quinta-feira, 13 de junho de 2013

Termina nesta noite a Trezena de Santo Antônio

                  

      As festas deste ano chegam ao fim nesta noite com a procissão saída das proximidades da Oficina Claricar, a quase um quilômetro da igreja de Santo Antônio. Além da procissão, há o movimento das barraquinhas com a venda de produtos desta época e a movimentação nos arredores daquele templo religioso.
 
Imagem: Ameixa Japonesa

         O clima festivo iniciou-se no primeiro dia deste mês, sem as procissões dos anos anteriores, quando saíam da casa de cada leiloeiro.  Segundo informantes, esse ritual teria sido proibido, devido ao congestionamento que causa durante o trajeto, principalmente quando atinge a Rua Santo Antônio.  As adjacências não têm uma estrutura viária que ofereça alternativa para os estacionamentos e a passagem de veículos.
Rua Santo Antônio. CM 14/04/2013


         As alterações na programação da Trezena parecem ter influenciado certa quebra no ânimo da festa. Ontem, véspera do dia do santo casamenteiro, a Praça e a Rua em frente à Igreja se encontravam vazias, sem qualquer aparência com as comemorações do passado, quando havia a fogueira na passagem de 12 para 13 de junho.
Igreja de Santo Antônio. Imagem: Nelson Vicente


         O dia de Santo Antônio é feriado facultativo no Município. Hoje os bancos permaneceram fechados.  Parte do comércio funcionou em meio expediente, e parte teve funcionamento normal.

         A procissão desta noite teria sido uma concessão excepcional, para contribuir com o encerramento deste rito religioso, que faz parte do folclore na região. 
Festa de Santo Antônio - 1932. Imagem: Danton Ferreira
Barraqunha de Santo Antônio. 2013. Imagem: Margarida Silva



         E no mês prossegue o clima junino.  A partir de agora, as atenções se voltam para a noite de São João, padroeiro da cidade.  As barraquinhas passam a funcionar nas imediações da Igreja Matriz de São João Batista e no jardim da Praça 28 de Setembro, com as costumeiras tômbolas, vendas de quentão e comestíveis próprios desta ocasião.
 
São João. Imagem: Portoweb

         Enquanto isto, em várias localidades da zona rural vão sendo realizadas as festividades juninas, onde predomina o culto a São João, independente da data de sua ocorrência.  O povo está acostumado com o Arraiá dos Zonta, na Sementeira, próximo ao trevo do cruzamento da rodovia de Visconde do Rio Branco a Guiricema com a estrada que liga o pé da Serra de São Geraldo com a cidade de Guidoval; e o Arraiá dos Monteiro, no Massambará.
 

         Também acontece o Arraiá de Santa Maria, no povoado do mesmo nome.  Outros mais se realizam em vários pontos da zona rural, com menos divulgação do que estes citados.  O clima prossegue até os fins do mês de julho. Os ingredientes básicos são a batata doce e o quentão.  Mas cerveja, cachaça e todo tipo de bebida é servido em cada um desses forrobodós.  Se tem bebida, tem tira-gosto, que variam conforme a dimensão que se dá a cada festança.  E sempre ocorrem em volta de fogueira, ao som de conjuntos de cantores e instrumentos eletrônicos que hoje em dia substituem os antigos sanfoneiros e seus bateristas do passado. 

Festa Junina.  Imagem: Diversão para sua Festa Funina

         Santo Antônio, São João e São Pedro simbolizam todo este tempo de festas de origem junina e que se prolongam por mais um mês. 

         As festas juninas, como o Carnaval, tiveram repertório próprio com letras alusivas a esses símbolos folclóricos, nos tempos do predomínio do rádio como meio de difusão da música popular.  Depois do advento da televisão, esta especificidade deixou de existir.   As quadrilhas e casamento do Jeca ainda acontecem em alguns lugares. Mas também vão perdendo espaço.  Não se pode dizer que estão caindo de moda, porque folclore é tradição.  Parece que faltam criatividade,  poetas inspirados e disposição para preparar e ensaiar as peças componentes desse conjunto de evento da cultura popular brasileira.
Festa Junina. Imagem: Arte Isopor

         Estas são razões que fazem a cidade lembrar com saudade dos tempos do Sr. Antônio Soares que tinha gosto, disposição e altruísmo para liderar uma equipe criativa que organizava as festas de São João no Engenho Piedade, onde marcavam presença repentistas, calangueiros, duplas sertanejas.  E até Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, se apresentava.  Vinha gente de todo lugar, para ver a dança da Quadrilha, o pau-de-sebo, o baile na tuia, espetáculo daqueles artistas populares. E pular a fogueira. 

 
Festa Junina. Imagem: Programação de Festa Junina

         (Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

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