xopotó) que se encontram da confluência dos dois cursos d’água para
baixo.
Nov. 2010. Fonte. Jornal Rádio 96 Muriaé.
02 de janeiro de 2012. Fonte: Edgard Amin
O mutismo dos telefones celulares pode
estar sendo um fato providencial para fazer as pessoas pensarem, durante o
silêncio, a respeito do desequilíbrio
ecológico e suas consequências sobre a cidade. A devastação da bacia do Chopotó
é fato público e notório faz tempo.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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