segunda-feira, 24 de junho de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - & Drops junnho 24 Entrada x




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O PRONUNCIAMENTO DE DILMA

A Presidente Dilma, enfim, depois de uma semana de gigantescas manifestações populares por todo o Brasil, falou. Foi cuidadosa,  democraticamente protocolar e elegante. Mas evasiva. Ligeiramente insegura. Salvo o anúncio da importação de médicos, nada de novo. Reiteirou  o já anunciado : Royalties federais do Pré-sal para a educação. Elogiável. Tangenciou o tema da Reforma Política, mas não adiantou nada concreto.

Sabe-se que a sexta feira, dia 21 foi um dia tenso no Palácio do Planalto. Temia-se um deslize no pronunciamento que pudesse  piorar a situação nacional. Tinha que ser uma fala cirúrgica. Precisa. Mas ninguém conseguiu saber ao certo quem foram  os reais conselheiros da Presidente. Não foram, certamente, seus Ministros mais próximos e responsáveis por ajudá-la. Ninguém sabe onde está o Ministro da Justiça, notável omisso na crise.  Gilberto Carvalho ainda estaria no Mato Grosso, longe dos acontecimentos e do entendimento, como ele próprio insiste em afirmar, dos fatos. A Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, atolada nos processos da Comissão da Verdade, também não consegue ver a nova Verdade da truculência policial em vários pontos do país. Os responsáveis pela Inteligência,  talvez por serem militares, não são chamados. Será a isto que se referem todos os que tanto falam em “solidão do poder...?

 A jornalista Eliane Cantanhede , FSP, diz que um primeiro pronunciamento estava gravado às três da tarde. Foi para  o lixo. Estava ruim. Aí a equipe de João Santana, o marqueteiro oficial do sistema entrou em cena e fez o script que, afinal, foi ao ar.   Uma peça mais de marketing do que  digna de um grande líder num momento de crise. Lembram do “Après moi, le diluge” ? 

Mas bem, todos sabemos dos limites da Presidente, o que não lhe faz nenhum defeito, nem desonra, apenas  registra sua falta de estofo para ocupar o cargo que ocupa, pela graça de seu mentor, o Ex Presidente Lula.  Ela até vinha surpreendendo, à vista, primeiro de sua eleição , depois da persistente aprovação pela opinião pública, ainda superior a 50%.  Este poderia ter sido o grande momentum de Dilma, em que ela surpreendesse novamente com uma aparição fulminante e convincente.  Daí para o salto à Reeleição. Não conseguiu. Assimilou o clamor das ruas, mas sem  abrir mão das servidões do Poder. Além do salto alto, em nenhum momento foi capaz de fazer qualquer autocrítica demonstrando  determinação em redefinir rumos de suas estratégias de Governo, cujo epicentro se encontra no famigerado conceito de Base Aliada.  Curiosa e paradoxalmente, foi elogiada, no Congresso por vários parlamentares da Oposição. E nas redes pelos fervorosos adeptos do PT, mas sem nenhum registro de notáveis.

Enquanto isso, começam a vir à tona as primeiras pesquisas de opinião sobre os manifestantes. São principalmente jovens , entre 18 a 30 anos, ou seja, aqueles sobre os quais o grande historiador  Hobsbawn dizia que todo o passado é passado remoto. Não o viveram. Náo gostam de Partidos Políticos nem das instituições políticas que lhe correspondem, o que é um grande risco. Como fazer Política sem instituições políticas tais como Partidos, Mandatos Representativos, Parlamentos e Doutrinas? Outra Pesquisa atreveu-se a indagar sobre as preferências para a Presidência da República. Eis os mais cotados: Dilma fica em terceiro lugar, com 10%, Marina Silva, com 22% e o Ministro Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, com 33%.  Dá o que pensar .

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