terça-feira, 6 de agosto de 2013

Salário mínimo de R$ 678,00 vale menos do que o de julho do ano passado




       Os comentaristas escondem a realidade quando falam que o país vem tendo aumentos reais do salário mínimo.  Este ano estamos comparando, desde o reajuste de janeiro, e a cada mês de 2013 o mínimo vigente vale menos do que o Necessário de 2012. 

         A mídia se apressa em noticiar que a cesta básica teve baixa em todas as 18 capitais pesquisadas, mas não entra em detalhes comparativos.  Na verdade, o valor real do mínimo de julho de 2013, de R$ 678,00,  caiu, em relação a julho de 2012, de R$ 622,00.  Vejam a relação:  R$ 678,00 são apenas 24,65%  do necessário para o mesmo mês que são R$ 2.750,83, que correspondem a 4,06 vezes o vigente.  Enquanto isto, os R$ 622,00 de julho do ano passado correspondiamm a 24,68% dos R$ 2.519,97 necessários para aquele período, que valiam 4,05 do vigente.  A queda do atual para o do ano anterior é pequena.  Falar, entretanto, que há crescimento real é erro proposital, ou engano, o que não nos parece provável para especialistas na área que comentam. 

         Isto nos faz desconfiar das falácias de que está havendo uma migração de parcelas da população das classes  D e E para a C(média).  Essas versões partidas dos formadores de opinião na mídia dominante deixam a impressão de que tendem a amainar o ânimo e o sentimento de revolta da nação contra os desmandos dos governantes e a exploração que as classes abastadas praticam sobre os trabalhadores e seus dependentes. O clamor das ruas mostra que o povo acordou.  Só não querem acordar os governantes e seus sustentadores.

         NÃO HÁ CRESCIMENTO REAL DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE.

         Há, de fato, um constante confisco dos valores que deveriam ser pagos aos assalariados de mais de 75% do que teriam que receber de direito e por necessidade.  São mais de três quartos retirados mensalmente de cada trabalhador para serem acumulados nas mãos dos 10% mais ricos da população.  É o vigor da lei Robin Hood aplicada ao contrário: tira dos pobres para dar aos ricos, que concentram cada vez mais a renda e a riqueza nacionais.

         É baseado em “determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser capaz de suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em julho deste ano, o menor salário pago deveria ser de R$ 2.750,83, ou seja, 4,06 vezes o mínimo em vigor, de R$ 678,00”.

         Todos sabem que as pequenas e médias empresas quebrariam se um decreto estabelecesse essa obrigatoriedade de uma hora para outra. Teria que haver política de distribuição de renda que impedisse a concentração crescente em poder das classes mais ricas.  Quanto mais no alto da pirâmide social, maior a concentração.  Teria que distribuir de cima para baixo, de maneira a atingir as classes médias que, por tabela, fariam chegar aos trabalhadores.  Esse processo reforçaria o mercado interno e ofereceria conforto, fartura e melhoria de vida a quem produz toda a riqueza nacional.   Seria menor a diferença de classes, com resultante justiça social.  O PT, se fosse mesmo uma Partido dos Trabalhadores, teria que ter aplicado a distribuição de renda nesses 13 anos de governo.  Mas ninguém se engana mais com essa sigla de ideologia falsa. Ela segue à risca o neoliberalismo herdado do PSDB, que vem desde a implantação da Ditadura Millitar.

         Dos governos neoliberais nada se pode esperar nesse sentido.  Essa ideologia político-econômica tem no lucro e no acúmulo de capitais a sua afirmação de sucesso.  Esse sucesso é alcançado graças à miséria dos segmentos sociais marginalizados do processo.

         O grito dos jovens nas ruas tem, entre tantos, esse ingrediente que nem todos sabem, mas sentem, como consequência das carências vividas que lhes tiram a perspectiva de uma vida melhor.

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)


           

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