As festas deste ano chegam ao fim nesta noite com a procissão
saída das proximidades da Oficina Claricar, a quase um quilômetro da igreja de
Santo Antônio. Além da procissão, há o movimento das barraquinhas com a venda
de produtos desta época e a movimentação nos arredores daquele templo
religioso.
Imagem: Ameixa Japonesa
O clima festivo iniciou-se no primeiro
dia deste mês, sem as procissões dos anos anteriores, quando saíam da casa de
cada leiloeiro. Segundo informantes, esse
ritual teria sido proibido, devido ao congestionamento que causa durante o
trajeto, principalmente quando atinge a Rua Santo Antônio. As adjacências não têm uma estrutura viária
que ofereça alternativa para os estacionamentos e a passagem de veículos.
Rua Santo Antônio. CM 14/04/2013
As alterações na programação da Trezena
parecem ter influenciado certa quebra no ânimo da festa. Ontem, véspera do dia
do santo casamenteiro, a Praça e a Rua em frente à Igreja se encontravam
vazias, sem qualquer aparência com as comemorações do passado, quando havia a
fogueira na passagem de 12 para 13 de junho.
Igreja de Santo Antônio. Imagem: Nelson Vicente
O dia de Santo Antônio é feriado
facultativo no Município. Hoje os bancos permaneceram fechados. Parte do comércio funcionou em meio expediente,
e parte teve funcionamento normal.
A procissão desta noite teria sido uma
concessão excepcional, para contribuir com o encerramento deste rito religioso,
que faz parte do folclore na região.
Festa de Santo Antônio - 1932. Imagem: Danton Ferreira
Barraqunha de Santo Antônio. 2013. Imagem: Margarida Silva
E no mês prossegue o clima junino. A partir de agora, as atenções se voltam para
a noite de São João, padroeiro da cidade.
As barraquinhas passam a funcionar nas imediações da Igreja Matriz de
São João Batista e no jardim da Praça 28 de Setembro, com as costumeiras
tômbolas, vendas de quentão e comestíveis próprios desta ocasião.
São João. Imagem: Portoweb
Enquanto isto, em várias localidades da
zona rural vão sendo realizadas as festividades juninas, onde predomina o culto
a São João, independente da data de sua ocorrência. O povo está acostumado com o Arraiá dos
Zonta, na Sementeira, próximo ao trevo do cruzamento da rodovia de Visconde do
Rio Branco a Guiricema com a estrada que liga o pé da Serra de São Geraldo com
a cidade de Guidoval; e o Arraiá dos Monteiro, no Massambará.
Também acontece o Arraiá de Santa
Maria, no povoado do mesmo nome. Outros
mais se realizam em vários pontos da zona rural, com menos divulgação do que
estes citados. O clima prossegue até
os fins do mês de julho. Os ingredientes básicos são a batata doce e o
quentão. Mas cerveja, cachaça e todo
tipo de bebida é servido em cada um desses forrobodós. Se tem bebida, tem tira-gosto, que variam
conforme a dimensão que se dá a cada festança.
E sempre ocorrem em volta de fogueira, ao som de conjuntos de cantores e
instrumentos eletrônicos que hoje em dia substituem os antigos sanfoneiros e
seus bateristas do passado.
Festa Junina. Imagem: Diversão para sua Festa Funina
Santo Antônio, São João e São Pedro
simbolizam todo este tempo de festas de origem junina e que se prolongam por
mais um mês.
As festas juninas, como o Carnaval,
tiveram repertório próprio com letras alusivas a esses símbolos folclóricos, nos
tempos do predomínio do rádio como meio de difusão da música popular. Depois do advento da televisão, esta
especificidade deixou de existir. As
quadrilhas e casamento do Jeca ainda acontecem em alguns lugares. Mas também
vão perdendo espaço. Não se pode dizer
que estão caindo de moda, porque folclore é tradição. Parece que faltam criatividade, poetas inspirados e disposição para preparar e
ensaiar as peças componentes desse conjunto de evento da cultura popular
brasileira.
Festa Junina. Imagem: Arte Isopor
Estas são razões que fazem a cidade
lembrar com saudade dos tempos do Sr. Antônio Soares que tinha gosto,
disposição e altruísmo para liderar uma equipe criativa que organizava as
festas de São João no Engenho Piedade, onde marcavam presença repentistas, calangueiros, duplas sertanejas. E até Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, se apresentava. Vinha gente de todo lugar, para ver a dança da Quadrilha, o pau-de-sebo, o baile na tuia, espetáculo daqueles artistas populares. E pular a fogueira.
Festa Junina. Imagem: Programação de Festa Junina
(Franklin Netto –
viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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