segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sayonara(QUARAÍ-RS) - EDUCAÇÃO -A criatividade e o processo de ensino e aprendizagem





A criatividade e o processo de ensino e aprendizagem


Continuação da Edição anterior:

5 CONCLUSÃO


Resta-nos partir do pressuposto de que todos somos potencialmente criativos pelo simples fato de que somos seres com inteligência em disponibilidade, logo precisamos, eventualmente da oportunidade de ambientes favoráveis para expressarmos e desenvolvermos essa criatividade. O papel do agente de ensino do primeiro ciclo é exatamente o de "facilitar" a ocorrência dessa oportunidade, isto é, de criar as condições propícias ao desenvolvimento da criatividade dos alunos.


Para tanto precisamos compreender o verdadeiro propósito de desenvolvermos a criatividade dos educandos. Saliento que quanto mais possibilitamos esse desenvolvimento, prepararemos nossas crianças para uma vida melhor, onde o conceito de criatividade estará diretamente ligado à originalidade, à variedade, à espontaneidade, à facilidade em ver de entender de maneiras diferentes os problemas que o mundo apresenta. Segundo Celso Antunes (2003), o essencial, não é torna-se “o melhor” mas torna-se melhor.

Embora o individuo tenha um papel importante no processo criativo é importante, introduzindo novas combinações e variações, ele também depende vários fatores sociais culturais e históricos na produção criativa e na avaliação do processo criativo. Devemos lembrar que, para se estimular à expressão criativa na escola, no trabalho ou em outro contexto, é necessário preparar o individuo para pensar e agir de forma criativa, bem como planejar situações nesses contextos a fim de estabelecer condições favoráveis para o desenvolvimento da criatividade.  
  
Para isso precisamos estar comprometidos com a educação de maneira que o principal objetivo da nossa prática seja o desenvolvimento pessoal, espiritual e profissional do educando, favorecendo ao mesmo, um ambiente rico e significativo de aprendizagem. Queremos, no entanto modificar a práxis do ensino, tornando-a motivadora, criativa, lúdica, criando assim uma relação mais efetiva e de caráter auto-realizador e de crescimento contínuo.
Para tanto, importa que empreendamos na busca de meios e recursos especializados e teoricamente fundamentados, que respondam aos principais problemas da educação nacional, adequando as políticas públicas, às necessidades regionais, considerando as propostas de educação para a vida e valorizando toda a riqueza humana, em suas diversas instâncias, imprimindo maior significado à vida, de modo a tornar o ensino mais humano e mais ético.

Sendo assim notório validar o papel da criatividade para esse desenvolvimento, haja vista que a criatividade esta diretamente ligada ao desenvolvimento humano para uma vida justa, que deverá estar alicerçada no bom senso, na boa intenção e na razão. Devemos então ter cuidado com esse desenvolvimento, pois muitas vezes educamos da mesma forma que fomos educados isso é ruim, porque as crianças aprendem desde muito cedo, que os comportamentos mais valorizados pelos seus pais, não são comportamentos que levam à exploração, à descoberta e mesmo ao crescimento, mas antes, comportamentos que levam ao conformismo e à passividade.

Situações semelhantes são vivenciadas pelos educandos na escola, onde educadores, preocupados e pressionados a transmitir o conteúdo curricular, não encontram o tempo necessário para ouvir as indagações da criança, para aproveitar as suas idéias, para valorizar seus pontos de vista e para utilizar os recursos de sua extraordinária imaginação. O educador deve buscar meios que lhe permitam um maior aprofundamento em si mesmo, pois partindo deste aprimoramento o educador começa a encontrar as suas reais necessidades de aprimoramento, e a  escola precisará  reestruturar e reisignificar o seu currículo pedagógico, levando em consideração a aprendizagem dos educandos e não apenas a transmissão de conteúdos.

Por fim, disponibilizando aos seus educandos a criatividade como fator metodológico primordial para o ato de criar, pois o homem ao criar algo exercita o pensar, e este quando utilizado com inteligência torna seus educandos mais despertos acerca da necessidade de termos uma nova estratégia de pensamento, de organização de idéias, de formulação de conceitos e mudança de percepções. E a educação precisa acompanhar esta marcha, que se apresenta, simultaneamente, como desafio e conquista.













REFERÊNCIAS

ALENCAR, E. M. L. S. de. Condições favoráveis à criação nas ciências e nas artes. In: VIRGOLIM, A. M. R. ALENCAR, E. M. L. S. de. (Org.) Criatividade: expressão e desenvolvimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.


______. Psicologia: introdução aos princípios básicos do comportamento. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.


______. A gerência da criatividade. São Paulo: Makron books, 1997.


______. O processo da criatividade. São Paulo: Makron books, 2000.


______. Como desenvolver o Potencial Criador. 6. ed. Petropólis, RJ: Vozes, 1998.


ANTUNES, Celso. A teoria das inteligências libertadoras. Petrópolis, RJ: Vozes: 2001.


ASSUMPÇÃO, Jorge A. M. Criatividade e orientação educacional. São Paulo: Autores Associados, 1981.


ARANHA, M. A. C. Criatividade em escolares e suas relações com a inteligência e a percepção de companheiros. Tese de Doutorado em Psicologia, apresentada ao Instituto de Psicologia, U.S.P. São Paulo,1992.


BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Portugal: Porto, 1997.


BARRETO, Maribel Oliveira. O papel da consciência em face dos desafios atuais da educação. Salvador, BA: Sathyarte  Arte e Mídia Ltda, 2005.


BOGDAN, R. C, BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Portugal, Porto, 1994.


BONO, Edward. Criatividade levada a sério: como gerar idéias produtivas através do pensamento lateral. São Paulo: Pioneira, 2000.


BRAGA, M. P. J. G. Inteligência e criatividade a dialética da criação. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Educação da U.S.P. São Paulo, 1995.


CZSIKSZENTMIHALYI, M. (1991). Flow: The psychology of optimal experience. New York: Harper Perenial.     
      
          
DELORS, Jacques (Org.). Educação: um tesouro a descobrir. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.


DE LA TORRE, S. (1993). Creatividade plural. Barcelona: PVP. De Mink, F. (1995). Metaphors as keys to creative thinking. European Journal for High Ability, 6, 176-180.


FREUD, S. (1908) Escritores criativos e devaneio. In: ‘Gradiva’ de Jensen e outros
trabalhos. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. 2a. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1987. vol. 9, p.133, 143.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

______. Pedagogia do oprimido. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.


GARDNER, Haward, Inteligências Múltiplas: A teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.


______. Arte, mente e cérebro: uma abordagem cognitiva da criatividade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.


______. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

______. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.


GOLERMAN, Daniel et all. O esprirto criativo. Cultrix: São Paulo: Cortez, 2000.


KNELLER, G. Arte e Ciência da Criatividade. Tradução J. Reis, 5. ed., São Paulo, IBRASA, 1978.


LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.


MARTINEZ, Albertina Mitjáns. Criatividade, personalidade e educação. Campinas: papírus, 1997.


MARIÑO, J. e outros. Una Alternativa para el desarrollo de la creatividad en escolares primários: Propuesta de una Metodología. Evento Pedagogia 97. Santiago de Cuba, 1997.


MARIÑO, J.. A criatividade: sua projeção didática na escola, Curso pré-evento. Pedagogia 99, material fotocopiado.


MITJÁNS, M. Criatividade Personalidade e Educação. Cuba, Havana, Ed. Pueblo e Educación, 1995.


MITJÁNS, M. Criatividade Personalidade e Educação. Campinas, São Paulo: Ed. Papirus, 1997.


MORIM, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2001.


PIAGET, Jean. Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes : Petrópolis, 1996.


STOLTZ, T. Capacidade de Criação. Petropólis: Vozes, 1999.


SMOLKA, A . & GOES, C. (orgs.). A Linguagem e o outro no espaço escolar: Vigotsky e a construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1993.  


ROGERS, C. Libertad y creatividad em la educación. Barcelona: Paidós, 1982.


TAFFAREL, C. Criatividade nas Aulas de  Educação Física. Ao Livro Técnico S. A 1985.
VYGOTSKY, L. Pensamento e Linguagem. São Paulo, SP: Ed. Martins Fontes, 3a. ed., 1989.

VYGOTSKI, Levy S. Teória e método em psicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.


WADSWORTH, Barry. Inteligência e Afetividade da Criança. 4. ed. São Paulo: Enio Matheus Guazzelli, 1996.

Nenhum comentário:

Postar um comentário