sexta-feira, 7 de junho de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - Drops junho 07 - Informativo Diário - GEOPOLITICA E PODER



Clique para abrir - Drops junho 07 - Informativo Diário paulotimm.com



MUNDO SEM INFORMAÇÃO, MUNDO ÀS ESCURAS
Paulo Timm – Copyleft – Autorizada a reprodução todos os meios – Torres junho,07

“Mundo sem informação, mundo às escuras”
Balthasar Gracián – Sec. XVII

A "liberdade para transmitir informações e ideias por quaisquer meios independentemente de fronteiras"
 (artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948).

“A América Latina está em ebulição em matéria de regulação dos meios de comunicação. É uma tentativa de superar a histórica letargia do Estado diante da avassaladora concentração das indústrias de informação e entretenimento nas mãos de um reduzido número de corporações, quase sempre pertencentes a dinastias familiares. Cabe ao Estado um papel regulador, harmonizando anseios e zelando pelos direitos à informação e à diversidade cultural.”

Denis de Moraes , jornalista.Entrevista

No último dia 03 de maio a UNESCO, órgão das Nações Unidas para Educação e Cultura , fez uma Proclamação pela liberdade de expressão, ao tempo em que divulgou relatório sobre a morte de jornalistas em várias partes do mundo. A liberdade de expressão está consagrada na Declaração dos Direitos Humanos da ONU e na Constituição do Brasil de 1988.

Constituição brasileira de 1988
·         Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
·         V - o pluralismo político
·         Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vidaliberdade,igualdadesegurança e a propriedade, nos termos seguintes:
·         IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
·         VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
·         IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença
·         Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
·         § 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Já nos idos do século XVII um célebre monge espanhol, Balthasar Gracián dizia que um mundo sem informação é um mundo às escuras. Com efeito, quando a palavra corta, fecha-se a comunicação e instaura-se, em qualquer tempo, em qualquer regime político,  a verdade despótica dos donos do poder. A liberdade de expressão é a manifestação específica da espécie que comunica e se comunica fazendo deste processo a própria escalada civilizatória rumo ao projeto de emancipação humana.
A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo ideias e opiniões diferentes e até contrárias.
Segundo os teóricos da democracia, um debate livre e aberto resulta geralmente que seja considerada a melhor opção e tem mais probabilidades de evitar erros graves.
A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação lhe permite participar tão plenamente quanto possível na vida pública da sua sociedade e criticar funcionários do governo ou políticas insensatas e tirânicas. Os cidadãos e os seus representantes eleitos reconhecem que a democracia depende de acesso mais amplo possível a ideias, dados e opiniões não sujeitos a censura.
                                                                                  wiki

A liberdade de expressão, entretanto, não se confunde, com o direito de qualquer um dizer o que bem entende sobre outros, mesmo sobre o Governo . Seus limites são os limites da própria liberdade individual, que cessa sempre e quando invade a liberdade alheia e , eventualmente, agride a honra de alguém. Esses limites estão codificados e sujeitos à Lei Penas e Civil. Ela trata, portante, de um princípio geral, pelo qual todos têm o direito a expressar suas ideias. Não raro este direito esbarra em conflitos. A Imprensa, por exemplo, acabou tendo um grande peso na formação da opinião pública, mas ela não necessariamente atende ao interesse público, nem à liberdade de expressão. Graças à isto, transformaram-se no que se chama de “Quarto Poder”, peça fundamental da Indústria Cultural contemporânea.  Os grandes impérios da comunicação no mundo inteiro são privatizados e vivem da publicidade de anunciantes. Têm ideias próprias sobre questões religiosas, políticas e de costumes e dirigem seus veículos em defesa destes valores. Acabam afastando-se da fidelidade aos fatos e disseminando opiniões, com base na suposta “competência”do Mestre que fala e escreve a supostos ignorantes, numa perspectiva positivista de uma verdade objetiva ancorada no saber:
“Gradualmente desaparece uma figura essencial do jornalismo: o jornalismo investigativo, que cede lugar ao jornalismo assertivo ou opinativo. Os jornalista passam, assim, o ocupar o lugar que, tradicionalmente, cabia a grupos e classes sociais e a partidos políticos e, além disso, sua opinião não fica restrita ao meio impresso, mas passa a servir como material para os noticiários de rádio e televisão, ou seja, nesses noticiários, a notícia é interpretada e avaliada graças à referência às colunas dos jornais”
Marilena Chauy. – Conferência Sind. Jornalista S.Paulo -2012


 Na América Latina, por exemplo, com o continente vivendo uma grande virada polítca à esquerda, são frequentes os conflitos entre Governos e Imprensa.:

A legislação mais abrangente e detalhada para o setor de comunicações dos anos recentes foi promulgada na Argentina, em 2009. A própria presidente Cristina Kirschner presidiu reuniões na Casa Rosada com líderes sindicais e estudantis, proprietários de empresas de comunicação, produtores independentes, reitores de universidades, diretores e professores das faculdades de comunicação, líderes de igrejas e associações de rádios e televisões comunitárias para apresentar ideias e sugestões.

A Ley de Medios, promulgada em outubro de 2009, é longa – 166 artigos – e cheia de remissões a outras normas. Ela representa uma resposta ousada à supremacia dos meios de comunicação no jogo político, social e cultural da atualidade. A Ley propõe mecanismos destinados à promoção, descentralização, desconcentração e incentivo à competição, com objetivo de barateamento, democratização e universalização de novas tecnologias de informação e comunicação.

Alguns pontos da lei argentina merecem destaque:

– Democratização e universalização dos serviços;

– Criação da Autoridade Federal dos Serviços de Comunicação Audiovisual, órgão autárquico e descentralizado, que tem a função de aplicar, interpretar e fiscalizar o cumprimento da lei;

– Criação do Conselho Federal de Comunicação Audiovisual da defensoria pública de serviços de comunicação audiovisual, para atender reclamações e demandas populares diante dos meios de comunicação;

– Combate à monopolização – nenhum operador prestará serviços a mais de 35% da população do país. Quem possuir um canal de televisão aberta não poderá ser dono de uma empresa de TV a cabo na mesma localidade;

– Concessões de dez anos, prorrogáveis por mais dez;

– Reserva de 33% dos sinais radioelétricos, em todas as faixas de radiodifusão e de televisão terrestres em todas as áreas de cobertura para as organizações sem fins lucrativos;

– Os povos originários terão direito a dispor de faixas de AM, FM e de televisão aberta, assim como as universidades públicas.
                                       ( A Regulação da Mídia na A.Latina – CEPAL/)


No Brasil este conflito tem se expressado no confronto entre a Grande Imprensa  e setores do Governo, jornalistas e Sociedade Civil, os quais pretendem questionar o monopólio das Grandes Redes sobre a Comunicação. Um autor Washington Araújohttp://www.cidadaodomundo.org - Email - wlaraujo9@gmail.com  sintetizou as críticas no site www.cartamaior.com.br de 5/03/2010, dirigidas ao Instituto Millenium que, no Brasil, reverbera os interesses liberais da Mídia::
1. Liberdade de expressão é interditar todo e qualquer debate democrático sobre os meios de comunicação.
2. Liberdade de expressão só pode ser invocada pelos que controlam o monopólio das comunicações no país.
3. Liberdade de expressão é bem supremo estando abaixo apenas do Deus-Mercado.
4. Liberdade de expressão é moeda de troca nas eternas rusgas entre situação e oposição.
5. Liberdade de expressão é denunciar qualquer debate sobre mecanismos para termos uma imprensa minimamente responsável.
6. Liberdade de expressão é gerar factóides, divulgar informações sabidamente falsas apenas para aproveitar o calor da luta.
7. Liberdade de expressão é deitar falação contra avanços sociais, contra mobilidade social, contra cotas para negros e índios em universidades públicas.
8. Liberdade de expressão é cartelizar a informação e divulgá-la como capítulos de uma mesma novela em variados veículos de comunicação.
9. Liberdade de expressão é não conceder o direito de resposta sem que antes o interessado passe por toda a via crucis de conseguir na justiça valer seu direito.
10. Liberdade de expressão é explorar a boa fé do povo com programas de televisão que manipulam suas emoções e suas carências oferecendo uma casa aqui outro carro ali e assim por diante.
11. Liberdade de expressão é somente aprovar comentários aptos à publicação em sítio/blog da internet se estes referendarem o pensamento do autor e proprietário do sítio/blog.
12. Liberdade de expressão é ser leviano a ponto de chamar a ditadura brasileira de ditabranda e ficar por isso mesmo.
13. Liberdade de expressão é imputar ao presidente da República comportamento imoral tendo como fundamento depoimento fragmentado da memória de um indivíduo acerca de fato relatado quase duas décadas depois.
14. Liberdade de expressão é apresentar imparcialidade jornalística do meio de comunicação mesmo quando os principais jornalistas fazem de sua coluna tribuna eminentemente partidária.
15. Liberdade de expressão é fazer estardalhaço em torno de um sequestro que não ocorreu há quase 40 anos com a clara intenção de tumultuar o processo político atual.
16. Liberdade de expressão é assacar contra a honra de pessoa pública utilizando documentos de autenticidade altamente duvidosa e depois fazer mea culpa na seção “Erramos”.
17. Liberdade de expressão é submeter decisões editoriais a decisões comerciais de empresas e emissoras de comunicação.
18. Liberdade de expressão é somente dar ampla divulgação a pesquisas de opinião em que os resultados sejam palatáveis ao veículo de comunicação.
19. Liberdade de expressão é não ter visto “Lula, o filho do Brasil” e considerá-lo péssimo produto cinematográfico sem ao menos tê-lo assistido.
20. Liberdade de expressão é minimizar o descaso do poder público ante as enchentes de São Paulo e reduzir candidato à presidência a mero poste.
21. Liberdade de expressão é ter dois pesos em política externa: Cuba é o inferno e China é o paraíso.
22. Liberdade de expressão é demonizar movimentos sociais e defender a todo custo latifúndios vastos e improdutivos.

23. Liberdade de expressão é usar uma concessão pública para aumentar os níveis de audiência com o uso perverso de crianças no papel de vilões.
24. Liberdade de expressão é desqualificar quem não aprecia a programação servida pelo Instituto Millenium.
25. Liberdade de expressão é rejeitar in totum toda e qualquer proposição da Conferência Nacional de 
Comunicação.
26. Liberdade de expressão é apostar em quem ofereça garantias robustas visando manter o monopólio dos atuais donos da mídia brasileira.
27. Liberdade de expressão é obstruir qualquer caminho que conduza mecanismos de democracia participativa.
28. Liberdade de expressão é fazer coro contra qualquer governo de esquerda e se omitir contra malfeitorias de qualquer governo de direita. Ou vice-versa.
29. Liberdade de expressão é fugir como o diabo foge da cruz de expressões como liberdade, democracia, cidadania, justiça social, controle social da mídia.
30. Liberdade de expressão é lutar para manter o status quo: o direito de informar é meu e ninguém tasca.

Enfrentando essas questões Argentina e Venezuela confrontaram-se com os grandes monopólios da Mídia e aprovaram novas regulamentações , conhecidas como Leyes de Medios. No Brasil, estamos longe de um processo semelhante. Os Governos são virtuais reféns de redes que detém elevados índices de audiência e que dificultam a abertura de um processo de discussões sobre o assunto. Todos os Encontros com tal fim são bombardeados com o slogan de que pretendem censurar a imprensa e coartar a liberdade de opinião. As redes de INTERNET com sua infinidade de sites e blogs alternativos têm procurado furar esse bloqueio de circulação de ideias novas sobre a realidade nacional e internacional. Mas estão, ainda , longe de poderem se transformar em veículos de formação de opinião. Até, pois, que consigamos instaurar um debate franco e definitivo sobre a Mídia no país, continuaremos na dependência dos grandes veículos. Eles põem e dispõem dos fatos como querem seus editores e senhores, os quais confundem sistematicamente a opinião pública sobre o verdadeiro sentido da liberdade de expressão..






GEOPOLITICA E PODER

Paulo Timm – Organizador  para uso em sala de aula -2013

Indice
I – GEOPOLÍTICA

Surgimiento da La geopolítica  - Antonio Flores Gavilán

DESTINO MANIFESTO - Antonio Flores Gavilán

II - GEOPOLITICA E PODER

Geopolítica,. Inteligência e. Paradiplomacia na Estratégia das. Relações Internacionais dos Movimentos Sociais. – Acilino Ribeiro

O BRASIL E SEU 'ENTORNO ESTRATÉGICO', NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI - José Luís Fiori

III - BRICS

Como a globalização, os BRICS podem ser fenômeno passageiro - Immanuel Wallerstein – 24 MAY 2013




                   IV - MERCOSUL x NAFTA  x PACÍFICO
O Mercosul afunda na sua irrelevancia - Editorial O Globo

O BRASIL E O PACÍFICO - Mauro Santayana



La disputa por nuestra América: Unasur en la mirilla yanqui. Ángel Guerra Cabrera


NOTAS ECONÔMICAS LATINO-AMERICANAS! (AGÊNCIAS)! - Cesar Maia NL           

latinoamericana - Adolfo Aguirre (ACTA)



V - BRASIL X USA

Brasil - EUA, muy amigos... - José Carlos Ruy

O dissenso de Washington  - Rubens Antonio Barbosa

O Brasil isolado -  Rubens Barbosa em O Globo

V- BRASIL – COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL E PODER MILITAR
O Brasil no contexto regional e global – Celso Lafer
Da politica industrial para o simples bom senso - IEDI e CNI







I – GEOPOLÍTICA

Surgimiento de la geopolítica

Antonio Flores Gavilán : Aqui en el presente articulo presentamos el concepto de Geopolítica y como este tiene diversas concepciones según los intereses de las grandes potencias mundiales.

A través del tiempo observamos diferentes interpretaciones y definiciones vemos que esta ciencia es determinante para la toma de decisiones en el nivel político, incluso ha sido llamada una ciencia de carácter mítico, que tenía incluso dentro de su propósito ser una especie de pronóstico del futuro, atribuyéndole concepciones agresivas, expansionistas, promotoras de utopías e incluso de guerras entre Estados.

Sin embargo en la actualidad incluso las grandes transnacionales, asi como sus altos ejecutivos a la hora de tomar desiciones sobre nuevas inversiones necesitan tener una clara visión del espacio en donde estan, y con quien están tratado.
 Surgimiento de la geopolítica: 

El pensamiento geográfico-político se remonta a los tiempos remotos de la cultura de la humanidad. Puede hallarse su origen en el siglo IV antes de Cristo con pensadores como Heródoto, Tucídedes, Hipócrates de Cos, Platón, Aristóteles, Polibio y el gran geógrafo Estrabon (perteneciente al siglo I antes de Cristo). En sus obras se incluyen referencias y meditaciones sobre la comprensión de la incidencia del medio ambiente geográfico sobre el hombre y sus organizaciones políticas. 
Todos éstos pensadores de la antigüedad condujeron al autor norteamericano, Derwent Whittlesey, a afirmar que la 
“Geografía Política es la forma más antigua de geografía”. 
Durante el período renacentista, donde se perfilan los primeros Estados modernos, se concreta la expansión del mundo conocido, a través de los grandes descubrimientos geográficos, aparecen destacados cultores del pensamiento geográfico-político. Entre ellos podemos nombrar a Sansovino, Bodin, Montesquieu, Voltaire, etc. Todos éstos, destacan la influencia determinante de las condiciones naturales del territorio sobre la conducta humana.

Los precursores de la Geografía Política, ya en la edad contemporánea, fueron los geógrafos alemanes Alejandro von Humboldt (1769-1859) y Karl Ritter (1779-1859). 
El segundo tuvo un papel preponderante en esta rama de la ciencia; sostenía que la disposición de las tierras en el planeta y las características diferenciadas de los continentes explican el distinto grado de civilización alcanzado en ellos. En cuanto a Alejandro von Humboldt podríamos decir que es considerado el padre de la geografía moderna.

Para finalizar vale destacar que el surgimiento y desarrollo de la Geopolítica se dio entre los siglos IV antes de Cristo y fines del siglo XIX. Además es la aparición y permanencia de un enfoque ecológico interesado en la influencia del medio físico sobre el hombre y sus actividades políticas, él cual, consecuentemente se relacionará plenamente con el determinismo ambiental de la próxima etapa. 
Decadencia de la Geopolítica (1950-1970): Luego de la derrota Alemana en 1945 y la muerte de Karl Haushofer en 1946, tuvo lugar el final de la escuela de geopolítica alemana. A su vez el fin de la guerra marcó en otros territorios (tales como el Japón e Italia) la decadencia de la geopolítica. En cuanto a su estudio también en Norteamérica se desarrollo un desinterés. El cuadro total de los años cincuenta y sesenta es uno donde se evita la geopolítica y se la relega a secciones históricas de textos tanto en geografía política como en ciencia política, y en la palabra misma tiene poco uso en debates políticos o académicos. Esto se debe ya que la declinación de la geopolítica es registrada al nivel de lenguaje y terminología como la asociación que hubo entre el término con la geopolitik Alemana, de carácter casi fatal. En conclusión el término era evitado por sus connotaciones nazis. 
Esta evidencia de una declinación no debería, sin embargo, ser exagerada como un fallecimiento completo ya que se llevó a cabo la navegación del término bajo otras apariencias como estudios estratégicos o inclusive geografía política. 
Restauración de la Geopolítica: 
La situación mundial comenzó a cambiar. El panorama se enfocó entre la situación bipolar entre Estados Unidos y la Unión Soviética. Paralelamente se sucedieron hechos tales como: el crecimiento del nacionalismo tercermundista, la Revolución Cubana y el crecimiento de movimientos revolucionarios en otras partes del mundo. A su vez esta situación era acompañada por un crecimiento del poderío militar y naval Soviético y con la palpitante e incipiente amenaza nuclear. Cabe mencionar también como importante los cambios económicos que reflejaban la declinación del poder relativo americano en la economía mundial. Todos estos hechos mencionados, desencadenaron en una mayor complejidad y multipolaridad en la política internacional que a su vez sirvieron para revitalizar la reflexión geopolítica, aún cuando el término “geopolítica” fuera evitado.

Planisferio

En muchas formas la declinación de la geopolítica en el período 1950-1970 proveyó buenas condiciones para el renacimiento del término. El tiempo pareció ser una buena cura ya que muchos habían olvidado, en efecto, la asociación del término con el régimen de Hitler. 
Un elemento clave para la restauración fue el uso extensivo que Henry Kissinger le dio al término. La geopolítica de Kessinger no sólo señaló el renacimiento de la escritura geopolítica Occidental, sino que también le dio un ímpetu sustancial en nuevas direcciones. Ya que el uso dado al término por Kissinger tuvo tal impacto, cabe resaltar la importancia de su obra.

La geopolítica de Kissinger: 
1.- Hizo un gran uso del término geopolítica: introdujo el término en la prensa popular y subsecuentemente en el lenguaje. 
2.- Según Bull y Henrikson, Kissinger da al término un concepto individual ya que no es siempre claro sino más bien indefinido: el contenido geográfico de la geopolítica de Kissinger lo asocia con el equilibrio global y los intereses nacionales permanentes en el equilibrio del poder mundial. 
3.- El contenido específico de la geopolítica de Kissinger estaba principalmente relacionado con las nuevas relaciones de Estados Unidos con China comunista. 
4.- Su perspectiva se basa en establecer un equilibrio de poder en un mundo multipolar. 
5.- Introduce el término realpolitik con el efecto de dar una reacción deliberadamente provocativa (teniendo en cuenta sus connotaciones históricamente negativas). 
Cuadro comparativo de los pensadores: Pensadores Geopolíticos Nacionalidad Nombre Pensamiento 

1.- Alemana
Frederich Ratzel : Introdujo el término “Espacio Vital”. Todo Estado tiene fronteras dinámicas con capacidad de expandirse 
Concepción biológica del estado (organismo viviente). 
Rudolf Kjellen : Era funcionalista; es decir seguía con la concepción biológica del Estado como organismo vivo. Precursor de nazismo Antiliberal. Gran sentido nacionalista. 
Karl Haushofer : Militar 
Creó la escuela Alemana de Geopolítica. 
Estudió Japón a fondo y escribió varias obras relacionadas con temas como las fronteras. Todo Estado debía buscar el aumento de espacio vital. 

2.- Británica
Harold Mackinder : Fue geógrafo y consideraba la importancia del poder terrestre. 
Según él, Eurasia era el corazón de la tierra por lo tanto dominar Eurasia significa dominar el mundo. 

3.- Francesa
Paul de La Blache : No era funcionalista. 
Determinista: Considera la importancia de la naturaleza ya que ésta condiciona todas las acciones humanas. 
Otros Pensadores Geopolíticos 
4.- Norte Americana Alfred Mahan : Hace hincapié en el poderío marítimo. 
Dominar a la Armada enemiga. 
Se van buscando puntos clave en la circulación de los mares. 
Nocholas Spykman: Tres conceptos básicos: 
colaboración, adaptación y oposición. 
Precursor de la O.T.A.N. 
Cohen :El mundo presenta dos tipos de regiones: 
geo- estratégicas y geopolíticas. 
5.- Rusia Alexander Seversky : Su pensamiento se orientaba hacia el poderío aéreo ya que sostenía que el avión es el medio mas eficiente para el transporte

DESTINO MANIFESTO
El origen del Destino Manifiesto
Articulo e Infografias por : Antonio Flores Gavilán


Acontinuación aqui en el presente articulo se trata de tener una visión historica de lo que ha sido el expancionismo norteamericano, aqui se explica algunos alcances del famoso concepto del Destino Manifiesto, eje central de la doctrina ideologica de la potencia Norteamericana, que se evidencia desde el Siglo XIX hasta la actualidad, donde se tiene muy en claro el lugar que tiene los Estados Unidos en el mundo y su relacion con los otros pueblos a lo largo de la historia desde que fueron trece colonias hasta nuestros días, 
el Destino Manifiesto ha mantenido la convicción nacional de que Dios eligió a los Estados Unidos para ser una potencia política y económica, una nación superior.

La frase 
“Destino Manifiesto” apareció por primera vez en un artículo que escribió el periodista John L. O’Sullivan, en 1845, en la revista Democratic Review de Nueva York. En su artículo, O’Sullivan explicaba las razones de la necesaria expansión territorial de los Estados Unidos y apoyaba la anexión de Texas. Decía: “el cumplimiento de nuestro destino manifiesto es extendernos por todo el continente que nos ha sido asignado por la Providencia para el desarrollo del gran experimento de libertad y autogobierno. Es un derecho como el que tiene un árbol de obtener el aire y la tierra necesarios para el desarrollo pleno de sus capacidades y el crecimiento que tiene como destino

Muy pronto, políticos y otros líderes de opinión aludieron al “Destino Manifiesto” para justificar la expansión imperialista de los Estados Unidos. A través de la doctrina del Destino Manifiesto se propagó la convicción de que la “misión” que Dios eligió para al pueblo estadounidense era la de explorar y conquistar nuevas tierras, con el fin de llevar a todos los rincones de Norteamérica la “luz” de la democracia, la libertad y la civilización. Esto implicaba la creencia de que la república democrática era la forma de gobierno favorecida por Dios. Aunque originalmente esta doctrina se oponía al uso de la violencia, desde 1840 se usó para justificar el intervencionismo en la política de otros países, así como la expansión territorial a través de la guerra, como sucedió en 1846-48 en el conflicto bélico que concluyó con la anexión de más de la mitad de territorio mexicano.


Guerra Estados Unidos – México

Fue el Primer Gran paso para la Consolidación Guerra Estados Unidos - MéxicoTexas proclamó su independencia en marzo de 1836 y fue una República independiente hasta 1845, cuando se anexó a los Estados Unidos. Esta anexión provocó la guerra entre México y Estados Unidos, misma que terminó cuando se firmaron los Tratados de Guadalupe Hidalgo. En 1848 Estados Unidos se apropió de 2 millones 500 mil kilómetros cuadrados de territorio mexicano, a cambio de los cuales se comprometió a pagar 15 millones de dólares. Este enorme territorio comprendía los actuales estados de California, Nevada, Utah, la mayor parte de Arizona, Nuevo México, Texas, así como partes de Kansas, Oklahoma, Colorado y Wyoming. En 1853 México se vio obligado a vender a los Estados Unidos el territorio de La Mesilla (con 110 mil kilómetros cuadrados), para que se construyera ahí una ruta de ferrocarril a California. Con esta adquisición, la República transoceánica de los Estados Unidos quedó completa.
para ser un país transoceánico.

Texas proclamó su independencia en marzo de 1836 y fue una República independiente hasta 1845, cuando se anexó a los Estados Unidos. Esta anexión provocó la guerra entre México y Estados Unidos, misma que terminó cuando se firmaron los Tratados de Guadalupe Hidalgo. En 1848 Estados Unidos se apropió de 2 millones 500 mil kilómetros cuadrados de territorio mexicano, a cambio de los cuales se comprometió a pagar 15 millones de dólares. Este enorme territorio comprendía los actuales estados de California, Nevada, Utah, la mayor parte de Arizona, Nuevo México, Texas, así como partes de Kansas, Oklahoma, Colorado y Wyoming. En 1853 México se vio obligado a vender a los Estados Unidos el territorio de La Mesilla (con 110 mil kilómetros cuadrados), para que se construyera ahí una ruta de ferrocarril a California. Con esta adquisición, la República transoceánica de los Estados Unidos quedó completa.








Otros Aspectos

Se ha dicho que el aspecto positivo de esta doctrina tiene que ver con el entusiasmo, la energía y determinación que inspiró a los estadounidenses para explorar nuevas regiones, especialmente en su migración hacia el oeste. También dio forma a uno de los componentes esenciales del “sueño americano”: la idea de que se pueden obtener la libertad y la independencia en un territorio de proporciones ilimitadas. En cambio, las consecuencias negativas son de lamentar: la intolerancia hacia las formas de organización social y política de otros pueblos, el despojo, exterminio y confinamiento de los pueblos indios de Norteamérica a reservaciones, guerras injustas y discriminación.

Los principios que consolidaron la doctrina del Destino Manifiesto en el siglo XIX, se arraigaron en la mentalidad de los norteamericanos durante la fundación de las colonias inglesas en Norteamérica en el siglo XVII. Aunque la manifestación más evidente de esa doctrina nacionalista se expresa en el campo de la política, su esencia es religiosa. 
Los ingleses que colonizaron la costa Este del territorio que sería Estados Unidos estaban profundamente inmersos en su religión (el puritanismo, una de las ramas del protestantismo) y su vida comunitaria y política se desarrollaron en un estricto apego a la ley moral, con el convencimiento de que el Nuevo Mundo era la “Tierra Prometida” donde cumplirían la misión encomendada por Dios. Así, en el periodo colonial se encuentra el punto de partida del ideal estadounidense de ser un “pueblo elegido” entre los demás del mundo.

Este sentimiento de “excepcionalidad virtuosa” fue uno de los rasgos de identidad que alentó a los colonos a buscar su independencia de Inglaterra en 1776. Desde su origen como nación, el sueño de Estados Unidos ha sido encontrar la perfección social a través de un triple compromiso: con la divinidad (cumpliendo con el destino impuesto por Dios), con la religión (observando una moral intachable) y con la comunidad (defendiendo su libertad, su seguridad y su propiedad). A lo largo de la historia, los políticos estadounidenses han invocado el favor de Dios en sus discursos y han insistido en la “misión trascendente” que la nación tiene que cumplir.

La imagen nacional que los Estados Unidos tienen de sí mismos, como protectores y defensores de la legalidad, la libertad y la democracia, se funda en la creencia de que poseen una superioridad moral (porque son el “pueblo elegido”). Esta suposición les ha permitido justificar su intromisión en los asuntos internos de otros pueblos (que no son “elegidos de Dios”) o de plano la violencia contra ellos. La primera actitud intervencionista inspirada por el espíritu del “Destino Manifiesto” fue la obsesión de los colonos ingleses por desplazar de sus tierras (o bien exterminar) a los indígenas norteamericanos. En cuanto a su relación con otras naciones, Estados Unidos tiende a manejar sus relaciones exteriores como si se tratara de una cruzada moral. Generalmente justifica sus acciones con dos argumentos, ya sea el de la“nación fuerte que protege a la débil”, como pueden constatar la gran mayoría de las naciones americanas; o bien el de “la lucha contra el Mal para defender la libertad y seguridad del mundo”, como actualmente alega respecto de su invasión de Afganistán y el medio oriente, ese concepto es la matriz de su política exterior y su inspiración geopolítica, asegurar el equilibrio de poder en el mundo.

La historia de las relaciones exteriores de los Estados Unidos provee infinidad de ejemplos de la política del “Destino Manifiesto”. Algunos de ellos son:

 Doctrina Monroe (1821) declaró que ninguna nación americana independiente debía volver a ser sometida por Europa y que Estados Unidos intervendría si consideraba que se afectaban sus intereses
• Anexión de Texas (1845), guerra con México (1846-48) y anexión de más de la mitad de su territorio
• Guerra con España para libertar a Cuba (1898)
• Construcción del Canal de Panamá (1901-1914)
• Doctrina Truman (1946), mediante la que Estados Unidos comprometía su poder militar y su fuerza económica para la defensa de países contra el comunismo (entendido como el “Mal”)
• John F. Kennedy expandió la “nueva frontera”, la comercial, a través de la “Alianza por el progreso” en América Latina (1961)
• La multimillonaria inversión en fuerza militar (“Guerra de las galaxias”) de Ronald Reagan.
• La Guerra del Golfo Pérsico en 1991
• La Guerra del Medio Oriente 2003 invasión a Irak y Afganistán

Aunque la doctrina del Destino Manifiesto se interpretó especialmente en relación con la expansión territorial, después impulsó otro tipo de destinos: ser potencia mundial a nivel industrial, tecnológico, económico, deportivo, así como en artes y ciencias.
Así pues Vemos que los Estados Unidos de Norteamérica desde muy inicio tuvo en claro un visión de ser una nación que tenía que tener un peso en la historia y para ello sus hombres más preclaros idearon este concepto de ser la nación escogida por Dios y para ello en el transcurso del siglo XIX iniciaron un veloz desplazamiento de su frontera vertical se movió rápidamente hacia el Oeste.

El territorio se formó hasta Missouri y luego se saltó hasta California hacia 1824. La parte intermedia, las praderas y montañas ubicadas entre el río Mississipi y la Sierra Nevada, siguió perteneciendo a algunas tribus indígenas hasta finales del siglo XIX. Louisiana, Florida, Arkansas y Texas comenzaron a poblarse de estadounidenses en la década de 1830. La primera gran avanzada hacia el Oeste (1824-1848) coincidió con un intenso flujo de migración de europeos a los Estados Unidos. Entre 1830 y 1850 la población de los Estados Unidos casi se duplicó, pasando de 12.9 a más de 23 millones.

Para finales del siglo XIX los Estados Unidos eran una nación cuyo territorio abarcaba de la costa americana del océano Atlántico a las playas del Pacífico. Había expandido su poderío al continente asiático, donde se apropió de las Filipinas tras la guerra Hispano-norteamericana y se convirtió en una potencia colonial en el Caribe, aunque sólo ocupó la isla de Puerto Rico. Obtuvo las islas de Hawai* y la península de Alaska. En Centroamérica, aunque no invadió propiamente ningún país, ejerció enorme poder político y económico en la región, al grado que en 1903 provocó que Panamá se independizara de Colombia para obtener el control sobre la zona del Canal transoceánico. De este modo, Estados Unidos se consolidó como una de las potencias económicas occidentales que definieron el siglo del Imperialismo

Acontinuación aqui en el presente articulo se trata de tener una visión historica de lo que ha sido el expancionismo norteamericano, aqui se explica algunos alcances del famoso concepto del Destino Manifiesto, eje central de la doctrina ideologica de la potencia Norteamericana, que se evidencia desde el Siglo XIX hasta la actualidad, donde se tiene muy en claro el lugar que tiene los Estados Unidos en el mundo y su relacion con los otros pueblos a lo largo de la historia desde que fueron trece colonias hasta nuestros días, 
el Destino Manifiesto ha mantenido la convicción nacional de que Dios eligió a los Estados Unidos para ser una potencia política y económica, una nación superior.

La frase 
“Destino Manifiesto” apareció por primera vez en un artículo que escribió el periodista John L. O’Sullivan, en 1845, en la revista Democratic Review de Nueva York. En su artículo, O’Sullivan explicaba las razones de la necesaria expansión territorial de los Estados Unidos y apoyaba la anexión de Texas. Decía: “el cumplimiento de nuestro destino manifiesto es extendernos por todo el continente que nos ha sido asignado por la Providencia para el desarrollo del gran experimento de libertad y autogobierno. Es un derecho como el que tiene un árbol de obtener el aire y la tierra necesarios para el desarrollo pleno de sus capacidades y el crecimiento que tiene como destino

Muy pronto, políticos y otros líderes de opinión aludieron al “Destino Manifiesto” para justificar la expansión imperialista de los Estados Unidos. A través de la doctrina del Destino Manifiesto se propagó la convicción de que la “misión” que Dios eligió para al pueblo estadounidense era la de explorar y conquistar nuevas tierras, con el fin de llevar a todos los rincones de Norteamérica la “luz” de la democracia, la libertad y la civilización. Esto implicaba la creencia de que la república democrática era la forma de gobierno favorecida por Dios. Aunque originalmente esta doctrina se oponía al uso de la violencia, desde 1840 se usó para justificar el intervencionismo en la política de otros países, así como la expansión territorial a través de la guerra, como sucedió en 1846-48 en el conflicto bélico que concluyó con la anexión de más de la mitad de territorio mexicano.
Guerra Estados Unidos – México

Fue el Primer Gran paso para la Consolidación Guerra Estados Unidos - MéxicoTexas proclamó su independencia en marzo de 1836 y fue una República independiente hasta 1845, cuando se anexó a los Estados Unidos. Esta anexión provocó la guerra entre México y Estados Unidos, misma que terminó cuando se firmaron los Tratados de Guadalupe Hidalgo. En 1848 Estados Unidos se apropió de 2 millones 500 mil kilómetros cuadrados de territorio mexicano, a cambio de los cuales se comprometió a pagar 15 millones de dólares. Este enorme territorio comprendía los actuales estados de California, Nevada, Utah, la mayor parte de Arizona, Nuevo México, Texas, así como partes de Kansas, Oklahoma, Colorado y Wyoming. En 1853 México se vio obligado a vender a los Estados Unidos el territorio de La Mesilla (con 110 mil kilómetros cuadrados), para que se construyera ahí una ruta de ferrocarril a California. Con esta adquisición, la República transoceánica de los Estados Unidos quedó completa.
para ser un país transoceánico.




Texas proclamó su independencia en marzo de 1836 y fue una República independiente hasta 1845, cuando se anexó a los Estados Unidos. Esta anexión provocó la guerra entre México y Estados Unidos, misma que terminó cuando se firmaron los Tratados de Guadalupe Hidalgo. En 1848 Estados Unidos se apropió de 2 millones 500 mil kilómetros cuadrados de territorio mexicano, a cambio de los cuales se comprometió a pagar 15 millones de dólares. Este enorme territorio comprendía los actuales estados de California, Nevada, Utah, la mayor parte de Arizona, Nuevo México, Texas, así como partes de Kansas, Oklahoma, Colorado y Wyoming. En 1853 México se vio obligado a vender a los Estados Unidos el territorio de La Mesilla (con 110 mil kilómetros cuadrados), para que se construyera ahí una ruta de ferrocarril a California. Con esta adquisición, la República transoceánica de los Estados Unidos quedó completa.








Otros Aspectos
Se ha dicho que el aspecto positivo de esta doctrina tiene que ver con el entusiasmo, la energía y determinación que inspiró a los estadounidenses para explorar nuevas regiones, especialmente en su migración hacia el oeste. También dio forma a uno de los componentes esenciales del 
“sueño americano”: la idea de que se pueden obtener la libertad y la independencia en un territorio de proporciones ilimitadas. En cambio, las consecuencias negativas son de lamentar: la intolerancia hacia las formas de organización social y política de otros pueblos, el despojo, exterminio y confinamiento de los pueblos indios de Norteamérica a reservaciones, guerras injustas y discriminación.


Los principios que consolidaron la doctrina del Destino Manifiesto en el siglo XIX, se arraigaron en la mentalidad de los norteamericanos durante la fundación de las colonias inglesas en Norteamérica en el siglo XVII. Aunque la manifestación más evidente de esa doctrina nacionalista se expresa en el campo de la política, su esencia es religiosa. 
Los ingleses que colonizaron la costa Este del territorio que sería Estados Unidos estaban profundamente inmersos en su religión (el puritanismo, una de las ramas del protestantismo) y su vida comunitaria y política se desarrollaron en un estricto apego a la ley moral, con el convencimiento de que el Nuevo Mundo era la “Tierra Prometida” donde cumplirían la misión encomendada por Dios. Así, en el periodo colonial se encuentra el punto de partida del ideal estadounidense de ser un “pueblo elegido” entre los demás del mundo.

Este sentimiento de “excepcionalidad virtuosa” fue uno de los rasgos de identidad que alentó a los colonos a buscar su independencia de Inglaterra en 1776. Desde su origen como nación, el sueño de Estados Unidos ha sido encontrar la perfección social a través de un triple compromiso: con la divinidad (cumpliendo con el destino impuesto por Dios), con la religión (observando una moral intachable) y con la comunidad (defendiendo su libertad, su seguridad y su propiedad). A lo largo de la historia, los políticos estadounidenses han invocado el favor de Dios en sus discursos y han insistido en la “misión trascendente” que la nación tiene que cumplir.
La imagen nacional que los Estados Unidos tienen de sí mismos, como protectores y defensores de la legalidad, la libertad y la democracia, se funda en la creencia de que poseen una superioridad moral (porque son el “pueblo elegido”). Esta suposición les ha permitido justificar su intromisión en los asuntos internos de otros pueblos (que no son “elegidos de Dios”) o de plano la violencia contra ellos. La primera actitud intervencionista inspirada por el espíritu del “Destino Manifiesto” fue la obsesión de los colonos ingleses por desplazar de sus tierras (o bien exterminar) a los indígenas norteamericanos. En cuanto a su relación con otras naciones, Estados Unidos tiende a manejar sus relaciones exteriores como si se tratara de una cruzada moral. Generalmente justifica sus acciones con dos argumentos, ya sea el de la“nación fuerte que protege a la débil”, como pueden constatar la gran mayoría de las naciones americanas; o bien el de “la lucha contra el Mal para defender la libertad y seguridad del mundo”, como actualmente alega respecto de su invasión de Afganistán y el medio oriente, ese concepto es la matriz de su política exterior y su inspiración geopolítica, asegurar el equilibrio de poder en el mundo.

La historia de las relaciones exteriores de los Estados Unidos provee infinidad de ejemplos de la política del “Destino Manifiesto”. Algunos de ellos son:

 Doctrina Monroe (1821) declaró que ninguna nación americana independiente debía volver a ser sometida por Europa y que Estados Unidos intervendría si consideraba que se afectaban sus intereses
• Anexión de Texas (1845), guerra con México (1846-48) y anexión de más de la mitad de su territorio
• Guerra con España para libertar a Cuba (1898)
• Construcción del Canal de Panamá (1901-1914)
• Doctrina Truman (1946), mediante la que Estados Unidos comprometía su poder militar y su fuerza económica para la defensa de países contra el comunismo (entendido como el “Mal”)
• John F. Kennedy expandió la “nueva frontera”, la comercial, a través de la “Alianza por el progreso” en América Latina (1961)
• La multimillonaria inversión en fuerza militar (“Guerra de las galaxias”) de Ronald Reagan.
• La Guerra del Golfo Pérsico en 1991
• La Guerra del Medio Oriente 2003 invasión a Irak y Afganistán

Aunque la doctrina del Destino Manifiesto se interpretó especialmente en relación con la expansión territorial, después impulsó otro tipo de destinos: ser potencia mundial a nivel industrial, tecnológico, económico, deportivo, así como en artes y ciencias.
Así pues Vemos que los Estados Unidos de Norteamérica desde muy inicio tuvo en claro un visión de ser una nación que tenía que tener un peso en la historia y para ello sus hombres más preclaros idearon este concepto de ser la nación escogida por Dios y para ello en el transcurso del siglo XIX iniciaron un veloz desplazamiento de su frontera vertical se movió rápidamente hacia el Oeste.

El territorio se formó hasta Missouri y luego se saltó hasta California hacia 1824. La parte intermedia, las praderas y montañas ubicadas entre el río Mississipi y la Sierra Nevada, siguió perteneciendo a algunas tribus indígenas hasta finales del siglo XIX. Louisiana, Florida, Arkansas y Texas comenzaron a poblarse de estadounidenses en la década de 1830. La primera gran avanzada hacia el Oeste (1824-1848) coincidió con un intenso flujo de migración de europeos a los Estados Unidos. Entre 1830 y 1850 la población de los Estados Unidos casi se duplicó, pasando de 12.9 a más de 23 millones.

Para finales del siglo XIX los Estados Unidos eran una nación cuyo territorio abarcaba de la costa americana del océano Atlántico a las playas del Pacífico. Había expandido su poderío al continente asiático, donde se apropió de las Filipinas tras la guerra Hispano-norteamericana y se convirtió en una potencia colonial en el Caribe, aunque sólo ocupó la isla de Puerto Rico. Obtuvo las islas de Hawai* y la península de Alaska. En Centroamérica, aunque no invadió propiamente ningún país, ejerció enorme poder político y económico en la región, al grado que en 1903 provocó que Panamá se independizara de Colombia para obtener el control sobre la zona del Canal transoceánico. De este modo, Estados Unidos se consolidó como una de las potencias económicas occidentales que definieron el siglo del Imperialismo



II - GEOPOLITICA E PODER
Geopolítica,. Inteligência e. Paradiplomacia na Estratégia das. Relações Internacionais dos Movimentos Sociais.

ACILINO RIBEIRO
[PDF] - ARTIGO 1
xa.yimg.com/kq/groups/16799452/.../name/ARTIGO+1-+Geopolitica

O BRASIL E SEU 'ENTORNO ESTRATÉGICO', NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI

José Luís Fiori
Foi obtido no site: http://www.poderglobal.net/#



BRICS
Como a globalização, os BRICS podem ser fenômeno passageiro
Immanuel Wallerstein – 24 MAY 2013







*




Na atual situação em que existem cerca de 8-10-12 protagonistas de poder geopolítico significativo, os BRICS são definitivamente parte da nova estrutura geopolítica multipolar.


Em 2001, Jim O'Neill, então presidente de Gestão de Ativos do Goldman Sachs, escreveu um artigo aos seus assinantes intitulado “O Mundo precisa de melhores BRICs económicos”. O'Neill inventou o acrónimo para descrever as chamadas economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China, e para recomendá-las aos investidores como o “futuro” económico da economia-mundo.

O termo pegou, e os BRICs tornaram-se na verdade um grupo que se reúne regularmente e mais tarde incluiu a África do Sul, mudando o “s” minúsculo para maiúsculo. Desde 2001, os BRICS floresceram economicamente, pelo menos em relação a outros estados no sistema-mundo. Tornaram-se também um assunto muito controverso. Há os que veem os BRICS como a vanguarda da luta anti-imperialista. Há os que, muito pelo contrário, consideram os BRICS agentes subimperialistas do verdadeiro Norte (América do Norte, Europa ocidental, e Japão). E há os que acham que são ambas as coisas.

Na sequência do declínio pós-hegemónico do poder, do prestígio e da autoridade dos Estados Unidos, o mundo parece ter estabelecido uma estrutura geopolítica multipolar. Na atual situação em que existem cerca de 8-10-12 protagonistas de poder geopolítico significativo, os BRICS são definitivamente parte deste novo quadro. Pelos seus esforços de forjar novas estruturas no cenário mundial, tais como a estrutura interbancária que procuram criar para substituir o Fundo Monetário Internacional (FMI), estão certamente a enfraquecer ainda mais o poder dos Estados Unidos e de outros segmentos do velho Norte a favor do Sul, ou pelo menos dos próprios BRICS. Se a nossa definição de anti-imperialismo é reduzir o poder dos Estados Unidos, então os BRICS certamente representam uma força anti-imperialista.

A geopolítica, contudo, não é a única coisa que conta. Também queremos saber algo sobre a luta de classes no interior dos países BRICS, as relações desses países uns com os outros, e as relações dos países BRICS com os países não-BRICS no Sul. Nestes três aspetos, o registo dos BRICS é, no mínimo, sombrio.

Como podemos avaliar a luta de classes no interior dos países BRICS? Uma forma comum é observar o grau de polarização, tal como indica o índice GINI que mede a desigualdade. Outra forma é ver quanto dinheiro estatal é utilizado para reduzir o grau de pobreza entre os estratos mais pobres. Dos cinco países BRICS, apenas o Brasil melhorou significativamente os seus índices no que respeita a esta questão. Nalguns casos, apesar de haver um aumento do PNB, as estatísticas são piores que, digamos, há 20 anos.

Se olharmos para as relações económicas entre os próprios países BRICS, a China ofusca os outros em crescimento do PNB e em acumulação de ativos. A Índia e a Rússia parecem sentir a necessidade de proteger-se contra a força da China. O Brasil e a África do Sul parecem sofrer com o atual e potencial investimento da China em arenas chave.

Se olharmos para as relações dos BRICS com outros países do Sul, ouvimos queixas crescentes em relação à forma como estes países se relacionam com os seus vizinhos imediatos (e não tão próximos) que se parece demasiado com as relações que os Estados Unidos e o velho Norte mantinham com eles. São acusados por vezes não de serem “subimperiais”, mas sim simplesmente “imperiais”.

O que faz os BRICS parecerem tão importantes hoje são os seus altos índices de crescimento desde por volta de 2000, índices esses que foram significativamente mais altos que os do velho Norte. Mas será que isto vai continuar? As suas taxas de crescimento já começaram a escorregar. Alguns outros países do Sul – México, Indonésia, Coreia (do Sul), Turquia – parecem estar a corresponder ao crescimento deles.

Porém, dada a depressão mundial na qual continuamos a viver, e a baixa probabilidade de haver uma recuperação significativa na próxima década, a possibilidade de, numa década, um futuro analista do Goldman Sachs continuar a projetar os BRICS como o futuro (económico) é bastante duvidosa. Na verdade, a probabilidade de os BRICS continuarem a ser um grupo que se reúne regularmente, com políticas presumivelmente comuns, parece remota.

A crise estrutural do sistema-mundo está a evoluir demasiado rapidamente e, de formas demasiado incertas, para assumir uma estabilidade relativa suficiente que permita que os BRICS, como tais, continuem a desempenhar um papel especial, tanto geopolítica quanto economicamente. Tal como o próprio conceito da globalização, os BRICS podem-se revelar como um fenómeno passageiro.

Por Immanuel Wallers

                                          IV - MERCOSUL x NAFTA  x PACÍFICO

O Mercosul afunda na sua irrelevancia - Editorial O Globo -  22 de maio de 2013

Comentário

Um pequeno problema com esse editorial: o retrocesso a uma ZLC, em lugar de uma UA esfarrapada e ridícula como é hoje, não vai tirar o Mercosul de sua irrelevância, e tampouco ajudar o Brasil, cujos instintos protecionistas são quase tão fortes quanto os da Argentina.


O Globo, 22/05/2013

Não se pode menosprezar o papel do Mercosul na distensão geopolítica no extremo do continente, e como alavanca no comércio entre os países do bloco.

Foi graças à perspicácia dos presidentes José Sarney e Raúl Alfonsin que Brasil e Argentina, no início dos respectivos processos de redemocratização, em meados da década de 80, estabeleceram as bases diplomáticas para a criação do bloco comercial, com a adesão de Uruguai e Paraguai.

Assim como é preciso reconhecer os avanços, tem-se de admitir os problemas. Faz tempo que o Mercosul, como união aduaneira, não atende mais aos interesses brasileiros e passou a servir de camisa de força para o país.

O bloco trincou, por força da crise econômica e institucional argentina, e entrou em crise pelo crescente protecionismo do vizinho. Uma contradição em termos com o conceito de união aduaneira, cujo mecanismo básico da tarifa externa comum foi jogado no lixo pela Casa Rosada.

Tanto quanto isso, o Brasil atola na anemia do Mercosul numa fase em que no mundo se multiplicam acordos comerciais, com novos blocos e/ou acertos bilaterais, e o país, por força do tratado do qual passou a fazer parte a Venezuela, fica de mãos atadas por necessitar da aprovação de todos os parceiros para assinar algum desses tratados.

O Uruguai, por exemplo, só faltou sentar-se à mesa para selar um acordo comercial com os Estados Unidos. Foi impedido pelo Mercosul.

No fim de semana, O GLOBO trouxe uma radiografia dos danos já sofridos pelo comércio exterior brasileiro no próprio mercado latino-americano, amplificados pela perda de competitividade da indústria nacional, causada por erros internos de política econômica.

O peso brasileiro nas importações no continente, entre 2008 e 2011, caiu de 11% para 9,7%, espaço ocupado por China, Estados Unidos, Índia e União Europeia. O Brasil perdeu vendas no valor de US$ 7,4 bilhões, basicamente manufaturados.

Entre as causas, destaca-se o protecionismo argentino, diante do qual Brasília é muito condescendente, a perda de competitividade em si brasileira e a agressividade chinesa. Com a consolidação da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru), mais aberta a acordos, e próxima aos EUA, o peso brasileiro ficará ainda menor.

O Itamaraty precisa analisar com seriedade a conversão do Mercosul de união aduaneira numa área de livre comércio, como já foi.

A integração econômica continua, mas, com o fim da tarifa externa única — como se o Mercosul fosse um único país, o que já não é —, cada membro tem liberdade para negociar acordos bilaterais com quem quiser. Sem vetos.

Argentina e Venezuela, refratários ao livre comércio, podem praticar o retrocesso que desejarem. Mantém-se a relativa coesão geopolítica no Cone Sul, e o Brasil fica em condições de rever sua política de inserção nas cadeias produtivas globais, algo urgente para o setor industrial.





Mauro Santayana -  24/05/2013 – www.maurosantayana.com
(JB)-Não foi uma caminhada fácil, nem se iniciou ontem, mas o Brasil deixou para trás a situação acanhada, quando, de tempos em tempos, nossos ministros da Fazenda viajavam aos Estados Unidos, de chapéu na mão. A dívida externa nacional, sempre acumulada, pelos juros brutais, tinha que ser “rolada” de maneira humilhante. Os que procuraram escapar ao “contrato de Fausto com o diabo”, conforme Severo Gomes, sofreram a articulação golpista comandada de fora, como ocorreu a Vargas, a Juscelino e a João Goulart.     

Livramo-nos, durante o governo Lula, do constrangimento de abrir a contabilidade nacional aos guarda-livros do FMI, que vinham periodicamente ao Brasil dizer como devíamos agir, em relação à política fiscal ou na direção dos parcos investimentos do Estado. Ainda temos débitos com o exterior, mas as nossas reservas cobrem, com muita folga, os  compromissos externos.

Não obstante isso, os nossos adversários históricos não descansam. Ontem, na cidade colombiana de Cali, os governos do México, do Chile, da Colômbia e do Peru se reuniram para mais um passo na criação da Aliança do Pacífico — sob a liderança dos Estados Unidos e da Espanha — claramente oposta ao Mercosul. O Tratado que reúne, hoje, o Brasil, a Argentina, a Venezuela e o Uruguai — e que deverá ampliar-se ao Paraguai e à Bolívia — representa poderoso mercado interno, com um dinamismo que assegurará desenvolvimento autônomo e relações de igualdade com outras regiões do mundo.

Os norte-americanos, em sua política latino-americana, agem sempre dentro do velho princípio, que Ted Roosevelt atribuía aos africanos, de falar mansinho, mas levar um porrete grande. Ainda agora, preparam uma recepção de alto nível para a chefe de Estado do Brasil, que visitará Washington, em outubro — e será recebida com todas as homenagens diplomáticas. Ao mesmo tempo montam o esquema de cerco continental ao nosso país.

Sendo assim, foi importante a visita que fez anteontem a Washington o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, a convite do Instituto do Brasil, do Centro Woodrow Wilson, e do US Businness Council. O parlamentar, exibindo números bem conhecidos em Washington, mostrou que o Brasil deixou de ser país em desenvolvimento, para tornar-se uma potência consolidada. Ele argumentou que o Brasil é investidor importante na economia norte-americana, e, embora não o tenha feito, poderia lembrar que somos o país que tem o terceiro maior crédito junto ao Tesouro dos Estados Unidos.

Os espanhóis que, em troca do tratamento privilegiado que lhes damos no Brasil, tratam de nos prejudicar, estão exultando com a Aliança do Pacífico. No entender de seus analistas, a nova organização vai sufocar o Mercosul. Ainda que alguns de nossos parceiros estejam encontrando dificuldades ocasionais, a pujança conjunta supera, de longe, a economia dos países da Aliança. A economia mexicana depende de empresas norte-americanas, que se aproveitam de seus baixos salários e outras vantagens para ali montar seus automóveis e “maquiar” outros produtos.

A força da economia brasileira, na indústria de porte — em que se destaca a engenharia de excelência na construção pesada — reduz a quase nada a importância dos países litorâneos do Pacífico, em sua realidade interna. Os Estados Unidos os querem no Nafta, e é provável que consigam esse estatuto de vassalagem. Nós, no entanto, não podemos deixar os nossos vizinhos da América do Sul isolados, em troca de uma parceria com Washington que de nada nos serve.

É hora também de dar um chega pra lá com a Espanha de Juan Carlos, Rajoy e Emilio Botin, o atrevido presidente do Banco Santander, que consegue ser recebido no Planalto com mais frequência do que alguns ministros de Estado. O Brasil deve manter as melhores relações diplomáticas com os Estados Unidos, desde que as vantagens sejam recíprocas. Mas se, ao contrário deles, não levarmos o big steak, estaremos advertidos de que “os Estados Unidos não têm amigos: os Estados Unidos têm interesses”, conforme a frase atribuída a  Sumner Welles e repetida depois por Kissinger.


 La disputa por nuestra América: Unasur en la mirilla yanqui.

 Ángel Guerra Cabrera

Lo que se disputa hoy en América Latina y el Caribe es si se consolida el proyecto bolivariano de independencia e integración regional, o si Washington y las derechas locales consiguen derrotarlo. En esta batalla, los enemigos de nuestros pueblos utilizan los cuantiosos recursos materiales –incluyendo militares- y culturales acumulados por siglos de explotación, saqueo y opresión. Nuestros pueblos, a su vez, se valen de la rica experiencia de sus  tradiciones patrióticas y revolucionarias, forjadas en la resistencia anticolonial y antiesclavista, las revoluciones por la primera independencia y las luchas antineocoloniales posteriores, inscriptas en la marcha hacia la segunda y definitiva independencia.

Es muy valioso el cúmulo de saberes políticos adquirido en las contiendas antineoliberales: desde el caracazo(1989) al levantamiento indígena de Chiapas(1994) y, en especial, durante   los años de estelar liderazgo nacional y regional del comandante Hugo Chávez(1999-2013). Todavía no nos hemos dado cuenta cabalmente de cuánto alcanzó con su incansable batallar el meteórico  venezolano.

Inspirado, como lo afirmaba con orgullo, por el ejemplo y la amistad de Fidel Castro y la Revolución Cubana, Chávez logró articular un magnífico equipo con Néstor y Cristina Kirchner, Lula da Silva, Evo Morales y Rafael Correa, entre otros líderes populares latino-caribeños. La derrota del Alca(Mar del Plata, 2005) fue una de sus grandes victorias, que sentó las bases para el auspicioso e inédito surgimiento de la Alba, Petrocaribe, la Unasur, la Celac, el Mercosur ampliado, organizaciones que han puesto coto al arrogante monroísmo e impulsado un sentimiento de independencia, fraternidad y solidaridad regional. Ahora los pueblos y gobiernos de América Latina y el Caribe hablan con voz propia.

Eso es lo que no soportan los imperialistas yanquis. Tener que tratarnos de igual a igual pese a que el secretario de Estado Kerry nos siga llamando traspatio. Que le digan con la frente alta, como le tocó a Obama en la Cumbre de las Américas de Cartagena, que no podía haber más cumbres sin Cuba y que debía ponerse fin al criminal bloqueo. Que las Malvinas son argentinas, idea intragable no solo para la elite británica con su nostalgia imperial. También y, sobre todo, para su socio estadunidense que codicia el petróleo de su suelo marino y quiere utilizarlas como una base de intervención contra nuestra América.

En los feroces y persistentes planes desestabilizadores yanqui-oligárquicos contra los gobiernos dignos y soberanos de Venezuela, Bolivia, Ecuador y Argentina se observa nítidamente la creciente relevancia tomada por el ejército mediático imperial. Capriles Radonsky, por ejemplo, existe políticamente gracias a su fabricación mediática. Subestimar la ruin tarea de ese ejército en la descerebración o la siembra de la confusión y la división en importantes sectores, incluso populares, puede costar muy caro.

La Alianza del Pacífico(AP), que reúne a Chile, Perú, Colombia y México y cuya cumbre se inicia hoy en Cali, es una daga apuntada al cuello de las ya mencionadas instituciones de unidad e integración latino-caribeña, en particular al de Unasur. Es también un intento de reflotar el Alca. Los países que lo integran tienen tratados de libre comercio con Europa y Estados Unidos, instrumentos que como está ampliamente documentado han ocasionado ya una tragedia económica, social y cultural de grandes proporciones en los países del sur que los han aplicado, y que más allá del comercio –nada con Washington es libre- implican la veloz anexión y subordinación de los estados al norte revuelto y brutal.  La AP, con más de 200 millones de habitantes, una extensión territorial de más de cinco millones de kilómetros cuadrados y 40 por ciento del PIB regional se mete como una cuña en el cuerpo de Unasur.

La AP se une al Acuerdo de Asociación Transpacífico, un hecho muy grave pues este está concebido por Washington para enrolar a sus integrantes en el cerco y creciente hostilidad contra China, pero también contra Brasil. Estados Unidos alucina por su ascenso como potencia suramericana y mundial, aliado a Argentina e instalado en el BRICS.

Los procesos trasformadores no se rinden y combaten con un arma formidable: el apoyo popular y su credibilidad. Hoy lo veremos en el gigantesco cabildo de La Paz en apoyo a Evo Morales (http://www.rebelion.org/noticia.php?id=168384&titular=¿qué-clase-de-clase-es-esa?)   

Twitter: @aguerraguerra      

 Movimiento de Solidaridad Nuestra América\

Attilio Boron
31.5.2013 - http://www.atilioboron.com.ar/2013/05/santos-la-conjura-contra-venezuela-y-la.html

Hola todas y todos. Comparto una nota sobre el tema. Una versión reducida saldrá publicada mañana en Página/12.
Fraternalmente,
Atilio






(Atilio A. Boron)  Por más que se lo suela poner en cuestión, todo acuerdo económico es a la vez un compromiso político. El pensamiento neoliberal presenta sus opciones políticas (por ejemplo, promover un modelo económico que enriquece  a los ricos y espolia a los pobres) como si fueran el resultado de un cálculo técnico o de una racionalidad abstracta, cuando lo cierto es lo contrario.

      Lo anterior vale tanto para los acuerdos sellados en el plano doméstico como en el internacional. Por eso no puede causar sorpresa la provocación en que incurrió el gobierno de Juan M. Santos –ahora dice que todo fue un “malentendido”- al recibir al perdidoso candidato de la derecha venezolana, Henrique Capriles. Al hacerlo, el presidente colombiano le confirió legitimidad a sus escandalosas denuncias –refutadas por sucesivas auditorías practicadas sobre los resultados electorales del 14 de Abril- y se alineó irresponsablemente con el líder del ala fascista y más radical y golpista de la derecha venezolana.

      ¿Sólo con ésta? No, porque la estrategia de desgaste del antichavismo no es creación original venezolana sino expresión de las directivas que emanan desde Washington para concretar su proyecto destituyente y tratar de borrar al chavismo de la faz de la tierra. Por eso la Casa Blanca continúa sin reconocer la legalidad y la legitimidad del triunfo de Nicolás Maduro en las pasadas elecciones presidenciales. El empecinamiento del insólito Premio Nobel de la Paz no es inquina personal sino el meticuloso cumplimiento del proyecto de reversión de la correlación internacional de fuerzas en el hemisferio que en el 2005 provocara el naufragio del ALCA en Mar del Plata. Componente fundamental de ese proyecto es el permanente acoso, la deslegitimación y la desestabilización de los gobiernos bolivarianos y progresistas de la región. El sueño imposible del imperio es restablecer en Latinoamérica una situación anterior a la Revolución Cubana, cuando las órdenes de la Casa Blanca eran obedecidas sin chistar por los gobiernos de la región. Este es el sentido fundamental de la tan publicitada y alentada Alianza del Pacífico conformada por México, Colombia, Perú y Chile, que a instancias de Washington organizó nada menos que siete Cumbres en poco más de un año. El objetivo de este hiperactivismo diplomático es principalmente político y, en menor medida, económico. Lo primero, porque pretende rehacer el mapa sociopolítico regional acabando con los gobiernos de los países del ALBA e inclusive con sus aliados, como los de Argentina y Brasil, “cómplices” según Washington de la derrota del ALCA. Y en lo económico, porque la AP es la más importante pieza de la contraofensiva imperialista destinada ahora, ya mismo, a concretar un ALCA con otro nombre y, a la vez, para potenciar el papel de “caballos de Troya” que Washington les tiene asignados a los gobiernos de la AP para socavar desde dentro a proyectos que suscitan el visceral rechazo de la Casa Blanca como la UNASUR, la CELAC y, en menor medida, el Mercosur. No sorprende que los gobiernos y políticos más reaccionarios del continente, ¡y los de Europa! compitan entre sí para ver quién entra primero a esa alianza concebida y orquestada por los Estados Unidos para defender sus propios intereses utilizando a sus peones latinoamericanos y europeos. ¿Qué sentido tiene que países como España, Australia, Uruguay y Japón, que hoy día tienen el estatus de observadores, hayan declarado que solicitarán su adhesión para convertirse en miembros plenos de la AP durante el 2013.” Australia y Japón, ¿necesitan de este instrumento norteamericano para vincularse con el nuevo centro de gravedad de la economía mundial que se halla, precisamente, en su entorno inmediato, o es que se trata de dos países sometidos militar, económica y diplomáticamente a la voluntad de la Casa Blanca y que por lo tanto actúan según se les ordena?

       Claro está que este engendro norteamericano, del  cual Santos es el principal articulador (recordar que la última y fundamental reunión se hizo el 22/23 de Mayo en Cali) requiere de sus protagonistas una abyecta sumisión a los edictos y las prioridades imperiales. Para la Casa Blanca hoy nada es más importante que aprovechar el momentáneo desconcierto provocado por la muerte de Hugo Chávez para reordenar lo que el Secretario de Estado John Kerry denominara -en una expresión que por su carácter despectivo había caído en desuso- al “patio trasero” de Washington. Y Santos obedeció el mandato y recibió a un desprestigiado político amparado por lo peor de la derecha latinoamericana y europea -principalmente el corrupto Partido Popular de España, cuyo jefe en las sombras es José M. Aznar- y culpable de haber instigado actos criminales que culminaron con la muerte de once chavistas y más de un centenar de heridos amén de la destrucción de numerosos centros de salud y oficinas públicas. El objetivo de la gira latinoamericana de Capriles es desprestigiar al gobierno de su país a cualquier precio, inclusive deteriorando las ya de por sí difíciles relaciones  colombo-venezolanas. Pero Washington hace saber a sus clientes que no hay límites éticos ni escrúpulos de ningún tipo a la hora de aislar al gobierno de Venezuela, caracterizándolo como un “estado canalla” y debilitarlo para facilitar su indefensión ante los ataques de Washington. Para ello se combinarán estrategias de hipócrita seducción –Joe Biden bendiciendo a Brasil como potencia ya “emergida” pero sin hablar de que es el país al cual EEUU ha rodeado con más bases militares en toda Latinoamérica- con otras más brutales, como las que seguramente habrá comunicado Roger Noriega en su viaje a Colombia al presidente Santos, y con iniciativas como las de la AP, que dados sus objetivos y extraordinaria movilización de recursos sería muy peligroso no tomar seriamente en cuenta. Todo indica que el pueblo y el gobierno venezolanos son plenamente conscientes de esta amenaza, y están preparados para resistir y no sólo eso, sino también prevalecer. Saben que contarán con la solidaridad militante de la mayoría de los pueblos y los gobiernos de Nuestra América que con sus luchas derrotarán esta nueva tentativa de establecer un ALCA, ahora con otro nombre. En el nauseabundo contexto internacional arriba señalado cabe destacar el honroso gesto del presidente Rafael Correa que, por boca de su Canciller, hizo saber que Ecuador jamás recibiría a Capriles.                                                                                     

NOTAS ECONÔMICAS LATINO-AMERICANAS! (AGÊNCIAS)!

Cesar Maia NL           

1. Os membros fundadores da Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México) combinaram na cúpula de Cali (Colômbia), que terão até 30 de junho para chegar a um acordo sobre os detalhes do desmantelamento alfandegário que deve afetar, na primeira fase, cerca de 90% do comércio entre os quatro membros. A cúpula serviu para dar um impulso a este ambicioso processo de integração regional e não apenas na área do comércio. Os líderes concordaram em criar um visto único de turista válido para os quatro países e realizar campanhas de promoção turística conjunta. Eles também concordaram em compartilhar embaixadas e expandir a rede de escritórios comerciais conjuntos.
           

2. A prova de sua força está nas presenças da cúpula de Cali: além dos presidentes dos países membros – Eduardo Santos (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile), Ollanta Humala (Peru) e Enrique Peña Nieto (México) – os presidentes de dois países candidatos para entrar no clube, Laura Chinchilla (Costa Rica) e Otto Perez Molina (Guatemala), e os primeiros-ministros dos dois países observadores, o espanhol Mariano Rajoy e o canadense Stephen Harper -, além de delegações da Austrália, Nova Zelândia, Japão e Uruguai.
           
3. O Chile está sempre dependente do preço do cobre. Se em 2012 o preço do cobre voltasse a seu nível de antes de 2003, o déficit da balança de pagamentos foi de 18% do PIB, bem acima do que foi em 1981 (13%) ou em 1982 (9 %), na época da grande crise chilena. Em 2012 o país gastou quase 10 bilhões de dólares a mais do que tinha. O balanço de pagamentos, considerado o melhor indicador de sustentabilidade econômica, passou nos últimos anos de um superávit de 5% para um déficit de 4%: o excesso de 3,2 bilhões de dólares de três anos atrás, se tornou um déficit de 9,5 bilhões dólares.

4. Relações agrícolas entre a China e a América Latina no período 2009-2011: (i) as exportações de commodities agrícolas continuam desempenhando papel importante em diversos países, em especial Argentina (80% das exportações para a China no período), Brasil e Guatemala. Os países que possuem uma baixa importância relativa das exportações de produtos agrícolas são, em geral, grande exportadores de commodities minerais como Chile, Colômbia, Bolívia e Venezuela; (ii) Argentina, Bolívia, Brasil, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela apresentaram apenas um produto concentrando cerca de 80% das exportações agrícolas por pelo menos dois anos; (iii) as exportações de commodities agrícolas da AL  para a China estão concentradas (90%) na Argentina e no Brasil; (iv) todo o aumento da safra de soja no Brasil nos últimos três anos foi absorvido pela China.


Adolfo Aguirre (ACTA) - JUEVES, 6 DE JUNIO DE 2013
http://www.argenpress.info/2013/06/la-alianza-del-pacifico-el-mercosur-y.html

Suenan las campanas de la división en América Latina. Con la última reunión en Cali, Colombia, la Alianza del Pacífico (Chile, México, Colombia y Perú) anuncia un nuevo proceso de integración regional, aparentemente más dinámico, moderno y abierto que lo conocido (el Mercosur principalmente). Cuánto tiene de cierta esta alianza, cuánto de operación marketinera, y cuánto de viabilidad política y económica.

Comencemos primero por los datos de la realidad. Desde hace varios años, pero con especial fuerza desde la constitución formal en junio del 2012, la denominada Alianza del Pacífico busca ser un eje de promoción de la integración regional a través de tratados de libre comercio, en contraposición con el modelo del Mercosur, que si bien también promueve la apertura comercial, busca ser una unión aduanera con algunos elementos de complementariedad económica entre los socios y protección de los mercados internos. En la última reunión de la Alianza del Pacífico (AP), los países participantes, con el liderazgo de México y Colombia, decidieron eliminar los aranceles aduaneros en un 90 por ciento de los productos y con perspectivas de negociar la eliminación restante en los próximos meses. Este proyecto tiene como eje promover el libre comercio entre estos países y mirar con una perspectiva común al Pacífico, con eje en las potencias de países asiáticos. El Mercosur, en cambio, parte de una base más sólida (existe hace más de 20 años), ha sumado nuevos miembros (Venezuela recientemente y se negocia con Ecuador y Bolivia) y opera en algunos niveles como bloque unificado (en especial en acuerdos comerciales con terceros países o bloques). Sin embargo, en los últimos años se ha visto jaqueado por las discrepancias comerciales entre los dos grandes socios, Argentina y Brasil, y también por las justificadas quejas de los socios más pequeños, en especial Uruguay.

La situación no es tan sencilla, ya que no se trata de un simple duelo entre la AP y el Mercosur. Hay elementos claves que los oponen, en especial la característica ideológica de los gobiernos y la presencia de Estados Unidos, pero también hay diversos aspectos que interpelan a todos los países. En el aspecto comercial, cabe decir que tanto Chile, como Perú, Colombia y México tiene Acuerdos Preferenciales con el Mercosur, que llevan a una relación comercial muy cercana entre ellos. Chile tiene una economía íntimamente conectada con la Argentina, tanto como Colombia exporta gran parte de su producción industrial a Venezuela. Sumado a esto, Perú, Chile y Colombia son parte de la Unión de Naciones Sudamericanas (UNASUR) y, con sus diferencias, han estado alineados en la integración política promovida desde esta organización. Sin ir más lejos, luego de la muerte de Néstor Kirchner la Secretaría General de UNASUR quedó en manos de Colombia. A este dato sumamos la conformación de la Comunidad de Estados Latinoamericanos y del Caribe (CELAC), que sí integra México y cuya presidencia pro-témpore acaba de pasar de Chile a Cuba. La CELAC está compuesta por miembros de todos los gobiernos de América Latina y también se ha planteado como un espacio de unidad, en oposición a la presencia norteamericana en la región. En base a estas realidades, se torna complejo hablar de una competencia entre un supuesto grupo “bueno” (la AP) y uno “malo” (Mercosur), ya que la integración se viene construyendo en conjunto y las economías se conectaron entre sí mucho más en la última década que en el pasado.

La geopolítica tiene mucho que ver en la búsqueda de una oposición entre la AP y el Mercosur. Está el interés de Estados Unidos, que luego de la derrota sufrida a manos principalmente de Argentina, Brasil y Venezuela en la propuesta del ALCA, tomó el rumbo de los acuerdos de libre comercio bilaterales. Los cuatro miembros de la Alianza del Pacífico han firmado el libre comercio con Estados Unidos. Este dato es relevante, e influye a la hora de analizar las posturas de los gobiernos. Para EEUU, la conformación de la AP tiene relevancia en su proyecto más global, el de competir con la potencia comercial que propone China. Esta perspectiva de EEUU tiene dos ejes: uno es el Acuerdo del Transpacífico, que agrupa económicamente a países del pacífico asiático (menos China) con sus pares latinoamericanos (todos los miembros de AP); la otra perspectiva es el acercamiento a través de un tratado de libre comercio con la Unión Europea (todavía en discusión). El inconveniente mayor de esta estrategia es que, si bien China tiene lazos comerciales principalmente con Argentina y Brasil, los países de la AP también han firmado acuerdos con China. Sin ir más lejos, Perú, Chile y recientemente Costa Rica firmaron tratados de libre comercio con ese país. De la misma manera la comunidad económica del sudeste asiático (ASEAN) firmó acuerdos comerciales con China sin la participación de EEUU.

La firma del acuerdo comercial entre los principales países del pacífico de América Latina tiene como contrapartida la expansión del Mercosur con nuevos miembros, confirmado ya Venezuela y en tratativas con Ecuador y Bolivia. Más allá de estos hechos, y tal como lo expresamos en esta columna, las coincidencias (políticas y económicas) en la actualidad latinoamericana, son mayores que las diferencias. La búsqueda de una competencia entre estos dos sectores (AP y Mercosur) en realidad trata de dividir el espectro y poner en duda los procesos de integración económica y política de nuestra región.

Está demostrado que los modelos únicos de integración (es decir aquellos que plantean una hegemonía de pensamiento y práctica) no han dado frutos. Este es el caso tanto para el Área de Libre Comercio de las Américas (ALCA) como también, debemos decirlo, para la Alianza Bolivariana de las Américas (ALBA) que se planteaba como alternativa. Los hechos dan prueba de que ninguno de los modelos absolutos han logrado imponerse y que lo que mejor han hecho los gobiernos actuales de la región es debatir y negociar en conjunto, aceptando los distintos paradigmas y a la par ir profundizando la integración regional.

Las potencias, y en especial Estados Unidos, siempre van a estar presentes buscando dinamitar los esfuerzos de integración autónomos. La promoción principalmente mediática de la Alianza del Pacífico como el nuevo bloque que confronta con el Mercosur es parte de una estrategia de división. Experiencias como la UNASUR y CELAC son una demostración de la capacidad de nuestros países de articular (aún con sus contradicciones) un proyecto común en la región. El camino es continuar profundizando ese proceso, aceptando visiones diversas y no buscando remarcar las diferencias, que a la larga sólo servirá para perjudicar nuestra independencia.

Adolfo Aguirre es Secretario de Relaciones Internacionales de la CTA

V - BRASIL X USA
Brasil - EUA, muy amigos...
José Carlos Ruy
As relações entre o Brasil e os EUA começaram antes mesmo da Independência, e sempre foram marcadas pelo esforço norte-americano de impor seus interesses. Ao iniciar por Brasília seu giro sul-americano, o presidente Barack Obama se defronta com uma realidade marcada pela independência e autonomia da diplomacia brasileira

por José Carlos Ruy

“Não está muito longe o dia em que o hemisfério será nosso em sua totalidade, como de direito já o é em virtude da superioridade da nossa raça”. Robert Taft, presidente dos EUA (1909-1913).

 O primeiro encontro entre chefes de Estado do Brasil e dos EUA ocorreu em 1876, quando o imperador D. Pedro II estava na Filadélfia. Ele e o presidente americano Ulysses Grant inauguraram a Exposição Universal que comemorou os cem anos da independência dos EUA.

A visita do imperador deslumbrou a imprensa de Nova York. Em abril daquele ano, um editorial do New York Herald (que destacou o repórter James J. O’Kelly para acompanhar a viagem imperial desde o Rio de Janeiro até os EUA) dizia ser D. Pedro “um príncipe de elevadíssima linhagem. Descende diretamente das casas de Bragança, Bourbon e Habsburgo, três das dinastias que dominam o mundo. Só desde ponto de vista, tanto quanto este livre e fácil país queria considerá-lo, o Imperador é credor de especiais considerações”. Acima de tudo, dizia “o Imperador é chefe de uma grande nação, a maior depois da nossa, em todo o Continente”, “chefe de uma poderosa nação com quem vivemos em perfeita harmonia, e a cujo governante devemos ter ufania em prestar homenagem”.

A república burguesa do norte extasiava-se com a presença de uma cabeça coroada num momento em que, às vésperas de tornar-se uma potência mundial imperialista, o poderio dos dois países era equilibrado e as contradições amadureciam. Os EUA haviam posto fim à escravidão com uma sangrenta guerra civil cujo efeito foi acelerar a expansão das forças produtivas no país e acelerar o desenvolvimento do capitalismo. No Brasil o trabalho forçado sobreviveria por mais de uma década, mantendo as forças do atraso à frente do país. Outra contradição eram as formas de governo e os alinhamentos internacionais decorrentes delas; enquanto os EUA eram uma república democrática burguesa, o Brasil era uma monarquia ligada politicamente e por laços familiares do Imperador à dinastias europeias feudais e atrasadas e, comercialmente, à Inglaterra.

Era uma situação que, naqueles anos, começava a mudar aceleradamente. Quando a República foi proclamada no Brasil, em 1889, os EUA preparavam o início de sua expansão imperialista. O acelerado crescimento industrial posterior à Guerra Civil transformou o país na principal potência industrial, e a guerra com a Espanha, em 1898, terminou com a anexação de antigos domínios espanhóis, como Cuba, Filipinas, Porto Rico e Guam.
Uma Alca neocolonial no século 19
Naquela época o monarquista Eduardo Prado denunciava, no livro A ilusão americana (1893), o unilateralismo norte-americano, cobrindo um período de mais de cem anos, desde o final do século 18. Seu livro tem relatos preciosos que ainda continuam atuais. Ele descreve, por exemplo, a 1ª Conferência Pan Americana, patrocinada pelo governo dos EUA, que se reuniu no final de 1889 para debater a adoção de arbitragem para resolver conflitos internacionais, a celebração de tratados de livre comércio e (“apenas para encher tempo”, escreveu Eduardo Prado), a construção de uma ferrovia dos EUA à Patagônia.

Um exemplo do unilateralismo dos EUA ficou evidente no tratado comercial assinado com o Brasil em 1891. O governo dos EUA isentava de taxas a importação do café brasileiro (mas o “café já não pagava direitos nos Estados Unidos desde 1873”, indigna-se Eduardo Prado), e alguns tipos de açúcar que acabaram sem valor quando, em seguida, os americanos eliminaram as tarifas de importação do açúcar de Cuba e de Porto Rico, prejudicando as exportações brasileiras. Em troca, o Brasil isentou a importação de farinha de trigo dos EUA e outros produtos americanos, e reduziu em 25% as tarifas alfandegárias sobre vários outros, causando graves prejuízos às indústrias brasileiras: houve uma quebradeira geral dos moinhos de trigo no Brasil, provocando forte perda de captais nacionais e de empregos. O tratado acabou sendo revogado em 1895. Cem anos depois, os norte-americanos voltaram à carga ao insistir na aprovação de um tratado de livre comércio, a Alca, igualmente unilateral, favorável a seus interesses e lesivo para a indústria, a economia e a soberania do Brasil e dos demais países alvo desta operação imperialista.

“Os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses” – esta frase, dita pelo secretário de Estado John Foster Dulles na década de 1950, pode ser encarada como uma espécie de lema, de longa duração, da diplomacia dos EUA. Sua crueza já havia sido manifestada no final do no século 18, quando emissários dos Inconfidentes Mineiros esperavam a solidariedade da República do norte para romper com Portugal. Em 1786, José Joaquim da Maia procurou inutilmente o apoio de Thomas Jeferson, um dos fundadores da República americana e só obteve uma resposta evasiva. Numa nota ao secretário de Estado John Jay, Jefferson resumiu o que disse ao brasileiro: os EUA davam grande importância à amizade com Portugal, com quem tinham assinado um “tratado vantajoso”, mas veriam com “interesse” uma “revolução feliz no Brasil”. Sem compromissos ou promessas...
A América para os americanos... do norte
A visão que o governo dos EUA tinha do continente americano tornou-se explicita em 1823 quando o presidente James Monroe formulou a doutrina que leva seu nome, traduzida no princípio “a América para os americanos”, ao qual aqueles que querem ressaltar seu sentido acrescentaram jocosamente a expressão “do norte”. 

Temia-se que a Santa Aliança (a reacionária coligação que reunia a monarquia russa ao império austro-húngaro e era aliada da Espanha, Portugal e outras cortes europeias) ajudasse a Espanha a reconquistar as colônias americanas que haviam proclamado a independência, situação que os EUA consideravam perigosa para sua segurança.

Apesar disso, quando o governo do nascente Estado brasileiro enviou a Washington um emissário para negociar o reconhecimento da Independência, ele foi questionado sobre a forma monárquica de governo e sobre sua capacidade para manter a unidade do país. Mesmo assim, os EUA foram o primeiro país a reconhecer a independência brasileira, em 1824.

O governo dos EUA nunca deixou de encarar o Brasil, como os demais países da América Latina, como uma área de seu domínio exclusivo. Exemplo disso foram as reiteradas vezes em que manifestou, ao longo do século 19, a intenção de ocupação da Amazônia e sua defesa da livre navegação no rio Amazonas ou da colonização do vale amazônico com ex-escravos libertados em seu país que formariam, na floresta, uma cabeça de ponte para a ocupação territorial.
Com a República, onda de americanismo
Quando a República foi proclamada, em 1889, houve uma onda de americanismo no Brasil e a própria bandeira proposta inicialmente era uma cópia verde-amarela do pavilhão norte-americano. Mesmo a Constituição republicana foi fortemente inspirada na norte-americana. 

Mas a potência dominante continuava sendo, como fora no Império, a Inglaterra, e o período entre 1889 e 1930 foi uma época em que os EUA disputaram essa primazia. Chegou a mostrar as garras com a política do big stick (grande cassetete) do presidente Theodore Roosevelt. Com a I Grande Guerra (1914-1919) a balança do poder regional começou a pender a favor dos EUA, e o Brasil trocou Londres por Nova York como centro financeiro. 

Com a crise financeira de 1929, a revolução liberal brasileira de 1930 e a busca de autonomia foram embaraços ao domínio automático dos EUA. Desde 1931 o governo Vargas tomava iniciativas nacionalistas, como o favorecimento do Lloyd Brasileiro para a navegação litorânea no Brasil, ou a imposição de multa às grandes distribuidoras de gasolina (entre elas muitas multinacionais americanas) por sonegação de impostos. Getúlio Vargas consolidava assim uma imagem de nacionalista inaceitável para os norte-americanos, como havia ficado claro na 8ª Conferência Pan Americana, em 1938/1939.

Mesmo assim, aqueles foram os anos em que o imperialismo norte-americano consolidou sua posição, econômica e militarmente. Mas essa hegemonia só pode ser exercida plenamente depois do fim da Segunda Grande Guerra. Durante a guerra, Vargas negociou duramente com os norte-americanos em busca de apoio para o desenvolvimento da siderurgia nacional e para a instalação de uma fábrica de motores e de caminhões. Em 1936 e 1943 ele se encontrou no Brasil com o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt e o acordo entre eles levou à instalação de uma base militar norte-americana em Natal (RN); em contrapartida os americanos comprometeram-se a apoiar o desenvolvimento exigido por Vargas. 

Durante a guerra, alguns oficiais brasileiros serviram na Itália junto a generais norte-americanos e voltaram para o Brasil fortemente influenciados por eles, devido principalmente ao temor anticomunista com que encaravam as mudanças democráticas do pós-guerra. Para eles, essa ameaça cresceu no final de 1945 quando Getúlio Vargas aproximou-se dos trabalhadores e aceitou o apoio do Partido Comunista do Brasil. Em conseqüência, Vargas foi deposto por um conluio de generais e liberais brasileiros, com o apoio ativo do embaixador Adolf Berle, dos EUA. 
Aliança da direita brasileira com os EUA
Estava aberto um período de relações profundas entre a extrema-direita brasileira, inclusive militares, com agentes norte-americanos para combater o nacionalismo e aquilo que consideravam como ameaça comunista. Juntamente com os comunistas, Vargas era o grande alvo daquela articulação.

Um dos aspectos principais dessa conjuntura foi a interferência aberta de agentes de multinacionais norte-americanas na Assembleia Constituinte de 1946, principalmente a petroleira Standad Oil of New Jersey e a Internacional Telephone Telegraph Co., de telefonia. Durante os debates da assembleia, o norte-americano Paul Howard Schoppel, da Standard Oil, pressionou os constituintes e chegou a distribuir dinheiro a deputados e senadores aliados e a ameaçar os adversários do imperialismo.

Quando Vargas voltou ao governo, em 1951, a direita militar passou a defender uma estreita colaboração militar e econômica com os Estados Unidos e a repressão dos comunistas no Brasil. Naquela ocasião, o governo Vargas assinou, em março de 1952, um acordo militar com os EUA, prevendo o fornecimento de armas ao Brasil em troca de minerais estratégicos. 

Aquele foi um tempo de luta aberta entre aqueles que preconizavam um desenvolvimento autônomo e soberano para o país, contra os partidários do alinhamento automático e subordinado do país com os EUA. Essa luta chegou ao clímax em 1954 com a crise que levou ao suicídio de Vargas. Os anos seguintes foram turbulentos, com a crescente articulação entre os setores oligárquicos e agromercantis brasileiros com agentes norte-americanos. As relações Brasil-EUA foram atribuladas durante o mandato do presidente Juscelino Kubitschek, que adotou uma política desenvolvimentista e, em 1960, rompeu com o FMI por não aceitar as pressões para aplicar um rígido programa monetarista (hoje chamado de neoliberal). Sob a curta presidência de Jânio Quadros, em 1961, a chamada política externa independente procurou fortalecer o comércio externo brasileiro e atrair novos parceiros, principalmente a União Soviética, criando atritos nas relações Brasil EUA. Elas azedaram ainda mais depois da nacionalização de empresas norte-americanas, como a Cia de Energia Elétrica Riograndense, filial da norte-americana Bond & Share, a Cia Telefônica Riograndense, filial da ITT (ambas pelo governo de Leonel Brizola), e do escândalo da Amforp (American Foreign and Power Co.), empresa norte-americana do setor elétrico cuja compra foi anunciada pelo presidente João Goulart em 1963. O Congresso brasileiro também debatia a lei de remessa de lucros, repudiada pelos norte americanos mas sancionada por Goulart em janeiro de 1964, poucas semanas antes do golpe militar que o tiraria do poder.
Ação da embaixada dos EUIA contra Goulart em1964
A conspiração contra João Goulart foi talvez o cenário para a maior e mais direta intervenção norte-americana na política brasileira. Naqueles anos, principalmente na eleição de 1962, houve uma verdadeira derrama de dólares (cerca de 20 milhões, uma fortuna na época) para apoiar candidatos conservadores, comprometidos com os interesses dos EUA. O epicentro da conspiração que articulava grandes empresários brasileiros e estrangeiros, generais, parte do clero e demais lideranças conservadoras era a embaixada dos EUA, dirigida por Lincoln Gordon. 

Depois de 1964, os governos militares tentaram impor um regime de alinhamento automático com os EUA e o marechal Castello Branco chegou a defender a limitação da soberania brasileira num discurso pronunciado no Itamaraty em 31 de julho daquele ano. Essa política esbarrou, contudo, nas contradições vividas pela ditadura militar; quando militares da linha dura militar assumiram a presidência, sob o marechal Costa e Silva, seu nacionalismo direitista foi um obstáculo à subserviência completa, embora o alinhamento automático com os EUA nunca tenha sido descartado. O regime dos generais aplicou uma política ajustada aos interesses norte-americanos; favorecia as empresas estrangeiras no país e alinhava-se, na política externa, com a orientação ideológica anticomunista. Assim, apoiou golpes de estado na Bolívia (1971), Uruguai (1971-1973) e Chile (1973). 

Ao mesmo tempo, aproveitou brechas comerciais na América Latina, Oriente Médio e África e não hesitou, em função desses interesses comerciais, em fazer do Brasil um dos primeiros países a reconhecer a independência de Angola (1975), provocando forte irritação no governo americano. Já o governo do general Ernesto Geisel incentivou a indústria bélica brasileira, assinou um inaceitável para os norte-americanos acordo nuclear com a Alemanha, rompeu o acordo militar Brasil-EUA, de 1952, fomentou o desenvolvimento de uma indústria de computadores no Brasil, criando novas arestas nas relações entre os dois países.
Política externa independentes sob Lula e Celso Amorim
Nos últimos vinte anos, as relações entre o Brasil e os EUA oscilaram entre a adesão acrítica e subserviente de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, e a retomada de uma política externa independente e da busca de uma inserção soberana do Brasil no mundo, com ênfase na diversificação dos parceiros comerciais, no fortalecimento da unidade sul-americana e do Mercosul, e na consolidação de parcerias estratégicas com a China, a Índia, a África do Sul e a Rússia, promovida pelo governo do presidente Lula.

O melhor exemplo dos resultados da nova política externa brasileira e de seu impacto nas relações com os EUA foi a paralisia das negociações em torno da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Durante a década neoliberal, o esforço por sua criação foi a tônica nas relações entre o Brasil e os EUA. A ideia fora lançada pelos norte-americanos, em 1994, para eliminar as barreiras alfandegárias ao comércio e à circulação de capitais, e 2005 foi fixado como data final para a conclusão do acordo. 

Mas logo ficaram claros os objetivos anexacionistas da Alca e seu unilateralismo favorável aos norte-americanos, repetindo o expansionismo que já havia sido registrado na 1ª Conferência Pan Americana, de 1889. O acordo esperado pelos EUA para implantar a Alca, em 2005, fracassou e aquele projeto neocolonialista foi retirado da agenda dos países latino americanos.

Os tempos mudaram desde o governo Lula e a diplomacia dirigida pelo chanceler Celso Amorim. O Brasil voltou a ter um protagonismo soberano no mundo, deixando para trás a época em que embaixadores brasileiros precisavam ouvir, antes, a opinião de seus colegas do Departamento de Estado. Este período tem sido marcado por uma série de desentendimentos entre a diplomacia dos dois países. Em 2003, por exemplo, o governo Lula foi contrário à invasão do Iraque por tropas dirigidas pelos EUA. Foi um importante sinal de independência, reiterado ao longo dos dois mandatos do presidente Lula. 

Hoje, o Brasil e os EUA têm posições diferentes, e em alguns casos antagônicas, em uma série de temas internacionais, como a defesa pelo Brasil do direito do Irã desenvolver um programa nuclear pacífico, inaceitável para os EUA; a interferência direta dos EUA em países da América Latina, como o Haiti para onde, depois do terremoto de janeiro de 2010, foi enviada uma tropa americana que passou a funcionar como força de ocupação, ou Honduras, onde o governo de Washington apoiou uma eleição ilegítima para a sucessão do presidente deposto. Além disso, Brasil e EUA tem se defrontado em algumas disputas comerciais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o Brasil tem obtido sucessivas vitórias em queixas contra práticas comerciais americanas lesivas aos interesses brasileiros. 

Mais do que isso, a diplomacia brasileira teve um papel destacado na integração da América do Sul, favorecendo desde a integração física dos países, com a construção de uma infraestrutura física para a integração e o fortalecimento das relações econômicas no continente, até a institucionalização da integração, com a constituição de organismos regionais como a Comunidade Sul Americana de Nações (Unasul), a partir de 2004, e o Conselho de Defesa Sul-Americano, em 2008.
                                                                  ***
O dissenso de Washington 
Rubens Antonio Barbosa
http://www.rbarbosaconsult.com.br/publicacoes_o_dissenso_de_washington.asp

O Dissenso de Washington retrata o panorama das relações entre o Brasil e os Estados Unidos e os principais temas regionais e globais, alem dos conflitos políticos domésticos na dividida sociedade norte-americana e descrever os muitos desencontros dos Estados Unidos em relação ao Brasil e à América Latina durante o período de 1999 a 2004. 

Nem sempre o trabalho de um embaixador, nos postos de maior importância política e diplomática, coincide com acontecimentos especialmente marcantes na história do país onde está acreditado e também de seu próprio. 

Nos cinco anos em que representou o Brasil nos EUA, o Embaixador Rubens Barbosa pode presenciar fatos especialmente importantes como as eleições presidenciais com vitória do partido oposicionista, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil; os ataques terroristas de 11 de Setembro, a eclosão das guerras no Afeganistão e no Iraque e a eleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

A partir do privilegiado posto de observação que é a embaixada na capital americana, Barbosa também viveu a excepcional experiência de acompanhar de perto um longo período do relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos sob a ótica de dois governos que desenvolveram políticas externas bem distintas, o que por vezes acarretou desencontros no entendimento entre os dois países.

\ A EROSAO DAS PREFERENCIAS COMERCIAIS BRASILEIRAS NA A.LA.
14/05/2013


O Brasil isolado
 Rubens Barbosa em O Globo 14 maio 2013 
Poucos no governo, e mesmo no setor privado, parecem estar atentos às profundas mudanças que estão ocorrendo no comércio internacional e às suas consequências sobre o setor externo brasileiro.

Com a eleição, agora, de um brasileiro para o comando da OMC talvez surja um maior interesse nas implicações desse novo cenário sobre a economia brasileira, em especial sobre nossa política industrial e de comércio exterior.

Em termos geoeconômicos, está ocorrendo a transferência do eixo econômico e comercial do Atlântico para o Pacífico, com a emergência da China como o maior importador e exportador global.

As transformações no processo de globalização estão sendo aceleradas pela tendência de concentração da produção de manufaturas em poucos países: EUA, Alemanha, Japão e China. Algumas consequências dessa tendência já podem ser identificadas:

-A capacidade de cada pais de vender passa a depender da capacidade de compra do resto do mundo, como mostra a Embraer.

-Fora do circuito das cadeias produtivas globais, a maioria dos países em desenvolvimento está concentrando suas exportações em commodities.

Estamos assistindo a uma proliferação de mega-acordos regionais e bilaterais de comércio. Dos 543 acordos de livre comércio em negociação, 354 entraram em vigor. Dois mega-acordos estão em marcha: o a Parceria Transpacífica na Ásia e a Parceria Transatlântica entre os EUA e a Europa. Japão e China mudaram sua política e passaram a negociar acordos bilaterais. Na América do Sul, países como Chile, Colômbia e Peru assinaram acordos comerciais com os EUA e a Europa e estão negociando acordos na Ásia.

Esses acordos estão criando diferentes regras sobre investimento, compras governamentais, serviços, entre outras.

A revolução energética nos EUA, em consequência do aproveitamento do folhelho (gás de xisto), está acelerando o processo de reindustrialização da economia americana. A renovada agressividade comercial dos EUA vai propiciar a abertura de mercados para seus produtos manufaturados e aumentar a pressão para que os países adiram às novas normas.

Nunca a influência de fatores alheios ao comércio esteve tão presente nas negociações comerciais. Considerações de natureza geopolítica estão se sobrepondo a diferenças internas para permitir a prevalência de interesses concretos (contenção da China) e ao estabelecimento de regras e padrões (standards), como no caso do acordo EUA-UE e no da Ásia.

O Brasil, sem estratégia de negociação comercial e com dificuldades para criar um mercado regional para seus produtos, integrando os demais países em um intercâmbio de cadeia produtiva, a exemplo do que ocorre na Ásia e na Europa, está cada vez mais isolado. E, se persistir a política de ignorar o que ocorre no mundo, dificilmente poderá associar-se às novas tendências do comércio internacional.



V- BRASIL E O MUNDO _ COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL E PODER MILITAR





                                      O Brasil no contexto regional e global –
CELSO LAFER * - domingo, 19 de maio de 2013 - O Estado de S. Paulo,

O Brasil na América do Sul

A análise dos atuais desafios relacionados à presença do Brasil na América do Sul, e mais amplamente na América Latina, beneficia-se de considerações históricas que esclarecem o pano de fundo da singularidade brasileira na região. Nosso processo de independência fez do Brasil um Império em meio a Repúblicas, o diferente na região em matéria de regimes políticos.
O diferente era também o de um Estado com grande massa territorial e uma população de língua portuguesa que permaneceu unida num só Estado. Em contraste, o mundo hispânico, de fala castelhana, fragmentou-se em vários países nos processos da independência.
A manutenção da unidade nacional foi o grande e bem-sucedido objetivo do Brasil Império e o seu legado para o País. A construção desse legado fez, no século 19, da política interna e da política externa as duas faces de uma mesma moeda: a da consolidação do Estado brasileiro numa região instável e centrífuga.
A República preservou a herança do Império e, graças à obra de Rio Branco, foram dirimidos, pelo Direito e pela diplomacia, os temas pendentes de fronteiras. Equacionou-se assim o primeiro item da agenda da política externa de um Estado independente, o da clareza quanto ao que é "interno" ao País e o que a ele é "externo". O Brasil é raro caso de país com abrangente vizinhança sem contenciosos territoriais.
Desses elementos defluem desdobramentos que podem ser considerados "forças profundas" da visão brasileira sobre sua presença na região e no mundo. Primeiro, um nacionalismo voltado para dentro, não para fora, preocupado e dedicado ao desenvolvimento do grande espaço nacional. Segundo, um interesse específico em contribuir para a paz e o progresso na América Latina, com ênfase na América do Sul. Terceiro, a aspiração, com o lastro de um país consolidado e de escala continental, de ter presença na definição das regras de funcionamento do sistema internacional.

Essa leitura, com ajustes e mudanças em função das transformações internas e externas, explica a importância atribuída pelo Brasil ao entendimento com os vizinhos e à cooperação latino-americana, que teve novo impulso com os processos de redemocratização no Cone Sul no contexto do fim da guerra fria. Isso trouxe significativa aproximação entre Argentina e Brasil, levou ao Mercosul, induziu a uma tentativa de integração energética de gás com a Bolívia e chegou, por iniciativa do presidente Fernando Henrique Cardoso, à inédita reunião em 2000 de todos os países da América do Sul, que propiciou o IRSA, conjunto de projetos de integração logística, energética e de infraestrutura para fazer a melhor economia da nossa geografia comum.

Isso tudo mudou nestes últimos dez anos - os dez anos do governo do PT -, de maneira que os caminhos anteriores não dão resposta aos problemas do presente. De certo modo, creio que se configura, em novos moldes, a singularidade do Brasil na região e no mundo.

O Brasil é hoje, mais do que antes, um ator global, com um patamar no mundo distinto de outros países da nossa região. O eixo regional tornou-se mais assimétrico. São maiores as expectativas dos vizinhos quanto ao papel do País na sustentabilidade de cooperação. Também são maiores os desafios relacionados às ambições do Brasil num mundo multipolar fragmentado, com tendências centrífugas e muitas tensões de hegemonia.

A fragmentação alcança nossa região, que se tornou mais heterogênea nas suas visões da economia e da política. Nas instâncias de concertação política e nos processos de integração não ocorrem apenas os naturais conflitos de interesses, mas múltiplos conflitos de concepção, até sobre o valor da democracia e dos direitos humanos. Esses conflitos de concepção explicam a perda do impulso original do Mercosul, que se "aladifica", ou seja, torna-se um mecanismo de cooperação que deixou de ter o foco de uma dimensão transformadora, voltada para lidar com um mundo globalizado. A visão dos países com tendências economicamente liberalizantes que integram a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia, México) contrasta com a dos bolivarianos, de discutíveis credenciais democráticas e orientação estatizante nacionalista (Venezuela, Equador, Bolívia). Ora, o Brasil não se enquadra em nenhuma dessas concepções: não é liberalizante à moda da Aliança do Pacífico nem é bolivariano; e a Argentina, com seus problemas internos, imobiliza, no Mercosul, a nossa ação externa comercial.

Essa singularidade não nos está favorecendo. Os acordos comerciais inter e extrazona estão minando nossas preferências comerciais na região e comprometendo nossas exportações de manufaturados, que enfrentam a concorrência da China. O IRSA está em compasso de espera diante da dificuldade de elaboração de um marco regulatório comum. O papel do País na formulação das regras de funcionamento do comércio internacional reduz-se, seja pela longa paralisia das negociações da Rodada Doha, seja porque novas normas se elaboram em dois mega-acordos comerciais, a Parceria Trans-Pacífico e a Parceria de Comércio e Investimento Transatlântica, de que não participamos. Corremos o risco de ser, como notou Vera Thorstensen nesta página em 6/5, rule takers, seguidores da irradiação de normas impostas por outros, não rule makers, papel que, na nossa singularidade, buscamos tradicionalmente exercer.

Um grafite recente num país latino-americano dizia: "Cuando teníamos las respuestas nos cambiaran las preguntas". Mudaram as perguntas relacionadas ao como melhor conduzir de forma cooperativa nossa inserção na América do Sul. Falta ao governo brasileiro não só uma nova e necessária visão estratégica apta a lidar com a nossa singularidade, agravada por um processo decisório fragmentário que, à deriva, reitera respostas inadequadas e tópicas para uma realidade que mudou.

* PROFESSOR EMÉRITO DO INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA USP, FOI MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES (GOVERNO FHC)



Da politica industrial para o simples bom senso - IEDI e CNI (mas nao contem com o governo) - sábado, 25 de maio de 2013


Pedro Passos e o Novo Mapa de Competitividade da Indústria
Mansueto Almeida

22/05/2013

Já há algum tempo tenho observado as opiniões do empresário Pedro Passos da Natura e presidente do IEDI. As suas declarações agradam tanto defensores quanto críticos da política industrial e mostra que, talvez, suas ideias seja o que se poderia chamar de o “denominador comum” nesse debate.

O empresário deu uma entrevista para a coluna da Maria Cristina Farias, na Folha (clique aqui), e deu uma palestra no fórum de BioEconomia, em outubro de 2012(vídeo pode ser assistido aqui), onde destaca que: (i) o governo ajuda excessivamente o setor automobilístico, que para ele é desnecessário; (ii) fala que os incentivos à inovação no Brasil são baixos e a economia ainda é excessivamente fechada, (iii) o Mercosul hoje mais atrapalha do que beneficia a  inserção externa de empresas brasileiras, (iv) precisamos estabelecer metas para educação – conseguir nos próximos vinte anos estar entre os dez melhores países do mundo na qualidade de educação (medida pelo PISA), (v) reduzir  a proteção da economia, etc.
Quais setores da indústria o Brasil deverá promover para ser mais competitivo?Nos pronunciamentos do empresário isso não parece ser importante. O que parece ser mais relevante é o fomento à inovação e maior integração com o resto do mundo que, naturalmente, favoreceria os setores da indústria mais ligados aquelas cadeias produtivas que Brasil já tem vantagem comparativa. Assim, nossa política seria diferente tanto do modelo Coreano quanto da política de estímulos setoriais que o Brasil tem feito intensivamente desde 2008.

O pensamento do presidente do IEDI me parece algo muito particular dele, não sei se é consenso no próprio IEDI. No entanto, e para a minha surpresa,  o novo mapa estratégico da indústria da CNI (clique aqui), divulgado esta semana, vai ao encontro das opiniões que Pedro Passos vem defendendo. O novo mapa estratégico da indústria da CNI parece corroborar a tese de críticos da política industrial de que a competividade da indústria depende pouco  ou nada de estímulos a setores da indústria (política industrial) e muito mais de medidas horizontais e consistência das políticas macroeconômicas.

O mapa fala de controle dos gastos públicos, aumento do investimento público, melhoria da qualidade da educação, segurança jurídica, produtividade, eficiência do Estado, tributação, produtividade, etc.  O documento quando fala de políticas setoriais na p. 59 –exatamente três parágrafos- o faz de maneira tímida. Assim, ao que parece, a própria CNI não acredita mais em política industrial. Não seria então o caso de a entidade deixar isso claro para o governo?

É verdade que no mapa há uma macrometa de aumentar de 1,7% para 2,2% a participação do valor adicionado da manufatura no Brasil em relação ao valor adicionado da manufatura no mundo, mas isso pode ser alcançado com a sensível diminuição da participação de vários setores da indústria de transformação (o que é provável acontecer) na economia brasileira.

Adicionalmente, ao contrário do Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), de 2008, ou do Plano Brasil Maior, de 2011, o mapa estratégico da indústria não cita um única vez, nas suas 141 páginas, nenhum setor econômico específico como confecção, têxtil, química, etc. Ou seja, o mapa de competitividade da indústria é talvez o melhor documento contra a política indústria nos moldes que se faz hoje. Resta saber se de fato ele reflete o pensamento dominante da CNI ou se é um conjunto de idéias além das políticas setoriais que a instituição tradicionalmente defende.
Fonte: Mapa Estratégico da CNI


Santiago Pérez, Do Esglobal

Las capacidades militares de un Estado aumentan junto con su crecimiento económico y sus necesidades políticas. He aquí los múltiples motivos que impulsan el desarrollo militar brasileño.

Durante los últimos ocho años Brasil ha incrementado sus inversiones militares casi en un 500%. Si bien la economía brasileña ha crecido sustancialmente durante la última década, la pobreza continúa siendo la principal problemática social. ¿Por qué entonces destinar estos cuantiosos recursos a desarrollos militares? Una mirada estratégica a largo plazo, las nuevas necesidades derivadas del ascenso económico nacional, la defensa de las riquezas naturales y el posicionamiento brasileño dentro del concierto geopolítico global son, a grandes rasgos, algunas de las respuestas.

Para comenzar es necesario recordar que Brasil es un país con una extensa, diversa y rica geografía. Cuenta con una superficie de 8,5 millones de kilómetros cuadrados y 23.102 kilómetros de fronteras terrestres y marítimas. El país es propietario de las mayores reservas de agua dulce en todo el mundo, activo de incalculable valor en un mundo cada vez más sediento. Se estima que en la actualidad 1.000 millones de personas no tienen acceso al agua potable y es por esto que la administración del recurso acuífero será, sin dudas, uno de los grandes asuntos de la política internacional del siglo XXI. La Amazonia, considerada el pulmón del planeta, es un elemento de importancia para el equilibrio climático global por su inmensidad y características de su vegetación. Esta selva de 6 millones de kilómetros cuadrados se encuentra en un 63% dentro de territorio brasileño. El petróleo es otro recurso estratégico. Durante años el desarrollo industrial del país había estado cuestionado por su dependencia de la importación de combustibles. Tras años de inversión, la empresa estatal Petrobras ha encontrado importantes reservas submarinas en la cuenca denominada pre sal, la cual podría abastecer a cerca del 40% de la demanda petrolífera del país a medio plazo. La defensa y correcto monitoreo de tan amplia geografía requiere de una compleja logística la cual se encuentra dentro de la lógica de defensa nacional y es allí donde las Fuerzas Armadas cumplen un rol de gran importancia.

Al mismo tiempo, Brasil limita con 10 países a lo largo de 15.735 kilómetros. El incremento de los flujos migratorios como consecuencia del crecimiento económico y la problemática del contrabando requieren de una estricta vigilancia. Otro asunto delicado es el narcotráfico. Perú, Colombia y Bolivia, países que comparten límites con Brasil, son los tres principales productores de cocaína del mundo y Brasil es el segundo mayor consumidor mundial (solo superado por Estados Unidos). La frontera brasileña con estas naciones es de una accidentada geografía, atravesada por cadenas montañosas, múltiples ríos y áreas selváticas de difícil acceso. La imperiosa necesidad de fiscalizar esta permeable frontera es un factor más por el que el país precisa de unas Fuerzas Armadas a la altura de las circunstancias.
Es también interesante el modo en el que el incremento de los gastos de defensa arrastra el beneficio del derrame hacia el complejo militar e industrial. En el caso brasileño este fenómeno se ve materializado en el sector aeroespacial donde la empresa Embraer tiene el papel protagonista. La compañía cuenta con aeronaves de reconocimiento y vigilancia con tecnología del más alto nivel. En lo que respecta a transporte militar la empresa está desarrollado el más ambicioso de sus proyectos. Se trata del Embraer KC-390, un avión capaz de trasladar 21 toneladas, incluyendo vehículos blindados. La unidad gozará de prestaciones superiores a la de su competidor, el Lockheed Martin Super Hércules. Distintos Ejércitos latinoamericanos e inclusive europeos ya han mostrado su interés por la mencionada aeronave, quedando así demostrado como la inversión en tecnología armamentística puede derivar en exportaciones de bienes industriales de alto valor agregado.
Sin dudas las necesidades de la política exterior ocupan un lugar principal dentro de la estrategia de desarrollo militar. Por sus dimensiones geográficas, demográficas y económicas Brasil es el líder político natural de América del Sur. La supremacía militar en el ámbito regional es un factor de importancia para la consolidación de dicho liderazgo. No es casualidad que el Estado brasileño cuente con el mayor presupuesto de defensa de la región que triplica al de Colombia, su más inmediato perseguidor. Sucede que cuando de analiza sus objetivos, Brasilia observa más de cerca los pasos de otras potencias emergentes del planeta que los movimientos de sus vecinos. Los 31.576 millones de dólares que destina a su defensa lo posicionan como el décimo primer país que más invierte en dicho sector globalmente. El segundo del continente americano (detrás EE UU) y el sexto del hemisferio occidental. De estos números se desprende que la mirada de las autoridades brasileñas apunta más hacia el equilibrio de poder global que hacia la cuestión regional. La vocación es la de ocupar un espacio de importancia dentro del emergente sistema internacional multipolar. El asunto del statu quo del Consejo de Seguridad de Naciones Unidas también se encuentra sobre la mesa. Por ahora la discusión del actual modelo de cinco miembros permanentes heredado de la Segunda Guerra Mundial está cerrada. Una eficaz fuerza militar será una cuestión necesaria, pero no suficiente, para que una futura eventual apertura del órgano a nuevos integrantes contemple la posibilidad de incluir a Brasil.
La construcción de submarinos de propulsión nuclear, en cooperación tecnológica con Francia, ya se encuentra en marcha. La marina brasileña trabaja en su base de Itaguaí, ubicada en el estado de Río de Janeiro, desde donde operaran las unidades. Si bien se trata de un proyecto que no mostrará naves funcionales hasta después de 2020, demuestra que la visión es de largo plazo y que la Defensa es una real política de Estado y no la prioridad de una administración en particular. ¿Para que un submarino de propulsión nuclear? Los 7.367 kilómetros de costas y la protección de las riquezas minerales que allí descansan así lo requieren. Por otro la discusión por la soberanía o la explotación de los recursos en la Antártida podría abrirse a largo plazo (por el momento cualquier reclamo se encuentra congelado por el Tratado Antártico). En Itamaraty observan la cuestión del sexto continente como un asunto regional y no exclusivo de los países del Cono Sur, principalmente Argentina y Chile, quienes suelen referirse a la Antártida como un área sobre la cual sus derechos son los más legítimos.

Por último, y como consecuencia de los grandes eventos que Brasil albergará en los próximos años, las Fuerzas Armadas han cumplido una importante función en la escena interno. Río de Janeiro será sede de los Juegos Olímpicos en 2016. La necesidad de garantizar la seguridad en un evento de esta magnitud requiere la utilización de carros blindados de la Marina para dar soporte a las fuerzas policiales. La recuperación del control estatal en ciertas favelas, barrios hasta hace poco dominados por grupos de narcotraficantes, fue posible gracias al apoyo militar.

De todas formas si medimos el presupuesto de defensa en relación al PIB, Brasil invierte todavía muy poco, solo el 1,6%. Algunos ejemplos de países equivalentes así lo demuestran. India destina el 2,5%, Francia el 2,3%, Rusia el 4,4% y China el 2%. En otras palabras, los gastos brasileños tienen margen de crecimiento lo que abre un horizonte de posibilidades hacia el futuro. Como sucedió a lo largo de la historia con distintas potencias, las capacidades militares de un Estado aumentan junto con su crecimiento económico y sus necesidades políticas. Dentro de esta lógica, Brasil, no es una excepción.

Nenhum comentário:

Postar um comentário